28 fevereiro, 2017

TANTA GENTE NERVOSA.


Apenas uma semana depois da gritaria de um treinador, a quem só faltava o cachecol de outro clube no pescoço, após um jogo com resultado limpo e esclarecedor, em que um penaltie supostamente mal assinalado afinal não foi tão mal assinalado quanto isso, porque depois surgiram imagens (não da Sporttv) que mostram um puxão claro a Soares, achei imensa piada à forma silenciosa, obediente e extremamente simpática com que todos os elementos do Chaves reagiram à arbitragem ocorrida na 6ª feira.

Achei também imensa piada ao habitual branqueamento e desvalorização da comunicação social (sobretudo os canais de televisão) perante os lances polémicos ocorridos no jogo do Chaves. Enquanto os jornais desportivos foram quase unânimes na falta do avançado grego no lance do 1º golo, bem como de um penaltie claro por marcar a favor do Chaves, as reportagens televisivas por parte dos vários canais com sede em Lisboa foram de ir às lágrimas. “Lances de dúvida” e “imagens pouco esclarecedoras” foram algumas das pérolas que ouvi. Que diferença entre as certezas da semana passada e as dúvidas deste fim-de-semana. Que diferença entre o berreiro do pateta disfarçado de treinador após ter levado 4 no Dragão e a forma parola e acanhada com que o treinador do Chaves até teve a distinta lata de dizer apenas “o Nuno é um grande árbitro”.

Não fosse o “Dragões Diário” ter feito e bem a referência ao “ferrari vermelho”, e este fim-de-semana a arbitragem teria estado na paz de Deus e dos anjos. Provavelmente, se calhar, esta arbitragem também foi ser motivo de conversa na reunião recentemente marcada com o Conselho de Arbitragem.

Não me surpreende, nem creio que possa surpreender alguém minimamente atento ao fenómeno desportivo em Portugal, os nervos crescentes bem visíveis em vários paineleiros nas várias sessões de tolice e insulto com que semanalmente os canais televisivos presenteiam o público (pelo menos aquele que perde tempo a ver esses programas).

E não é só apenas os paineleiros que estão nervosos, é visível um desconforto na massa adepta do clube com o qual estamos a disputar o título. Todas as previsões, inclusivamente de muitos Portistas, apontavam para que nesta altura o FC Porto estivesse aflitivamente a lutar com o braga pelo 3º lugar do campeonato. É uma enorme surpresa que haja um “chato” a tentar intrometer-se no desígnio nacional do “tetra”, algo que toda a gente dava como adquirido há apenas umas semanas atrás.

Não espanta por isso os nervos instalados, quando era suposto que, nesta altura, o líder tivesse uns 7 ou 8 pontos de vantagem sobre toda a concorrência direta, entretida entre si na luta pelo 3º lugar. O passeio até ao campeonato da “treta”, afinal, não irá ser tranquilo quanto isso!

Não deixa de ser curioso verificar que o FC Porto de NES, tem mais pontos à 23ª jornada (56 pontos hoje vs 52 pontos em 15/16, 55 pontos em 14/15, 46 pontos em 13/14) e uma menor diferença para o 1º classificado (-1 ponto hoje vs -6 pontos em 15/16, -4 pontos em 14/15, -12 pontos em 13/14) do que nas últimas 3 épocas. É curioso e revelador dos nervos que por aí vão surgindo.

Podemos acusar e criticar tudo no atual FC Porto, mas há algo indesmentível: ao contrário dos últimos 3 anos, o FC Porto está a competir pelo título e conta para o totobola. Há um fio de jogo, um modelo com diferentes variantes e soluções diferentes para adversários com diversos graus de dificuldade. Campeonatos perdidos a dezenas de pontos do 1º lugar é nem sequer contar para o totobola, vamos entrar em março e continuamos na luta. Mas continuo a dizer: a nossa luta será hercúlea, contra vários poderes instalados e um desígnio indisfarçável! Temos de estar juntos, todos nós, jogadores, treinadores, dirigentes e adeptos. Só unidos, levaremos o barco a bom Porto!

AS NOSSAS MODALIDADES – RESUMO DO FIM DE SEMANA.


JOGO DA SEMANA

A escolha para jogo da semana recai sobre o HÓQUEI EM PATINS que se deslocou a Turquel para defrontar os «brutos dos queixos» onde na época passada o resultado não tinha sido o desejado.

A equipa entrou determinada em conseguir um bom resultado para continuar na esperança de resgatar o título de campeão nacional. Essa boa entrada da equipa rendeu frutos e aos 5 minutos a vantagem era já de 3 golos. A meio da primeira parte, os ribatejanos reduziram para 2 golos de diferenças, mas de seguida, Vítor Hugo voltou a colocar a diferença em 3 golos. Antes do intervalo ainda se verificou mais 1 golo para cada equipa.

A 2ª parte foi marcada pelo desperdício de bolas paradas e por 2 golos para a nossa equipa a selarem a vitória por 7-2.

O fim de semana traria ainda a boa notícia de voltarmos a depender apenas de nós, uma vez que os de carnide escorregaram em Barcelos, conseguindo 1 ponto já nos últimos segundos. O jogo foi marcado por 3 expulsões, e esperamos para ver as consequências disciplinares desses atos.

A nossa equipa volta a competir no próximo domingo (15h00) na receção ao Sporting Tomar.


AS OUTRAS MODALIDADES

A equipa de BASQUETEBOL regressava à competição, depois de garantir o 1º lugar na 1ª fase do campeonato, com a receção ao Maia Basket de Nuno Marçal. A diferença entre as 2 equipas era tão grande que qualquer resultado que não a vitória do FC Porto, seria a surpresa.

O primeiro período terminou com 17 pontos de vantagem para a nossa equipa, que seriam 20 ao fim dos primeiros 20 minutos, e 50 no final da partida.

O próximo jogo do campeonato será a deslocação a Oliveira de Azeméis no próximo domingo (19h00). A equipa jogou entretanto hoje ao final da tarde para a Taça de Portugal, na receção ao Illiabum, e perdeu por 77-78, falhando assim o apuramento para a Final 8.

A equipa de ANDEBOL deslocou-se ao pavilhão Flávio Sá Leite em Braga e venceu por contundentes 45-27, não sobre o ABC, habitual adversário naquele recinto, mas sobre o Arsenal da Devesa.

A equipa volta a jogar para o campeonato nacional no dia 01/03 na deslocação à ilha da Madeira para defrontar o Madeira SAD. O próximo jogo no Dragão Caixa, será a receção ao Granollers, sábado, pelas 15h00.



Abraco,
Delindro

26 fevereiro, 2017

A VITÓRIA CONTRA O “ROUBO”.


BOAVISTA-FC PORTO, 0-1

Mais uma jornada, mais uma vitória e mais três pontos. O FC Porto não desarma e continua a um ponto da liderança, perseguindo o primeiro classificado de uma forma determinada, tendo em mente a reconquista do título que lhe foge há quatro anos.

Mas não vai ser nada fácil. Não pelo valor do principal adversário. Mas sim pelas forças externas que a cada jornada procuram desvirtuar o que se passa dentro das quatro linhas. E no Bessa foi exactamente o que se tentou fazer. O protagonista: o homem do apito.

O artista sonegou duas grandes penalidades a favor do FC Porto e conseguiu bater todos os recordes do que se apelida de absurdo. Maxi Pereira ficará para a história como o jogador que sofreu grande penalidade não assinalada e acabou por ser expulso de uma forma anedótica.

Por isto tudo, os portistas têm que se salvaguardar. De que forma? Serem mais eficazes durante os jogos. Não desperdiçarem oportunidades claras como as que se registaram na primeira parte, nomeadamente por Soares, Alex Telles, Óliver e Brahimi. Se o FC Porto concretizar as oportunidades soberanas de que dispõe em cada jogo, não há apito que nos impeça de chegar ao nosso objectivo.


O FC Porto apresentou um novo figurino no Bessa, depois do jogo da Champions league. Nuno Espírito Santo apostou num clássico 4x3x3 com um meio-campo de três elementos (Danilo-A. André-Óliver) no apoio a um tridente ofensivo com dois alas bem abertos (Brahimi-Corona) e com Soares como ponta-de-lança. André Silva ficou no banco, tal como eu já vinha defendendo há algumas jornadas atrás. Na defesa, Boly substituiu o castigado Felipe. Apesar de não comprometer, Boly ainda deu para assustar os adeptos azuis e brancos com um corte defeituoso.

O golo de Soares abriu o jogo. Muito cedo, com 7 minutos de jogo, Óliver trabalhou, segurou e rodou sobre um axadrezado, serviu Jesus Corona e este fez um centro rasteiro para a área onde surgiu Soares a encostar para as malhas. Estava aberto o marcador. Um lance muito bonito, simples e que poderia adivinhar um jogo interessante em termos de qualidade.

Mas quando se tem pela frente um adversário que, por tradição, bate em tudo o que mexe e para quem do pescoço para baixo é tudo canela, o jogo fica irremediavelmente estragado. E foi o que aos poucos começou a acontecer. Quando não se tem qualidade nem argumentos para disputar o jogo pelo jogo, vale tudo.

Apesar disto, o FC Porto continuava a tentar fazer o seu jogo com bola de pé para pé, num relvado algo irregular que dificultava a circulação e privilegiava a equipa que pretendia destruir as jogadas.

