05 outubro, 2011

We Shall Never Surrender

http://bibo-porto-carago.blogspot.com/


Já aqui fiz comparações entre o nosso clube e as fantásticas histórias de René Goscinny, o criador do Asterix. Já aqui fiz comparações entre a máquina da propaganda benfiqueira e máquina da propaganda Nazi. Cheguei mesmo a estabelecer comparações entre algumas personagens da comunicação social (comentadeiros, paineleiros e freteiros) e o ex-KGB, Iúri Andropov. Já elogiei muitas vezes o nosso Presidente, mas nunca o comparei a ninguém que tivesse enfrentado inimigos tão poderosos e com tão poucos recursos, e mesmo assim, dar a volta em momentos tão adversos.

Sendo eu um fanático da Segunda Guerra Mundial, só me fica mal!

A Segunda Grande Guerra não fica marcada só por personagens maquiavélicas, com tiques megalómanos de grandeza que achavam que à força e com a sua propaganda iriam longe. Bom, o facto é que foram conseguindo, como se de uma rota pré calculada se tratasse. Invadiram a Polónia, e em pouco tempo, já existiam mais Nazis na Polónia do que na Alemanha. Se observarem bem, quantos parolos não saem daqui do Norte para ir ver o seu clube, e chegados lá abaixo, começam a cantar: “cheira bem, cheira a Lisboa…”.

Depois, tiveram logo o apoio dos países Nórdicos. Aqui, nem sequer houve invasão. Houve um convite para estacionarem a Frota Naval e serem um ponto de reabastecimento. Por acaso, isto faz-me lembrar o Vitória de Guimarães e o Boavista, com os empréstimos do estádio para o clube do regime treinar. Depois, na Holanda e Bélgica, foi outro passeio, e a acabar em França e a sua grande defesa do faz de conta, chamada linha Maginot, apesar de alguma resistência. No final, toda aquela resistência, foi apenas para manter aparências e cargos políticos. A esta, eu posso perfeitamente colar à lagartada que todo o ódio que dizem ter pelo clube vizinho, no final, nada como um almoço para manter cargos na Federação e ajudar a limpar o FC Porto, aliás, como sempre foram as suas intenções, embora muito Portista com falta de memória se esqueça disto. Mesmo assim, na França, Holanda, Bélgica, Polónia e nos Países Nórdicos, ficou muita gente com muita vontade de combater o Império Nazi, e por isso, foi criando uma resistência que ao longo do tempo, foi causando estragos no Império. A estes, facilmente posso colá-los à história de muitos Portista espalhados por este país fora que não vão na cantiga dos jornais e TV's.

Até que o ranhoso Imperialista decidiu meter-se com a Grã-Bretanha. Era um local geoestratégico. Pensava ele que eram favas-contadas e que seria como uma França, mas encontrou alguém que além de um Líder nato, não se deixava vencer, não baixava os braços e inspirava os seus poucos homens e recursos a lutarem por aquilo que acreditavam, sem hesitações, sem medos, com garra e prontos para defrontar o poderoso inimigo, mesmo em menor número e com menos armamento. Falo de Winston Churchill.

Churchill, tem um curriculum muito parecido ao do nosso grande Presidente, embora o nosso Presidente seja muito melhor, mas ambos têm um sentido de humor, mesmo nas horas más, fora de série. Deixo-vos com algumas das tiradas de Churchill... e Pinto da Costa:
Churchill: Um fotógrafo foi tirar o retrato no dia em Churchill fazia 80 anos. Numa tentativa de ficar bem, o jovem fotógrafo disse-lhe que gostaria de estar ali outra vez na mesma função, quando Churchill fizesse 90 anos. Ao que Churchill respondeu: “não vejo porque não, você parece-me bem saudável…”.

Pinto da Costa: Numa famosa entrevista com José Eduardo Moniz à RTP, quando questionado sobre um possível clima de terror e agressões a jornalista nas Antas por parte do nosso clube, onde chegou mesmo a dizer os nomes de 20 jornalistas supostamente agredidos, com Pinto da Costa a corresponder com a seguinte tirada: “Bom, com tanto ferido, é melhor abrir um hospital nas Antas. É capaz de ser um excelente negócio…”.

Churchill: Num jantar de estado, uma amiga pessoal de Churchill, Nancy Astor, a primeira mulher eleita para o parlamento, acaba uma acesa discussão com Churchill, dizendo: “Se eu fosse sua Esposa, colocava veneno no seu chá…”, ao que Churchill responde: “Se eu fosse seu Marido, eu tomava…”.

