Corrigindo a infeliz escolha do onze inicial no jogo com o Estoril, desta vez, NES fez entrar, e bem, uma equipa com 2 alas bem abertos e criativos (Corona e Brahimi), um organizador de jogo (Óliver Torres) e um trinco, suportados pela habitual estrutura defensiva.
É certo que é muito fácil avaliar as escolhas de um treinador após o jogo, ou seja, a tal forma muito fácil de acertar no totobola à 2ª feira, mas é inegável que o onze apresentado por NES visou resolver o jogo o mais cedo possível, creio até que contrariamente ao habitual, ninguém se atreveria a criticar a forma teoricamente ofensiva como NES abordou o clássico do Dragão. Do ponto de vista meramente teórico, o onze do FC Porto teve um pendor ofensivo que provavelmente surpreendeu o adversário. É que juntar Brahimi e Corona num jogo destes, obrigando-os a funções táticas necessárias ao equilíbrio geral da equipa comportava obrigatoriamente algum grau de risco.
Mas a verdade é que as duas jogadas de golo mais dificilmente surgiriam caso jogasse Herrera no lugar de Corona ou Diogo Jota no lugar de Soares. Foram por isso escolhas acertadas, porque obviamente o resultado assim o ditou. Não há uma forma complexa de dizer algo muito simples: nos últimos 3 jogos, verdadeiramente nucleares no que à luta pelo título diz respeito, a grande mais valia do FC Porto foi sobretudo a eficácia. Eficácia nas bolas paradas, eficácia defensiva e eficácia ofensiva.
Nos últimos 3 jogos, o FC Porto criou um número de oportunidades de golo consideravelmente inferior ao que tinha ocorrido até aqui ao longo desta época 2016/2017. Contudo, por outro lado, a eficácia ofensiva aumentou exponencialmente. Resumindo, não há volta a dar, as nossas hipóteses neste campeonato vão depender não de notas artísticas ou grandes óperas, mas sim de EFICÁCIA. Eficácia a defender, eficácia a atacar.
Ainda assim, há coisas engraçadas nas análises que vou lendo por aí...
Durante ano e meio de Lopetegui, foram imensas as críticas à forma estéril como se marcavam bolas paradas, à forma chata como a excessiva posse de bola parecia quase uma obsessão e à raridade de transições rápidas. Nas últimas semanas, tenho lido vários lamentos em relação à dependência do FC Porto das bolas paradas em alguns jogos, que tem pouca posse de bola e aposta demasiado em transições rápidas e diretas, que controla pouco o jogo a meio-campo.
Tal, prova aquilo que defendo há muitos anos. Não há modelos perfeitos, nem treinadores imaculados, nem tão pouco táticas infalíveis. Aquilo que nos parece chato num determinado momento, é algo que desejamos tanto no momento a seguir. A posse de bola chata e enfadonha que Vítor Pereira e Lopetegui tanto defendiam, se calhar, tinha dado jeito ao FC Porto da 2ª parte no clássico de sábado.
NES tem o mérito de estar a tentar mudar por completo o modelo de jogo que nos últimos 3 anos tão maus resultados deu. E a verdade é que o FC Porto de NES, tendo vários defeitos e problemas, aproxima-se cada vez mais a uma antítese do FC Porto de excessiva posse de bola e controlo do meio-campo. Não digo que mudar por mudar resolva por si só um problema, mas há claramente a ideia de que NES percebeu que tinha que mudar. Mudou o sistema para 4x1x3x2, dando mais presença na área, mudou a forma estratégica da equipa abordar a maior parte dos jogos, nomeadamente, apostar nas transições rápidas (a verdade é que com Lopetegui era raro fazermos um contra-ataque rápido), trabalhar melhor os lances de bola parada, deixar a obsessão por uma posse de bola que muitas vezes se torna estéril e por vezes utilizar jogo direto, ou seja, não ter problemas em tentar ganhar um jogo aos trambolhões com um golo caído do céu.
PS: Não sou, nunca fui e muito dificilmente alguma vez irei ser fã de NES, mas gosto de fazer análises sérias, independentemente dos meus gostos e crenças pessoais. Há um caso paradigmático no FC Porto: comparemos o Marcano que ofereceu um golo na final da taça de Portugal do ano passado e o Marcano desta época. Algum mérito NES deve ter na produtividade de alguns jogadores do FC Porto que no ano passado pareciam autênticos mancos e este ano até parecem jeitosos...
É certo que é muito fácil avaliar as escolhas de um treinador após o jogo, ou seja, a tal forma muito fácil de acertar no totobola à 2ª feira, mas é inegável que o onze apresentado por NES visou resolver o jogo o mais cedo possível, creio até que contrariamente ao habitual, ninguém se atreveria a criticar a forma teoricamente ofensiva como NES abordou o clássico do Dragão. Do ponto de vista meramente teórico, o onze do FC Porto teve um pendor ofensivo que provavelmente surpreendeu o adversário. É que juntar Brahimi e Corona num jogo destes, obrigando-os a funções táticas necessárias ao equilíbrio geral da equipa comportava obrigatoriamente algum grau de risco.
