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FCPorto – Dragões de Azul Forte
Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
F. C. do Porto
Capítulo 3: 1921 a 1930 – Primeiro clube a conquistar títulos de âmbito nacional (Parte VII)
18 Mai.1925 – Tragédia e luto
Velez Carneiro era um dos jogadores mais queridos dos adeptos portistas. A sua entrega em campo não deixava ninguém indiferente. Combativo, fogoso, nunca virou a cara à luta. Defendeu sempre com denodo a camisola do seu FC Porto.
Em 18 de Maio de 1925 foi assassinado a tiro, na Travessa dos Congregados, por um colega do escritório onde trabalhava. Tinha acabado de defrontar o Desportivo da Corunha (3-7), envergando com garbo a camisola azul-e-branca do clube que amava. Terá sido um crime passional. Tinha 27 anos.
As cerimónias fúnebres foram uma impressionante manifestação de pesar dos admiradores. Os restos mortais de Velez Carneiro estiveram em câmara ardente, durante quatro dias, na Constituição onde portuenses e portistas lhe prestaram homenagem. O funeral foi imponentíssimo, incorporando-se no préstito milhares de pessoas, chorando ao longo das ruas.
No "Jornal de Notícias", de 22 de Maio, contou-se: "Muito antes da hora marcada para a saída do féretro, que estava colocado numa das dependências das instalações do clube, já o Campo da Constituição regurgitava de pessoas. Depois de dar a volta ao campo, o féretro, conduzido pelos jogadores do "team" de que o finado fazia parte, foi colocado ao centro do campo, mantendo-se o público em silêncio durante cinco minutos, que foram observados religiosamente. Findo este recolhimento que impressionou, a Direcção do FC Porto procedeu à colocação da bandeira do clube sobre o féretro. O capitão da equipa, Norman Hall, conduzia sobre uma almofada de cetim preto as medalhas do falecido jogador."
A reter: “o Académico do Porto, na impossibilidade de adquirir um “bouquet” de flores, entregou à Direcção do FC Porto a quantia de 100 escudos, a qual, por sua vez, a fez distribuir por cinco jornais desta cidade, para os pobres seus protegidos. Todos sabiam que um dos maiores prazeres de Velez era ajudar desafortunados da vida”.
Nas feiras, nas esquinas, cantava-se:
Ouvi senhores que passais
A sina maldita do jogador
Que por feitiço de amor
Não o vereis jogar mais.
Chamava-se Velez Carneiro
Convivia nos Congregados
O ódio de um companheiro
Foi o mais triste dos fados.
(Versos in “Livro de Ouro do FC Porto”, Diário de Notícias)
Velez Carneiro (n. 1898 – m. Porto, 18 Mai.1925) – Começara a jogar futebol no Sporting Clube de Espinho, aos 15 anos, ingressando no FC Porto em 1918-19. Nunca virou a cara à luta; na final do 1.º Campeonato de Portugal, com o Sporting, jogou grande parte do tempo, até ao fim, de braço ao peito, imobilizado.
• Nesse jogo sagrou-se, com os seus companheiros, num dos PRIMEIROS CAMPEÕES de PORTUGAL. Venceu também 7 Campeonatos do Porto, além das Taças Associação, de Honra e Francisco Lázaro.
• Médio de bons recursos, participou nas primeiras grandes vitórias do FC Porto entre as quais a de Sete Rios, em 4 de Abril de 1920, em jogo com o Benfica (3-2) em que se estreou o “capitão” Norman Hall.
• Dotado de temperamento impulsivo (no campo e na vida), possuía, contudo, um carácter bondoso e leal que lhe granjeou simpatias na cidade, de tal modo que, por esse tempo, era um dos mais arrebatadores ídolos do FC Porto.
• Foi assassinado a tiro, em 18-5-1925, na Travessa dos Congregados, por um colega do escritório onde trabalhava. Tinha acabado de defrontar o Desportivo da Corunha, envergando com garbo a camisola azul-e-branca do clube que amava. Terá sido um crime passional. Tinha 27 anos.