Pinto da Costa: Rezam as crónicas que num jantar de gala do FC Porto, o nosso Presidente convidou um conhecido jornalista, um autêntico ranhoso de seu nome, Marinho (se não estou enganado). Estávamos a falar de um anti-Portista nato com um ódio visceral ao nosso Presidente, mas como não é muito inteligente, não só aceitou o convite, como teve a coragem de comparecer. Quando chegou, deparou-se com a única mesa rectangular na sala, e ainda por cima, com o lugar virado para a parede. Digam lá que isto não é de mestre.
Mas não só de humor é que estes dois lideres têm parecenças. Churchill cumpriu o seu serviço militar e esteve envolvido directamente na Primeira Grande Guerra como político, por isso, tinha outro traquejo em momentos difíceis, tal como o nosso Presidente, que esteve em diferentes secções do clube como boxe e hóquei, e mais tarde, director do FC Porto, onde ficou a conhecer o clube por dentro e o as suas necessidades, bem como saber até onde poderíamos ir.

Ambos tiveram problemas no início. Pinto da Costa e Pedroto abandonaram o clube por acharem que aquela não era a direcção certa para nos levar ao sucesso, tal como Churchill esteve exilado depois de alguns problemas com o seu partido que perdeu as eleições pós Primeira Grande Guerra. Ambos voltaram mais fortes como nunca e a ocupar cargos de chefia, onde só um grande líder e com muita coragem, é que tomava conta do recado.

FC Porto estava na penúria quando Pinto da Costa chegou. Um clube manso, sem ambição e demasiado simpático, sem dinheiro e sem forças para lutar com muita gente agarrado ao lugar, tal como a Inglaterra estava à beira de uma guerra que pela estatística, não duraria mais de 6 dias.

Ambos recusaram sentar-se com o inimigo e trataram-no como um inimigo merece, mostrando aos nossos o que eles são. Pinto da Costa tem um discurso motivador e de mudança no antigo Pavilhão Américo de Sá contra o governo e contra os clubes inimigos, chegando mesmo a dizer que se houvesse uma bomba naquele pavilhão, ela que explodisse,logo depois de uma chamada anónima para a GNR para acabar com a Assembleia Geral. Ali, batemos o pé.



Churchill, por seu lado, ao recusar o armistício com a Alemanha, lança o discurso que ficou conhecido como This was their finest hour, onde avisava que esperava uma Guerra e que não se deixaria esmorecer.

Numa das alturas mais complicadas da história do nosso clube, o nosso Presidente teve a coragem de assumir a Presidência do nosso clube, dizendo que com trabalho, dedicação, paixão e rigor nos levaria ao sucesso. Enfrentou uma autêntica revolução de sócios que queriam e pediam sangue a todos os minutos. Um homem de coragem!

Churchill, num dos seus discursos, dizia que pouco tinha para oferecer ao seu povo senão Sangue, Trabalho, Lágrimas e Suor, depois de um bombardeamento à cidade de Londres que levou a moral dos Britânicos quase ao zero. Um homem de coragem!

Pinto da Costa noutro momento delicado na história do clube, o apito dourado, acaba por fazer um discurso de luta, raça e coração contra todo o mal que estavam a fazer, e ao mesmo tempo, tranquilizando os críticos do nosso clube, dizendo que iria lutar até ao fim contra tudo e contra todos. Este discurso foi feito num jantar de uma casa do FC Porto. Um homem sem medo!

Churchill tem este discurso num dos momentos cruciais da história: “… we shall fight in France, we shall fight on the seas and oceans, we shall fight with growing confidence and growing strength in the air, we shall defend our island, whatever the cost may be, we shall fight on the beaches, we shall fight on the landing grounds, we shall fight in the fields and in the streets, we shall fight in the hills; we shall never surrender”. Mesmo contra a maior armada que o mundo já conheceu, um homem sem medo!

Como podem, ver são duas personagens muito parecidas, onde dá para ver o que é um líder nato, que nunca se esconde. É de gente com esta fibra que precisamos para enfrentar dias mais complicados e no final, conseguir a vitória.

Em Coimbra, e fazendo ouvidos de mercador, colocou-se ao lado do treinador, ao lado da equipa e deu o seu voto de confiança, sanou os problemas, e acima de tudo, mostrou como se gere um clube, com menos palavras e mais trabalho.