Em destaque, estiveram Óliver, muito inspirado e a pautar o jogo do Dragão, e Brahimi dos velhos tempos, desequilibrador e talentoso. Ambos apresentaram-se com um rendimento de altíssimo nível, acompanhados bem de perto por Corona, A. André e Soares.


Principalmente por estes jogadores passou o jogo ofensivo portista. Os Dragões poderiam ter chegado ao fim da primeira parte com 3 ou 4 golos facturados mas a precipitação e algum azar impediram que a vantagem não fosse além do 1-0. Isto sem esquecer uma boa oportunidade para o Boavista que proporcionou a Casillas a defesa da noite.

Depois começaram os erros do apito. Soares é derrubado na área, aos 15 minutos, por um defesa axadrezado quando se preparava para rematar à baliza. O árbitro assinala falta ao contrário. Ou seja, o árbitro viu o que não aconteceu. Fantástica decisão! Primeiro duplo erro.

Segunda situação: antes de terminar o primeiro tempo, registo para a primeira grande calinada do artista do apito. Numa jogada de combinação a meio-campo, Corona recebeu a bola, desmarcou A. André que ficou numa posição privilegiada de ir para a baliza com Brahimi e Soares. O árbitro interrompeu o jogo para assinalar uma entrada assassina de Talocha sobre Corona e exibiu o cartão amarelo ao boavisteiro.

Amarelo?! Com uma entrada por trás que poderia ou poderá (ainda não sabemos) atirar Corona para o “estaleiro” longas semanas? Entenderia que o artista interrompesse uma jogada de grande perigo se fosse para exibir a cartolina vermelha, como deveria ter sido devidamente exibida. Mal disciplinarmente.

Mas depois quando exibiu a cartolina amarela, interrompendo o jogo, beneficiando claramente o infractor, foi, o que se chama, pior a emenda do que o soneto. Erros atrás de erros deste internacional-proveta. Aliás, o segundo duplo erro no mesmo lance a prejudicar grandemente o FC Porto.


Isto não ficou por aqui. Como a primeira parte estava a terminar, os Dragões viram-se privados de um extremo que estava a jogar bastante bem, a contribuir para um espectáculo muito interessante e que justificava a grande moldura humana com mais de 12.000 portistas nas bancadas. Mas os axadrezados, experts em estragar jogos, principalmente quando o adversário é o FC Porto, faziam das suas.

Vêm depois os analistas feitos por encomenda e os jornalistas pouco sérios dizer que isto é rivalidade e que a rivalidade é apanágio entre os dois clubes. Isto a propósito das análises de um pseudo-especialista em arbitragens, dizer que o árbitro tecnicamente esteve muito bem, só pecando disciplinarmente.

Seja sério, sr. especialista. Tenha vergonha!

Ter a distinta desfaçatez de dizer que o FC Porto não foi prejudicado pela arbitragem e justificar os lances com argumentos do que não se viu ou não aconteceu, não é sério. E depois mais tarde justificar e desculpar, no jogo do clube dele, o encosto de cabeça de Luisão ao árbitro é bater mesmo no fundo. É assim que o clube do regime vai vencendo jogos e campeonatos. Uma mentira dita muitas vezes, passa a ser verdade. Repito: tenha vergonha!

Isto que aconteceu hoje no Bessa é tudo menos rivalidade. Na rivalidade há virilidade, há jogo intenso, há agressividade, mas há respeito. Não se compadece nada com violência e com entradas assassinas como se viu no Bessa e que teve tratamento vulgar da parte do árbitro como se de uma jogada normal se tratasse.

Uma “talochada” encarada como um lance habitual de um jogo de futebol, terminou a primeira parte, momento em que houve um sururu com encontrões e insultos entre elementos das duas equipas. Daqui resultaram as expulsões de Nuno Espírito Santo e de Alfredo, adjunto axadrezado.


O segundo tempo teve menos futebol porque o espectáculo já estava estragado. E mais estragado ficou quando o artista voltou a cometer erros de palmatória. Maxi é derrubado pelo joelho de um defesa contrário dentro da área axadrezada. Mas o juiz de campo, muito enérgico, correu para o uruguaio portista, exibiu-lhe o cartão amarelo por suposta simulação. Duplo erro no lance. Mais outro. O terceiro num só jogo.

De resto, mais iniciativa do Boavista e mais controlo de jogo da parte do FC Porto. Boly ainda assustou com um corte para a zona de remate dentro da grande área que, depois, foi salvo por Marcano. Mas os Dragões foram levando a água ao seu moinho perante um Boavista que joga tudo, menos futebol e um árbitro que não tem estatuto, nem estaleca para dirigir um jogo como este, recorrendo constantemente aos cartões para segurar um jogo que por si só já estava estragado.

Foi desta forma vergonhosa que expulsou Maxi por uma falta perfeitamente normal, exibindo o segundo cartão amarelo, depois de já ter errado na admoestação ao mesmo jogador momentos antes na área boavisteira.

Continuem a promover internacionais-proveta, a fazer deles o que não são e a enviar os dois melhores árbitros portugueses para arbitrar nas arábias que assim a arbitragem portuguesa estará no caminho certo.

O FC Porto sai mais forte deste jogo, consciente de que terá de resolver os seus jogos com mais assertividade e com maior eficácia, de forma a evitar decisões patéticas e tendenciosas de quem está dentro do rectângulo de jogo com esse fim.

Na próxima jornada, os Dragões recebem o Nacional da Madeira no Dragão. Mais três pontos obrigatórios para conquistar, rumo ao objectivo final.




DECLARAÇÕES

Rui Pedro Silva: “Cumprimos o plano que tínhamos para este jogo”

Análise a uma “vitória importante”
“Foi uma vitória importante e mais uma demonstração da nossa força e da tranquilidade que temos neste caminho que estamos a fazer. Acima de tudo penso que entrámos bem no jogo e que na primeira parte poderíamos ter marcado mais golos e ter resolvido a partida. Obviamente que na segunda parte há uma reação do Boavista, mas sinceramente não senti quebras físicas da nossa equipa. Acho que se manteve sempre lucida e pressionante. Demonstrou essa serenidade após o jogo da última quarta-feira e cumpriu o plano estabelecido para este.”

Plantel está sempre disponível e motivado
“A mensagem que nós passamos sempre é que temos um plantel que todo ele está disponível e motivado para jogar. Montámos uma equipa para tentar ter o controlo do jogo e acho que isso foi conseguido. A rotação e as substituições foram normais.”

A lesão de Corona e a expulsão de Nuno
“A lesão do Corona é uma falta que coloca a integridade física do jogador em causa, mas depois disso, mesmo saindo rapidamente, não vi nenhuma situação que motivasse a expulsão do mister.”



RESUMO DO JOGO

25 fevereiro, 2017

FINO ALLA FINE!!!


Muito difícil? Sim. Completamente impossível? Óbvio que não. O futebol está reservado a momentos históricos, momentos esses que podem surgir quanto menos se espera. Defrontamos, quanto a mim, o melhor plantel do mundo. Não em termos de equipa em si nem treinador, mas o melhor plantel, o plantel com mais soluções actualmente, que com substituições nunca fica pior, o que naturalmente dá origem a uma equipa fortíssima e dificílima de derrotar.

Jogo grande no estádio do Dragão, a nossa casa. 22 de Fevereiro, um dia esperado desde sorteio em Dezembro. Estádio lotado, adeptos que viajaram de todo o lado para apoiar o FC Porto. De Itália, os ultras da Juventus deslocaram-se também em peso. Todos os ingredientes estavam lançados para um grande jogo. E se dentro das quatro linhas, independentemente dos motivos, a Juventus esteve claramente por cima, nas bancadas foi exactamente ao contrário.

Embora com o sector visitante completamente cheio, o estádio do Dragão e os adeptos portistas que o preencheram portaram-se à altura do evento. Os adeptos “normais” juntaram-se às claques antes, durante e após o final do encontro. Num clima que parece estar a voltar felizmente, um clima característico do nosso clube, um espírito guerreiro, combativo, de união e entreajuda entre todos, o FC Porto não se pode queixar mais uma vez de falta de apoio.


À entrada das equipas destaque natural para a coreografia dos Super Dragões. Um pano gigante estendido pela bancada sul onde se destacou a palavra “ultras”. O resto do estádio acompanhou o momento com o agitar de milhares de bandeiras distribuídas por todos os lugares. Um efeito visual extraordinário.

Apoio também extraordinário tanto por parte dos Super Dragões como por parte do Colectivo. Vocalmente, os italianos deixaram a desejar.

Impressionante foi, a jogar com 10, a perder 0-2 e nos minutos finais o estádio todo a cantar como se de uma vitória se tratasse. Ficou provado que não somos nenhuns ingratos e mesmo, perdendo, sabemos reconhecer quando lutam até ao final. Foram acarinhados até depois do apito final e com as bancadas despidas de público foi perfeitamente audível os resistentes a cantar “nós só queremos o Porto campeão!”. Essa sim é a nossa guerra e temos de a ganhar.

Uma crítica aos adeptos que se levantaram e saíram do estádio após os golos da Juventus, não era necessário terem ido. E um grande elogio ao Felipe, ao Danilo e ao Rúben Neves. Incrível como de um plantel inteiro e staff técnico, apenas três jogadores se deslocam à superior Norte para agradecer ao Colectivo, como fazem ultimamente com os Super Dragões. São tão ultras como os SD, lutam todos pelo mesmo, estão exactamente nos mesmos jogos e mexeu comigo vê-los a caminhar sozinhos em direcção ao Colectivo, quando o resto da equipa já tinha entrado no túnel de acesso aos balneários.


