BASTA... RUA!

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É verdade que o título do texto que escrevo pode dar a entender que vou falar sobre as papoilas saltitantes e a sua relação com o seu treinador, que vai alternando de herói para vilão com a mesma frequência que se ganham títulos aqui no Futebol Clube do Porto. Contudo, e uma vez que escrevo após uma derrota do Futebol Clube do Porto, vou fazer aquilo a que o meu clube me habituou desde que me conheço, falar sobre os problemas internos sem grande alaridos e sem grandes novelas, evitando atirar as culpas para terceiros.

Vou então abordar a verdadeira razão do título do texto desta semana, o preço dos bilhetes dos jogos da Liga Portuguesa. Numa altura em que o país atravessa uma das maiores crises da sua história, é inadmissível que o preço dos bilhetes para os adeptos visitantes seja 25 Euros! É uma pena que os responsáveis do futebol não se mostrem preocupados com estes assaltos a que vamos assistindo por este país fora. É ainda mais grave que não consigam perceber que estão a matar o futebol. Não me vou alongar muito mais, não vou procurar qualificar a atitude do FC Arouca por respeito a um grande Portista que conheço que é natural desta vila do distrito de Aveiro e que tem uma natural simpatia com o clube em causa. Basta! É tempo de correr com esta gente que maltrata o futebol e os apaixonados pelo desporto/pelos clubes.

Consequências da derrota caseira

É verdade que perdemos uma boa oportunidade de dar um grande passo rumo aos oitavos-de-final da UEFA Champions League mas, também não deixa de ser verdade que continuamos a depender de nós e que, em condições normais, conseguiremos o difícil apuramento para a segunda fase da competição. Como já disse em posts anteriores, tenho alguma dificuldade em falar de futebol a não ser com meia dúzia de pessoas que entendem o clube como eu. Não me venham com a conversa que estou a catalogar e a estabelecer graus de Portismo. Isso é uma treta que quem quer bater em tudo e todos utiliza para justificar as suas atitudes. É apenas uma questão de gosto e uma forma de estar, tal como se vos apetecer comer uma francesinha, não vão convidar uma pessoa que saibam de antemão que não gosta de francesinha.

Na terça-feira passada, saí do estádio pior que estragado. Saí muito triste com o resultado e ainda mais desapontado e revoltado com alguns adeptos que me rodeiam no Dragão. É verdade que são sempre os mesmos, é verdade que já me chateei várias vezes (a frio penso no ridículo que isto é…) mas é desesperante ver estas novas formas de sentir o clube que cada vez mais vamos encontrando. A propósito disto, aconselho uma leitura ao brilhante texto publicado aqui no blog na passada quinta-feira, da autoria do “MM”. Os mesmos que andaram dois anos a insultar Vítor Pereira (leram bem, insultar) são os mesmos que agora já insultam Paulo Fonseca e já pedem a cabeça do mesmo. Reparem que já nem estamos a falar de crítica, estamos a falar de insulto fácil a um funcionário do clube. Uma pequena leitura aos Estatutos do Futebol Clube do Porto é suficiente para perceber a gravidade da situação e a consequência que teria caso os mesmos fossem aplicados. Curiosamente, consegui ouvir da boca de alguns que massacraram o antigo treinador durante todo o tempo que cá esteve que era ele que devia estar a orientar o Futebol Clube do Porto. Enfim, dou como aqui integralmente reproduzido o tal texto do “MM” para me abster de escrever mais alguma linha sobre este assunto. Nunca contem comigo para bater em treinadores, nunca contem comigo para não defender o nosso clube até ao limite das minhas forças.

Sobre o jogo em si, já muito foi dito. Está à vista de todos que ainda não estamos ao nível que queremos. A minha opinião sobre isto é muito simples e limitada: no que depender de mim, tudo farei para ajudar o Futebol Clube do Porto a atingir os objectivos propostos. Confio em quem dirige o clube e confio nas suas escolhas, pelo que só me resta uma alternativa, apoiar e criar condições para que possam desenvolver o seu trabalho para no final do ano todos festejarmos. Isto não significa ter uma posição acrítica. Se há quem não concorde, deixem-se de assobios (guardem-nos para pressionar os adversários e fazer do Dragão um ambiente temível), de insultos e de comentários em redes sociais e falem no sítio apropriado, a Assembleia Geral.

Para terminar, quero apenas deixar uma nota: estamos em primeiro lugar no campeonato com cinco vitórias e um empate. Nos últimos 20 anos, apenas duas vezes conseguimos superar este registo. Conseguimos ainda ter a melhor defesa do campeonato com apenas três golos sofridos, sabendo que dois destes foram irregulares. Vale o que vale…

Um abraço TRIpeiro,
Luís Marques

P.S. - Não posso acabar este texto sem deixar uma palavra de apoio a Marat Izmaylov. Acho que ainda pode ser muito útil ao Futebol Clube do Porto. Com 31 anos, ainda é um jovem com mais alguns anos de carreira e uma longa vida pela frente.