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FCPorto – Dragões de Azul Forte
Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
F. C. do Porto
Capítulo 6: 1951 a 1960 – Contestação a Lisboa; a “dobradinha” (Parte III)
Época 1951-52 (continuação)
• Inauguração do palco dos sonhos
28 de Maio de 1952 – Dia apoteótico na cidade e no clube. O Estádio das Antas, desenhado e construído pelos Arquitectos Oldemiro Carneiro e Aires de Sá e pelo Engenheiro Miguel Resende, inaugurado com pompa e circunstância. Fossem vivos Nicolau de Almeida e José Monteiro da Costa e a comoção revolveria a alma dos génios criadores das obras magníficas – os tais patrimónios afectivos. José Bacelar (Sócio n.º 1), Camilo Moniz (n.º 2) e Carlos Megre (n.º 3) hastearam as bandeiras nacional, da cidade e do clube que Simplício, num lampejo de inspiração, tão bem soube idear num emblema sublime.
Multidão nas bancadas (50.000), muita cor, muita emoção e a presença do "mais alto Magistrado da Nação".
Momento histórico na vida do FC Porto. Além do Presidente da República, reconhecem-se o Presidente do FC Porto, Dr. Urgel Horta, e o Ministro da Educação Nacional. O porta-bandeira é o antigo internacional olímpico Waldemar Mota que inclina o estandarte em saudação respeitosa. Ladeavam-no os ex-atletas portistas João Lopes Martins e Mota Freitas.
Condecoração – No momento mais solene da inauguração, o Presidente da República, general Craveiro Lopes, colocou na bandeira do clube a Medalha de Mérito Desportivo, que não tinha, até então, sido concedida a nenhum outro clube português.
O jogo inaugural – Na inauguração das Antas (assim como, mais tarde, na inauguração da Luz), jogaram FC Porto e Benfica, então unidos por relações de amizade profunda, quase parecendo irmãos siameses, depois de alguns anos de insultos, agressões, vilanias. Era assim o futebol! É assim?
As duas equipas e o trio de arbitragem – O Benfica, convidado para o jogo inaugural, ganhou surpreendentemente por 8-2. Até o Douro chorou! Por escasso tempo. Muita água passaria por debaixo das pontes. E as Antas, estádio, estaria ali para as mais arrebatadoras vitórias do FC Porto.
No seu primeiro jogo nas Antas, o FC Porto alinhou com:
Barrigana (Graça), Virgílio, Alfredo Pais, Ângelo Carvalho, Pinto Vieira, Romão, Hernâni, António Araújo (Vital), Monteiro da Costa, José Maria e Carlos Vieira.
Arsénio apontou o primeiro golo no novo Estádio e o primeiro portista a fazer o gosto ao pé, nas Antas, foi Vital, o alcantarense que trocara o Atlético pelo FC Porto.
Cartaz da inauguração do Estádio do FC Porto
Lenço alusivo à inauguração do Estádio das Antas, oferecido com a compra do bilhete de ingresso
• A vida de um estádio
O Estádio das Antas
Inaugurado em 28 de Maio de 1952, o Estádio das Antas foi durante mais de meio século um monumento de referência da cidade e da região. Sonho persistente e acarinhado ao longo dos anos pelos adeptos azuis-e-brancos, cresceu com o tempo e implantou-se em definitivo na zona que lhe ofereceu o epíteto, já que a sua designação oficial era Estádio do Futebol Clube do Porto. Com o passar do tempo, mudou de aparência várias vezes, ganhando a pista de cinza para o atletismo e a pista de ciclismo, ganhando lugares e uma arquibancada, tal como o relvado rebaixado. E a zona envolvente dotou-se de campos de treino, pavilhões gimnodesportivos, piscina coberta, uma Sala de Bingo e, posteriormente, de uma renovada e ampliada área administrativa que se instalou na emblemática Torre das Antas. Dos incontáveis momentos de glória portista vividos ao longo dos anos, sobressaem vitórias internacionais, celebrações de conquistas (algumas inéditas no futebol português), ciclos triunfais e instantes de apoteose que atribuíram ao recinto uma aura mítica, que resiste na memória de todos quantos testemunharam o processo que conduziu o Dragão ao mais elevado estatuto desportivo europeu e mundial.
