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FC Porto é o vencedor da Liga Europa época 2010/2011! Vitória por 1-0 sobre o SC Braga no Aviva Stadium, onde obviamente marcámos presença. Uma transferta absolutamente espectacular que dava para um dia inteiro de conversa. É de extrema dificuldade descrever a vivência pela qual passámos naquelas horas em que estivemos por lá, tal foi a alegria que sentimos. Aqui vou-vos contar a grande viagem que este grupo de amigos fez para apoiar o mágico azul e branco, mais uma este ano. Foram três dias “on tour” por essa Europa fora, cinco cidades e cinco países diferentes viram passar os ultras do campeão. Fizemos a festa um pouco por todo o lado, uma verdadeira odisseia como devem imaginar. O FC Porto volta ao topo da Europa do futebol, para gáudio dos seus fiéis seguidores. 18 de Maio de 2011, vivemos mais uma noite histórica e de grande emoção. Depois de Viena, Sevilha e Gelsenkirchen, agora foi em Dublin a coroação do Dragão!
A viagem já estava marcada há algum tempo, e o dia da partida demorava em chegar. Neste tipo de deslocações vários factores têm que ser tomados em conta, obviamente. Atendendo principalmente ao factor monetário, eu e mais seis amigos decidimos viajar numa companhia low-cost, efectuando duas escalas na ida e mais duas na viagem de volta.
Terça-feira dia 17 de Maio era finalmente o dia em que começava a nossa grande deslocação! Com poucas horas de sono, muito devido ao entusiasmo que já se apoderava de nós, às 4h30 da manhã saltámos dos aposentos e pouco mais de meia hora depois encontrámo-nos para seguir viagem até ao aeroporto. Na bagagem levávamos, para além do material de apoio ao nosso clube, uma grande fé na conquista desta Liga Europa. Estávamos prontos para iniciar a grande viagem, que tinha como objectivo principal arrecadar o caneco que estava em Dublin à nossa espera! Um grupo de Dragões chegou ao aeroporto Francisco Sá Carneiro ao primeiro raiar do sol, e embarcou às 6h30 para Madrid. Lá chegados, por volta das 9 horas locais, houve tempo para uma visita ao centro da cidade. Avistámos muitos portistas, mas também alguns bracarenses, que fizeram o mesmo percurso que nós. Nunca tinha estado na capital espanhola, daí aproveitar todos os minutos para conhecer um pouco o centro da cidade. Das Portas del Sol à Plaza Mayor e da Praça de Espanha ao tradicional mercado, sempre com o cachecol do FC Porto em punho. Grande passeio pela manhã, debaixo de um sol radiante, que culminou com um belo almoço. Mais umas voltas e dirigimo-nos novamente para o metro, que nos guiou até ao aeroporto. Durante o percurso éramos o centro das atenções, se muitos sabiam para onde íamos, outros perguntavam-nos mesmo que jogo ia haver.
Avião a meio da tarde levou-nos até Londres! E que diferença de temperatura, um vento desconfortável fez-se sentir logo ao calcar o solo inglês. Ali, no aeroporto de Stansted já eram muitos os cachecóis e camisolas do FC Porto, que seguiriam todos o mesmo destino: Dublin!
