Parece-me cada vez mais óbvio, e comprovado por aquilo que ocorreu nos últimos jogos, que NES prepara uma alteração definitiva no sistema tático preferencial do FC Porto. Uma equipa que luta por títulos tem de saber jogar em vários sistemas e ter alternativas, não apenas um plano A. Mas, é uma verdade indesmentível que qualquer equipa tem de ter um sistema tático preferencial e utilizado na maioria dos jogos, depois, há as variantes consoante o resultado, os jogadores disponíveis ou até o contexto da competição. O que não pode ocorrer é estar-se a alterar de sistema tático de jogo para jogo, acabando por confundir os próprios jogadores, não criando assim os automatismos necessários a uma equipa.
Por norma, e quem me lê, sabe a minha posição, igual, dos tempos de Jesualdo até José Peseiro. Dou margem de manobra a qualquer treinador para que este implemente as suas ideias, o seu modelo de jogo e as suas estratégias. Considero ser injusto julgar-se qualquer treinador, seja ele qual for, passados 2 meses de trabalho. Neste sentido, compreendo que Nuno ainda tenha duvidas sobre qual o melhor sistema tático a utilizar na maior parte dos jogos. Porém, é desejável que esta dúvida seja dissipada o mais rápido possível. Julgo que é cada vez mais evidente que NES prepara mesmo uma alteração para um sistema 4x4x2, aquela que considero de longe a melhor opção tendo em conta o atual plantel que temos.
O debate sobre o sistema tático do FC Porto deve ser enquadrado na história dos últimos 10 anos do clube. Parece que foi há 40 anos (a julgar pelo desespero atual de muitos Portistas), mas nos últimos 10 anos, o FC Porto ganhou demasiadas coisas, até títulos internacionais, algo que os clubes lisboetas não alcançam há mais de 50 anos. E ganhou tudo isso, utilizando quase sempre, com exceção das habituais alterações táticas quando o resultado é negativo, um sistema tático constituído por 4 defesas, 3 médios (1 trinco e 2 médios de transição) e 3 avançados (2 extremos e 1 ponta-de-lança). Compreendo por isso que nos últimos 3 anos em que as coisas não têm corrido manifestamente bem, a questão fundamental e mais difícil de responder seja a seguinte: para quê mudar um sistema tático que apesar de tudo, tantos sucessos deu nos últimos 10 anos?
Do meu ponto de vista, a grande questão é que ao longo desses 10 anos tivemos jogadores para interpretar da melhor forma o sistema tático 4x3x3. Tivemos Falcao, McCarthy ou Jackson para jogar como único ponta-de-lança, num trio de ataque servido por extremos como Quaresma, James, Varela (o de 2010/2011 não tem nada a ver com o de hoje!), Lisandro ou Hulk. No atual plantel, não querendo menorizar nenhum jogador em particular, a verdade é que não se vislumbram jogadores com características para jogar nesse sistema. Não temos, por exemplo, um extremo de qualidade excecional, nem um ponta-de-lança que possa jogar sozinho sem um apoio mais direto e efetivo, como acontece num sistema com 2 avançados. Temos outras valências que podem e devem ser aproveitadas por NES. Por exemplo, aproveitar o excesso de soluções para o meio-campo, aproveitar Corona como 2º avançado ou Brahimi a jogar na posição 10, algo que nunca vi, mas que gostaria de ver porque creio que as características do jogador poderiam encaixar bem nessa posição.
Dito isto, é desejável que se trabalhe num sistema tático, sem ziguezagues ao sabor dos resultados, porque neste momento, a fase é de desenvolvimento da equipa com novo treinador, vinda de época horrível e com as habituais dúvidas em torno da competência, do treinador, e de muitos jogadores. Apesar de já se ter perdido 5 pontos, não entro em demasiado pessimismo, nem desespero, não era expetável que passássemos da pior época dos últimos 35/40 anos para um início de época fantástico, com um futebol perfeito, sem lacunas, nem problemas habituais numa equipa em desenvolvimento. Nada disto quer dizer falta de exigência minha, é verdade que empatar com o Tondela é muito mau e pode ter consequências lá mais para a frente, mas creio que é fundamental perceber que, neste momento, por muito que nos custe, a equipa está em desenvolvimento.
NOTA FINAIS.
