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O dia 28 de Maio de 1978 ficará para sempre ligado à história do FC Porto. Nesse dia, e perante uma moldura humana impressionante, o FC Porto recebia o Benfica a 3 jornadas do fim do campeonato num jogo decisivo para a conquista do título nacional que nos fugia há 19 anos.
Inicia-se o jogo e, logo aos 3 minutos, surge o auto-golo do defesa-central Simões que colocava toda a família portista à beira de um ataque de nervos. Os fantasmas voltavam a pairar no ar e o maldito jejum parecia não querer terminar.
Só a 8 minutos do fim acabou o desespero com o golo que restabeleceu a igualdade e colocava o título à mercê do FC Porto.
Esse memorável golo, que ficará para sempre ligado à história do nosso clube, foi marcado pelo brasileiro Ademir, e marca o arranque de um novo FC Porto, o FC Porto ganhador que nunca mais parou de crescer e que é hoje uma referência do futebol mundial.
Conta quem viu, que a alegria vivida nessa tarde foi absolutamente indescritível e irrepetível. Os cerca de 80 mil espectadores presentes, desejosos de poder festejar um título que fugia há 19 longos anos, pressentiam que a hora da glória estava a bater-nos à porta.
Poucos dias depois, o FC Porto recebia a visita do Braga e, após uma categórica vitória por 4-0, sagrava-se, finalmente, Campeão Nacional!
Entretanto, é com enorme prazer que vos deixo a entrevista com Ademir, agradecendo toda a sua disponibilidade, bem como a preciosa ajuda do Dragão Vila Pouca na elaboração da entrevista.
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Só a 8 minutos do fim acabou o desespero com o golo que restabeleceu a igualdade e colocava o título à mercê do FC Porto.
Esse memorável golo, que ficará para sempre ligado à história do nosso clube, foi marcado pelo brasileiro Ademir, e marca o arranque de um novo FC Porto, o FC Porto ganhador que nunca mais parou de crescer e que é hoje uma referência do futebol mundial.
Conta quem viu, que a alegria vivida nessa tarde foi absolutamente indescritível e irrepetível. Os cerca de 80 mil espectadores presentes, desejosos de poder festejar um título que fugia há 19 longos anos, pressentiam que a hora da glória estava a bater-nos à porta.
Poucos dias depois, o FC Porto recebia a visita do Braga e, após uma categórica vitória por 4-0, sagrava-se, finalmente, Campeão Nacional!
Entretanto, é com enorme prazer que vos deixo a entrevista com Ademir, agradecendo toda a sua disponibilidade, bem como a preciosa ajuda do Dragão Vila Pouca na elaboração da entrevista.
- ENTREVISTA EXCLUSIVA com Ademir Vieira
1 - Representou o FC Porto durante 3 épocas, que memórias guarda desse tempo?
Representar o F.C. Porto por si só é uma honra e por 3 épocas então foi maravilhoso.
2 - Quando chegou ao FC Porto no início da época 75/76 tinha outros pretendentes. Porquê o FC Porto?
Sim, quando cheguei ao F.C. Porto na época 75/76 tive vários pretendentes (Benfica, Sporting, vitória de Guimarães, Boavista, entre outros). Optei pelo F.C. Porto porque as pessoas que trataram do meu contrato foram legais comigo.
3 - As primeiras 2 épocas foram complicadas a nível pessoal não conseguindo vingar na equipa. Quais as razões para essas dificuldades?
Nas 2 primeiras épocas tive dois problemas; tinha o Oliveira e o Cubillas que jogavam na mesma posição que eu, aí, como eu tinha vindo do Olhanense, teria que esperar pela minha oportunidade, assim como aconteceu naturalmente na terceira época.
Sim. Considero que sim, porque quando J.M.Pedroto me escalou para jogar no meio campo, tive um rendimento espectacular fazendo muitos golos, no qual ajudou e muito para o tão desejado título.
5 - Como foi trabalhar com José Maria Pedroto?
Trabalhar com J.M. Pedroto não foi nada fácil para mim, pois tínhamos maneiras de pensar opostas, porém, de futebol ele entendia tudo, quer a nível técnico, táctico, físico e psicológico.
