Inspiração sem transpiração não existe!

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AAC Académica 3-0 FC Porto

Taça de Portugal 2011/12, IV eliminatória
19 de Novembro de 2011
Estádio Municipal de Coimbra

Árbitro: Bruno Paixão (Setúbal).
Assistentes: António Godinho e Nuno Conceição.

ACADÉMICA: Ricardo; João Dias, Berger, João Real e Hélder Cabral; Pape Sow; Adrien e Diogo Melo; Marinho, Éder e Sissoko.
Substituições: Marinho por Diogo Valente (73m); Diogo Melo por Júlio César (77m), Éder por Fábio Luís (90+1m).
Não utilizados: Peiser, Cédric, Nivaldo e Hugo Morais.
Treinador: Pedro Emanuel.

FC PORTO: Bracali; Maicon, Rolando, Otamendi e Álvaro Pereira; Fernando; Moutinho e Belluschi; Hulk, Walter e Varela.
Substituições: Belluschi por James Rodriguez (59m), Varela por Kléber (68m), João Moutinho por Defour (68m).
Não utilizados: Helton, Mangala, Souza e Djalma.
Treinador: Vítor Pereira.

Ao intervalo: 0-0

Golos: Marinho 64m; Adrien Silva 81m; Diogo Valente 89m

A crónica do jogo de hoje não foi escrita por nenhum dos nossos dois analistas, por impossibilidade dos dois. O meu nome é João Teles e sou também eu Portista e estava esperançado que à imagem da mudança de cronista, a imagem da equipa mudasse também a partir de hoje…

Ao longo do jogo fui tirando notas sobre o que se ia passando, e podia escrever imenso sobre o que se passou ao longo de todo o jogo, mas penso que os erros foram tantos que ia ser exaustivo demais.

Dos jogos que tenho visto do Porto esta época, parece-me que o principal problema da equipa está na intensidade e ritmo que imprime em todos os movimentos que faz. Jogar contra equipas que conseguem fechar bem os espaços, como acontece com a maioria das equipas hoje em dia em Portugal, se a circulação não for feita com intensidade torna difícil a progressão da bola.

Este jogo foi um espelho daquilo que acabei de falar, pouca intensidade e jogadores parados. No inicio da 1ª parte o Porto até conseguiu contornar este problema, com Walter a baixar muitas vezes a dar apoios e a jogar com os médios, conseguindo com esta situação resolver uma parte do problema, porque os médios recebiam a bola de frente para o jogo, mas após ultrapassado este problema surgia outro que era como progredir no campo sem a tal mobilidade dos avançados e pouco envolvimento dos laterais?! Assim se passou a primeira parte com jogadores parados e o Porto com muita bola, mas sem saber o que fazer com ela (ou a saber e a não conseguir?). Fruto disto é a estatística da 1ª parte em que o Porto conseguiu ir para o balneário sem conseguir fazer um único remate.

No início da 2ª parte o Porto veio um pouco diferente e parecia que ia mudar o rumo dos acontecimentos, e a confirmar isso está a boa jogada de envolvimento logo aos 48’ entre Hulk, Walter e Maicon (mobilidade e envolvimento do lateral! Porque não mais vezes?!). Mas a par desta nova mobilidade dos azuis e brancos, veio também a inteligência da Académica que soube explorar e muito bem o espaço deixado nas costas da defesa portista. Até aos 64’ (1º golo da Académica) o Porto conseguiu estar por cima do jogo e criar jogadas de envolvimento, mas sem nunca conseguir uma situação de finalização digna desse nome, a partir deste minuto acho que seria melhor ter recolhido aos balneários, porque tanta miséria junta meteu dó. Com o golo da Académica Vítor Pereira mexeu na equipa e tirou Moutinho e Varela colocando em campo Defour e Kléber. Com esta dupla substituição, tirando Moutinho o jogador que no plantel melhor faz a ligação entre o sector defensivo e ofensivo e colocando Defour no seu lugar (que ainda está bastante longe da qualidade de Moutinho neste capítulo) a equipa do Porto ficou partida e dependendo de rasgos individuais para conseguir alguma coisa ainda no jogo, e quando o colectivo já não consegue resolver o individual dificilmente surgirá. Não vou relatar o que se passou nos últimos 35’ porque em termos ofensivos não houve nada e em termos defensivos foi mau demais para poder ser comentado.

Notas positivas: Não consigo retirar nada de positivo no jogo de hoje, foi tudo mau demais.

Notas menos boas: Falta de mobilidade, intensidade, erros defensivos. No fundo, acho que se pusesse como notas menos boas a frase “Jogo completo” não faltaria à verdade.

Melhor em campo: Depois de uma exibição tão negra como a de hoje não pode haver um melhor em campo!

Foi um prazer participar neste espaço dedicado ao mundo azul e branco, mas teria sido mais bonito se vos estivesse a falar de uma vitória. Peço desculpa ainda pela crónica não estar ao nível da que os nossos dois analistas residentes já nos habituaram, mas escrever após um jogo destes não é fácil…

nota: O blog BPc agradece ao João Teles a elaboração deste artigo.

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DECLARAÇÕES

Vítor Pereira: “Fizemos um jogo mal conseguido”

“Num jogo destes não há justificações possíveis. Fizemos um jogo mal conseguido, com pouca agressividade ofensiva e defensiva. Não há ponta por onde se lhe pegue. Temos de ser muito mais agressivos, mais fortes com bola, mais pressionantes. Inexplicavelmente, a equipa não existiu.”

Hulk: “Nada deu certo”

“Nada deu certo. Hoje foi isso, a equipa tentou correr e deu o máximo. Não tem explicação, nada dava certo. Agora temos de passar por cima dos problemas e isso só se consegue trabalhando e não perdendo a esperança.”

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RESUMO DO JOGO