Às 20h15 entrámos no avião para a última viagem do dia, aquela que nos levaria finalmente à capital da República da Irlanda. E lá aterrámos às 21h30, a cantar bem alto “venceremos, venceremos, venceremos outra vez…” Temperatura baixa aquela hora, numa cidade que tal como descrevem e bem, consegue ter as quatro estações do ano, em apenas 24 horas. Saem os Dragões do aeroporto de Dublin e damos de caras com umas camionetas que nos transportavam para o centro da cidade… a troco de sete euros! Optámos então por ir de táxi. Taxista extremamente simpático foi durante todo o percurso, de cerca de 20 minutos, a explicar-nos a logística toda da cidade e do país, inclusive nos ofereceu um mapa para nos guiarmos. Esclareceu-nos algumas dúvidas e deu-nos conselhos. Deixou-nos à porta do hostel que tínhamos reservado previamente, e disse-nos que o centro da cidade está relativamente próximo de tudo, dai não precisarmos de transportes para nos deslocarmos, a não ser quando tivéssemos que regressar ao aeroporto para ir embora. Aí estamos nós, em Temple Bar!!! Uma zona lindíssima, onde vigora o comércio, muitos pub’s e também restaurantes. O estilo assemelha-se à Rua de Santa Catarina, na baixa portuense. Tempo então de entrar no hostel onde ficaríamos instalados, para pousar a bagagem, descansar uns minutos e trincar qualquer coisa. Eram 22h30 mais ou menos quando saímos para a noite de Dublin, e que noite! Não me vou esquecer daquela terça-feira à noite. Portistas e mais portistas invadiram as ruas, os pub’s, e faziam-se ouvir bem alto. Trocávamos conversa com amigos que lá encontrámos e mostrávamos a força do Dragão! Sabíamos que a maioria dos adeptos só iria aparecer na quarta-feira de manhã, mas foi indescritível o que se viveu na noite da véspera do jogo naquela cidade. Gritos e saltos pelas ruas, fazia a população local ficar especada em nós. Isto a pouco menos de 24 horas do jogo.
Um dos momentos bonitos da noite aconteceu no local onde jantámos, quando conhecemos dois ultras da Sampdória de Itália! Estivemos à conversa durante algum tempo e um deles fez questão de me oferecer um cachecol. Dois grandes ultras que se deslocaram de Génova a Dublin apenas pela amizade que têm com os Super Dragões e o Colectivo. Levavam muito material para trocar com os nossos dois grupos organizados. Merecedor de registo este gesto por parte daqueles dois indivíduos, e escusado será dizer que trocámos os contactos e tirámos fotos em conjunto, com bandeiras de apoio ao Porto e à Sampdória! Pena é que a comunicação social, por exemplo, nunca noticie uma coisa destas, preferindo destacar sempre os confrontos entre adeptos e com a polícia. A amizade ultra, ainda para mais quando são dois grupos de países diferentes, é sempre aprazível. Estes nossos dois amigos andaram connosco o resto da noite e puxaram tanto pelo Porto como nós. Confraternizámos também com muitos adeptos do Liverpool, do Manchester City, do West Ham, do Celtic de Glasgow, do Brondby e até do PSV Eindhoven. Os holandeses torciam por nós categoricamente, pois foram eliminados pelos lampiões. Despiques de cânticos nos pub’s, viveu-se uma autêntica festa, como podem imaginar! Foi das melhores deslocações que já vivi.
O dia seguinte amanheceu friorento, mas há medida que os Dragões iam chegando, foi aquecendo significativamente. Tomámos o pequeno-almoço e saiamos à rua, para conhecer mais um pouco a cidade. Malta azul e branca por todo o lado mas também muitos bracarenses já se viam. Almoçámos em conjunto com mais elementos do nosso grupo, que chegaram apenas na quarta-feira, e ficámos a estagiar em Temple Bar até meio da tarde, uma vez que segundo constou, a “fan zone” que nos era destinada não era lá grande coisa. Comprámos algumas recordações e por volta das 16h iniciámos o percurso até ao Aviva Stadium, a pé, numa autêntica rumaria que demorou 45 minutos, aproximadamente. Nas redondezas do estádio o ambiente já era de jogo, e o nervosismo começava a apertar. Entrámos cerca de uma hora antes: era ali que sonhávamos estar desde o início do ano! As nossas claques ficaram no anel superior da bancada atrás da baliza. Do outro lado só havia um sector em baixo. Os Red Boys e Bracara Legion ficaram na parte superior de uma bancada central. Bastantes mais portistas do que bracarenses, sem dúvida, aponto entre 15 a 20 mil azuis e 4 a 5 mil vermelhos. Há medida que a hora se aproximava o estádio ia enchendo. Nos sectores das claques ia-se montando material, montar bandeiras pendurar faixas e preparar a coreografia. Durante o aquecimento os cânticos começaram a ser ensaiados e à entrada das equipas, coreografias de um lado e do outro. No sector dos ultras do Porto dois panos gigantes estendidos, um com o emblema do FC Porto e o outro com o “12”.