6 - Curiosamente a sua estreia a titular na época de 77/78 deu-se no jogo da 1ª volta do campeonato frente ao Benfica realizado no estádio da Luz (0-0)…
Exactamente, a minha estreia deu-se no Estádio da Luz contra o Benfica, com o empate de 0x0. Fiz uma exibição convincente, levando o nosso técnico J.M. Pedroto a acreditar que eu poderia exercer aquela posição com um bom rendimento para a equipa.
7 - Recorde-nos o histórico golo frente ao Benfica na tarde de 28 de Maio de 1978.
Recordar o golo contra o Benfica é, para mim, recordar um marco na minha carreira como profissional de futebol. Foi um momento único que guardarei e recordarei para toda minha vida (sempre que posso, vejo o vídeo do golo). Foi uma falta na entrada da área do Benfica, aí o Simões que tinha feito o auto-golo, pediu-me para centrar na sua direcção, foi exactamente o que fiz, só que, o Aberto (defesa do Benfica) antecipou-se e tirou a bola de cabeça para a entrada central da área, como acompanhei a jogada, consegui chegar primeiro do que dois jogadores do Benfica acertando um bom pontapé sem deixar a bola cair, fazendo ela entrar bem no cantinho do lado esquerdo do goleiro Fidalgo(que até se fez ao lance), que não conseguiu fazer a defesa (aí foi só alegria).
8 - Poucos dias depois, recebemos o Braga e confirmámos o título de campeão e acabámos com o jejum de 19 anos. O que se sente num momento desses?
É, num momento desses é difícil descrever o que uma pessoa sente, pois era a primeira vez que era Campeão Nacional, só te sei dizer que levei alguns dias para cair na realidade. Sinto-me mais feliz ainda, em saber que depois deste título, só está dando F.C. Porto, que a partir daí conseguiu conquistar a Europa e o Mundo, e eu fiz parte deste maravilhoso clube, contribuindo para algo que ficou e está na história dele.
- 9 - Como se sabe, antes de essa época acabar, já tinha assinado contrato com o Boavista. É verdade que o FC Porto ainda tentou evitar a sua saída?
Sim, é verdade. Antes de terminar meu contrato com o F.C. Porto, assinei contrato com o Boavista. Quando o F.C. Porto soube que tinha contrato com o Boavista, tentou de tudo para que continuasse no F.C. Porto. Como já tinha contrato assinado com o Boavista, não tive coragem de rescindir meu contrato com eles, mantendo a minha palavra de honra.
10 - Para finalizar, gostaríamos que deixasse uma mensagem aos nossos leitores.
Aos leitores do blog "Bibó Porto Carago", aqui vai um grande abraço com muito carinho e desportivismo deste ex-atleta que, quando serviu este GRANDE CLUBE, serviu com muito profissionalismo, dedicação e amor.
Que maldade, amigos! Fiquei com uma lágrimazinha.
ResponderEliminarEu estive lá. Levei vestida uma camisola azul e branca, o que hoje é comum mas, na época, era uma raridade ir alguém vestido assim. Tive a ousadia de levar, debaixo dessa camisola, uma t-shirt que exibia: FC Porto - Campeão Nacional 77-78. Era uma enorme confiança e tinhamos uma equipa extraordinária! Aos meus 15 anos, na escola, nos cafés, na televisão, nos jornais, e por aí fora, era tudo benfica ou Sporting. Nunca tinha visto o meu Porto a ser campeão.
Foi um enorme sofrimento mas, apesar da minha tenra idade, quando todos estavam resignados, eu dei sempre uma palavra de confiança e um grito de incentivo. No golo do ademir, todos me caíram em cima, num abraço profundo e num banho de lágrimas, de tanta felicidade.
Muito obrigado por me fazerem recordar este momento arrepiante, porventura, a rampa de lançamento deste Clube de classe mundial.
Um grande abraço.
Rui Costa - Sócio nº6891
Aquele auto-golo foi um balde de água fria. Pensei que a maldição se ia manter. "Aquilo foi uma tortura! Apertou-me o estômago e senti-me só e desesperado", confidenciou Carlos Simões. Rodolfo, capitão de equipa, disse mais tarde: “Eram muitos milhares à espera daquele título e que não acreditavam que o perdêssemos ali. E estivemos quase a perder…”.
