29 março, 2014

A SORTE FOI-SE AOS 92

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Dragão, minuto 77 do último baile aos mouros: Jackson ganha um ressalto na área, remata à meia-volta e a bola segue caprichosamente em direcção ao poste. Quantas vezes viram esta época um filme parecido? Se não foi em todos os jogos, foi quase, de tal forma que já lhes perdi a conta. Confesso que não tenho memória de um ano como este, com tantos golos negados pelos ferros, com tanta falta de sorte.

Se isto não aconteceu em todos os jogos, não deve andar muito longe disso. Admito até que haja aqui alguma dose de facciosismo, pelo que ficaria muito grato aos amantes das estatísticas e aos analistas da bola que se debruçassem sobre esta questão. Numa breve retrospectiva aos jogos desta temporada, recordo-me de alguns e escapar-me-ão, certamente, outros mais, em que os postes impediram-nos de festejar: em casa com o Belenenses, com o Arouca (em casa), com os lagartos em Alvalade, em Guimarães, em Coimbra, nos dois jogos com o Nápoles e o Atlético de Madrid e com o Zenit no Dragão… Se todas elas tivessem entrado, se o Paulo Fonseca tivesse ficado no Paços, provavelmente estaríamos ainda a lutar o título e não tínhamos sido eliminados da Champions. Essa é que é essa, mas o futebol não vive de “ses”.

É verdade que andámos a dormir durante oito meses, que não jogámos nada, que houve erros na escolha do treinador e na constituição do plantel, mas também é justo dizer que não temos tido sorte absolutamente nenhuma. Sempre ouvi dizer que ela dá muito trabalho, diz o provérbio que protege os audazes, mas isso não passa da teoria. Porque na prática, pelo menos no que a nós nos diz respeito, ela cai redonda por terra, aos trambolhões.

E nem sequer me atrevo a falar dos remates que foram ter miraculosamente com o guarda-redes ou que foram desviados a meio do caminho pelos adversários, nem nos golos esbanjados nos minutos finais dos jogos, nem tão-pouco nos sorteios das competições. Preferiam começar a meia-final da Taça no salão de festas? Peguem lá, é ao contrário. Desejavam os holandeses nos “quartos” da Liga Europa? Tomem lá os espanhóis. Querem um calendário acessível na recta final do campeonato? Queriam, isso é para os “mijões” de lá de baixo - levem agora com um ciclo infernal com uma ida à Madeira, uma recepção ao Sevilha e à Académica, uma visita a Espanha, depois uma viagem a Braga seguida de outra ao salão de festas. De facto, este ano, a sorte, até agora (não vá o diabo tecê-las!), não quer nadinha connosco. Quis tudo no épico minuto Kelvin e depois pisgou-se para outras bandas, com a promessa de demorar a voltar. Até quando...?

4 comentários:

  1. Como diz o NGP, que à sua maneira admitiu a falha, ano bom só se ganharmos a Liga Europa e isso é muito difícil, não pelas galinhas, mas pela Juve.

    Temos de encarar isto pelo que é - uma pré-época. De um soberbo treinador que faz milagres em 15 dias. De recuperar jogadores.

    Iremos bater-nos pelo melhor, mas sem expectativas nem críticas. O NGP desta vez falhou, não foi a sorte. Fosse esta mudança em Dezembro, estaríamos a falar de outra conversa, teríamos outra luta.

    Assim, é acreditar que talvez o Karma seja lixado e a tal evidente reconstrução que o Porto nos devia há 3 épocas tenha começado agora.

    Abraços Portistas.

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  2. http://www.reflexaoportista.pt/2014/03/viscondes-na-cabine-do-arbitro.html

    Convem saber e lembrar

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  3. Espero que regresse rápido, Farpas. Ainda temos três taças para ganhar.

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  4. Postes:

    tenho feito um acompanhamento das bolas ao poste precisamente porque me parece que o Porto é particularmente infeliz nessa contingência do próprio jogo

    Assim, salvaguardando qualquer lapso meu de + ou - 1 a favor ou desfavor

    13/14 - 13/4 (até 23/03/14)
    12/13 - 17/5 (até 06/05/13)
    11/12 - 17/5 (até 30/04/12) * não encontrei os totais da época


    Legenda:
    época - remates do Porto ao poste / remates dos adversários

    inclui todas as competições da respectiva época

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