Excelente apoio durante todo o jogo, digno de uma final europeia e de uns grandes adeptos. Do lado do Braga, fizeram-se ouvir ainda algumas vezes, com mais incidência na primeira parte. O hino antes do jogo começar, o “venceremos venceremos”, o “Mágico Porto”, os cânticos aos jogadores, treinador e ao nosso grande presidente foram momentos para não mais esquecer enquanto adepto. Momentos emocionantes como o apito final do espanhol Carlos Velasco Carballo, guardaremos para sempre no nosso coração. Lágrimas no rosto, saltos e gritos de alegrias, enquanto víamos os jogadores fazer o mesmo em pleno relvado. O momento em que a taça é elevada aos céus foi o auge da deslocação: missão cumprida. Era hora de festejar, mais do que merecido. Os heróis deram a volta ao relvado e quando passaram junto da bancada onde estava situado o Colectivo e os Super Dragões foi o delírio total. Os jogadores cantaram connosco efusivamente. Sapunaru, o grande Sapunaru, merece o devido reconhecimento da minha parte. Este romeno incorporou a mística do FC Porto e é um orgulho vê-lo a defender o nosso clube. Renovem dez anos com ele que fico feliz, vale muito mais do que demonstra em campo. E para o ano um grupo na curva sul do Dragão vai ter um estandarte dele, o que é mais que justo por aquilo que ele representa. Mais de uma hora depois do jogo ter terminado saímos do Aviva Stadium, radiantes pelo feito alcançado.
A entoar o nome do nosso clube, pelas ruas fora, regressámos a Temple Bar! Como só tínhamos avião às 6h35 da manhã, a noite foi dedicada aos festejos. Com a camisola do Falcao virada ao contrário, com o nome para a frente, entrei nos pub’s irlandeses, eufórico. A Guinness era imprescindível e fazia parte das comemorações. Num deles, os Dragões tiveram direito a dedicatória e até passaram nas colunas “We are the champions!”, que foi entoado por todos nós, momento que me tocou bastante e que também jamais esquecerei.
Até às 3h30 da manhã o cenário era este, altura em que regressámos de táxi ao aeroporto, que se situa no norte da cidade. Lá estavam acampados em todos os cantos adeptos do FC Porto, e nem o parque infantil resistiu e até os escorregas foram utilizados como dormitórios. É por isto que passamos, para apoiar a nossa paixão! Ia amanhecendo, os nossos iam partindo de regresso a casa, pelos mais variados percursos. À nossa hora lá embarcámos… rumo a Edimburgo! Chegámos à Escócia nem uma hora depois e a temperatura continuava baixa, como é característico. Três horas de espera pelo próximo voo, que se tornaram rapidamente em três horas aterrados nos bancos do aeroporto, aquela já era a terceira noite mal dormida. Ao final da manhã embarcámos novamente e desta vez até… Bordéus! Chegámos à cidade francesa pela hora de almoço e logo no clima que encontrámos, vimos que já estávamos bem mais próximos de casa. Mais um par de horas à espera, onde aproveitámos para dar ao dente. A hora do último voo lá chegou, voo esse que nos conduziu de volta à “mui nobre, sempre leal e invicta cidade do Porto”!
Sob cânticos festivos aterrámos na nossa cidade às 17h15 de quinta-feira, meia hora antes dos campeões da Liga Europa. Esperámos por eles como não podia deixar de ser, e como se não bastasse… ainda tivemos forças para ir à Avenida dos Aliados onde milhares e milhares saudaram a nossa equipa e a taça! Uma festa que me fez recordar a muitas e muitas outras onde estive presente, desde miúdo. Destaco nesta, a “tochada” monumental feita pelos SD, à passagem do autocarro.
Regresso a casa à hora do jantar, orgulhoso do clube do nosso coração. Que extraordinária deslocação! Para o ano há mais!
“O Rei vai nú, vai com seis no c*!”