Por norma, e quem me lê, sabe a minha posição, igual, dos tempos de Jesualdo até José Peseiro. Dou margem de manobra a qualquer treinador para que este implemente as suas ideias, o seu modelo de jogo e as suas estratégias. Considero ser injusto julgar-se qualquer treinador, seja ele qual for, passados 2 meses de trabalho. Neste sentido, compreendo que Nuno ainda tenha duvidas sobre qual o melhor sistema tático a utilizar na maior parte dos jogos. Porém, é desejável que esta dúvida seja dissipada o mais rápido possível. Julgo que é cada vez mais evidente que NES prepara mesmo uma alteração para um sistema 4x4x2, aquela que considero de longe a melhor opção tendo em conta o atual plantel que temos.
O debate sobre o sistema tático do FC Porto deve ser enquadrado na história dos últimos 10 anos do clube. Parece que foi há 40 anos (a julgar pelo desespero atual de muitos Portistas), mas nos últimos 10 anos, o FC Porto ganhou demasiadas coisas, até títulos internacionais, algo que os clubes lisboetas não alcançam há mais de 50 anos. E ganhou tudo isso, utilizando quase sempre, com exceção das habituais alterações táticas quando o resultado é negativo, um sistema tático constituído por 4 defesas, 3 médios (1 trinco e 2 médios de transição) e 3 avançados (2 extremos e 1 ponta-de-lança). Compreendo por isso que nos últimos 3 anos em que as coisas não têm corrido manifestamente bem, a questão fundamental e mais difícil de responder seja a seguinte: para quê mudar um sistema tático que apesar de tudo, tantos sucessos deu nos últimos 10 anos?
Do meu ponto de vista, a grande questão é que ao longo desses 10 anos tivemos jogadores para interpretar da melhor forma o sistema tático 4x3x3. Tivemos Falcao, McCarthy ou Jackson para jogar como único ponta-de-lança, num trio de ataque servido por extremos como Quaresma, James, Varela (o de 2010/2011 não tem nada a ver com o de hoje!), Lisandro ou Hulk. No atual plantel, não querendo menorizar nenhum jogador em particular, a verdade é que não se vislumbram jogadores com características para jogar nesse sistema. Não temos, por exemplo, um extremo de qualidade excecional, nem um ponta-de-lança que possa jogar sozinho sem um apoio mais direto e efetivo, como acontece num sistema com 2 avançados. Temos outras valências que podem e devem ser aproveitadas por NES. Por exemplo, aproveitar o excesso de soluções para o meio-campo, aproveitar Corona como 2º avançado ou Brahimi a jogar na posição 10, algo que nunca vi, mas que gostaria de ver porque creio que as características do jogador poderiam encaixar bem nessa posição.
Dito isto, é desejável que se trabalhe num sistema tático, sem ziguezagues ao sabor dos resultados, porque neste momento, a fase é de desenvolvimento da equipa com novo treinador, vinda de época horrível e com as habituais dúvidas em torno da competência, do treinador, e de muitos jogadores. Apesar de já se ter perdido 5 pontos, não entro em demasiado pessimismo, nem desespero, não era expetável que passássemos da pior época dos últimos 35/40 anos para um início de época fantástico, com um futebol perfeito, sem lacunas, nem problemas habituais numa equipa em desenvolvimento. Nada disto quer dizer falta de exigência minha, é verdade que empatar com o Tondela é muito mau e pode ter consequências lá mais para a frente, mas creio que é fundamental perceber que, neste momento, por muito que nos custe, a equipa está em desenvolvimento.
NOTA FINAIS.
- A enorme diferença exibicional entre uma 1ª parte bastante aceitável, onde a equipa apresentou boa dinâmica e criou várias oportunidades de golo, e uma 2ª parte em que muitos jogadores pareceram alheados do jogo, para mim, tem muito a ver com a componente psicológica. É evidente que esta equipa, jogadores e mesmo o treinador, vivem momentos de intranquilidade, potenciados por dois resultados (e exibições!) péssimos nos últimos jogos. E por melhor ou pior que seja a qualidade exibicional (por exemplo, o líder jogou pouquíssimo em Chaves e ganhou, "é o que interessa", disse o treinador deles!) só há uma coisa sobre a qual se trabalham bem modelos de jogos: vitórias!