Quarta-feira foi só o último de cinco jogos em seis dias.

Sexta-feira a saga começou com a recepção ao Tondela e uma goleada importante que nos mantém colados ao primeiro lugar. Sábado à hora de jantar era tempo de apoiar o hóquei na liga Europeia. E Domingo praticamente à mesma hora apoiar o andebol na taça EHF, no mesmo palco, o Dragão Caixa. Segunda foi dia de descanso mas terça à noite os mesmos de sempre estavam no Dragão Caixa no andebol com a Académica de S. Mamede.

Gratos pelas palavras de um elemento da equipa técnica que durante os tradicionais cumprimentos aos adeptos nos disse “por vocês o pavilhão estava sempre cheio”.

Continuamos na luta. Um abraço ultra.

24 fevereiro, 2017

TIQUINHO, O ESTRIPADOR.

Trabalho gráfico realizado por Bruno Sousa, a quem o BPc e eu próprio muito agradecemos.
Encontrava-me em Londres quando soube da contratação de Soares, também conhecido por Tiquinho. Como sempre nestas situações, tratei logo de averiguar quem era e como era o jogador, junto de um grande amigo de infância, vitoriano de gema.

Os vitorianos, diga-se de passagem porque conheço uns quantos e bons, são gente que ama o Vitória e, salvo raras excepções, não sofrem da maleita que atinge meio Portugal, isto é, não têm nenhum segundo clube. São do Vitória e ponto. Nem simpatizam com Porto, nem com benfica nem com sporting. São do Vitória e acabou. Goste-se ou não se goste, são merecedores de respeito, pois não há muitos como eles.

Relato em primeira mão o que me foi dito na altura:

“O Soares é o tosco com mais técnica que conheço. Ao lado dele, qualquer manco parece jogador, a começar pelo Marega. O gajo é um cão de fila, nunca vai ser por ele que o Porto vai deixar de ganhar algum jogo. É jogador e chega na altura certa a um grande, já casado, com 26 anos, não se vai iludir. É daqueles que não vai jogar para dar o salto, vai ficar no Porto muitos anos e, depois dos 30, faz o contrato da vida dele na Rússia. O tipo é daqueles que sozinho consegue esquartejar uma defesa, de tão bruto que é.”
Esta descrição deixou-me, naturalmente, a salivar por Soares. Isso e aquelas pequenas curiosidades/coincidências que quem acompanha o FC Porto gosta de registar: as semelhanças físicas e de atitude com Derlei ou o facto de ser original do mesmo estado brasileiro que Hulk. E, claro, o próprio nome Tiquinho, bem melhor que o (mais respeitável, mas menos gracioso) Francisco. Tiquinho remete-nos para o imaginário das telenovelas do sertão brasileiro, para os criminosos das estradas poeirentas do interior das Terras de Vera Cruz, para aqueles bandoleiros sem eira nem beira que aterrorizam populações indefesas e assaltam bancos de província, como Butch Cassidy ou Sundance Kid. Tiquinho parece nome de criança, mas mete medo, oh se mete!

Mas voltemos a Londres. Passei duas semanas em Whitechapel, que hoje pertence àquilo que se pode considerar o centro de Londres, a meio caminho de Tower Hill e da City londrina. Whitechapel transformou-se nos últimos anos numa zona trendy da cidade britânica, multiplicando-se os restaurantes indianos, turcos, tailandeses, libaneses, etc. O Brick Lane Market é hoje, por exemplo, uma grande atracção aos fins-de-semana, onde milhares de locais e de turistas se deslocam para provar as iguarias da world food. Como diria alguém: fui muito feliz por lá!

Mas isto é nos dias de hoje. Nem sempre foi assim. Por mero acaso, nas redondezas de Brick Lane, dei por mim a entrar numa livraria vintage. Entre muitos álbuns sobre o East End antigo, um pequeno livro sobre o famoso Jack, The Ripper despertou-me a atenção. Peguei no livro e comecei a folhear com interesse a história desse famoso assassino inglês dos finais do século XIX.

Mas então que Whitechapel era essa? Bem diferente da actual. Os relatos indicam uma zona bastante lamacenta, sem qualquer sistema de saneamento básico, sem iluminação pública, pejada de emigrantes recém chegados à metrópole londrina, a grande maioria sem esperanças numa vida melhor, aprisionados que estavam numa área onde o crime proliferava e a prostituição era bastante comum.

Corria o ano de 1888 quando uma série de trágicos incidentes agitaram a cidade. Vários assassinatos, do mesmo género e circunstância contra prostitutas, ocorreram pois então na nossa Whitechapel. O assassino, dizia-se, ou era talhante ou cirurgião, tal a precisão dos golpes que desferia na traqueia das vítimas o que, comentava-se, as impediria de gritar prontamente por socorro. As autópsias demonstravam também que, após as mortes, as vísceras das vítimas eram remexidas e muitas vezes retiradas, sugerindo conhecimentos anatómicos avançados ou pelo menos não ao alcance do comum mortal.

A identidade do assassino (ou dos assassinos) nunca chegou a ser descoberta, proliferando ainda hoje as mais variadas teses sobre o assunto, que continua a apaixonar os fanáticos da capital britânica. O que é certo é que uma estranha carta aterrou no escritório da Central News Agency, sendo depois reencaminhada para a Scotland Yard, escrita por alguém que reclamava ser o autor dos assassinatos e que assinava como Jack The Ripper. É nesse momento que termina a realidade e começa a lenda.

Ainda antes do jogo do Sporting, veio-me à cabeça um bom nome para Soares. Podia ser Presidente Soares, claro está, mas atendendo à descrição do meu grande amigo vitoriano (um abraço com saudades para ti, Zé Guilherme, e boa sorte para o teu Vitória!), ficou para mim claro que teria que ser Tiquinho The Ripper, ou melhor ainda, em português açucarado: Tiquinho, O Estripador.

Ora esta ideia foi claramente reforçada pela explosiva estreia de Tiquinho com as nossas cores, seguida do golo em Guimarães e do fantástico golo frente ao Tondela. Todos sabemos que Soares É Fixe, mas o que gostamos mesmo é que ele rasgue, esventre e dilacere defesas, tal como fez perante os pobres Schelotto, Coates e Ruben Semedo, que foram completamente esquartejados pela desmarcação explosiva do homem de Paraíba, que atacou directo às vísceras da defensiva sportinguista.

O contorno a Rui Patrício fez lembrar as célebres incisões do homem que atacava em Whitechapel nos finais do século XIX: uma degolação perfeita, rápida e agressiva, sem dar hipótese sequer para um ai ou para um ui.

Já temos, pois, alcunha para o homem:

Tiquinho, o Estripador.
Um agradecimento especial, em meu nome e do BPc ao designer Bruno Sousa, cujo magnífico trabalho vem sendo cada vez mais reconhecido no seio do universo portista. Tê-lo a colaborar connosco, como nesta crónica, enche-nos necessariamente de orgulho. Esperemos que, depois da arte gráfica realizada para o Rei Bakar, tenhamos mais sorte com o Tiquinho O Estripador! OBRIGADO!

Rodrigo de Almada Martins

22 fevereiro, 2017

NOITE PARA ESQUECER.


FC PORTO-JUVENTUS, 0-2

Conformado. Assim me sinto após o jogo no Dragão onde estive presente. Por causa de um ou outro lance, foi preciso rever este jogo no conforto do sofá para fazer esta crónica. Mas, fora isso, não há contestação no resultado final.

Confesso que ao intervalo mantinha a secreta esperança de obter um nulo, mesmo reduzido a 10 unidades. E a segunda parte, apesar do domínio avassalador da Juventus, acreditava que a boa organização portista pudesse alcançar um resultado para decidir tudo em Turim.


Mas, infelizmente, não aconteceu. A intensidade da equipa italiana, o desgaste da equipa portista e as substituições operadas, principalmente pela equipa de Turim, vieram a definir a história do jogo.

No entanto, o que foi determinante para o desfecho do resultado, foi a expulsão de Alex Telles ao minuto 27. Após ter sido admoestado com a cartolina amarela no primeiro lance – para mim exageradamente castigador, atendendo a outros lances bem mais perigosos e faltosos da parte do adversário – Alex Telles mostrou ingenuidade e imaturidade que, no fundo, espelha um pouco do que é esta equipa do FC Porto.

Apesar disto, a Juventus tomou conta do jogo depois dos 15 minutos iniciais. Só faltou colocarem uma placa no meio-campo portista a dizer “aluga-se”. A tendência do jogo estava definida.


A estratégia de NES passou por defender, se possível o mais longe possível da baliza, e depois tentar o contra-golpe. À excepção de um lance de André Silva que resultou num livre convertido por Brahimi, o FC Porto não se viu mais em termos ofensivos na primeira parte.

Depois da expulsão, o domínio transalpino foi sufocante. O FC Porto não conseguia sair para o ataque e remeteu-se à sua insignificância, ou seja, a defender o melhor que podia.

No primeiro tempo, a Juventus criou três situações de golo. Duas por Dybala, com um dos lances a bater estrondosamente no poste, e outro por Cuadrado.


Na segunda parte, a Juventus intensificou o ataque a baliza portista. NES tentou responder com a entrada de Corona e depois Diogo Jota mas as opções saíram-lhe furadas. A Juventus respondeu com dois homens que haveriam de fazer o resultado final.