Domingo, dia 22 de Maio, quatro dias depois da grande conquista de Dublin, lá fomos nós para mais um jogo, o último deste ano, deste ano inesquecível a todos os níveis. A melhor época de sempre do nosso clube terminou no Jamor com uma vitória gorda por 6-2 sobre os espanhóis e a conquista de mais um caneco, o quarto este ano. Quarto ano consecutivo com ida ao Jamor, terceira taça de Portugal ganha nos últimos três anos, e mais uma vez dissemos “presente”. Onde joga o Porto, nós estamos lá! E depois da olímpica volta à Europa durante a semana, não foram mais 600 km, nem um estádio sem as mínimas condições, que nos impediram de lá comparecer. E eu que sou um defensor da final no estádio do Jamor, gosto daquele ambiente que o rodeia, mas tenho que dar plena razão a quem faz críticas, pois o que presenciei no Domingo, não é admissível num estádio de futebol. Jamor: zero de condições.
Ainda mal recuperámos do desgaste a meio da semana e Domingo, às 9h00, estamos no Dragão prontinhos para partir. Dragões pela A1, vitorianos pela A29, evitando assim qualquer tipo de contacto. A viagem decorreu sem qualquer tipo de problemas, envolta sim num grande espírito de apoio ao FC Porto, como já é costume. Com as habituais paragens ao longo do caminho, eram quase 13 horas quando estacionámos no P1. Montámos o banquete e desfrutámos de mais um belo convívio entre todos, o último este ano no que diz respeito ao futebol. Os bilhetes esgotaram tanto no Porto como em Guimarães, e previa-se praticamente igualdade em número de adeptos, o que se veio a verificar.
Uma hora e meia antes do jogo principiar, encaminhámo-nos para as portas do estádio. E aqui começam a brincar com os adeptos. Debaixo de um calor abrasador e com centenas de pessoas para entrar, só deixam passar para as revistas três ou quatro pessoas de cada vez, por entre um espacinho que não tinha mais de um metro de largura. Revistas e mais revistas aos “animais do Norte” e lá entrámos para bancada. Aquela curva sul, linda, vestida de azul, deu a primeira demonstração da sua força à entrada das equipas em campo. Juntamente com as duas faixas gigantes “Super Dragões 1986” e “Armada azul e branca”, foi estendido o pano gigante “12”. Na curva norte, ocupada inteiramente pelos vitorianos, muito material presente também e onde destaco uma enorme tarja preta que dizia “Honrem o símbolo que está gravado na nossa eterna camisola.” Até ao 3-2 de Rolando o apoio foi dividido e bom de parte a parte, mas a partir daí só deu Porto, naturalmente. Os ultras do Porto estiveram incansáveis mais uma vez e abafaram por completo as gentes de Guimarães. Ao intervalo já goleávamos e a segunda parte foi de confirmação, para a equipa portuguesa com mais títulos no futebol sénior.
Já que falei em intervalo, não podia deixar passar em branco, acho inadmissível que as casas de banho não sejam suficientes para tanta gente e tenham de montar daquelas de plástico sem qualquer tipo de higiene, acho inadmissível que uma pessoa demore 10 minutos a subir a escadaria toda até ao bar, de tão estreitinho que aquilo é, e acho inadmissível que esgote a água nos bares do estádio!!! Sim, ao intervalo deixou de haver água para vender, com temperaturas a ultrapassarem os 30 graus e com crianças e idosos ali sujeitos à exposição solar!!! Isto criou uma revolta nos adeptos, com a polícia a ter que intervir junto de algumas barracas, mas de nada valeu como é óbvio. Calor abrasador e água… nem vê-la!
No final do jogo mais uma taça conquistada, a 16ª do nosso palmarés, e o culminar de uma época de sonho, que não sei se algum dia voltarei a ter o prazer de viver algo assim. Sinto-me orgulhoso por ter estado lá, ao lado dos meus, jogo após jogo, semana após semana. Regressámos à Invicta em clima de festa como é previsível, onde chegámos quase à 1 hora da madrugada, e desengane-se quem pensa que a época terminou. Terminou o futebol, mas ainda temos mais títulos a conquistar, nomeadamente no hóquei em patins (sábado todos a Barcelos!!!) e no basquetebol (todos ao Caixa hoje à noite!!!)
