Assumir, identificar e resolver

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1. Depois de há duas semanas termos deixado de poder afirmar que contamos por vitórias todos os jogos oficiais da época, agora não podemos sequer dizer que não perdemos nenhum. Mas não é por isso que as coisas passam a estar mal. Não é por perdermos contra uma boa equipa, com um golo fortuito em fora-de-jogo no final da partida, que as coisas passam a estar mal. As coisas não “passaram a estar mal" de um momento para o outro. Cada jogo foi trazendo evidências de que as coisas não estavam grande coisa, e o de Terça-feira foi só mais um exemplo. Tivemos meia-hora de grande nível (como já aconteceu em outros jogos esta época), e um resto de jogo fraquinho, fraquinho, sem criar oportunidades nem entusiasmar minimamente. O Atlético teve sorte mas também teve mérito, e para nós ficam os respectivos antónimos, numa noite que deixa más recordações mas que tem, forçosamente, de deixar também boas lições.

Não podemos ignorar os nossos problemas. Um jogo mau é azar, dois jogos maus acontece, mas quando olhamos para trás e percebemos que o único jogo realmente bom que fizemos esta época foi o da Supertaça contra o Guimarães, acho que é importante parar para pensar. E não, não estou a dizer que o treinador devia ir para a rua ou que este e aquele jogadores não valem nada. Só estou a constatar o óbvio: as coisas não estão bem. E fingir que estão não mudará nada, por isso sim, sou sempre a favor de assumir quando há problemas, ponto de partida fundamental para que consigamos identificá-los e resolvê-los.

Não percebo o suficiente de futebol para dizer que acho que este jogador devia jogar mais avançado ou mais recuado, ou que o meio-campo devia jogar em losango ou qualquer outro bitaite técnico-táctico desses sobre os quais a maioria dos adeptos tem uma opinião bem formada. Não costumo gostar das substituições do Paulo Fonseca, não acho que a equipa esteja em boa forma física nem que esteja a empenhar-se tanto quanto pode e deve (o que, em última análise, também é responsabilidade do treinador), mas infelizmente não sei dizer: é isto que está mal; corrija-se assim. Antes soubesse. Como não sei, não posso senão depositar na equipa e sobretudo no treinador toda a minha confiança, e comprometer-me com a pequena parte que posso efectivamente fazer: apoiar até ao fim, ao sol ou à chuva, nos altos e nos baixos. Está na hora de começarmos a mostrar aquilo que efectivamente valemos.

2. O Museu! Já perdi a conta às vezes que falei dele. Queria tanto vê-lo pronto. Havia um “futuro museu”, que afinal não o era. Era para inaugurar há uns anos, mas afinal parece que não. Nunca mais chegava o dia. A certa altura começaram a surgir os rumores - vai ser no antigo bingo, vai ser na antiga Rádio Popular - e depois as confirmações por parte de quem tem contactos privilegiados. E agora, finalmente, cá está ele em todo o seu esplendor. E, segundo quem já o viu pessoalmente, a palavra “esplendor” assenta como uma luva no novo Museu do Futebol Clube do Porto. A mim, que vi pela TV, parece-me realmente qualquer coisa de extraordinário. E se há coisa que eu não tinha era a fasquia baixa para este projecto :) Mal posso esperar por ver tudo com os meus próprios olhos.

Confesso que cheguei a duvidar que o museu acontecesse tão cedo. Mas, citando uma peça que agora lá se encontra exposta, vinda directamente do nosso querido Estádio das Antas: "Dúvida? Não, mas luz, realidade, e sonho que na luta amadurece!". Obrigada, Presidente, por cumprir mais um dos meus sonhos de Portista!