Pjaca e Dani Alves, entrados para os lugares de Cuadrado e Lichtsteiner, fizeram dois golos em três minutos. Ambos os golos surgiram pelo lado esquerdo da defesa azul e branca.

Desânimo, conformismo e resignação evidentes no Dragão perante um desfecho justo. Não há por que pegar, apesar da dualidade de critérios do árbitro alemão (mais um depois de Prokop, Markus Merk, entre outros).


Importa agora é olhar em frente e apontar todas as baterias para a Liga NOS onde se joga uma época com a possibilidade de vencer a prova, desde que a equipa mantenha os pés no chão e os olhos no horizonte. Esqueçam a Champions!

Sim, esqueçam! Há prestígio a defender na 2ª mão em Turim, mas não se iludam. A eliminatória está mais do que sentenciada.

Ainda ontem, na viagem a caminho de casa ouvia na TSF, João Nuno Coelho dizer que o FC Porto está numa posição muito difícil, mas lembrou que não há impossíveis no futebol. Lembrou ele uma eliminatória do Barcelona em 1984-85 quando venceu fora por 1-3 (foram 2-4 na realidade) o Metz para a Taça das Taças e depois foi derrotado em casa pelos franceses por 2-4 (1-4 foi o resultado).


Eu lembrei-me do Inter que foi vencer a Munique o Bayern por 2-0 na edição da Taça UEFA 88-89 e depois foi derrotado em casa por 3-1, sendo estrondosamente eliminado.

Mas não se iludam, repito! Defendam o prestígio em Turim, mas metam a carne toda no assador na Liga NOS, a começar já no Estádio do Bessa no próximo Domingo.



DECLARAÇÕES

Nuno: “A eliminatória está muito difícil, mas não está fechada”

Expulsão determinante
“A expulsão foi determinante, porque tivemos que reequilibrar a equipa. É de realçar que a equipa deu tudo e a maneira como ela trabalhou e conseguiu aguentar até aos 72 minutos as investidas do adversário. Manteve a consistência defensiva, lidou bem com a inferioridade numérica e com o domínio do jogo que a Juventus naturalmente assumiu. Fomos para intervalo com 0-0 e, quando sentíamos que era possível chegar ao golo - havia situações de remate exterior e de cruzamentos e nós respondíamos bem -, aconteceram os dois golos.”

As entradas de Corona e Jota
“Começámos muito bem o jogo, com saídas, com posse, com chegadas. A estratégia pensada foi executada pelos jogadores, que estiveram sempre dentro daquilo que projetámos para o jogo. Quando sofremos os golos, estávamos a controlar bem o jogo defensivamente, estávamos bem e equilibrados. A Juventus procurava chegar à nossa baliza através do jogo exterior e nós queríamos algo mais, apesar de estarmos a jogar com menos um elemento, queríamos tentar o golo que era fundamental para nós e por isso lançámos o Jesús Corona e o Diogo Jota.”


Tudo é possível
“Agora temos que ir a Turim competir. É verdade é que a eliminatória está muito, muito difícil, mas não está fechada. O futebol já demonstrou que ao longo dos anos que tudo é possível. Esse será o nosso espírito até ao fim.”

O árbitro podia ter tomado outra decisão
“Sem querer melindrar o trabalho do árbitro, o árbitro podia ter contemporizado e ter tomado outra decisão, porque a falta não é agressiva nem pôs em causa a integridade física do adversário. Isso não invalida o erro e a precipitação que tivemos, mas é o erro que nos faz crescer individual e coletivamente.”

Obrigado, Dragão
“Um palavra de agradecimento ao Dragão, que mais uma vez apoiou a equipa durante todo o jogo, mesmo quando o resultado era adverso. O carinho dos adeptos é fundamental para nós e personifica o espírito que temos, de união entre todos.”

Foco no Boavista
“Neste momento tiramos a Juventus das nossas cabeças, projetamos o próximo jogo do campeonato, frente ao Boavista. O desgaste provocado por este jogo vai requerer de nós um bom trabalho de recuperação, com a consciência de que este resultado não pode em nada melindrar a forma como vamos encarar o próximo jogo no Estádio do Bessa. Temos que mostrar, como equipa, que somos capazes de nos levantar após este resultado adverso e competir no nosso campeonato, que é o grande objetivo.”



RESUMO DO JOGO

TUDO MALTA BEM COMPORTADA!


Ao longo das últimas semanas, coincidindo com a nossa aproximação ao topo de tabela, temos vindo a assistir a uma sucessiva criação de factos relativos ao nosso clube, todos eles com um só propósito: criar ruído e perturbação!

Um desses factos, foi a possibilidade de interdição do estádio do Dragão por um jogo ou eventual realização de jogo à porta fechada, em virtude do pseudo mau comportamento dos nossos adeptos. De repente, foram recuperar ao fundo do baú aquela velha tese de que no Norte são todos uns arruaceiros e malcriados, tudo gente sem carácter e de má índole, uns verdadeiros criminosos que vivem à margem da lei. Nesta guerra, tudo serve para atingir o FC Porto!

Os doutos especialistas na matéria, jornalistas e/ou comentadores com muitos anos de bancada e kms nas pernas a apoiar o seu clube, caem mais uma vez no ridículo, pois esquecem-se que, historicamente, todos os casos mais graves associados a violência ou crime no nosso país, tiveram sempre um fio condutor: os adeptos do benfica!

Comecemos por fazer uma breve resenha das ocorrências mais marcantes:
  • Na final da taça de Portugal de 1996, um adepto do Sporting é morto depois do lançamento de um very-light por parte de um lampião. O que aconteceu ao slb? Nada!
  • Na época seguinte, o autocarro que transportava a nossa equipa de hóquei em patins, é alvo de uma emboscada na saída da luz, com toda a comitiva a ser agredida e Filipe Santos a ter corrido risco de vida. Dadas as irrelevantes punições, o FC Porto abdica do resto do campeonato, portanto, o que aconteceu ao slb? Nada!
  • Saltamos até 2008, onde um autocarro da claque Super Dragões é incendiado às portas da luz enquanto decorria um slb-FC Porto de hóquei em patins. O que aconteceu ao slb? Nada!
  • Ainda em 2008, rebenta o único processo em massa relativo a violência no desporto. Protagonistas? A ilegal claque do slb, no name boys. Várias dezenas de elementos são detidos sob a acusação, entre outros, de associação criminosa e posse de armas proibidas. Esses crimes aconteciam e eram programados, na sua maioria, nas instalações do slb, onde o seu presidente mantinha (e mantém!) o apoio a uma claque ilegal, o que viola a legislação em vigor (* ver vídeo abaixo). O que aconteceu ao slb? Nada!
Após estes 4 casos que fazem parte daquilo que de mais negro alguma vez ocorreu, vamos viajar até factos mais recentes. Obviamente que todos nos recordamos do sporting-slb de 2015, onde adeptos lampiões lançaram diversas tochas e petardos na direção da lagartada, isto, após no dia anterior num jogo de futsal, terem aberto uma tarja a comemorar o “Very Light 96” ao som dos cânticos “Amanhã há mais”. Ou seja, há aqui uma clara relação causa/efeito. O que aconteceu ao slb? Nada!

Até a nível europeu, todos se recordam de factos idênticos que ocorreram num célebre Atlético Madrid vs slb, onde foram lançadas diversas tochas para a bancada dos adeptos colchoneros, tendo uma delas caído precisamente junto de uma criança.

Julgo eu que estamos conversados sobre o histórico e percurso dos adeptos lampiões... tudo malta bem comportada!

Mas falemos daquilo que está a ocorrer precisamente neste campeonato.

Quem não está a dormir, vê e ouve bem, e está atento a estas coisas, percebe que a lampionagem já é a grande vencedora do campeonato da pirotecnia dos estádios portugueses, a tal pirotecnia proibida, e que de repente alguns se lembraram de, por factos isolados, quererem atingir os adeptos do FC Porto e inerentemente o clube.

Para não apelarmos à memória fotográfica de cada uma das pessoas (é óbvio que todos se lembrariam de muitas mais tochas e petardos nos jogos do slb do que nos do FCP), vamos a factos concretos que são avaliados, semana após semana, pela entidade que organiza os campeonatos: a Liga Portuguesa de Futebol Profissional!

Semana após semana, às terças feiras, a LPFP publica o mapa de castigos a aplicar a cada um dos clubes. Neste particular, o slb é o campeão incontestável. E para não se pensar que estamos perante uma situação pontual:
Ora, o acabado de retratar, são os factos objetivos que resultam da análise de quem regula o futebol. Não são campanhas de paineleiros, programas da CM TV, notícias ou editoriais encomendados. Não... são factos! Perante isto, é preciso ter muita lata para ainda se falar que o FC Porto pode ser alvo de penalizações adicionais por mau comportamento dos adeptos. Quando isso acontecer, seguramente que nessa altura o slb já jogou 3 jogos em Marte e outros 3 em Júpiter!

Até logo, no sítio do costume!

(*) Recomenda-se o visionamento deste VÍDEO, em particular do minuto 2:25 em diante. A legislação proíbe os clubes de apoiarem grupos organizados de adeptos que não estejam legalizados. Na luz, nenhum grupo é legalizado, logo o slb não poderia conceder apoio a ninguém. Que o fazem e violam a lei, todos ia-mos sabendo pelo que se dizia. Aliás, há escutas em que Luís Filipe Vieira é apanhado a dizer que teve reuniões com elementos dos no name boys a prometer a devolução da “casinha”. Mas aquilo que se dizia, agora tem provas! O vídeo é esclarecedor e prova que mais uma vez estes senhores vivem à margem da lei.