PORTO SEMPRE!
Um abraço ultra.
A viagem já estava marcada há algum tempo, e o dia da partida demorava em chegar. Neste tipo de deslocações vários factores têm que ser tomados em conta, obviamente. Atendendo principalmente ao factor monetário, eu e mais seis amigos decidimos viajar numa companhia low-cost, efectuando duas escalas na ida e mais duas na viagem de volta.
Terça-feira dia 17 de Maio era finalmente o dia em que começava a nossa grande deslocação! Com poucas horas de sono, muito devido ao entusiasmo que já se apoderava de nós, às 4h30 da manhã saltámos dos aposentos e pouco mais de meia hora depois encontrámo-nos para seguir viagem até ao aeroporto. Na bagagem levávamos, para além do material de apoio ao nosso clube, uma grande fé na conquista desta Liga Europa. Estávamos prontos para iniciar a grande viagem, que tinha como objectivo principal arrecadar o caneco que estava em Dublin à nossa espera! Um grupo de Dragões chegou ao aeroporto Francisco Sá Carneiro ao primeiro raiar do sol, e embarcou às 6h30 para Madrid. Lá chegados, por volta das 9 horas locais, houve tempo para uma visita ao centro da cidade. Avistámos muitos portistas, mas também alguns bracarenses, que fizeram o mesmo percurso que nós. Nunca tinha estado na capital espanhola, daí aproveitar todos os minutos para conhecer um pouco o centro da cidade. Das Portas del Sol à Plaza Mayor e da Praça de Espanha ao tradicional mercado, sempre com o cachecol do FC Porto em punho. Grande passeio pela manhã, debaixo de um sol radiante, que culminou com um belo almoço. Mais umas voltas e dirigimo-nos novamente para o metro, que nos guiou até ao aeroporto. Durante o percurso éramos o centro das atenções, se muitos sabiam para onde íamos, outros perguntavam-nos mesmo que jogo ia haver.
Avião a meio da tarde levou-nos até Londres! E que diferença de temperatura, um vento desconfortável fez-se sentir logo ao calcar o solo inglês. Ali, no aeroporto de Stansted já eram muitos os cachecóis e camisolas do FC Porto, que seguiriam todos o mesmo destino: Dublin!
Às 20h15 entrámos no avião para a última viagem do dia, aquela que nos levaria finalmente à capital da República da Irlanda. E lá aterrámos às 21h30, a cantar bem alto “venceremos, venceremos, venceremos outra vez…” Temperatura baixa aquela hora, numa cidade que tal como descrevem e bem, consegue ter as quatro estações do ano, em apenas 24 horas. Saem os Dragões do aeroporto de Dublin e damos de caras com umas camionetas que nos transportavam para o centro da cidade… a troco de sete euros! Optámos então por ir de táxi. Taxista extremamente simpático foi durante todo o percurso, de cerca de 20 minutos, a explicar-nos a logística toda da cidade e do país, inclusive nos ofereceu um mapa para nos guiarmos. Esclareceu-nos algumas dúvidas e deu-nos conselhos. Deixou-nos à porta do hostel que tínhamos reservado previamente, e disse-nos que o centro da cidade está relativamente próximo de tudo, dai não precisarmos de transportes para nos deslocarmos, a não ser quando tivéssemos que regressar ao aeroporto para ir embora. Aí estamos nós, em Temple Bar!!! Uma zona lindíssima, onde vigora o comércio, muitos pub’s e também restaurantes. O estilo assemelha-se à Rua de Santa Catarina, na baixa portuense. Tempo então de entrar no hostel onde ficaríamos instalados, para pousar a bagagem, descansar uns minutos e trincar qualquer coisa. Eram 22h30 mais ou menos quando saímos para a noite de Dublin, e que noite! Não me vou esquecer daquela terça-feira à noite. Portistas e mais portistas invadiram as ruas, os pub’s, e faziam-se ouvir bem alto. Trocávamos conversa com amigos que lá encontrámos e mostrávamos a força do Dragão! Sabíamos que a maioria dos adeptos só iria aparecer na quarta-feira de manhã, mas foi indescritível o que se viveu na noite da véspera do jogo naquela cidade. Gritos e saltos pelas ruas, fazia a população local ficar especada em nós. Isto a pouco menos de 24 horas do jogo.