Em Coimbra, vi outra vez união e raça. Isto deve-se a muita gente, como é claro, também ao treinador, mas muito desta forma de ser do clube, vem da forma como Presidente sempre geriu o clube. Um clube que pode tropeçar, mas rapidamente se sabe levantar e continuar a lutar por aquilo a que se propõe.

O que o nosso Presidente nos tem ensinado, é que temos de remar todos para o mesmo lado e apoiar apenas e só o FC Porto. Por alguma coisa, tem muito significado o “SOMOS PORTO” e que por mais que nos façam, jamais nos renderemos.

Um abraço Tripeiro e muito... Muito Portista.

15 comentários:

  1. @ Antas

    quem escreve assim, não é gago ;)

    abraço
    Miguel


    somos Porto!, car@go!

    «este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!

    saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todos vós! ;)

    Miguel | Tomo II

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  2. Óptimo texto
    força porto

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  3. Saudações DesPortistas a todos e um forte abraço de solidariedade ao Nosso Amigo que nos enche de orgulho e confiança,obg.:)

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  4. Gosto da analogia de Churchill com Pinto da Costa. E, perante o post, não é preciso dizer por que razão.

    Naquele discurso admirável em 1 de Março de 1994, Pinto da Costa atirou: “…Há uma coisa que daqui nunca levarão, …do FC Porto jamais levarão: a DIGNIDADE!”

    Sempre e sempre diremos ao novo centralismo da capital, aos demagogos sulistas, aos calabotes do século XXI, aos pasquins de Lisboa, aos arregimentados do berço e dos quadrados a preto e branco, aos calimeros traiçoeiros: não nos vergamos, não entregamos a nossa DIGNIDADE, VENCEREMOS.

    Parabéns pelo magnífico post.
    Um abraço.
    BIBÓ PORTO!

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  5. Muito bem e muito bom, Antas. Um magnífico texto, como sempre nos habituas. É sempre bom reavivar a memória dos nossos adeptos mais distráidos, que não entendem nem valorizam a luta necessária que por nós foi e é constantemente travada, que nos permitiu atingir e mantermo-nos neste patamar onde nos encontramos. As nossas lutas diárias, as nossas conquistas, não são obras de "decretos-lei" impostos, nem são dadas como adquiridas, e sim, envolvem uma capacidade de superação, de não resignação e de entrega assombrosa. É esta a nossa sina, a nossa luta para fazer face à prepotência e arrogância da corja da capital do império falido e de todos os seus seguidores.

    Abraço

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  6. Grande Antas!
    Depois deste magnífico post, acrescentar alguma coisa é correr o risco de estragar.

    Um abraço

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  7. Apesar de extenso,vale bem a pena ler este post e a analogia com o Winston Churchill, está muito bem conseguida!Parabéns ao autor e Viva o FC Porto!

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  8. Nem mais DVP, simplesmente genial.

    VIVA O FUTEBOL CLUBE DO PORTO

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  9. Também não vou estragar.
    EXCELENTE


    mfonte

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  10. O teu melhor post de sempre.

    Nada mais tenho a dizer.

    abraço

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  11. Que orgulho defender o FC PORTO ao lado do ANTAS.

    Abraço

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  12. ó pá, fdx, alguém lembrou-se te de oferecer uma assinatura das selecções readers digest, com uma oferta de boas-vindas do livro da 2ª guerra mundial e agora, tu, armado em frei josé hermano saraiva, só falas nomes de gente quase impronunciável... deves ter a mania que viraste agora doutor com o livro das selecções debaixo do braço ou o cara*** ;)

    fRED, sem sombras de dúvidas, entre muitos e tantos d'eleição, este é, quanto a mim, o teu post dos post's!!!

    pARABÉNS... tás em GRANDE... e és ENORME!!!

    aBRAÇO

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  13. Pá...vai pró carvalho ó Antas! Estás em linha com tudo o que sempre pensei , eu que também sou um fanatico da II. Não estiveste bem, estiveste INCRIVEL.

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  14. Olhem já agora, é da mais elementar justiça complementar a citação do nosso Antas, com o video da entrevista em que o Presidente fala do Hospital. Vejam os jornalistas "feridos". Venia ao Lusitania, claro. http://www.youtube.com/watch?v=5shglDivLWs&NR=1

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  15. A analogia está fantástica.

    Como diz o Rogério, é sempre bom reavivar a memória dos adeptos mais distraídos e, acima de tudo, mantermos-nos unidos e vigilantes.

    Parabéns pelo post, Antas.

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