21 fevereiro, 2017

AS NOSSAS MODALIDADES – RESUMO DO FIM DE SEMANA.


JOGO DA SEMANA

A escolha para jogo da semana recai sobre o jogo para a Taça EHF de ANDEBOL contra os alemães do Göppingen. Num grupo equilibrado, os jogos na condição de visitado assumem uma especial relevância. No caso deste jogo a relevância era ainda maior depois da derrota na jornada inaugural.

A equipa entrou concentrada, mas na defesa as coisas não corriam bem e Ricardo Costa tomou a decisão de trocar o pouco inspirado Alfredo Quintana por Hugo Laurentino. Foi uma decisão acertada, já que a eficácia do guarda-redes subiu. A nossa equipa liderava e sempre que ameaçava abrir distância no marcador, os 2 senhores vindos da Islândia tomavam as rédeas da partida e lá recolocavam o equilíbrio no marcador. O intervalo chegava com uma vantagem de 1 golo para o FC Porto.

Na 2ª parte, a mesma toada, mas com os alemães a terem maior eficácia na finalização e a nossa equipa a acusar o cansaço da 1ª parte de muito alto ritmo que causava menor clarividência. A arbitragem foi regular ao longo de todo o jogo com diferenças de critério ao nível do jogo passivo, das exclusões (6 vs 2) e ao nível dos livres de 7m (0 vs 3).

O próximo jogo da EHF é a receção ao Granollers (4/3) e a vitória é fundamental para manter vivas as esperanças do apuramento. Até lá, regressa o campeonato nacional, hoje às 20h30, com a recepção à Académica de S. Mamede.


AS OUTRAS MODALIDADES

A equipa de HÓQUEI EM PATINS realizou 2 jogos desde a última crónica, Juventude de Viana para o campeonato e Bassano para a Liga Europeia. Depois da derrota em Barcelos, a receção aos minhotos era fundamental para não abrir o fosso classificativo para a liderança do campeonato, e a equipa correspondeu às expectativas. Entrou a “a todo o vapor” e antes dos 10 minutos já a equipa liderava o marcador e havia desperdiçado 2 penalties. Antes do intervalo, os de Viana chegaram ao empate de penalti. O 1-1 era o resultado ao fim dos primeiros 25 minutos.

A 2ª parte foi totalmente controlada pela nossa equipa que chegou ao fim dos 50 minutos com um esclarecedor 4-1 que não foi mais dilatado, fruto da excelente exibição do guarda-redes visitante, o “jovem” Edo Bosch.

No sábado, disputava-se a 6ª jornada da Liga Europeia e a nossa equipa que já tinha garantido o apuramento, apenas um milagre permitiria chegar à liderança, já que era necessário que os franceses do Merignac vencessem no Palau Blaugrana, o que não se verificou, até porque conhecendo as duas equipas, esse resultado apenas seria possível com sabotagem do equipamento dos espanhóis.

A nossa equipa entrou focada na vitória e logo aos 50 segundos chegou ao 1-0. Aos 10 minutos, a vantagem era de 3 golos e ao fim dos primeiros minutos era já de 8-1 a vantagem.

A 2ª parte foi jogada num ritmo mais baixo, mas com a mesma tendência no marcador e ao fim dos 50 minutos o marcador registava uns esclarecedores 13-3.

Na próxima eliminatória, mediremos forças com o Réus, com jogo no Dragãozinho a 11/3 e a deslocação a Réus no dia 1/4. Antes disso, no próximo sábado, deslocação a Turquel para mais um jogo do campeonato nacional.

A equipa de BASQUETEBOL teve direito a nova jornada dupla, desta vez com 2 jogos fora (Oliveirense e Illiabum).

No sábado, deslocação ao terreno do 2º classificado e que em caso de vitória nos colocaria definitivamente na rota do 1º lugar nesta 1ª fase. Assim foi, e ao fim dos primeiros 10 minutos, a vantagem era já de 6 pontos. Até ao intervalo, o alargar da vantagem para 8 pontos. Na 2ª parte o mesmo rendimento e ao fim de 75% do jogo, a vantagem era de 12 pontos. O 4º período foi favorável aos locais, o que levou a que a vitória final fosse por 9 pontos.

No domingo, deslocação a Ílhavo que permitiria selar o 1º lugar em caso de vitória, e assim foi. Ao fim dos primeiros 10 minutos, uma vantagem de 5 pontos que até ao intervalo foi alargada para 7 pontos (35-42). Um 3º período de elevado nível levou a uma vantagem de 20 pontos (49-69). O último período foi favorável aos locais, o que levou a uma vantagem final de 14 pontos.

Os 2 jogos tiveram um ponto comum que foi a eleição de Thomas Bropleh como MVP.

O próximo jogo será a receção ao Maia Basket no próximo sábado.



Para finalizar, dar conhecimento de um novo projeto - VÍDEOS DAS MODALIDADES DO FCP - na divulgação da história das nossas modalidades, que teve hoje o seu inicio, com a publicação de um vídeo do jogo de basquetebol de há 20 anos da FIBA Europe Cup.

Abraco,
Delindro

20 fevereiro, 2017

SURREAL?!?!?!


Surreal é quando entre a 2ª e 9ª jornada do campeonato o FC Porto foi escandalosamente espoliado por várias equipas de arbitragem em vários jogos de várias formas e feitios. Desde penalties por marcar, golos ilegais dos adversários, golos mal anulados ao FC Porto, foras-de-jogo inacreditavelmente mal assinalados, aconteceu praticamente de tudo ao FC Porto. 7 pontos perdidos nesse período, que agora fazem toda a diferença... de referir que o jogo que culminou esse ciclo, foi o famoso jogo de Setúbal em que Otávio é pontapeado dentro da área e o árbitro fez vista grossa, não viu ou não quis ver aquilo que TODA a gente viu dentro e fora do estádio. Esse jogo antecedeu o jogo do FC Porto em que o Herrera decidiu mandar para a sanita o trabalho dos seus colegas durante 90 minutos, curioso, não é?!?!

Surreal é quando um jogador, de seu nome Freire (ficou-me na memória por razões óbvias) coloca os braços no ar e defende com as mãos o remate de um jogador do FC Porto em plena grande área do Chaves com o jogo a terminar... uma qualquer “capelinha” não viu, não quis ver ou fingiu que não viu o tal lance. Resultado final: eliminação do FC Porto da taça de Portugal!

Surreal é quando um árbitro ao andar para trás choca com Danilo e expulsa o jogador do FC Porto, alegando depois que a expulsão se deveu a palavras!

Surreal é quando num jogo contra o Chaves no Dragão, o FC Porto viu ser-lhe anulado um golo limpíssimo quando perdia por 0-1 e viu ser-lhe negado um penaltie claro sobre Maxi Pereira! Mesmo com tudo isto, o FC Porto virou brilhantemente o jogo, e em 20 minutos deu a volta a uma desvantagem de um golo, resgatando os 3 pontos in-extremis!

Surreal é haver um elemento dos no name boys disfarçado de treinador do tondela.

Surreal é haver lutadores de karaté disfarçados de jogadores de futebol de uma miserável equipa chamada tondela. Se houver justiça não tardará muito a esse estrume chamado tondela ir para onde merece... os distritais!

Surreal é o FC Porto não ter enfiado 7, 8 ou 9 golos ao clube de karaté tondela, dadas as imensas oportunidades de golo ao longo de todo o jogo.

Surreal é um treinador manco e sonso com cara de parvo, armado em beata púdica e virgem, que enquanto esteve na liderança com 7 e 8 pontos de vantagem sobre a concorrência era todo paz e amor, compaixão para com os adversários, viva o futebol português, o amor e os passarinhos a cantar. Bastou o FC Porto, o tal clube que iria lutar com o Braga pelo 3º lugar, aproximar-se e ficar a um ponto da liderança, vêm logo os murros na mesa, o "exército dos 6 milhões", o "não brinquem com o meu trabalho", os gritos, a histeria e a habitual ameaça de que quem se meter com o clube dos 6 milhões, pode dar-se mal!

Surreal é tudo isto!!!

17 fevereiro, 2017

A LIDERANÇA NO HORIZONTE.


FC PORTO-TONDELA, 4-0

A liderança azul e branca no horizonte está a causar bastantes efeitos em muita gente: calafrios, tremuras e medo. O regresso do velho discurso, pedidos de reunião de emergência, campanhas na (e da) comunicação social e desvio de atenções para outras notícias que nada têm que ver com o futebol para que não se fale do que realmente interessa são as estratégias mais recentes do mundo vermelhão.

Mas não se vão ficar por aqui. Até ao jogo da Luz vai haver intensas campanhas para que o FC Porto não vença este campeonato. Como é bonito vê-los a saltar como coelhos. Estavam tão calados e tão quietos. E agora? O alarme soou?


Pois agora, vou usar a frase que esses apregoadores da tão famosa verdade desportiva usaram durante as três últimas épocas e meia: “joguem à bola”.

O medo, o pânico, os nervos e as alucinações começam a fazer-se sentir terrivelmente num clube que durante os últimos anos nunca teve vergonha na cara. Fizeram, inclusive, chacota com a comercialização de cachecóis “a culpa é do benfica” e “colinho”. Movimentaram-se nos bastidores e dentro das quatro linhas com um descaramento total.

