03 dezembro, 2016

RUI PEDRO, O EXORCISTA.


FC PORTO-BRAGA, 1-0

Sexto jogo consecutivo e sexto empate a ameaçar. O FC Porto arriscou o sexto empate consecutivo e ameaçou bater todos os recordes de que há memória. Num jogo electrizante com sentido único, os Dragões experimentaram todos os azares possíveis na concretização.

Os portistas tiveram de tudo. Desde golos anulados, penalti falhado, bolas no ferro e um super-marafona que quando joga lá para baixo, envergonha a classe dos guarda-redes. Ontem o guardião bracarense defendeu tudo o que havia para defender. E, além disso, tudo o que se dirigia para a sua baliza, batia no seu corpo.


Pela segunda vez consecutiva, o FC Porto jogou contra 10 mas a dificuldade em concretizar essa superioridade torna-se gritante. Primeiro pelos azares já acima focados e depois pela ansiedade e intranquilidade dos Dragões na hora da finalização.

O Sp. Braga entrou no jogo para não perder. Nos primeiros minutos tentou segurar o ímpeto portista mas não conseguiu. E quando tentava sair para o contra-golpe, esbarrava sempre na defensiva dos portistas.

Virem dizer como vi dizer que o Sp. Braga equilibrou o jogo enquanto teve 11 em campo e que se bateu com o FC Porto é digno de um “cego” que não vê mais que o vermelho do seu equipamento e só revela desonestidade intelectual.

Virem dizer que a expulsão é mal assinalada, bem como o penalty é revelar mau perder. É olhar apenas para a sua pequenez e não se aperceber da vergonha de equipa que foi este Sp. Braga. Desde muito cedo, mostrou estar ali para fazer unicamente anti-jogo e não criou uma única situação de perigo para a baliza portista. Casillas acampou no relvado.

Quando cheguei ao fim do jogo e vi braguistas (antigos benfiquistas) e bracarenses (benfiquistas que não são braguistas quando o seu benfica joga) muito escandalizados, apenas posso fazer uma coisa: ter compreensão, paciência e pena. Deviam olhar para o discurso do seu técnico mas como não têm vergonha na cara, só mostram a “lampionada” de que padecem.


Antes de dizer que não é motivo para expulsão, que leiam bem as regras mesmo que tenham sido alteradas. A lei actual diz que se o jogador for para a baliza isolado e for derrubado por um adversário que tenta jogar a bola, deve ser exibido o cartão amarelo. Ora o sujeitinho do Sp. Braga que eu saiba não pode jogar com as mãos e, portanto, não procurou disputar a bola.

Por outro lado, antes de afirmarem que não é penalty que vejam bem o lance e verifiquem onde começa a falta e onde acaba a mesma. A lei também é muito clara. Toda a falta que começa fora da grande área e termina dentro da grande área, deve ser assinalada a respectiva grande penalidade.

Mas por aí, portistas, estamos à vontade porque o penalty não foi convertido em golo. Pela expulsão, aos benfiquistas e aos braguistas, só digo que estejam calados e que façam melhor do que a miséria que mostraram no relvado.

Por fim, insurgirem-se contra os 7 minutos de desconto é brincar com quem quer jogar à bola. Passar a vida a demorar a repor a bola em jogo e simular lesões atrás de lesões, é vergonhoso. Marafona, tem vergonha!

Ao intervalo o resultado era extremamente injusto perante o que se viu. Um penalti falhado, três oportunidades clamorosas de golo, nomeadamente de Óliver e Diogo Jota e uma bola no poste de Danilo. Do Sp. Braga: nada, zero, nicles. Apenas Marafonice que rima com matreirice.


Na segunda metade: que caudal ofensivo! Que massacre! Que noite atribulada! Que azar! E muita marafonice, qual frangueiro no galinheiro da luz. André Silva, Diogo Jota, Óliver, Brahimi, Maxi, Corona… Por mais que se tentasse, a bola não entrava na baliza de Marafona. E quando entrou por duas vezes, os golos foram (bem) anulados. As oportunidades eram constantemente desperdiçadas ou salvas pelo guarda-redes que só brilha contra o Dragão.