Um dos momentos bonitos da noite aconteceu no local onde jantámos, quando conhecemos dois ultras da Sampdória de Itália! Estivemos à conversa durante algum tempo e um deles fez questão de me oferecer um cachecol. Dois grandes ultras que se deslocaram de Génova a Dublin apenas pela amizade que têm com os Super Dragões e o Colectivo. Levavam muito material para trocar com os nossos dois grupos organizados. Merecedor de registo este gesto por parte daqueles dois indivíduos, e escusado será dizer que trocámos os contactos e tirámos fotos em conjunto, com bandeiras de apoio ao Porto e à Sampdória! Pena é que a comunicação social, por exemplo, nunca noticie uma coisa destas, preferindo destacar sempre os confrontos entre adeptos e com a polícia. A amizade ultra, ainda para mais quando são dois grupos de países diferentes, é sempre aprazível. Estes nossos dois amigos andaram connosco o resto da noite e puxaram tanto pelo Porto como nós. Confraternizámos também com muitos adeptos do Liverpool, do Manchester City, do West Ham, do Celtic de Glasgow, do Brondby e até do PSV Eindhoven. Os holandeses torciam por nós categoricamente, pois foram eliminados pelos lampiões. Despiques de cânticos nos pub’s, viveu-se uma autêntica festa, como podem imaginar! Foi das melhores deslocações que já vivi.
O dia seguinte amanheceu friorento, mas há medida que os Dragões iam chegando, foi aquecendo significativamente. Tomámos o pequeno-almoço e saiamos à rua, para conhecer mais um pouco a cidade. Malta azul e branca por todo o lado mas também muitos bracarenses já se viam. Almoçámos em conjunto com mais elementos do nosso grupo, que chegaram apenas na quarta-feira, e ficámos a estagiar em Temple Bar até meio da tarde, uma vez que segundo constou, a “fan zone” que nos era destinada não era lá grande coisa. Comprámos algumas recordações e por volta das 16h iniciámos o percurso até ao Aviva Stadium, a pé, numa autêntica rumaria que demorou 45 minutos, aproximadamente. Nas redondezas do estádio o ambiente já era de jogo, e o nervosismo começava a apertar. Entrámos cerca de uma hora antes: era ali que sonhávamos estar desde o início do ano! As nossas claques ficaram no anel superior da bancada atrás da baliza. Do outro lado só havia um sector em baixo. Os Red Boys e Bracara Legion ficaram na parte superior de uma bancada central. Bastantes mais portistas do que bracarenses, sem dúvida, aponto entre 15 a 20 mil azuis e 4 a 5 mil vermelhos. Há medida que a hora se aproximava o estádio ia enchendo. Nos sectores das claques ia-se montando material, montar bandeiras pendurar faixas e preparar a coreografia. Durante o aquecimento os cânticos começaram a ser ensaiados e à entrada das equipas, coreografias de um lado e do outro. No sector dos ultras do Porto dois panos gigantes estendidos, um com o emblema do FC Porto e o outro com o “12”.
Excelente apoio durante todo o jogo, digno de uma final europeia e de uns grandes adeptos. Do lado do Braga, fizeram-se ouvir ainda algumas vezes, com mais incidência na primeira parte. O hino antes do jogo começar, o “venceremos venceremos”, o “Mágico Porto”, os cânticos aos jogadores, treinador e ao nosso grande presidente foram momentos para não mais esquecer enquanto adepto. Momentos emocionantes como o apito final do espanhol Carlos Velasco Carballo, guardaremos para sempre no nosso coração. Lágrimas no rosto, saltos e gritos de alegrias, enquanto víamos os jogadores fazer o mesmo em pleno relvado. O momento em que a taça é elevada aos céus foi o auge da deslocação: missão cumprida. Era hora de festejar, mais do que merecido. Os heróis deram a volta ao relvado e quando passaram junto da bancada onde estava situado o Colectivo e os Super Dragões foi o delírio total. Os jogadores cantaram connosco efusivamente. Sapunaru, o grande Sapunaru, merece o devido reconhecimento da minha parte. Este romeno incorporou a mística do FC Porto e é um orgulho vê-lo a defender o nosso clube. Renovem dez anos com ele que fico feliz, vale muito mais do que demonstra em campo. E para o ano um grupo na curva sul do Dragão vai ter um estandarte dele, o que é mais que justo por aquilo que ele representa. Mais de uma hora depois do jogo ter terminado saímos do Aviva Stadium, radiantes pelo feito alcançado.