Durante a primeira volta, nunca se queixaram. Mas agora que sentem o bafo do Dragão bem intenso a rebentar-lhes com as narinas e os benefícios descarados já não são suficientes para lhes servir na perfeição, ficam desesperados.

É uma grande notícia! É mesmo uma grande notícia. É um claro sinal de que o Dragão está vivo e bem vivo. Aquele Dragão que espalha o terror sempre que joga no salão de festas e que acorda os fantasmas das perseguições às lideranças e dos minutos 92; aquele Dragão que causa o pânico pelo facto deles terem que lidar com a raça que o FC Porto mostrou ao longo de mais de três décadas. Isto tudo assusta-os de morte!

Tenham calma! O jogo da Luz ainda não é para já. Têm quase dois meses pela frente. Até lá, não se preocupem! Estão preocupados com o quê? Com a vossa filial do Minho? Essa estende-vos a passadeira bem vermelha já neste Domingo. Não mordem. Não valem um tostão. Fazem o jogo da época apenas contra o Dragão.


Missão cumprida pelo FC Porto, antes da recepção à Juventus. Vitória sem espinhas por mais que a comunicação social e os abutres que gravitam à volta dela pretendam passar uma ideia completamente contrária. Dezasseis oportunidades claras contra uma durante os 90 minutos são factos, não são balelas.

Venham lá com esses discursos de polémica, dificuldades para derrubar o último classificado, penalty inexistente ou expulsão mal assinalada para justificar a vitória azul e branca. Aceitaria entrar por aí caso fossem sérios a analisar o que foram os últimos três anos e meio. Mas como seriedade é o que não há, e quando não se tem, não se pode comprar nas farmácias como por exemplo Rennie ou Kompensan, vou falar apenas no que é factual.

E o que é factual neste encontro?

Para começar, o onze escalonado do FC Porto. Nuno Espírito Santo poupou alguns jogadores a pensar no jogo de Quarta-feira e também atendeu aos muitos minutos que outros levam nas pernas esta época.

Foi um risco mas, provavelmente, um risco calculado. Perante o último classificado, o FC Porto tem obrigatoriamente que vencer em casa, seja com que onze for. Mesmo que do outro lado estejam uma equipa e um clube orientados por mandatários do clube da 2ª circular.


O FC Porto teve que esperar 40 minutos para chegar ao primeiro golo mas, ao contrário do que se vai ver e ler nas crónicas de muitos jornais, os portistas só não chegaram ao golo mais cedo por falta de pontaria dos seus jogadores e por inspiração da defesa tondelense.

Ao intervalo, o resultado registava 1-0 a favor dos azuis e brancos na conversão de uma grande penalidade apontada por André Silva. Mas o resultado era lisonjeiro para o Tondela, pelo que se viu no primeiro tempo.

Regressados do intervalo, os portistas continuaram o seu caudal ofensivo. A trinta metros da baliza, Rúben Neves, que substituiu Danilo, fez um golo extraordinário. Uma bomba que só parou dentro da baliza do Tondela. Estavam decorridos 54 minutos.

Mas antes disso Soares e André Silva de baliza aberta tinham falhado golos escandalosos. Começava a ser surreal tantos golos falhados de uma forma deveras infantil.

O jogo continuava em sentido único. O Tondela depois da boa primeira parte realizada, ficou reduzido a dez unidades. Nesse período, fez o único remate em toda a partida. No resto, ficou-se pela boa organização defensiva, por uma ou outra ameaça à baliza de Casillas e pela intervenção surreal do seu técnico na conferência de imprensa. Muito pouco para justificar benesses da 2ª circular, que ainda viu o árbitro perdoar um penalty sobre André André.

Esforcem-se mais. O prémio era chorudo, eu percebo, Pepa! Temos pena!


Soares marcou o quarto golo em três jogos ao serviço do Dragão, num lance muito bonito que resultou num golo de belo efeito. 3-0 aos 63 minutos. Soares, a contratação cirúrgica de inverno, revela-se cada vez mais um excelente reforço apesar desta noite ter estado um pouco desastrado com três golos escandalosamente falhados.

Nuno Espírito Santo fez a partir daqui a gestão do plantel. Retirou, de uma assentada, Otávio e Soares para as entradas de Óliver e Diogo Jota e, pouco depois, Maxi cedeu o lugar a Layún.

O 4-0 surgiu ao cair do pano por Diogo Jota, num belo lance de futebol. Cruzamento de Layún para a grande área, assistência de Oliver para André Silva. Este de costas para a baliza atrasou para Diogo Jota que, à entrada da área, rematou fulminantemente para a baliza.

O FC Porto fez um bom ensaio para Quarta-feira. No entanto, o jogo da Champions League frente à Juventus será um jogo completamente diferente. Será um jogo de exigência máxima e em que o FC Porto vai precisar de ter os níveis máximos de concentração durante os 90 minutos para poder almejar um resultado positivo. Expectativa para ver o Dragão frente a um adversário com quem tem contas antigas para ajustar.

Lembram-se do Sr. Prokop? Eu jamais esquecerei esse dia.




DECLARAÇÕES

Nuno: “Estou satisfeito porque conseguimos o que queríamos”

Vitória justa que deveria ter sido mais ampla
“No futebol nada é fácil, não há nenhum jogo fácil. Nunca menosprezamos ninguém e preparamo-nos para todos os adversários. Competimos, competimos bem e vencemos com justiça. O fundamental era o jogo de hoje, fazer o nosso trabalho e não pensar no rival. Foi uma vitória trabalhada. Fomos competitivos durante todo o jogo. O Dragão festejou connosco e viu grandes golos. Estou satisfeito porque conseguimos o que queríamos, os três pontos. Fizemos quatro golos e poderíamos ter feito mais. É surreal falhar tantos golos de baliza aberta.”

Alterações no onze inicial
“O que houve foi um onze preparado para este jogo. O importante era o jogo de hoje. Todos os jogadores sabem que têm de estar preparados e que, quando forem chamados, o rendimento tem de ser imediato. Aqui não há onzes definidos e todos têm de estar preparados. Somos sempre justos com os jogadores, como eles são connosco no trabalho diário.”

Lances bem ajuizados pelo árbitro
“Creio que o árbitro, que estava bem posicionado, decidiu bem, tanto no lance da grande penalidade como no lance da expulsão do jogador do Tondela.”

A ausência de Danilo Pereira
“Foi apenas uma decisão. Ele tem tido rendimento, mas há colegas de posição que também o têm, como hoje ficou provado.”

A liderança à condição
“Neste momento estamos onde queremos estar, mas vamos esperar para ver o que acontece.”

A importância de continuar a crescer
“Não damos grande valor aos resultados que temos feito. Queremos é continuar a crescer. Quanto mais e melhor treinarmos, mais e melhor iremos jogar. Neste momento, o nosso foco passa completamente para o jogo de quarta-feira.



RESUMO DO JOGO

A MELHOR "TRANSFERTA" EM PORTUGAL.


Guimarães é, sem dúvida, a melhor deslocação para qualquer ultra português. E não é preciso retirar os chamados “grandes” da lista, mas se o fizermos, então não há discussão possível. O futebol português peca, em minha opinião, pela elevada percentagem de adeptos dos três grandes. Nas cidades de onde nenhum desses três grandes é natural, os seus habitantes apoiam um dos três grandes em mais de 90% dos casos. Não direi que a cidade de Guimarães apoie a 100% o Vitória, não seria uma afirmação verdadeira e é quase impossível chegar a esse ponto, mas é ali, naquele local, que se sente mais esse bairrismo, esse amor ao que é deles, à terra deles, ao clube deles.

É naquele local que se sente o perigo em cada esquina, é ali que temos de olhar sempre de olhos bem abertos para não sermos apanhados desprevenidos, é ali que nunca estamos 100% seguros, principalmente se não formos de forma organizada e decidirmos ir no nosso próprio carro com três ou quatro amigos. Pode parecer estranho a quem não é “dos nossos”, mas é exatamente por essas razões, que queremos mais que tudo marcar presença em Guimarães. Quando os cuidados devem ser redobrados é quando ansiamos por arrancar e que chegue a hora de mostrarmos a nossa força. Cachecol ao peito e defender o Porto até à morte!


Este ano rebentámos com tudo!! Desde que vou a Guimarães, não me lembro de assistir a tamanha invasão azul e branca!! Os bilhetes esgotaram, foram pedidos mais e voltaram a esgotar!! Nas bancadas estavam seguramente 5000 portistas, no mínimo!! Lotámos dois sectores, o habitual sector visitante, na parte de baixo da bancada e também o sector de cima, também com ultras, acompanhados do material das claques.

Os Super Dragões optaram pelo comboio para a deslocação. Um Super comboio partiu de Campanhã a meio da tarde com mais de um milhar de ultras “a bordo”. Começava o festival. Menos de uma hora passou e já estávamos em Guimarães. O Colectivo viajou de camioneta e juntou-se para o cortejo. Muita gente também viajou de forma particular e todos arrancaram num cortejo indescritível que pintou as ruas da cidade de azul e branco!! Tanto o cortejo de ida como o de regresso do arrepiante. Destaco o da ida para o estádio, onde os vitorianos corajosos arremessaram pedras na nossa direcção e desataram a correr.


No cortejo de regresso à estação, passámos pela centro da cidade, Toural, só falou sermos recebidos na câmara municipal.

Dentro do estádio, abafo completo aos ultras da casa, mesmo sem termos entoado uma grande variedade de cânticos. Um recital no sector visitante, três pontos ganhos muita pela nossa presença e atitude ao longo dos 90 minutos.

