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Chegou envolto em neblina. Pudera! Um colombiano a jogar no México cujo BI marcava 26 anos. À sua frente, na selecção, muitos: Falcao, Teofilo Gutierrez, Bacca and so on. Aterrou em circunstâncias estranhas, pois tinha pela frente uma tarefa difícil e fácil ao mesmo tempo: por um lado, sendo colombiano, evitar as comparações com Radamel e, se possível, fazer esquecer o seu compatriota; por outro, claramente ocupar um lugar que não existia na anterior temporada, já que nem Kleber, nem Hulk, nem Janko mostraram ser pontas-de-lança à altura do FC Porto. Vinha para, nitidamente, fazer a posição. É tua, toma, agora desenrasca-te.
Impossível esquecer o seu primeiro golo com a nossa camisola: aquela cabeçada fulminante a decidir a Supertaça frente à Académica. Foi um bom começo, mas o melhor estava para vir. Pelo meio, algumas dúvidas, um ou outro apagão de golos, uma ou outra desilusão.
Não se pode dizer que seja um bem amado ou sequer um personagem extremamente querido da massa associativa. Não tem aquele trincar de língua de Lisandro, nem aquele jogo felino de Falcao. Não é um cabeceador jardeliano, muito menos um continuador das bombas do mccartismo. Não é um menino da casa como Domingos, muito menos uma lenda como o Bi-Bota.
E olhemos para as suas características. Não se pode dizer que seja rápido. Não se pode dizer que seja um exímio cabeceador. Não se pode dizer que seja um grande virtuoso com a bola no pé. Não é um pé-canhão. Nem um rato de área. Muito menos um driblador nato. Não tem, assuma-se, o killer instinct. Por vezes falha golos fáceis. Não é aquele típico jogador de manhas e truques. Não é um panzer que assuste só pela sua presença.
E se é verdade que não é nada disso, é imperioso dizer que é um pouco de tudo isso. É um profissional completo, um craque de todo o tamanho, um atleta que domina todas as vertentes do jogo. Um homem que faz literalmente uma equipa e que representa um ataque. Figura de proa, referência, elegante na pose e no toque, jogador de equipa e ao mesmo tempo estrela da companhia. Jogador que partilha o jogo, que envolve os colegas e que, ao mesmo tempo, parece algo solitário em campo, ar sério, pose altiva e um não sei quê de tristeza no olhar. Deixa-nos na retina golos brilhantes: de calcanhar, de bicicleta, à meia volta, de cabeça, de pé direito, esquerdo, dentro e fora da área. Para todos os gostos, géneros e feitios. Pró menino e prá menina.
Jackson Martínez teve o azar de chegar ao FC Porto num momento histórico conturbado. Três épocas de Dragão ao peito, três vezes melhor marcador, apenas um título de campeão. Para se ter noção, Falcao, em dois anos, nunca foi o melhor marcador, mas sai com um Campeonato, duas Taças de Portugal e uma Liga Europa.
Vamos ficar com muitas e belas recordações de Jackson Martínez, mas na memória dos portistas ficará para sempre a imagem do colombiano, regressado de lesão, a destruir por completo a fortaleza bávara no Dragão. Uma exibição tão grandiosa que só pode levar a chancela Euronews de no comments.
Se quisesse fazer um álbum de fotografias da passagem de Jackson pelo Porto, escolheria duas e deixo o leitor à vontade para fazer o mesmo. As minhas são simbólicas: Jackson ajoelhado, na Mata Real, mãos esticadas para o céu, a festejar o título mais saboroso dos últimos anos; e o momento mágico em que, após aquela recepção dos deuses, contorna com classe e atrevimento o melhor guarda-redes do mundo (Neuer). Esses dois momentos definem um jogador e bastam para o classificar como um dos 10 melhores estrangeiros que vestiram a nossa camisola.
Dentro de uns anos, à conversa com amigos, sei que um dia alguém dirá:
Lembram-se do Jackson?