A entoar o nome do nosso clube, pelas ruas fora, regressámos a Temple Bar! Como só tínhamos avião às 6h35 da manhã, a noite foi dedicada aos festejos. Com a camisola do Falcao virada ao contrário, com o nome para a frente, entrei nos pub’s irlandeses, eufórico. A Guinness era imprescindível e fazia parte das comemorações. Num deles, os Dragões tiveram direito a dedicatória e até passaram nas colunas “We are the champions!”, que foi entoado por todos nós, momento que me tocou bastante e que também jamais esquecerei.
Até às 3h30 da manhã o cenário era este, altura em que regressámos de táxi ao aeroporto, que se situa no norte da cidade. Lá estavam acampados em todos os cantos adeptos do FC Porto, e nem o parque infantil resistiu e até os escorregas foram utilizados como dormitórios. É por isto que passamos, para apoiar a nossa paixão! Ia amanhecendo, os nossos iam partindo de regresso a casa, pelos mais variados percursos. À nossa hora lá embarcámos… rumo a Edimburgo! Chegámos à Escócia nem uma hora depois e a temperatura continuava baixa, como é característico. Três horas de espera pelo próximo voo, que se tornaram rapidamente em três horas aterrados nos bancos do aeroporto, aquela já era a terceira noite mal dormida. Ao final da manhã embarcámos novamente e desta vez até… Bordéus! Chegámos à cidade francesa pela hora de almoço e logo no clima que encontrámos, vimos que já estávamos bem mais próximos de casa. Mais um par de horas à espera, onde aproveitámos para dar ao dente. A hora do último voo lá chegou, voo esse que nos conduziu de volta à “mui nobre, sempre leal e invicta cidade do Porto”!
Sob cânticos festivos aterrámos na nossa cidade às 17h15 de quinta-feira, meia hora antes dos campeões da Liga Europa. Esperámos por eles como não podia deixar de ser, e como se não bastasse… ainda tivemos forças para ir à Avenida dos Aliados onde milhares e milhares saudaram a nossa equipa e a taça! Uma festa que me fez recordar a muitas e muitas outras onde estive presente, desde miúdo. Destaco nesta, a “tochada” monumental feita pelos SD, à passagem do autocarro.
Regresso a casa à hora do jantar, orgulhoso do clube do nosso coração. Que extraordinária deslocação! Para o ano há mais!
“O Rei vai nú, vai com seis no c*!”
Domingo, dia 22 de Maio, quatro dias depois da grande conquista de Dublin, lá fomos nós para mais um jogo, o último deste ano, deste ano inesquecível a todos os níveis. A melhor época de sempre do nosso clube terminou no Jamor com uma vitória gorda por 6-2 sobre os espanhóis e a conquista de mais um caneco, o quarto este ano. Quarto ano consecutivo com ida ao Jamor, terceira taça de Portugal ganha nos últimos três anos, e mais uma vez dissemos “presente”. Onde joga o Porto, nós estamos lá! E depois da olímpica volta à Europa durante a semana, não foram mais 600 km, nem um estádio sem as mínimas condições, que nos impediram de lá comparecer. E eu que sou um defensor da final no estádio do Jamor, gosto daquele ambiente que o rodeia, mas tenho que dar plena razão a quem faz críticas, pois o que presenciei no Domingo, não é admissível num estádio de futebol. Jamor: zero de condições.