• Os restos mortais de Velez Carneiro estiveram em câmara ardente, durante quatro dias, na Constituição onde portuenses e portistas lhe prestaram homenagem. O funeral foi imponentíssimo, incorporando-se no préstito milhares de pessoas, chorando ao longo das ruas.
• Em 28 de Junho, Viana do Castelo vestiu-se de azul e branco para receber a final do Campeonato de Portugal entre FC Porto e Sporting. Ganharam os portistas, por 2-1, e a equipa dedicou a vitória ao infortunado companheiro. Velez Carneiro, uma saudade!
Carreira no FC Porto
1918-19 a 18 Mai.1925
Palmarés
1 Campeonato de Portugal (1921-22)
7 Campeonatos do Porto (1919-20 a 1924-25)
Campeões Regionais apurados para o Campeonato de Portugal:
Sport Clube Vianense (VIANA DO CASTELO)Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
F. C. do Porto
Capítulo 3: 1921 a 1930 – Primeiro clube a conquistar títulos de âmbito nacional (Parte VII)
18 Mai.1925 – Tragédia e luto
Velez Carneiro era um dos jogadores mais queridos dos adeptos portistas. A sua entrega em campo não deixava ninguém indiferente. Combativo, fogoso, nunca virou a cara à luta. Defendeu sempre com denodo a camisola do seu FC Porto.
Em 18 de Maio de 1925 foi assassinado a tiro, na Travessa dos Congregados, por um colega do escritório onde trabalhava. Tinha acabado de defrontar o Desportivo da Corunha (3-7), envergando com garbo a camisola azul-e-branca do clube que amava. Terá sido um crime passional. Tinha 27 anos.
As cerimónias fúnebres foram uma impressionante manifestação de pesar dos admiradores. Os restos mortais de Velez Carneiro estiveram em câmara ardente, durante quatro dias, na Constituição onde portuenses e portistas lhe prestaram homenagem. O funeral foi imponentíssimo, incorporando-se no préstito milhares de pessoas, chorando ao longo das ruas.
No "Jornal de Notícias", de 22 de Maio, contou-se: "Muito antes da hora marcada para a saída do féretro, que estava colocado numa das dependências das instalações do clube, já o Campo da Constituição regurgitava de pessoas. Depois de dar a volta ao campo, o féretro, conduzido pelos jogadores do "team" de que o finado fazia parte, foi colocado ao centro do campo, mantendo-se o público em silêncio durante cinco minutos, que foram observados religiosamente. Findo este recolhimento que impressionou, a Direcção do FC Porto procedeu à colocação da bandeira do clube sobre o féretro. O capitão da equipa, Norman Hall, conduzia sobre uma almofada de cetim preto as medalhas do falecido jogador."
A reter: “o Académico do Porto, na impossibilidade de adquirir um “bouquet” de flores, entregou à Direcção do FC Porto a quantia de 100 escudos, a qual, por sua vez, a fez distribuir por cinco jornais desta cidade, para os pobres seus protegidos. Todos sabiam que um dos maiores prazeres de Velez era ajudar desafortunados da vida”.
Nas feiras, nas esquinas, cantava-se:
Ouvi senhores que passais
A sina maldita do jogador
Que por feitiço de amor
Não o vereis jogar mais.
Chamava-se Velez Carneiro
Convivia nos Congregados
O ódio de um companheiro
Foi o mais triste dos fados.
(Versos in “Livro de Ouro do FC Porto”, Diário de Notícias)
Velez Carneiro (n. 1898 – m. Porto, 18 Mai.1925) – Começara a jogar futebol no Sporting Clube de Espinho, aos 15 anos, ingressando no FC Porto em 1918-19. Nunca virou a cara à luta; na final do 1.º Campeonato de Portugal, com o Sporting, jogou grande parte do tempo, até ao fim, de braço ao peito, imobilizado.
• Nesse jogo sagrou-se, com os seus companheiros, num dos PRIMEIROS CAMPEÕES de PORTUGAL. Venceu também 7 Campeonatos do Porto, além das Taças Associação, de Honra e Francisco Lázaro.