ResponderEliminarMas o FC Porto porfiou e chegou também ao golo, esse inesquecível golo do Ademir. O seu nome ficou, assim, gravado a letras de ouro na história do FC Porto. No estádio, por todo o país, foi uma explosão de alegria incontida, os festejos de milhares e milhares de portistas radiantes de alegria.
No FC Porto que, ao longo do Campeonato, foi jogando e livrando-se de tropeços vários, Pedroto proferiu uma frase que haveria de ficar na história do futebol português: "Temos de lutar contra os roubos de igreja". E lutámos, e vencemos.
Na última jornada, a 11 Jun.1978, a apoteose na vitória sobre o Braga por 4-0. Foi a primeira vez que assisti no Estádio das Antas (que saudades…) à conquista pelo FC Porto de uma competição nacional. Jorrou champanhe e felicidade. Pelas ruas, centenas de milhar de homens, mulheres e crianças, novos e velhos gritaram e fizeram um "S. João" antecipado: Vivó Porto! Viva o Campeão!
E caíram por terra 19 anos em que tudo nos foi negado, até a possibilidade de lutar para vencer. É certo que no clube houve erros que se pagaram caro; mas o centralismo e despotismo de Lisboa foram determinantes no longo jejum. A vitória de 1977-78 foi o ponto de partida para conquistas brilhantes. Que jamais cessaram e que são o presente e o futuro do nosso querido Clube.
Parabéns, “Sevilha”, por esta magnífica entrevista. Obrigado. Um abraço.
Ademir foi o homem providencial.
ResponderEliminarUma bela entrevista do Sevilha a alguém a quem o universo azul e branco deve o fim de uma longa tarvessia do deserto...
Um abraço
Amigo Sevilha, esmeraste-te. Bela entrevsita, tive muito gosto em lê-la!
ResponderEliminarUm abraço
Foi um prazer ler esta excelente entrevista do meu amigo Sevilha03 a um nome da nossa história (ADEMIR). Esse campeonato (o 1º de Pedroto a técnico do Porto) foi dramático e, segundo pessoas q lá estiveram, foi qq coisa de inesquecível, os festejos do golo quase fizeram a Cidade tremer... Só tinha 3 anos, quase 4 mas quem me dera ter vivido esse virar de página...
ResponderEliminarADEMIR, um grande abraço de um simples sócio deste clube mágico.
PS- já cheguei de Viena;) Estive lá onde Madjer surpreendeu os Deuses e onde Falcao voou a pique 23 anos depois...
Sevilha, excelente entrevista, que ao mesmo tempo nos faz recordar esse abrir caminho, para um PORTO, que a partir dessa data nos tem dado só alegrias!
ResponderEliminarE um obrigado ao ADEMIR, que infelizmente nunca vi jogar, a não ser em vídeo!
BIBÓ PORTO
Obrigado a todos pelos vossos comentários! :)
ResponderEliminarUm grande abraço!
Sevilha (e Vila Pouca): cinco estrelas!! Que maravilha ler sobre momentos como este, e que vontade de me meter num DeLorean voador para ir lá espreitá-los!
ResponderEliminarE obrigada ao Ademir pela disponibilidade e pela bela entrevista!
Nesse dia cumpri o meu 1º aniversário...
ResponderEliminarConsta que meu Pai e familiares apanharam uma moca não pelo meu aniversário mas sim por tão grande Vitória...
c'um carago, mas ca gANDA fURO ;)
ResponderEliminaré verdade que deste Ademir, só tinha mesmo a recordação das histórias que me contam daquele tão famoso título de 77/78, afinal por essa altura, mais não era do que um pirralho.
no entanto, este é um daqueles jogadores, que por um ou outro motivo, este mais que especial, ficou (está!) na história do nosso fcPORTO.
bons pedaços de história que aqui nos deixam nesta mini-entrevista... obra e graça do próprio Ademir, mas tb em particular, do nosso «jornalista» de fim-de-semana, o Sevilha ;)
aBRAÇO a ambos, e venham de lá mais iguais a estas.