- Em 6 jogos do campeonato, o FC Porto foi claramente prejudicado em 5! Já estou farto até à ponta dos cabelos de falar sobre isso e de assistir a isso semana após semana. Em nenhum desses 5 jogos, onde ocorreram lances factuais onde o FC Porto foi prejudicado, vi nas capas dos jornais qualquer referência a esses lances. Isto já cansa... e convém começar a dar nomes às coisas: errar todas as vezes no mesmo sentido não é apenas errar, é outra coisa. Parece que existe uma preocupação em matar já à nascença todas as hipóteses do FC Porto em sequer lutar pelo título, já não bastam os nosso problemas internos, também temos de levar jogo após jogo com asneiras atrás das asneiras de vossas excelências vestidas de preto.
- Sanchez demonstrou na conferencia de imprensa que tem a dimensão adequada ao clube que representa: pequenino! Quem marca um golo em fora-de-jogo, vir dizer que jogou contra mais que onze jogadores, é algo que apenas a psiquiatria explica.
Duas/três notas:
ResponderEliminarO FC Porto venceu 4 T Europeias, e curiosamente, em duas (T Campeoes, e L Campeões) o seu onze inicial até foi desenhado num 4-4-2, aliás Mourinho em 2003/04 usou na Champions o 4-4-2, inversamente na T UEFA conquistada na temporada anterior jogou em 4x3x3.
FC Porto 3 Monaco 0, Vítor Baía; Paulo Ferreira, Jorge Costa/Ricardo Carvalho e Nuno Valente; Costinha, Pedro Mendes, Maniche e Deco; Derley e Carlos Alberto. (Eu sei foi em 2004, já passaram mais de 10 anos)!
"Por exemplo, aproveitar o excesso de soluções para o meio-campo, aproveitar Corona como 2º avançado ou Brahimi a jogar na posição 10, algo que nunca vi, mas que gostaria de ver porque creio que as características do jogador poderiam encaixar bem nessa posição"
Eu já vi o Brahimi a jogar na posição 10, e nem gostei eu, nem ninguém, até o Treinador. Temporada passada, Jornada 3: FC Porto 2 Estoril 0, Casillas, Maxi, Marcano/Maicon e Indi; Danilo e Imbula, Brahimi como 10, Varela na direita, Tello na esquerda, e Aboubakar. A coisa estava a correr tão mal com o Brahimi a 10, que aos 37 minutos entrou Herrera para o meio campo, saiu Varela, e o Brahimi regressou à esquerda, porque a experiencia estava a ser péssima!
Sobre Corona, creio que rende mais na esquerda, tal como faz na Selecção, todavia, o FC Porto tem excesso de opções para a esquerda, Otavio, Brahimi e Jota, e poucas alternativas na direita. Falta neste plantel um desequilibrador/ala canhoto, para jogar com a pé trocado na direita!
1 abraço,
PT
Bom texto e ponderado.
ResponderEliminarUm treinador deve utilizar o sistema táctico mais adequado ao plantel de que dispõe e não um sistema táctico porque a estatística ou história a isso aponta. 4-4-2 ou 4-3-3, que NES trabalhe aquele que achar melhor. Como o RCBC bem aponta, são as vitórias que fazem um sistema táctico bem sucedido. Não artigos de jornal ou teses académicas.
Uma pequena nota. Brahimi NUNCA poderá ser um 10 clássico. Um 10 tem técnica, mas acima de tudo, tem visão de jogo. A única visão que Brahimi tem, são os 2 ou 3 metros onde está a bola. No dia em que Brahimi conseguir levantar a cabeça, e souber o tempo certo para soltar a bola, aí sim, poderá não só jogar a 10 como, inclusivamente, poderá ser um dos melhores jogadores do mundo. Cabe ao treinador, e principalmente ao jogador, querer evoluir e corrigir alguns dos maus hábitos que tem. Pois qualidade não lhe falta.
Perfeitamente de acordo, excepto com o Brahimi a 10. Já foi tentado por Lopetegui e o resultado foi negativo. Brahimi tem técnica, mas também tem olhos só para a bola. Um 10 tem de jogar de cabeça levantada!
ResponderEliminarQuanto aos "roubos", elas não matam, mas doem. Por isso enquanto uns passam pelos pingos da chuva, quando jogam mal, os nossos são assobiados, desprezados e até maltratados pelos próprios adeptos!
Não queremos ser calimeros, mas a Madre Teresa de Calcutá já foi elevada a santa...