Até que ao minuto 95 numa das 1001 tentativas de chegar ao golo, o FC Porto interrompeu um período de 525 minutos sem marcar um golo. Diogo Jota de costas isola Rui Pedro e este, à saída de Marafona, pica-lhe a bola com classe, repondo uma justiça (muito) tardia.

Rui Pedro foi o exorcista de serviço que impediu o 6º nulo seguido. Desta forma, poderá ter injectado um índice de confiança que esta equipa precisa para continuar a lutar pelas provas que o FC Porto tem pela frente.

Destaco esta noite a equipa toda do FC Porto, staff incluído. A união visível entre todos, a crença, a vontade, a perseverança e a resiliência de todos os jogadores. Apesar de ainda não formarem uma boa equipa e de terem muito caminho a percorrer pela frente, todos nós portistas esperamos que apesar de tudo o que se possa passar à volta, esta equipa venha a fazer algo de bonito na presente época.


Deixem-se lá de Depoitres, Maregas e afins e apostem na formação e na prata da casa onde há muita gente com garra e vontade de vestir de azul e branco com capacidade para chegar à vitória. Hoje foi a vez de Rui Pedro.

Os outros dispensáveis só estão cá a encher os bolsos.

Esta vitória e a forma como foi obtida pode dar um índice de confiança extra para enfrentar os campeões ingleses na próxima 4ª feira e, desta forma, carimbar o passaporte para os oitavos-de-final da Champions League.

O FC Porto obteve um importantíssimo triunfo porque foi perante um adversário tradicionalmente complicado.

Aproveitou a derrota do 1º classificado para reduzir a diferença e, desta forma, estará em condições de também aproveitar no próximo fim-de-semana para recuperar mais alguns pontos que irão ser desperdiçados, inevitavelmente, pelos dois primeiros classificados ou, pelo menos, por um deles.




DECLARAÇÕES

Nuno: “Não nos vamos render”

Alegria pelos adeptos
“Estou feliz essencialmente pelos jogadores e principalmente pelo Dragão, pelo apoio que nos deu o Dragão merecia esta vitória. Depois de alguns resultados menos conseguidos, fizemos um jogo sempre dinâmico, sempre dominador, hoje foi por demais evidente o controle total. Foi sofrer até ao fim e no final o Dragão a festejar, juntamente com a equipa, que é importante, sem dúvida.”

Análise do jogo
“A equipa produziu, conseguimos muitíssimas ocasiões. Apareceu o golo no fim mas poderia ter sido antes e a história do jogo teria sido outra. O Braga foi um adversário que se apresentou para disputar o jogo, não se remeteu à defesa, mas quando ficou condicionado, com dez homens, procurou defender bem e a nossa produção aumentou. O importante é a conquista dos três pontos e com este momento potenciar o nosso crescimento e continuar a acreditar, porque não nos vamos render, é esta a mensagem clara.”

Potenciar o crescimento
“Acho que os resultados não têm identificado o jogo que a equipa tem feito. É difícil contrariar as dinâmicas ofensivas do FC Porto, mas temos muitas coisas para melhorar. Vamos potenciar este momento, os jogadores precisavam dele para se libertarem, acreditar no trabalho feito e continuar, porque ainda falta muito campeonato. Quarta-feira há mais um jogo decisivo e vamos apresentar-nos com a mesma ideia de tentar ganhar o jogo e ser dominadores, porque é assim que as equipas crescem.”


O talento de Rui Pedro
“É mais uma opção. Como dizia ontem, nós, como equipa técnica, não abandonamos nenhum jogador, damos a todos as ferramentas. Interpretamos os momentos e tomamos decisões, é para isso que aqui estamos. Hoje foi o Rui Pedro, parabéns, o golo dele valeu três pontos, mas antes apostámos noutros e continuam todos a ser opções.”