Mas a verdade é que as duas jogadas de golo mais dificilmente surgiriam caso jogasse Herrera no lugar de Corona ou Diogo Jota no lugar de Soares. Foram por isso escolhas acertadas, porque obviamente o resultado assim o ditou. Não há uma forma complexa de dizer algo muito simples: nos últimos 3 jogos, verdadeiramente nucleares no que à luta pelo título diz respeito, a grande mais valia do FC Porto foi sobretudo a eficácia. Eficácia nas bolas paradas, eficácia defensiva e eficácia ofensiva.
Nos últimos 3 jogos, o FC Porto criou um número de oportunidades de golo consideravelmente inferior ao que tinha ocorrido até aqui ao longo desta época 2016/2017. Contudo, por outro lado, a eficácia ofensiva aumentou exponencialmente. Resumindo, não há volta a dar, as nossas hipóteses neste campeonato vão depender não de notas artísticas ou grandes óperas, mas sim de EFICÁCIA. Eficácia a defender, eficácia a atacar.
Ainda assim, há coisas engraçadas nas análises que vou lendo por aí...
Durante ano e meio de Lopetegui, foram imensas as críticas à forma estéril como se marcavam bolas paradas, à forma chata como a excessiva posse de bola parecia quase uma obsessão e à raridade de transições rápidas. Nas últimas semanas, tenho lido vários lamentos em relação à dependência do FC Porto das bolas paradas em alguns jogos, que tem pouca posse de bola e aposta demasiado em transições rápidas e diretas, que controla pouco o jogo a meio-campo.
Tal, prova aquilo que defendo há muitos anos. Não há modelos perfeitos, nem treinadores imaculados, nem tão pouco táticas infalíveis. Aquilo que nos parece chato num determinado momento, é algo que desejamos tanto no momento a seguir. A posse de bola chata e enfadonha que Vítor Pereira e Lopetegui tanto defendiam, se calhar, tinha dado jeito ao FC Porto da 2ª parte no clássico de sábado.
NES tem o mérito de estar a tentar mudar por completo o modelo de jogo que nos últimos 3 anos tão maus resultados deu. E a verdade é que o FC Porto de NES, tendo vários defeitos e problemas, aproxima-se cada vez mais a uma antítese do FC Porto de excessiva posse de bola e controlo do meio-campo. Não digo que mudar por mudar resolva por si só um problema, mas há claramente a ideia de que NES percebeu que tinha que mudar. Mudou o sistema para 4x1x3x2, dando mais presença na área, mudou a forma estratégica da equipa abordar a maior parte dos jogos, nomeadamente, apostar nas transições rápidas (a verdade é que com Lopetegui era raro fazermos um contra-ataque rápido), trabalhar melhor os lances de bola parada, deixar a obsessão por uma posse de bola que muitas vezes se torna estéril e por vezes utilizar jogo direto, ou seja, não ter problemas em tentar ganhar um jogo aos trambolhões com um golo caído do céu.
PS: Não sou, nunca fui e muito dificilmente alguma vez irei ser fã de NES, mas gosto de fazer análises sérias, independentemente dos meus gostos e crenças pessoais. Há um caso paradigmático no FC Porto: comparemos o Marcano que ofereceu um golo na final da taça de Portugal do ano passado e o Marcano desta época. Algum mérito NES deve ter na produtividade de alguns jogadores do FC Porto que no ano passado pareciam autênticos mancos e este ano até parecem jeitosos...
Nuno é muito fraco a mudar a táctica inicial. Demorou uma eternidade a perceber que precisava de povoar o meio campo e quando entendeu,emendou o erro a conta gotas. O SCP não empatou, porque Casillas redimiu-se do frango, com duas defesas geniais. A vitória deve-se à garra, espírito de sacrifício e talento dos jogadores, não do treinador, pois quanto a esse estamos conversados, é mesmo muito fraquinho.
ResponderEliminarConsiderando que ja passamos a fase de grupos da CPL, e que estamos a curto passos de garantir a presensa no proximo ano, acho que deviamos dar mais valor ao trabalho do NES, do que tem sido dado ate agora. Em relacao ao jogo de sabado, da mesma forma como casillas foi preponderante, tambem nao vi muitos mais lances de perigo do scp, e tenho a certeza que caso nao estivessemos a ganhar por 2 ao intervalo, a tactica do fcp seria diferente na segunda parte. De reparar que o SCP teve 4 remates a baliza embora se viu a perder praticamente todo o jogo.
ResponderEliminarC. Soares
"acho que deviamos dar mais valor ao trabalho do NES,"
ResponderEliminarNES tem obviamente méritos indesmentíveis em alguns aspetos e tem cometidos erros também. Apenas olhar para os erros que tem cometido (como tenho visto em alguns sítios) não concordo, nem acho que vá levar a algum lado.
Ainda assim, continuo sempre com a mesma ideia, seja em 4x3x3 ou em 4x1x3x2, seja com o Jota ou com o Rui Pedro, seja com modelo de jogo a apostar nas transições rápidas ou jogo de posse mais tricotado, podemos discutir tudo isso durante horas, a grande verdade é que NES não pode ser o principal responsável caso as coisas não corram bem... Porque antes de NES cometer erros, foram cometidos muitos outros numa altura de preparação da época e do plantel.
Afunilar tudo outra vez no treinador, vai-nos afundar cada vez mais. Tudo isto independentemente do treinador ter as suas responsabilidades em tudo isto.