07 dezembro, 2016

CONTRA TUDO E CONTRA TOLOS.


A nossa história recente com Pinto da Costa ao leme, nunca foi marcada pela unanimidade, pela simpatia ou pelo elogio. Num país elitista e centralista, onde o sucesso é sempre tratado com desdém, qualquer pessoa ou entidade que ouse ser ou viver fora da área metropolitana da capital e simultaneamente ser líder da sua atividade, sabe que vai ser combatida pelo poder central, pelas forças de bloqueio e lobbies que fazem da capital do império um dos tesouros mais bem guardados do tempo que antecedeu a democracia.

A comunicação social sempre de cócoras e pronta para as maiores sabujices em nome da coesão nacional, as mais altas instâncias deste país que jamais ousam descentralizar ou pensar que Portugal não termina depois de Vila Franca de Xira, sempre tiveram no Futebol Clube do Porto um opositor acérrimo e que demonstrou nos últimos 30 anos que afinal tudo isto não passa de uma torre de babel, desde que bem atacada.

Eles não mudaram!
Eles continuam desavergonhados e despudorados, capazes de se prostituírem para nos derrotar.
Eles continuam obcecados contra o que é do Norte, do Porto, do que não é de Lisboa.
Eles continuam a querer dizer que nós é que somos regionalistas e separatistas quando aquilo porque sempre lutamos foi por igualdade... igualdade de direitos, de oportunidades e tratamento.
Eles continuam a ter dois pesos e duas medidas, continuam a escrever com tinta vermelha, continuam a arrotar alarvidades em nome do centralismo.

Quem mudou fomos nós!
Nós é que deixamos de os combater com a mesma garra e a mesma determinação.
Nós é que nos deixamos embalar por um suposto discurso “pequenino” e “esquizofrénico”.
Nós é que alteramos a postura guerreira e capaz de os atormentar.
Nós é que esquecemos que eles nos odeiam muito mais a nós do que nós a eles.
Nós é que nos esquecemos que “antes quebrar que torcer” é uma marca da nossa identidade.
Nós é que temos que recuperar uma guerra que eles nunca abandonaram, uma guerra na qual sempre nos sentimos confortáveis, uma guerra que faz tanto sentido como há 30 anos atrás.


O Futebol Clube do Porto é um clube com índole regional e regionalista, mas com uma cobertura nacional e internacional. Não temos que negar as nossas marcas ou as nossas raízes. Pelo contrário, devemos ter orgulho nelas e perceber que foram essas mesmas que nos fizeram ser referência para milhões de portugueses espalhados por todo o Mundo.
Não foi com discursos moles e apaziguadores que crescemos exponencialmente em todos os cantos do país e do Mundo... foi a lutar contra tudo e contra todos, contra tudo e contra tolos!
Portanto, não deixemos que os outros nos enganem, que digam que o nosso discurso está ultrapassado e pequeno. Não, de todo e de forma alguma!

A nossa cultura e identidade, os nossos valores e história, a nossa atitude e postura, a nossa tradição e valores, têm por isso de ser interpretados em campo por aqueles que são os atores maiores das nossas cores, aqueles que traduzem na prática os sonhos que todos temos.
Para isso, é preciso que lhes sejam transmitidos esses valores, essa identidade, essa mística. É só isso que nos falta, é só isso que tem faltado.
Com isso subjacente, a união entre todos vem por arrasto e em doses industriais!
Foi isso que me pareceu ver no passado sábado de diferenciador. Querer ganhar, todos querem! Fazer tudo por tudo para ganhar, dar um pouco mais de si próprio quando tal já não parece possível, isso já nem todos fazem. Mas é isto que temos que fazer, é disto que precisamos.

O Futebol Clube do Porto é diferente de todos os outros.
A Paixão e o Amor que os seus adeptos sentem, é diferente de todos os outros.
É preciso que cada adepto volte também a ser um guerreiro e não um mero espetador.
Somos todos nós que fazemos o Porto todos os dias, não são só aqueles que lá trabalham.
Cada um de nós é responsável por “ser Porto” e não apenas estar à espera que os outros “sejam Porto”.
A luta, a batalha, a guerra que temos de travar é de todos e não apenas de alguns.
Não nos podemos deixar dividir, não nos podemos deixar influenciar, não nos podemos deixar intoxicar. Isso é o que os outros querem, isso foi o que vimos os outros fazer durante décadas.

Entramos no passado sábado numa fase decisiva da época.
Passamos o primeiro teste, temos hoje outro, e mais três até ao Natal.
Só junto, só com todos a remar para o mesmo lado lá poderemos chegar.
Não por sermos carneirinhos, não por sermos subservientes, não por temermos represálias daqueles que deveriam ser os primeiros a unir.
Juntos, sempre juntos, porque isto é o Futebol Clube do Porto e porque o Futebol Clube do Porto se superioriza sempre aos gostos ou interesses pessoais de cada um... AMO-TE PORTO!

Até logo, no sítio do costume.

6 comentários:

  1. Como portista e nascido em Lisboa, estou totalmente de acordo. Eu quero um FC Porto
    regionalista com uma identificação às gentes do norte, como baluarte da luta contra o centralismo.
    Não é por ser e ter vivido quase toda a minha vida em Lisboa que considero o centralismo algo positivo, não é.
    Adoro quando um provinciano como o Rui Gomes da Selva aparece, porque provinciano é aquele que se considera da provincia lavado e engomado na capital. Eu sou lisboeta e com muito orgulho, amo Lisboa mas isso não significa que o resto deva ser paisagem, esquecido ou menosprezado. Nada disso. O Porto é uma grande cidade, é o farol do Norte e deve ser defendido como tal, tem uma enorme importância. Aliás o Porto Canal já o demonstra muito bem, pelo que não se percebe a aceitação dessa vassalagem quase pornográfica que havia no nosso clube de há uns anos para cá.

    Como Portista desde que nasci vou sempre defender o meu clube, como Lisboeta a minha cidade e como Português o meu país. Pena que alguns desgraçados prefiram sempre desvalorizar, esquecer, apagar o que é de todos, o Porto é tão importante como Lisboa, o Norte como o centro e o sul e somos o que somos, identificamo-nos com o que nos faz sentir nós próprios, por isso há que ser regionalista, bairrista, portuense e portista, porque esse é o adn do nosso clube.

    Um abraço

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  2. São textos como este que nunca devem parar de serem escritos e postados, para que se entenda o que é o FC Porto e que todo o FC Porto incorpora.

    Abraços.

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  3. Muito bem escrito. Parabéns. O problema é que muitos portuenses quando vêm para a capital esquecem-se das suas raízes e em vez de as defenderem,são os primeiros a ataca-las.

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  4. Me Too 💙⚪️🔵⚪️🔵
    Que bom é ler os teus posts.

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  5. Este meu meu comentário chega um pouco tardio, mas nunca é tarde para apoiar quem merece. Só faltou aqui questionar o que é feito da garra do presidente. Agora, quando fala é sempre quando faz sol e ainda por cima se queixa dos adeptos dos blogues...

    Um abraço

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