Vamos sorrir, ar sonhador e pensativo e dizer que
parece que não, mas já foi há mais de 10 anos
e, tal como de Hulk, de Deco ou de Lucho, direi:
que saudades de um jogador assim!
Obrigado Cha Cha Cha!!
Rodrigo de Almada Martins
Não podia estar mais de acordo com o texto.
ResponderEliminarAcrescento apenas mais uma característica que sempre gostei nele: A humildade.
Podia ser o capitão, a vedeta, o matador, mas em cada jogo era sempre dos que mais trabalhava em campo. Só ele, enchia a frente de ataque, auxiliava o meio campo e ainda dava uma "perninha" à defesa, nunca virando a cara à luta, mesmo naqueles jogos em que a equipa andava literalmente "a pastar".
Grande jogador! Vai deixar saudades.
Hugo Mota
Sem pretender ser treinador, ou expert em matéria de avaliação de jogadores, como parece ser o ilustríssimo autor do post, deverei dizer que discordo em absoluto.
ResponderEliminarSenão, vejamos:
Nunca nenhum clube europeu, dos chamados de top, se interessou pelo Jackson Martinez. Depois de tentativas frustradas de adquirir o Teo Gutierrez, por duas vezes e ter partido para o Falcão, por absoluta indisponibilidade financeira do FCPORTO, é que o FCPORTO se virou para o Jackson Martinez, que já à época era a 4ª escolha da Selecção da Colômbia, tal como agora se viu no Brasil-Colômbia, que nem do banco saiu.
E aos 29 anos aparece, parece, um Milan longe, muito longe do grande Milan de Rikard, Van Basten, Gullit e outros tantos monstros sagrados do futebol mundial. Aqui, de facto foi TRI-BOLA DE PRATA, mas lembro que até o PENA foi Bola de Prata.
Em suma, Jackson Martinez é um flop, mas com uma mprensa muito pink.
Fernando Machado ou Octavio Machado? Lacrau...
ResponderEliminarE mesmo assim, apesar de tudo, o homem faz golos ao Neuer, por acaso (e só acaso) o melhor GR do mundo.
ResponderEliminarO tal flop..!
Machado, e deixar o vinho, pode ser?...
ResponderEliminarvamos ser mais fortes sem o jackson. mas sem maxi per favore, danilo pereira pode vir, é bom.
ResponderEliminarFernando Machado, eu estou-me lixando para o que a imprensa diz. Avalio-o com os meus próprios olhos. E tal como o Rodrigo disse, podem ter existido no FCP, jogadores melhores do que ele em determinadas características específicas. Mas sem ser excelente em nenhuma, Jackson é muito bom em todas elas. Isso faz dele um fora de série.
ResponderEliminarE se acha que as presenças nas selecções definem a qualidade de um jogador, o Fernando devia saber que o status conta muito mais do que o jogo efectivo. Falcão, apesar de ser um extraordinário jogador, neste momento está abaixo da forma do Bacca, do Teo e do Jackson. Nunca deveria ser titular. E entre estes 3, a qualidade é muito similar. Imagine que o Jackson até ia para o Arsenal. Acredite que, de um momento para o outro, sentava o Bacca e o Teo no banco.
Hugo Mota
O jackson é um grande jogador, pena da idade, um grande profissional, a unica coisa q nao gostei foi no ano passado qd houve o impasse para a renovação q axo q ele contribuiu pra isso, e revelou-se um bom capitão. Como disseram aqui, nao sendo um jogador destacado em certos atributos como outros avançados no passado, é um avançado completo, e como ele há poucos por esse mundo fora, e para mim sempre vai ficar os golos bonitos de calcanhar q ele fez, entao aquele contra o zporting na sua primeira epoca, é de outro mundo, se tivesse noutro clube de "top", os "machados" desta vida diziam maravilhas dele e q era um dos melhores golos do mundo...
ResponderEliminarObrigado JM
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