“Blues” the London na rentrée da Champions!!!

Setembro é mês Outonal. Com ele chega o tempo frio, a queda da folha, os dias mingam trazendo alvoroço aos espíritos, (dizem que 6 milhões!?!?!), que alinham taciturnos, numa espécie de debacle emocional.

A Norte, um Clube Português, solitário na suprema elite Europeia, tenta novo erguer da sua bandeira, na cada vez mais macrocéfala, UEFA de Platini. Londres, volta a ser ponto de passagem na Geografia competitiva, Standford Bridge inicio de um ciclo louco, onde o Dragão tem como principal missão, inverter a tendência/tradição algoz Inglesa.

O Chelsea FC, está para a UEFA, como o Bairro, com o mesmo nome, está para a Velha Albion…repleto de muitos zeros à direita nas contas bancárias.

Muitos desses zeros, por vezes contraproducentemente investidos, nem sempre compram vitórias e o pródigo futebol já por ene vezes se encarregou de o mostrar. A Champions não sendo dos melhores exemplos, também contempla no seu cocktail de competitividade, excepções à regra.

Jesualdo e seus glutões de presenças consecutivas (sete!), têm no embate em terras de sua majestade, um desafio aos limites do estigma histórico de resultados negativos em solo inglês.

Para além do natural obstáculo Chelsea e sua inerente competência, temos toda uma panóplia de factos argumentativos, como factores extrínsecos ao relvado, mas que pesam no atribuir do favoritismo aos Blues. A juntar à exigência do compromisso, os azuis da Invicta, lutam contra a tendência usual de os da casa começarem por norma bem a fase de grupos (atesta em seu favor o somar de 3 pontos, em 5 das 7 partidas inaugurais que contam na prova), são por hábito 1ºs do grupo, a que juntam 5 presenças nas ½ finais da prova nos últimos 6 anos, não sabendo o que é perder em casa jogos de cariz Europeu desde Fevereiro 2006.

Com 4 vitórias em outras tantas jornadas da Premier League, Ancelotti é talvez a peça mais estranha a este “novo“ Chelsea. Na verdade, a pele adversária não se reveste de muitas mudanças no que aos nomes sonantes, integrantes do plantel diz respeito, entre eles, algumas caras bem conhecidas, ex-jogadores das nossas fileiras, com reencontro marcado, apesar de lesões e castigos deixarem apenas Ricardo Carvalho na grelha de partida para a contenda.

Tacticamente, o Chelsea de Ancelotti privilegia a posse de bola, utiliza como esquema o 4x4x2, onde o losango é desenho estruturante de mote modelar, grande controlo e organização a nível da zona intermédia, cuja profundidade ofensiva é trazida ao jogo pela envolvência dos seus laterais.

A geometria do esboço em diamante do técnico Italiano, colhe nítidas influências no catenaccio perfilhado, onde o fervor e paixão da ambiência que emana dos estádios ingleses, subverte parte da capacidade técnico/táctica, em intensidade luminescente, deixando que a latinidade do futebol exibido de pé para pé, se diluía no kick-and-rush de ocasião furtiva, mas assertiva no saldar de contas com o resultado final.

Drogda é baixa de vulto e um pequeno elan nas pretensões azuis e brancas. Anelka é o seu sucessor directo a que se deve juntar Malouda, Ballack, Lampard e Essien, como unidades do centro nevrálgico do jogo, aliando visão de jogo ao poder de fogo de meia distância.

Ivanovic pode aparecer como solução ventilada à direita do último reduto, onde os centrais, Terry e Ricardo Carvalho, são guarida de Cech. Ashley Cole, fecha a esquerda, sendo a unidade de maior propensão ofensiva neste quarteto.

Frente a um dos mais fortes conjuntos da Liga inglesa, confesso que o prognosticar realisticamente se imiscui na confrontação do meu acreditar. O embate tem como curiosidade o facto de ser o 1º em que Jesualdo arranca fora de portas na Champions.

Por entre um sem número de jogos portistas que contempla um record de presenças, conta-se um saldo positivo de 2 vitórias e 1 empate nas últimas 4 partidas como forasteiros na Liga Milionária.

A confrontação com emblemas britânicos tem sido um inferno. As “ébrias” visões standard de Jesualdo, conduzem o FC Porto a labirintos tácticos capazes de nos deixar sempre à beira do precipício, a que só Manchester fugiu à regra, em face de um notável sucesso exibicional.

Como ideias bases de um discurso para suporte da táctica, temos a identidade do Dragão, audácia pelos factores de domínio, ambição pelo risco de quem quer fazer da experiência, arma contra a tradição.

Subentendo desde logo mudanças. Um FC Porto mais táctico, funciona melhor se cozinhado com “Cebola”. Depois de o Barcelona ter dado dimensão uefeira ao 4x3x3, Rodriguez é um barómetro onde a evolução dos azuis e brancos, se experiencia como tacticamente capaz de jogar e fazer jogar em 2 sistemas.

O Uruguaio ora ala, ora interior, complementa maior largura de acção, verticaliza o jogo no galgar de metros, pode explodir nos espaços, traduz diferentes estados de profundidade no jogo, consoante as exigências sempre num registo de aculturação táctica no saber fechar e juntar-se ao trio de médios.

Mariano será quanto a mim, outra das pedras de rigor organizativo dos processos. Mesmo no seu jeito trapalhão, o altruísmo que caracterizam as suas acções, são de capital importância quando se pensa em tapar os flancos como possíveis vias hemorrágicas do caudal ofensivo rival.

Se a vontade de vencer embala a propensão para o sucesso, Hulk aparece como vector incondicional e arma, ávido de ser e atingir uma dimensão mais tangível à sua capacidade individual, não enjeitará ser pedra basilar num desígnio de vitória, por muitas que sejam as fórmulas resolventes para a equação Londrina.

Falcao, apesar da veia goleadora, deve juntar-se a Varela como trunfo vindo do banco.

Golos, são marcas indissociáveis de sucesso, ainda que muita da nossa missão passe por não sofrer. Helton, guarda-redes de profissão, músico de pagode nas horas vagas, convive por estas horas com a traumática fleuma de 14 golos infligidos, a que se junta a parca prestação da defesa zonal como regra de um último reduto menos coriáceo e concentrado que o desejado, (3 golos sofridos em 4 jornadas não auguram grande tranquilidade face ao poderio do jogo aéreo rival).

A Londres conflui o passado, presente e o futuro. A capital Inglesa concretizará por certo, aquilo que os azuis e brancos teimam em mostrar além fronteiras. A hora marcada, o eloquente hino, soará como um Fado, que não tendo Amália na voz, lembrará aos demais que na Europa, PORTOGAL, somos Nós!!!!!!!!!!

LISTA DE CONVOCADOS
Guarda-redes: Helton e Nuno.
Defesas: Bruno Alves, Fucile, Rolando, Alvaro Pereira, Maicon e Sapunaru.
Médios: Raul Meireles, Guarín, Belluschi, Rodríguez, Mariano, Tomás Costa e Fernando.
Avançados: Falcão, Hulk, Varela e Farías.