• Médio de bons recursos, participou nas primeiras grandes vitórias do FC Porto entre as quais a de Sete Rios, em 4 de Abril de 1920, em jogo com o Benfica (3-2) em que se estreou o “capitão” Norman Hall.
• Dotado de temperamento impulsivo (no campo e na vida), possuía, contudo, um carácter bondoso e leal que lhe granjeou simpatias na cidade, de tal modo que, por esse tempo, era um dos mais arrebatadores ídolos do FC Porto.
• Foi assassinado a tiro, em 18-5-1925, na Travessa dos Congregados, por um colega do escritório onde trabalhava. Tinha acabado de defrontar o Desportivo da Corunha, envergando com garbo a camisola azul-e-branca do clube que amava. Terá sido um crime passional. Tinha 27 anos.
• Os restos mortais de Velez Carneiro estiveram em câmara ardente, durante quatro dias, na Constituição onde portuenses e portistas lhe prestaram homenagem. O funeral foi imponentíssimo, incorporando-se no préstito milhares de pessoas, chorando ao longo das ruas.
• Em 28 de Junho, Viana do Castelo vestiu-se de azul e branco para receber a final do Campeonato de Portugal entre FC Porto e Sporting. Ganharam os portistas, por 2-1, e a equipa dedicou a vitória ao infortunado companheiro. Velez Carneiro, uma saudade!
Carreira no FC Porto
1918-19 a 18 Mai.1925
Palmarés
1 Campeonato de Portugal (1921-22)
7 Campeonatos do Porto (1919-20 a 1924-25)
Campeões Regionais apurados para o Campeonato de Portugal:
Sporting Clube de Braga (BRAGA)
Futebol Clube do Porto (PORTO)
Sporting Clube de Espinho (AVEIRO)
Associação Académica de Coimbra (COIMBRA)
Sporting Clube de Portugal (LISBOA)
Sport Grupo Scalabitano Os Leões (SANTARÉM) – desistiu de participar
Alentejo Football Club (PORTALEGRE)
Luso Sporting Club (BEJA) – desistiu de participar
Sporting Club Olhanense (ALGARVE)
Club Sport Marítimo (FUNCHAL)
2.ª eliminatória
FC PORTO – VIANENSE, 4-1
7-6-1925, Porto (Campo do Covelo)
Árbitro: Carlos Canuto (Lisboa)
Marcadores:
1-0 Flávio
2-0 Balbino
2-1 Penafiel
3-1 Balbino
4-1 Flávio
FC Porto – Treinador: Akos Teszler (húngaro)
Miguel Siska; Júlio Cardoso e Pedro Temudo; Floreano Pereira, Coelho da Costa e Humberto: João Nunes, Norman Hall, Flávio Laranjeira, Balbino da Silva e Augusto Freire.
Vianense – Treinador: António Penafiel
Ramiro Pinto Correia; Jorge Costa e Manuel da Rocha Vasconcelos; Alfredo Portals de Oliveira, António Penafiel e Constantino da Encarnação; Carvalho Montez, Gama Lobo, Dário Sanchez, José Barbosa e José Hugo.
Meia-Final
FC PORTO – SP. ESPINHO, 4-1
21-6-1925, Porto (Campo do Covelo)
Árbitro: Ilídio Nogueira (Lisboa)
Marcadores:
Hall (2 golos)
Flávio (2 golos)
Júlio Cardoso (pb)
FC Porto – Treinador: Akos Teszler (húngaro)
Miguel Siska; Júlio Cardoso e Pedro Temudo; Humberto, Coelho da Costa e Floreano Pereira; Augusto Freire, Balbino da Silva, Flávio Laranjeira, Norman Hall cap e João Nunes.
Sp. Espinho –
Alberto Valente cap; António Coelho e Augusto Maganino; Isaac Moreira, Jaime Lago e Augusto Fernandes; Artur Sebastião, J. Constante, Joaquim Ferreira “Simplício”, António Rodrigues e Alberico.
