CHAMPIONS - Causas e Efeitos

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A terça e quarta feira desta semana,foram dias bem difíceis para todos os portistas que amam o seu clube.
Na terça-feira, o nervosismo de se aproximar um grande e decisivo jogo, aquele friozinho na barriga que parece não fugir, e que apenas se vai desvanecendo com o decorrer dos 90 minutos. Depois, a frustração de quem merecia ganhar, de quem sabe que é melhor, mas que acaba arredado da mais importante competição de clubes do Mundo.
Na quarta-feira, ter que suportar aquele sorriso mais ou menos disfarçado daquele lampião do trabalho ou do café, que vive na estupidez de nunca ter visto o seu clube ganhar nada digno de registo com televisão a cores, mas que gosta sempre de mandar a sua piada “seca”.
E tudo isto escusadamente....

Quem assistiu ao jogo que o FC Porto fez contra o Zenit, automaticamente colocou a questão: Onde andou este Porto? Um Porto determinado, com garra, ambição, vontade de ganhar e espírito colectivo?
Enfim, não andou por estas bandas nos momentos devidos, pois temos que ser pragmáticos e perceber que,mesmo sendo um mau resultado empatar em casa com os russos, se a atitude “à Porto” como a que vimos na terça-feira, tivesse estado presente nos 6 jogos desta fase de grupos, certamente teríamos chegado ao último jogo com o apuramento garantido.
E esta é sem dúvida a grande ilação que deve ser retirada: as competições ganham-se em todos os jogos e não apenas nos últimos. Quem quer fazer boa figura em qualquer competição, deve alcançar os pontos necessários ao longo da mesma, e não esperar pela recta final, pois 3 pontos alcançados na primeira jornada, valem tanto como os conquistados na última.
Não podemos também fugir ao facto de sermos neste momento uma equipa mais madura do que há 2 meses atrás,e isso também se reflecte no treinador.
Esta equipa não teria perdido o jogo do Chipre depois de empatar aos 89 minutos... foi de uma infantilidade tremenda.
Esta equipa não ficaria a jogar com 10 homens no último minuto da primeira parte na Rússia, quando o jogo até estava equilibrado.
Esta equipa não teria deixado “correr tanto o marfim” como fez em casa com o Apoel.
Também o treinador mostrou estar mais maduro, pois hoje teria inscrito Walter.
O mesmo treinador que finalmente colocou James a 10, quando manifestamente é lá que ele mais rende.
O mesmo treinador que deixou de ser brando e passou a ser exigente para com todos os atletas.

Tudo isto levou-nos a voltar para a Liga Europa, onde temos legítimas aspirações, apesar de alguns“tubarões” por lá andarem.
A vida continua, e temos muito pela frente... temos 6 meses de época que ainda nos podem levar à glória, pois convém não esquecer que o verdadeiro objectivo é sempre o Campeonato.
Ainda assim, não podemos ficar indiferentes aos efeitos nefastos que esta eliminação acarreta, nomeadamente do ponto de vista financeiro, pois desportivamente só tem que nos reforçar enquanto grupo, renovando ambições e fazendo “acordar” algumas “donzelas” que iniciaram a época a dormir.
Mas a verdade à qual não podemos fugir, é que financeiramente, este desempenho é ruinoso.
Acredito que Pinto da Costa e seus pares, especialmente Angelino Ferreira, não tenham passado muito bem a noite, pois devem estar a fazer contas à vida, e a reinventar formas de fazer face aos compromissos diários e mensais que o FC Porto tem pela frente.
A solução mais fácil será vender algum dos jogadores com mais mercado, se bem que tal acarreta igualmente consequências sobre a parte desportiva. A alternativa poderá passa por vender jogadores com menos mercado, certamente com valores mais baixos, mas ao invés de se vender um, vender três ou quatro. Dentro desse lote, incluo Varela, Fucile, Cristian Rodriguez, Sapunaru ou Souza ou até mesmo Prediger. Ou seja, jogadores cujas ofertas possam sempre ser simpáticas, não mexendo na estrutura base da equipa.
A ver vamos...

Quem mostrou o que mostramos, não pode nem deve ter medo de nada nem de ninguém.
Não pode nem deve temer qualquer adversário ou desafio.
E isso passa já por sábado em Aveiro.
Só a vitória interessa, só esse resultado poderá dar sequência ao que de mais positivo temos feito ultimamente.
Outro resultado que não este, pode fazer ruir o castelo.
Manter a atitude e concentração é mais de meio caminho percorrido.
Cabe aos atletas e aos técnicos saber manter essa atitude.

Uma última palavra para o público.
Num estádio cheio, certamente estavam lá os famosos “pipoqueiros”, aqueles para quem um jogo ao domingo às 20h é muito complicado porque está frio e no dia seguinte é dia de trabalho, mas quando se trata de uma partida deste género, não há problemas em sair a correr do emprego e enfrentar um trânsito tremendo, sem jantar devidamente e sem se lembrar que no dia seguinte se volta ao batente.
Mas a verdade é que o Dragão de terça-feira me fez lembrar o nosso mítico palco alguns metros mais acima.
A garra demonstrada por todos os adeptos, a intimidação que sempre tentaram provocar no adversário, a paciência mesmo quando as coisas não estavam a correr bem, não recorrendo ao assobio fácil, foi para mim muito importante e um facto a registar.
E claro, a despedida à equipa ao som de uma estrondosa ovação, demonstra que mesmo não ganhando, aquilo que todos os portistas exigem, e têm direito para tal, é que honrem as nossas cores. O amor ao clube sobrepõem-se a tudo o resto!
Parabéns a todos, isto é ser Porto... equipa e adeptos!

Preciso é agora que os atletas percebam este tremendo voto de confiança que todos quiseram dar no final daqueles penosos 90 minutos.

Um abraço cheio de esperança no futuro.