Ainda mal recuperámos do desgaste a meio da semana e Domingo, às 9h00, estamos no Dragão prontinhos para partir. Dragões pela A1, vitorianos pela A29, evitando assim qualquer tipo de contacto. A viagem decorreu sem qualquer tipo de problemas, envolta sim num grande espírito de apoio ao FC Porto, como já é costume. Com as habituais paragens ao longo do caminho, eram quase 13 horas quando estacionámos no P1. Montámos o banquete e desfrutámos de mais um belo convívio entre todos, o último este ano no que diz respeito ao futebol. Os bilhetes esgotaram tanto no Porto como em Guimarães, e previa-se praticamente igualdade em número de adeptos, o que se veio a verificar.
Uma hora e meia antes do jogo principiar, encaminhámo-nos para as portas do estádio. E aqui começam a brincar com os adeptos. Debaixo de um calor abrasador e com centenas de pessoas para entrar, só deixam passar para as revistas três ou quatro pessoas de cada vez, por entre um espacinho que não tinha mais de um metro de largura. Revistas e mais revistas aos “animais do Norte” e lá entrámos para bancada. Aquela curva sul, linda, vestida de azul, deu a primeira demonstração da sua força à entrada das equipas em campo. Juntamente com as duas faixas gigantes “Super Dragões 1986” e “Armada azul e branca”, foi estendido o pano gigante “12”. Na curva norte, ocupada inteiramente pelos vitorianos, muito material presente também e onde destaco uma enorme tarja preta que dizia “Honrem o símbolo que está gravado na nossa eterna camisola.” Até ao 3-2 de Rolando o apoio foi dividido e bom de parte a parte, mas a partir daí só deu Porto, naturalmente. Os ultras do Porto estiveram incansáveis mais uma vez e abafaram por completo as gentes de Guimarães. Ao intervalo já goleávamos e a segunda parte foi de confirmação, para a equipa portuguesa com mais títulos no futebol sénior.
Já que falei em intervalo, não podia deixar passar em branco, acho inadmissível que as casas de banho não sejam suficientes para tanta gente e tenham de montar daquelas de plástico sem qualquer tipo de higiene, acho inadmissível que uma pessoa demore 10 minutos a subir a escadaria toda até ao bar, de tão estreitinho que aquilo é, e acho inadmissível que esgote a água nos bares do estádio!!! Sim, ao intervalo deixou de haver água para vender, com temperaturas a ultrapassarem os 30 graus e com crianças e idosos ali sujeitos à exposição solar!!! Isto criou uma revolta nos adeptos, com a polícia a ter que intervir junto de algumas barracas, mas de nada valeu como é óbvio. Calor abrasador e água… nem vê-la!
No final do jogo mais uma taça conquistada, a 16ª do nosso palmarés, e o culminar de uma época de sonho, que não sei se algum dia voltarei a ter o prazer de viver algo assim. Sinto-me orgulhoso por ter estado lá, ao lado dos meus, jogo após jogo, semana após semana. Regressámos à Invicta em clima de festa como é previsível, onde chegámos quase à 1 hora da madrugada, e desengane-se quem pensa que a época terminou. Terminou o futebol, mas ainda temos mais títulos a conquistar, nomeadamente no hóquei em patins (sábado todos a Barcelos!!!) e no basquetebol (todos ao Caixa hoje à noite!!!)
PORTO SEMPRE!
Um abraço ultra.
Muito bonito, lindo!
ResponderEliminarParabéns, tripeiro.
Abraço.
Grandes adeptos, sem dúvida.
ResponderEliminarMuitos parabéns
Abraço
Grande saga, um exemplo...
ResponderEliminarTudo vale a pena pelo nosso Clube.
Com esta juventude, o futuro do Clube está assegurado.
Aqui fica o link do FotoS Da Curva, site que foi renovado por estes dias:
ResponderEliminarhttp://www.fotosdacurva.com/
Conta com fotos das deslocações a Dublin e ao Jamor, das nossas claques e também das do SCB e VSC.
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Hoje à noite, TODOS ao Caixa!!
Isto dava um livro Tripeiro.
ResponderEliminarParabéns!
Duas grandes deslocações, dois jogos de emoções fortes, onde o apoio foi compensado com mais duas conquistas.
ResponderEliminarPELO PORTO TUDO!