08 agosto, 2018

O Nº 76… E A "RECUSA" DE MOUSSA.


Após 4 anos sem qualquer título conquistado, o FC Porto voltou aos bons velhos tempos. No espaço de um ano, venceu o campeonato de uma forma tão limpa, justa e meritória que até os mais fanáticos anti-Portistas terão dificuldades em contrariar e arrecadou mais uma supertaça num jogo duríssimo frente a um adversário complicado.

Foi assim o título nº 76 no riquíssimo e vasto palmarés do nosso FC Porto, ficando agora a 5 títulos de um desiderato que já nos pertenceu: o de clube português mais titulado.

Sobre o regresso do FC Porto aos bons e velhos tempos, para além da enorme alegria por ver o clube a regressar às vitórias e sucesso, é bom que se diga sem qualquer tipo de complexo ou problema: o regresso de um FC Porto competente e triunfador dentro de campo não se deve à SAD, cujos erros atrás de erros redundaram numa intervenção da UEFA com custos altíssimos que agora se estão a pagar, não se deve só aos jogadores que são muitos dos mesmos que durante os 4 anos de seca estavam no plantel sem um rendimento próximo do que agora exibem (Brahimi, Herrera, Marcano, Marega, etc...), mas SIM deve-se sobretudo a um homem, alguém que através da sua enorme vontade/comprometimento em vir para o clube (prescindiu de um chorudo e vantajoso contrato no Nantes onde tirou a equipa do fundo da tabela e a levou quase a lugares europeus!), através da sua enorme competência (foi um jogador de altíssimo nível orientado por excelentes técnicos ao longo da carreira) consubstanciada em várias dimensões, nomeadamente, comunicacional, foi construindo um trajeto muito bom que culminou com o impensável recorde de pontos conquistados pelo clube num campeonato a 34 jornadas.

Não vou no entanto desenvolver muito, pela enésima vez aliás, o desagrado com que vejo a forma como o processo de construção do plantel deste ano se está a desenrolar, ora pelo atraso na vinda de jogadores para um sector depauperado (saídas de Ricardo, Marcano, Reyes, Dalot) sendo que o processo Mbemba durou seguramente mais de um mês e o processo Militão apenas ficou concluído a uma semana do início do campeonato, bem como aquilo que acho já devia ter sido feito sobretudo para o sector ofensivo, ou seja, saída de "inúteis" e reforço de jogadores que acrescentem qualidade. Dir-me-ão que não há dinheiro. Pois, o problema é que nesse mesmo período onde se diz não haver dinheiro contratou-se Paulinho, Waris, Janko, Ewerton. Pois, não há dinheiro.

Resta apenas desejar que o que não foi feito em tempo útil, ou seja, antes do inicio do campeonato, seja pelo menos remediado no tempo que falta para o mercado fechar. Há um departamento de prospecção, há um diretor geral para o futebol, há dinheiro para se comprar jogadores a granel aos 3/4M€ cada um (que meses ou semanas depois são dispensados!), houve vários milhões encaixados com vendas de jogadores, custa-me a crer que não haja possibilidades de fazer um esforço para dar a Sérgio melhores condições do que aqueles de que dispõe o técnico campeão nacional.

A excitação, quebrada um dia depois com a vitória do FC Porto, com que os meios de comunicação social anunciaram alto e bom som o facto de que "Marega se tinha recusado a treinar" veio a perceber-se nas horas seguintes que em vez de um facto não passava de uma invenção, de uma mentira com o único objetivo de desestabilizar o FC Porto e os seus profissionais antes de um jogo que valia um título. Após o que disse Sérgio na conferência e mesmo tendo em conta o que o empresário e o próprio maliano disseram, não houve qualquer recusa de Marega nem de ir a jogo nem de ir a treino. Existe sim a vontade do jogador em sair e existiu sim uma decisão do treinador em colocar de parte Marega pela sua atitude (ou falta dela) nos treinos. Tudo o que depois se inventa em cima disso tem apenas um só objetivo, lançar a discórdia e a poeira entre adeptos e profissionais no clube. Que todos tenham a noção disso.

Não existem soluções mágicas para resolver problemas de recursos humanos que existem em todos os clubes do mundo, nomeadamente as birras de jogadores que querem ganhar mais dinheiro ou ir para o seu "sonho de menino". Sobre isto, apenas dizer as seguintes coisas:
  • Marega é um jogador fundamental no esquema tático e ideia de jogo preconizada por Sérgio Conceição;

  • Marega no caso de sair seja por que valor for, terá de ser substituído por alguém com qualidade reconhecida, sob pena do FC Porto pretender dar um enorme tiro no pé e ajudar brutalmente os seus "queridos" rivais;

  • Marega assinou um contrato com o FC Porto sem que ninguém lhe tenha apontado uma pistola à cabeça;

  • Os clubes ingleses gostam de pagar 50, 60, 70 milhões de euros ou mais por jogadores ingleses medianos que jogam na Premier League fomentando assim que o dinheiro permaneça na Inglaterra e tornando assim todos os clubes mais endinheirados mas depois gostam de pagar muito pouco pelos jogadores das restantes ligas, nomeadamente de países periféricos como Portugal;

  • Tenho dúvidas sobre qual o valor mínimo que o FC Porto devia aceitar para transferir o maliano. Mas não tenho dúvidas de que o FC Porto dos últimos anos tem atacado mal e tardiamente o mercado de transferências, por isso tenho muitas dúvidas de que se o maliano sair por 30M€ depois se invista devidamente num jogador de qualidade para lhe suceder. É uma equação de difícil resolução em que as coisas não são tão lineares como parecem.
No meio de tudo isto, é bom que depois não se peça tudo e mais alguma coisa ao treinador tendo em conta os "ovos" que lhe estão a dar. Que comece o campeonato!

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