No passado Sábado demonstrámos estar em grande forma e com uma força enorme. Que seja para manter porque muito vamos precisar até Maio. Contem connosco!

Um abraço ultra.

16 fevereiro, 2017

EXIGÊNCIA.


1. Não vou escrever demoradamente sobre jornalistas (?) cuja carreira não obedece a critérios deontológicos, mas sim a outros mais ligados ao espectáculo pantomineiro.

Deixo no entanto a constatação de que anos depois de se ter transformado num dos bonecos ao serviço do regime para nos trazer todas as novidades chocantes do apito dourado (a par com o ex-marido, um “leixonense” de gema) eis que a figura reaparece, sempre pronta para satisfazer os interesses do dono, o famigerado Correio da Cofina. Da personagem não vale a pena falar muito. Felizmente foi inventada a Internet e os seus motores de busca, onde podemos fazer pesquisas com “nome da personagem + apito dourado” e perceber ao pormenor de quem estamos a falar. Curiosamente também aparece isto AQUI, um ponto a seu favor mas que, vá se lá saber porquê, há muito saiu da agenda.

Terminada a breve nota, fica um recado sobretudo para as nossas figuras mais mediáticas: toda a atenção é pouca para desmontar estas armadilhas sempre apontadas ao FC Porto. Caso queiram mesmo ajudar o Clube convém estudarem os dossiers e não se limitarem a enveredar por posturas politicamente correctas quando está em causa o “trabalho” de uma série de agentes provocadores.


2. Um ponto apenas separa o actual primeiro classificado e o FC Porto, o tal que ia lutar com o Braga pelo 3º lugar. Um ponto, com três ainda para disputar em confronto directo num terreno onde raramente perdemos, o que significa que numa fase complicadíssima, após (mais) um empate comprometedor em Paços de Ferreira, conseguimos encurtar distâncias com importantíssimas vitórias em jogos como os 2 últimos, somadas a deslizes pouco naturais do ainda líder.

E agora? Bem, faltam disputar 13 jogos, que tem de ser encaradas como autênticas finais rumo a um objetivo: fazer com que o já consagrado tetra campeão (sim, lembram-se da festa no Dragão?) seja devolvido ao seu lugar natural dos últimos 30 anos. Pede-se no entanto aos Deuses do Futebol que diminuam um pouco o nível de sorte do rival, que na passada terça-feira atingiu valores quase inultrapassáveis.

3. Não tenho escrito muitas vezes sobre outras modalidades, mas isso não significa um menosprezo sobre as mesmas. O Futebol, evidentemente a força motriz do FC Porto, tem-nos consumido muito tempo mas isso não significa que as atenções não estejam também voltadas para os atletas que representam o Clube fora dos relvados.

No Andebol vivemos um momento inolvidável na passada semana, mais um que esta modalidade nos proporcionou. Jogos como o que disputamos com o Sporting são evidentemente a excepção pelo improvável que aquela recuperação representa, no entanto evidencia aquilo que mais gostamos de ver numa equipa que enverga as nossas cores: quem nunca desiste de lutar fica mais perto de conseguir o improvável.

O ciclo de vitórias foi entretanto quebrado mas a época continua, sabendo de antemão que mesmo sem playoffs temos de estar focados para não repetir o final do temporada passada.

No basquetebol a época tem tido alguns altos e baixos, naturais para uma equipa que sofreu com lesões e algumas indefinições, contudo na competição mais importante o barco continua a remar para bom Porto. Apesar das dificuldades e mesmo sabendo que dificilmente teremos um reforço como Troy DeVries para desequilibrar claramente a balança, confio plenamente no labor de Moncho e dos seus pupilos para vencer um Benfica que estará (apesar dos recentes deslizes) mais sólido neste playoff, bem como outros adversários que cada vez mais se aproximam do nível dos crónicos candidatos.

No Hóquei a história tem sido, a meu ver, um pouco diferente… Apesar do indiscutível talento e do facto de termos um grupo de trabalho que está junto há 1 ano e meio os erros vão se repetindo, sendo que quando entramos em pistas mais complicadas parece que se apodera da nossa equipa uma atitude fatalista, consubstanciada numa espécie de medo em ser feliz que podemos verificar na maneira como (não) reagimos quando estamos em vantagem, esperando sempre pela recuperação dos adversários sem ter a coragem de lhes infligir um golpe definitivo.

Não sou um conhecedor profundo da modalidade por isso escuso-me a comentar aspectos técnicos ou tácticos. Muito menos serei meramente resultadista ou apenas impaciente, dai que não tenha abordado este assunto há 1 ano atrás, após uma época muito complicada. Sendo certo que um ciclo acabou e estamos ainda a trabalhar para começar um novo, parece-me no entanto preocupante que nos jogos fora com Sporting, Benfica, Óquei de Barcelos e mesmo em Barcelona a nossa equipa tenha sido dobrada com relativa facilidade, exibindo uma falta de intensidade competitiva e nervo que não augura grandes feitos.

Sejamos claros: a responsabilidade estará, como não podia deixar de ser, em todo o grupo de trabalho, onde poderá estar a faltar o espírito que tinham jogadores como Reinaldo Ventura ou Tó Neves. Seja por este ou outro facto, a verdade é que façanhas como a célebre virada no Candelária parecem coisas de um passado muito distante, sendo que do banco tem surgido um discurso muitas vezes demasiado complacente e de alguma forma algo acomodado a esta situação de equipa em construção.

Sei bem quem tem a equipa mais apetrechada e é necessariamente o maior candidato à conquista de todos os troféus. Não concebo é que eles o façam num contexto de uma falta de comparência do FC Porto!

O tempo é portanto de cerrar fileiras e tentar queimar rapidamente algumas etapas, na certeza de que só assim poderemos aspirar a atingir algum dos objectivos ainda em aberto nesta modalidade tão querida dos Portistas.

15 fevereiro, 2017

MAIS UM TENTÁCULO DO POLVO.


Sábado passado, 19h00, entrada do estádio D. Afonso Henriques.
A noite já tinha caído e o dia havia decorrido serenamente.
Viagem de comboio até Guimarães sem qualquer tipo de ocorrência, cortejo azul e branco desde a estação até ao estádio apenas com um atrito na fase final onde um nosso elemento foi agredido do exterior com uma pedra.
Chegados à porta do estádio, há quem se deixe ficar mais para trás para evitar apertos, e eis senão quando se dá o seguinte diálogo entre adeptos de futebol que ordeiramente aguardam o seu momento de aceder ás bancadas e agentes da PSP destacados para a (in)segurança no estádio:

"Sr. Agente, qual o melhor caminho para quem está a vir de Barcelos?" - pergunta um adepto.
"Não sei, sou de Lisboa." - responde o agente.
"De Lisboa?" - fica surpreendido o adepto.
"Sim, vocês andam a portar-se mal... viemos aqui para vos arrebentar!" - responde o animal.
Aquilo que aparentemente não seria mais do que uma conversa igual a tantas outras que vão ocorrendo jogo após jogo entre adeptos e alguns agentes de suposta autoridade, merece aqui uma reflexão mais profunda sobre tudo isto.

Antes de mais, dizer que, felizmente, nem todos os polícias têm comportamentos destes. Felizmente que também há aqueles que são educados e não vão para um estádio como um doberman a babar-se. Em particular, os “Spotters” fazem um trabalho de proximidade e relação, obviamente muito mais eficaz na prevenção de eventuais problemas do que na criação dos mesmos, conforme relato anterior.

Mas, este caso em particular, leva-me a colocar diversas questões e/ou reflexões:
  1. Qual a necessidade de destacar agentes do corpo de intervenção de Lisboa para um jogo a 350 kms de casa??
  2. Em algum momento, para um Setúbal-slb, foram destacados agentes do corpo de intervenção do Porto?
  3. Porque razão se apresentam em Guimarães com o intuito declarado de “arrebentar” os adeptos do FC Porto?
  4. Porque razão se apresentam em Guimarães sem a devida identificação ao peito, inviabilizando que sejam identificados?
  5. Perante todas estas dúvidas, quais as verdadeiras motivações para tudo isto?
Meus amigos, não sejamos ingénuos e não tenhamos medo de dizer a verdade. O que se pretendia era que os adeptos do nosso clube tivessem comportamentos menos adequados por forma a que estes “animais” (desculpem-me os bichinhos que não têm culpa alguma de ser comparados a homens que querem arrebentar outros homens) pudessem carregar indiscriminadamente com o argumento de reposição da ordem pública, e com isso, fosse efetuada mais uma participação de mau comportamento do adeptos afetos ao FC Porto e com isso, mais uma “acha para a fogueira” no “caldinho” que alguns querem montar com vista à interdição do nosso estádio. Isto é tão óbvio, tão descarado, tão notório, que só um cego não vê.
Querem à força toda prejudicar o nosso clube, multá-lo, penalizá-lo e criminalizá-lo. Como o vão fazer, isso pouco interessa, porque todos os meios servem para tal.

Lamento é que, enquanto tudo isto se passa e se monta, os adeptos estão sozinhos nesta luta e na sua defesa. Ninguém do clube os defende, ninguém do clube toma a dianteira na defesa dos seus interesses e direitos. As pessoas parece terem memória curta e não traçam termos comparativos. Se o mesmo fosse na luz, já teríamos espetáculos televisivos com pedidos de esclarecimento à senhora Ministra da Administração Interna, a qual está em silêncio, pois também ninguém lhe pede responsabilidades. Para defender as claques não legalizadas do slb, os recadeiros, avençados e afins, fazem de tudo para os defender. Nós, numa altura de guerra como esta, onde se percebe que aquilo que se pretende é atacar tudo e todos os que nos rodeiam, fazemos silêncio sobre uma matéria onde estamos a anos luz dos comportamentos alheios. Enquanto todos não percebermos que temos de estar juntos, a uma só voz, a ter que nos defender mutuamente, esqueçam...