[In sítio do FC Porto (adaptação): http://www.fcporto.pt/Clube/HistoriaEstadios/historiaestadios.asp]
O complexo das Antas
Quando se fala no Estádio das Antas, nem sempre se fala apenas no estádio em si; a expressão pode designar também todo o complexo desportivo que, ao longo das cinco décadas de existência do estádio, foi sendo construído à sua volta. Esse complexo incluía, entre outras instalações:
• O Pavilhão Afonso Pinto de Magalhães;
• O Pavilhão Américo de Sá (com capacidade para 7.000 pessoas), onde actuavam as equipas de andebol, basquetebol e hóquei em patins do FC Porto (a de basquetebol passaria a jogar no Pavilhão dos Desportos – "Palácio de Cristal" – em meados dos anos noventa);
• Uma piscina coberta (usada pelas escolas e equipas de natação do FC Porto e por utilizadores diversos);
• Três campos de treino relvados;
• A primeira "Loja Azul";
• A Sala-museu do FC Porto;
• O Bingo do FC Porto;
• A Torre das Antas, onde foi instalada a sede do clube.
Nesta foto são visíveis os 4 campos relvados do complexo das Antas (o FC Porto foi o primeiro dos três grandes a ter 3 relvados junto ao campo principal), a Torre das Antas (onde foi instalada a sede) e a longa Av. Fernão de Magalhães.
Apesar da demolição do Estádio só se ter iniciado em Março de 2004, o complexo das Antas começou a ser desmantelado em 2001. Actualmente, esta zona da cidade é ocupada por um empreendimento imobiliário (que inclui um centro comercial) e pela Alameda do Dragão (ex-Alameda das Antas).
O lado sul do Estádio
O Pavilhão Américo de Sá
52 anos como palco de inesquecíveis êxitos
O Estádio das Antas foi a casa do FC Porto durante 52 anos e o palco de muitos êxitos do clube. Eis como ele era nos últimos anos duma existência recheada das mais douradas e duradouras emoções.
O “tribunal”
Na bancada do topo sul do Estádio das Antas se constitui o designado e famoso “tribunal das Antas”. Os adeptos mais exigentes, os mais implacáveis, concentravam-se aqui. Promoviam e glorificavam jogadores e treinadores, sentenciavam e condenavam quem não lhes caísse no goto por falta de qualidades ou empenho. Ninguém escapava à aprovação ou reprovação. Jogadores foram dispensados e treinadores despedidos porque o “tribunal” o exigiu. E o “tribunal” quase sempre tinha razão.
11 Mai.1952 – Pesada derrota imposta pelo FC Porto ao Braga (10-1), em jogo da 2.ª mão da Taça de Portugal de futebol, depois de 1-1 na cidade minhota. Os portistas seguiam para os quartos-de-final.
25 Mai. – O FC Porto apurar-se-ia também para as meias-finais ao eliminar o Salgueiros (2-0 e 3-1).
1 Jun. – 1.ª mão das meias-finais, primeiro jogo oficial no Estádio das Antas e brilhante vitória sobre o Sporting por 2-0. O FC Porto alinhou com:
Barrigana; Virgílio e Ângelo Carvalho; Vieira, Bibelino e Pinto Vieira; João Correia, Hernâni e José Maria; Monteiro da Costa e Diamantino.
Diamantino marcou os dois golos (32’ e 73’).
8 Jun. – Segundo jogo no Lumiar, Lisboa, e 97 minutos de luta dramática insuficientes para definir um finalista da Taça de Portugal. O Sporting venceu o FC Porto por 4-2, mas não bastou para decidir a eliminatória. “Albano marcou o golo que tudo adiou já bem para além da hora, deixando Barrigana, Pinto Vieira, Bibelino e Monteiro da Costa em “estado de choque”, como que fulminados pelo acontecimento”. Para mais, o FC Porto aos quatro minutos de jogo já vencia por 2-0 (!!!), o que a juntar aos outros dois golos de vantagem que trazia das Antas pareciam dar rumo para a final…
A equipa alinhou com:
Barrigana; Virgílio e Ângelo Carvalho; Vieira, Bibelino e João Correia; Pinto Vieira, Hernâni e José Maria; Monteiro da Costa e Diamantino.
Golos (Sporting): José Travassos, Bibelino (a.g. 23’) e Albano (71’ e 94’);
Golos (FC Porto): Diamantino (2’) e Vieira (4’).
