A ideia de que há derrotas que matam, outras que despertam já tinha sido lançada há várias décadas pelo génio de Saint-Exupéry, porém o passado sábado fez questão de a recuperar na sua máxima essência. Sim, porque perder para o Campeonato no nosso Dragão não acontecia há mais de dois anos.
Está nas mãos (na verdade é mais nos pés até) do nosso plantel e do nosso treinador provarem que esta derrota servirá muito mais para despertar a equipa que foi campeã no ano passado do que propriamente para matar qualquer esperança de provar que a época anterior foi muito mais do que... o Herrera aos 90.
Eu prefiro acreditar que foi uma derrota para despertar, porque vi atributos à Campeão na reação ao que aconteceu. Por parte de adeptos, equipa, treinador, clube, universo azul e branco.
Vi adeptos verdadeiros
Os verdadeiros apoiam sempre, não viram as costas ao primeiro embate, nem levantam o rabinho da cadeira rumo ao carro ou ao metro antes do jogo acabar só porque não estão a gostar do que estão a ver. A maioria apoiou e não abandonou a equipa à angústia já de si praticamente inevitável por via daquela derrota.
Vi reações inteligentes
Inteligentes e realistas, percebendo que nem somos os magos da bola porque demos 5-0 ao Chaves num grande jogo, nem somos tão fraquinhos que deixámos o VSC virar um 2-0 no nosso estádio para 2-3. Somos, isso sim, uma equipa de campeões, que está ainda à procura não só da melhor forma e dinâmica, mas também tentando reinventar-se por forma a disfarçar alguns problemas e limitações que tem. A boa notícia é que os rapazes podem muito mais do que mostraram até agora. A má notícia é que essas tais limitações são ainda mais visíveis no plantel do que na equipa-base propriamente dita. Quando o calendário apertar…. You know what I mean.
Vi coragem no treinador
Todos sentimos que não merecemos mais do que a sorte que tivemos. O mais incrível foi vermos Sérgio Conceição assumi-lo, sem desculpas, com toda a frontalidade e honestidade do mundo. O mister disse o que todos sentíamos naquele momento, mas que raramente ou quase nunca ouvíramos em passados comparáveis. Aquela flash interview + conferência de imprensa foram, na minha humilde opinião, um dos momentos mais marcantes (na imprensa) do seu legado de um ano e poucos meses na cadeira de sonho. Porque é bom para o clube (e mais ainda para a equipa) admitir o que é responsabilidade nossa com coragem e sem truques, e porque isso é também salutar para o futebol de mais alto nível. Os grandes, os verdadeiros grandes, conseguem ser ainda maiores quando perdem. Mesmo que seja a coisa que mais odeiam fazer nesta vida.
Vi reações honestas na hora em que fomos beneficiados
Ninguém teve problema de, prontamente, admitir que aquele segundo golo devia ter sido invalidado por offside e só algo muito anormal podia justificar a sua validação. Dito assim até parece óbvio e quiçá de um bacoco regozijo, já que é uma questão de dignidade apenas. Mas eu lembro-me de um certo jogo no ano passado de um golo anulado ao Herrera (que estava em jogo assim por, pelo menos, um metro) onde se andaram a contar histórias da carochinha só para não admitir o que mais custava: que o FCP deveria ter vencido aquele jogo. E também posso lembrar o famoso jogo da Vila das Aves onde uma falha no sistema do VAR permitiu que o Benfica fosse beneficiado. Acusem-me de ser faccioso, mas a reação pública não foi mesmo a mesma, não foi sequer comparável.
E agora queria ver…. Resiliência
Resiliência... na equipa, nos adeptos, na estrutura, em todo o lado. Resistir à adversidade, adaptar-nos à diferente circunstância que nos trouxe tão inesperada derrota. Evoluirmos na aprendizagem, com os erros cometidos. Não repetir erros. Potenciar o que de bom temos feito. Enfim, o bê-á-bá de uma reação à Campeão. E para acabar, uma dica “provocatória”, reforçada nos últimos dois jogos. Oliver de início, Mister! Porque não? Eu sei que é um assunto polémico, mas eu sou um dos que quer combater a ideia de que no seu 11 só cabem os jogadores da passada larga, do choque, da corrida e da “intensidade”. Sim, Oliver ainda remata à baliza como se estivesse nas escolinhas, mas nos pés dele a bola é mais redonda. Quantas bolas perde? Quantas vezes deixa a equipa numa melhor posição depois de soltar a bola? Quantas vezes vê o que mais ninguém viu? A sério que um jogador com estes pés não tem mais minutos? Das últimas vezes que vi Oliver entrar, fiquei sempre com a sensação (se calhar foi só mesmo sensação às tantas) de que a equipa ficou melhor, de que a equipa ganhou qualidade de jogo. Vá lá Mister, não queria começar a ser chato com este assunto. Só uma vez, num jogo a sério qualquer. E atenção que Domingo é para voltar a ganhar. Just saying….
ta bem abelha, eu ando a ver desde o inicio da epoca mau futebol, futebol aos repeloes, os mesmos erros da epoca passada, as mesmas teimosias. Nao me parece que SC tenha muita coragem, assumiu o obvio para esvasiar a sua falta de capacidade para ganhar aquele jogo. Contra o moreirense sera mais do mesmo se eles vierem defender e se forem rapidos na frente em especial do lado do maxi, e trocarem bem a bola. Entao se nao jogar brahimi vai ser muito dificil. Entao se eles tem a sorte de marcar primeiro...... Com o tipo de futebol que apresentamos e com a qualidade defensiva que apresentam os tecnicos tugas ou SC muda algo ou vai ser sempre de aflitos. Faltam jogadores a serio? com classe? faltam, mas faltam ha anos dois medios fortes, altos, intensos, rapidos e tecnicamente razoaveis. SC tem muita dificuldade em integrar novos jogadores no seu plantel foi assim em todos os clubes onde andou com os resultados sabidos, ninguem serve ou por isto ou aquilo. SC percebera que ou arranja alternativas ou nao sera nada como treinador em lado nenhum, nao basta ser ``franco`` com a midea quando lhe convem, aquela franqueza de despachar 6 em publico criou um mal estar grande entre ele e o presidente e isso ja se nota, mas SC e assim mesmo muito franco com a midea com a qual ele gosta de estar de bem, so que a midea e toda do sul e anti porto.
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