Final
Viana do Castelo vestida de azul e branco
Viana do Castelo vestida de azul e branco
A final do Campeonato de Portugal da época de 1924/25 seria, por via da morte trágica de Velez Carneiro, marcada por profunda emotividade. Os portistas, num impressionante culto de energia, querer e sentimento, prometeram a si próprios ganhar, para que Velez ganhasse também. E foi com esse propósito, forte vontade e do coração que partiram para Viana do Castelo. (…COMPLETO NO PRÓXIMO POST…)
- No próximo post.: Capítulo 3 (Continuação) – Campeonato de Portugal 1924-25: apoteótica final, Viana do Castelo vestida de azul e branco; regozijo e festa no burgo portuense; “gilletes” de ouro oferecidas e prémio às escondidas…; Akos Teszler, primeiro treinador remunerado do FC Porto.
Isto já vão faltando palavras, adjectivos e tudo o mais, para se comentar... louvando, como é de inteira justiça. Cada vez fica mais engrandecido este belo trabalho. Em suma, mais um óptimo pedaço da nossa História assim tão bem registada. Apetecendo mais dizer que vai ser preciso uma maior regularidade na publicação, encurtando o espaço entre os artigos assim postados, para ir satisfazendo ainda mais, se possível, a curiosidade de mais e mais...
ResponderEliminarUm abraço.
http://www.longara.blogspot.com/
Homenagem bonita a um vareiro como eu.
ResponderEliminarDesconhecia esta trágica história do Velez Carneiro.
Se é da minha terra garra, luta, sangue quente não lhe faltaria é algo que nasce com todos os vareiros.
AzulForte obrigado por mais um testemunho da nossa história, não lhe vou dar os parabéns porque assim cai em repetição e perde o sentido.
Mesmo assim não resisto e tenho de dizer obrigado.
Velez Carneiro já naquela altura encarnava o verdadeiro espírito do Dragão. Pequenino, mas azougado, era bom no campo e fora dele.
ResponderEliminarMais uma bela página da nossa história...
Um abraço e para os que vão ao Dragão, encontramo-nos no sítio do costume.
Mais um fantástico post desta vez destacando-se a morte de um dos nossos melhores jogadores da década de 20.
ResponderEliminarE logo nesse ano fatídico ganhamos o campeonato para dedicar ao malogrado jogador...em junho de 1925 o Sporting caiu aos nossos pés e mais um título para a Invicta...
~
abraço e bom ano
Mais um belo post, embora de um momento amargo da nossa hitória... Obrigada Dragão Azul Forte!
ResponderEliminarfERNANDO,
ResponderEliminarjá se torna obrigatório as «repetições», mas nunca é demais dizê-lo... OBRIGADO por estes pedacinhos da nossa história, pois temos sempre algo mais a aprender para memória futura.
desconhecia de todo essa história do Velez Carneiro, não o nome propriamente dito, porque recordo-me já ter dele ouvido falar, mas do momento trágico que ditou o fim da sua vida... para além de igualmente desconhecer ser ele tb sido um atleta da minha terra natal (Espinho) nos primórdios da sua vida desportiva.
falando agora de coisas alegres, um prazer especial aquele 4-1 aos da minha terra, na meia-final... pena não terem sido 14 a 1, pois só se tinham perdido as que tinham caído ao chão ;)
até ao seu próximo post... não deixando de lhe desejar um FELIZ 2011, extensível a todos os seus.
Velez Carneiro era um verdadeiro jogador “à Porto”. Dentro e fora do campo encarnava o autêntico espírito do Dragão. Por isso era tão querido entre os adeptos. Morreu tragicamente, mas o seu exemplo de entrega e amor à camisola azul-e-branca, perdurou.
ResponderEliminarBelo post. Venha o próximo.
Um beijo.
Obrigado Dragão Azul Forte, as coisas que eu aprendo sobre a maravilhosa história do nosso PORTO!
ResponderEliminarFico a aguardar o próximo post...;)
BIBÓ PORTO
Obrigado pelos Vossos comentários, caros Amigos. É aliciante a "construção" da nossa história. E, quando já vou quase na década de 50 (sec.XX), cada vez é maior o entusiasmo.
ResponderEliminarContudo estas palavras são um bálsamo para mim. Um incentivo insuperável. Obrigado.
Um abraço.