Até sexta-feira, no sítio do costume.

14 fevereiro, 2017

LENDAS DE PAIXÃO, MITOS DE GLÓRIA (ou como nem lhes cabe um pinhão).


Acordam cedo, todos os dias, bem antes do galo… os campos ainda cobertos pelo orvalho fresco da manhã que cai só para eles e abençoando o seu ser glorificado. Faça chuva ou ameace raiar o sol, na eira ou no seu viçoso e fértil nabal. Trabalham árdua e devotadamente, nos relvados verdes do Seixal, onde fazem evoluir o seu futebol do mais fino recorte, da mais virtuosa técnica. Mais ainda, numa azáfama quase perturbadora, estonteante, mirabolante, em salas e portas -- a 18 é manifestamente e a título de curiosidade a que tem mais procura -- sitas nas instalações da Sede na Avenida do Apanteonado Eusébio da Silva Ferreira e no estádio ali implantado: autêntico monumento ao cesto do pão, acompanhado de azeitonas pretas e um belo de um chouriço assado.

São chamadas em catrefada, de dentro para fora e de fora para dentro no portentoso helpdesk existente, desfiles sem fim na passadeira encarnada de personagens mais ou menos conhecidas dos diferentes quadrantes da sociedade portuguesa, de paineleiros orquestrados que vêm às reuniões bissemanais de onde saem cantando em coro, de peões amestrados…

As filas são intermináveis nos balcões de levantamento de vouchers e brindes vários, desde posters e calendários de parede dos jogadores em poses sugestivas, penas da água vitória, altas e fofas almofadas estampadas com a cara de Rui Gomes da Silva, pacotes cheios de ar puro do Estádio da Luz, até aos mais vulgares porta-chaves sempre com imensa saída.

Ainda que o impessoal sistema de atendimento por ticket tenha vindo criar alguma confusão e estranheza inicial -- pela saudade da habitual recepção na pessoa do próprio Presidente onde eram distribuídos sorrisos, cocktails, pacotinhos e palmadinhas nas costas -- a simpatia, o brio, a eficiência e a eficácia mantêm-se as palavras de ordem.


Assistem-se a métodos implementados a pulso, com sangue, suor e lágrimas nas-ao-longo-dos- -anos-dilatadas-tolas do pessoal afecto e contratado, motivados por décadas de seca grave e generalizada e da Grande Fome. Foram centenas de meses e meses e meses passados em esforços de Investigação & Desenvolvimento que geraram case-studies estado-da-arte da autoria de alguns dos mais conceituados investigadores portugueses da área. Deles saíram princípios norteadores (ah, o raio do adjectivo!) de acção e fundamentados em 4 grandes eixos: A) Santas Alianças e Ententes, B) na suprema importância das relações públicas especializadas em determinadas profissões de arbítrio e ajuizamento, C) na prospecção e formação de talentos homemade e D) na criação de postos de trabalho.

Pelo meio e aliado a isso um treinador de serviços mínimos com capacidade de se armar em carapau de corrida e um balneário recheado de um punhado de jogadores razoáveis e jovens promessas e mais o Luisão, todos eles com contratos de trabalho onde se os declara candidatos fortíssimos a loas, à sempre almejada endeusificação e beatificação no espaço de poucos meses e/ou semanas (quais Barça ou Real Madrid!) e mais o Luisão. Todos eles potencialmente merecedores de pacotes turísticos a destinos tão paradisíacos como os Emirados Árabes Unidos, o Mónaco, a distante Valência, a pitoresca Assunção e os recantos da Floresta Amazónica. Todos eles e mais o Luisão, celebrados mártires, deuses dos relvados e mestres de domínio da bola, que infelizmente deixou de ser de trapos e penas como nos bons velhos tempos em que tudo ganhavam, tudo varriam, tudo rapavam tipo o saudoso Salazar de cozinha. Gorada a possibilidade (não por falta de tentativas e démarches, entenda-se!) de regresso a esses tempos do futebol e preto e branco e da falta de transmissão televisiva, período de habituação superado, começam agora a interiorizar a coisa e a criarem vínculos com a nova gorduchinha que é remédio e ainda redonda. Lançou-se também um refulgente e modelar canal próprio de televisão que até transmite a cores e tudo. Nos relvados portugueses e até do Norte a coisa até que tem ido, com glória, alegria, estádios cheios, bandas de música, bombos, pompa e circunstância. Apenas nos internacionais (será da relva?) o insucesso permanece, num mistério que se adensa e difícil de explicar, pese embora as horas extra feitas pelo cada vez maior e mais apetrechado departamento de I&D que até chega ao cúmulo do requinte de falar inglês.

O maravilhoso coração, maravilhoso das gentes benfiquistas merece todos os sacrifícios, todas as pestanas queimadas, todas as horas de dedicação, todos os ensaios laboratoriais, todas as cobaias, todas as cabeças que entretanto rolaram. É plenamente recompensador testemunhar a alegria das ordeiras e genuínas gentes encarnadas nos últimos anos, período em que desencornaram, partiram coisas, desabrocharam, partiram coisas e agora vicejam, prosperam, coisas partem e se ostentam, ufanas… famílias pelas mãos, cabecinhas menos inchadas, sendo o desiderato supremo chegar no mínimo ao – como se diz mesmo quando se ganham 6 campeonatos seguidos? Ah, sim. – hexacampeonato, para assim calar de vez os provincianos corruptos que moram a Norte, sempre com a ladainha do tetra e do penta e do diabo que os carregue (e já faltou mais…).

Depois de um início de época de puro deleite visual e dos sentidos, em que tudo fluía num ir e devir prodigioso e glorioso e tudo o que acabava em .oso, outros ventos se levantaram, novamente vindos do raio do ponto cardeal que remete lá para cima e que deveria ser banido do mapa português. O agora é preocupante. Assiste-se à desSUPERização de uma equipa fabulosa mais o Luisão, o glorioso fosso foi vencido, gloriosas tácticas quase neutralizadas e sente-se a pressão de lançar novos estudos científicos, de alargar o espaço no dito cujo apara alojar novas leguminosas e/ou sementes em caso de real necessidade, de subsidiar novas investigações que funcionem como contra-ofensivas e recorrer a todo o armamento pesado, capelas com e sem ogivas, paixões, motas, talhantes, colos, alcofas, avionetas, Boeings, padiolas, bombistas, macas, guindastes, gruas e tudo. Sempre pela Causa-Maior. Pelo Grande Desiderato Nacional.

A azáfama recrudesce. Está ao rubro e ao encarnado-papoilinha. A chama imensa tremelica.
A Escala de Richter começa a acusar vibrações inusitadas.
T(r)eme-se o pior. T(r)eme-se que se apague.

As humildes gentes benfiquistas mobilizam-se (isto se nos entretantos não houver um resultado menos positivo, em que se assiste a uma espécie de recolher obrigatório durante horas e que pode ir até dias). Cada jogo até ao fim do campeonato – falta apenas um tiquinho assim -- será uma batalha mais. Em cada jogo um combate desigual, com os árbitros achincalhados nas suas preferências, já amedrontados, já violentados nos seus ideais, subitamente parciais, amedrontados, acossados à saída do seu local de honrado trabalho por dois ou três ogres enormes de quase dois metros e vinte e com cachecóis azuis e brancos ao pescoço, psicologicamente manobrados para fazer soçobrar e prejudicar o Glorioso Tricampeão no seu objectivo uno.

Desengane-se quem pensar que vão conseguir: os valorosos e intrépidos jogadores do ÉSSEÉLEBÊ continuarão a progredir com brio, denodo e pundonor nos relvados, lamaçais e campos hostis desse Portugal, preenchendo (ou morrer a tentar preencher) páginas míticas e históricas em caminhadas épicas rumo ao glorioso Treta. Das adversidades far-se-ão bandeiras, hinos e paixões, rezar-se-á em igrejas, capelas e capelinhas… por cada papoila derrubada, uma outra se levantará, orvalhinho e tudo.

Por cada penalty não assinalado, pelo não reconhecimento de um mergulho de elevada nota técnica e artística na área adversária, por cada minuto sonegado, surripiado nos descontos, por cada castigo ao treinador profeta da verdade, por cada fora-de-jogo assinalado contra, por cada expulsão de um santo jogador após lance leal meramente viril-que-futebol-não-é-para-margaridas, por cada bola rechaçada, por cada bola ao poste, por cada golo gloriosamente consentido… um BRUÁ de enorme e avassaladora revolta se fará ouvir de lés-a-lés na imensa, nobre e orgulhosa nação benfiquista. Irão até ao fim qualquer que seja o custo (que estão como sempre dispostos a pagar, até quando não sabem…). A resposta aos inimigos da Verdade Desportiva, aos violadores impunes dos direitos legitimamente adquiridos e trabalhados, será dada em campo, nos túneis, por telefonema e através do sistema de dispensar senhas que entretanto, meio-dia ainda, esgotou já os rolos de manhãzinha repostos para mais um dia de labuta de combate aos…

E rima e tudo.