A emoção do diretor Luís Gonçalves no banco
“Foi o que o Dragão sentiu. Depois de 30 remates, tantas ocasiões em que não conseguimos marcar, foi um momento de alívio, alegria e de perceber que precisávamos todos deste momento, essencialmente os sócios do Dragão. Foi essa a minha grande satisfação, nós que somos portistas sabemos que quem mais sofre é o nosso adepto.”

A situação na Liga
“Ainda não estamos na posição em que queremos estar. Somámos mais três pontos, estamos mais perto e vamos continuar. Vamos descansar e pensar em quarta-feira.”

A tragédia do Chapecoense
“Todos o sentimos no universo portista. A resposta do Dragão foi uma clara manifestação de apoio aos familiares das vítimas. Sentimos todos a tragédia e sentiram de forma mais particular alguns jogadores, porque tiveram contacto direto com algumas das vítimas, casos do Alex Telles e do Otávio. São momentos duros, especialmente para eles, mas enquanto grupo soubemos apoiá-los. Também tivemos uma fatalidade entre nós, que foi o falecimento do pai do Boly, e a força do grupo está em saber que há um companheiro ao lado em sofrimento e que é preciso apoiá-lo. Todas as homenagens possíveis no mundo do futebol são poucas, porque isto é que nos faz pensar que há muitas coisas importantes para além do jogo.”



RESUMO DO JOGO

4 comentários:

  1. Arrancanda a ferros mas muito saborosa, alguem pode me explicar porque que é que o golo do Jota foi anulado.

    ResponderEliminar
  2. Ele deu um ligeiro empurrão no defesa. De qualquer modo este lance se tivesse acontecido com os clubes do regime tinha sido validado. Nada a que não estejamos habituados.

    ResponderEliminar
  3. A lição exacta de como um miúdo teve a calma e eficácia suficientes para se marcar um golo.
    Os mais crescidos devem ter a noção de que atacar e rematar muito e não marcar, o sofrimento só tende a piorar.
    Que os dias de pólvora seca tenham terminado ontem.

    Abraços.

    ResponderEliminar
  4. Compreendo a introdução que o 4Lusos. Estamos tão habituados a ser roubados todos os jogos, que quase que nos sentimos favorecidos quando finalmente um árbitro faz uma exibição isenta.

    Sendo Xistra a peça, aquele que arbitrou um inenarrável Guimarães - slb na passada época, qualquer tipo de suspeição fica logo descartada.

    Para mais, o nosso ex-técnico mesmo com as desculpas que se aceitam na defesa do seu actual clube, teve a hombridade de reconhecer correctas as decisões de arbitragens e a nossa vitória.

    Quanto a braguistas, bracarenses e seus mentores benfiquistas, que se f....

    ... e já agora o guarda-redes deles também. Defender bem é uma virtude num guarda-redes. Já vi o Rui Patrício, e mesmo o próprio Ederson, a fazerem grandes exibições contra nós. Mesmo sendo de rivais, nada lhes tenho a apontar como profissionais e como pessoas. Já de Marafona, não partilho da mesma opinião. Não é pelo que defendeu, nem pela sorte que teve ao defender bolas indefensáveis. Dias inspirados acontecem a todos os guarda-redes. É sim pela atitude reles, provocatória, mentirosa, desonesta que tem para adversários, público e para quem gosta de futebol. Recorrer constantemente a simulações de lesões (já não é deste jogo... lembram-se do Jamor?) para perder tempo, é uma atitude canalha. Aceita-se que uma equipa que tenha um bom resultado, queira perder tempo. Normalmente acampam junto a uma das bandeirinhas de canto contrárias, exageram na protecção da bola à espera do contacto para falta, ou nas bolas perdidas para a área, o guarda-redes espera uma eternidade pelo avançado para se deitar na bola. Bonito ou feio, dependendo do lado em que o adepto está, são artifícios válidos e futebolisticos. Ser mentiroso não é. É uma questão de personalidade.

    ResponderEliminar