11 Jun. – No jogo de desempate das meias-finais da Taça de Portugal, o Sporting ganhou, em Coimbra, ao FC Porto por 5-2. E, pasme-se, a exemplo do que já acontecera nos outros dois encontros, a equipa portista aos 15 minutos já vencia por 2-0...
Equipa do FC Porto:
Barrigana; Virgílio, Alfredo Pais e Ângelo Carvalho; Vieira, Romão, Pinto Vieira e Monteiro da Costa; Hernâni, Vital e Diamantino.
Romão foi expulso aos 86’. Quem apitou?! Inocêncio Calabote…
Golos (Sporting): Pacheco Nobre (38’), Rola (65’ e 81’), Amaro (70’) e João Martins (85’);
Golos (FC Porto): Diamantino (12’) e Vital (15’).
Carlos Vieira – Carlos dos Santos Vieira (n. 11 Abr.1928), revelou-se no Sport Clube Beira-Mar e chegou ao FC Porto na época 1948-49.
• Era um extremo (esquerdo) velocíssimo e de grande apetência pelo golo. Os seus remates, fortes e vitoriosos, deram muitos triunfos ao FC Porto. Foram dele os 3 golos que derrotaram o Benfica, no Estádio do Lima, em jogo a contar para o Campeonato Nacional 1951-52.
• Mas Carlos Vieira não era só um bom futebolista; foi também um excelente atleta especialista em corridas de curta distância. Em 1952, com a camisola do FC Porto, sagrou-se campeão nacional nos 100 m, 200 m, 4x100 m e 4x200 m.
• Cobiçado, em várias ocasiões, por clubes de futebol de Lisboa, manteve-se fiel ao seu Clube de coração que representou até ao final da época 1954-55. Mais um ano e também teria sido Campeão no futebol!
• Não há notícias de Vieira após deixar o FC Porto. Sabemos é que honrou a camisola que vestiu com garbo e orgulho.
Carreira no FC Porto
1948-49 a 1954-55
Alfredo Pais (n. Manaus, Brasil, 11 Fev.1922 – m.??), defesa-central de nacionalidade portuguesa, jogou com idade de júnior no Paços de Brandão, tendo ingressado no FC Porto na época 1942-43.
• Futebolista empenhado, com grande apego à camisola, foi um esteio da defesa portista e pedra base da equipa.
• Passou pelo FC Porto num momento de agruras e privação de títulos nacionais. Mas, mesmo assim, fez parte de grandes equipas e participou em vitórias históricas. Como aquela, em 6 de Maio de 1948, sobre o Arsenal de Londres (3-2), ao lado de Barrigana, Romão, Araújo, Correia Dias, Gastão e Catolino. Também participou na prestigiante vitória por 4-1 sobre o Real Madrid, em Junho de 1945.
• Nos anos cinquenta, perto do final da sua carreira, jogou com outros excelentes futebolistas como Virgílio, Ângelo Carvalho, Carlos Vieira, Pinto Vieira, Monteiro da Costa, Hernâni, Vital e José Maria. Alguns destes haveriam de ser Campeões Nacionais (1955-56) já sem a ajuda de Alfredo Pais. Como ele merecia, também, esse título!
• Alfredo Pais um atleta que dignificou a camisola azul-e-branca do FC Porto!
Carreira no FC Porto
1942-43 a 1952-53
Palmarés
5 Campeonatos do Porto
Luís Casas Pasarín (n. Pontevedra, 16 Abr.1902 – m. 17 Ago.1986) foi um futebolista e treinador galego. Muito corpulento, jogava a defesa esquerdo e passou pelo Atlético de Pontevedra, Vigo Sporting, Real Clube Celta e Valência CF. Fez 6 jogos pela Selecção Espanhola e em 1935 encerrou a carreira de jogador.
• Após a guerra civil obteve o diploma de treinador. Iniciou-se na função com a selecção, em 1946. De 1946 a 1948 esteve no Valência e até 1951 no Celta de Vigo.
• Em Janeiro de 1952 foi contratado pelo FC Porto para substituir Vaschetto que partira sem dizer “água vai”. Como se falava na cidade, Pasarín “chegou ao Porto de olhos fechados e demorou a abri-los”... De facto, se Eladio Vaschetto havia protagonizado um arranque fabuloso de campeonato, com os “dragões” a chegarem a meio da prova isolados no comando com 3 pontos de vantagem, Luís Pasarín realizou um trabalho desastroso na 2.ª volta, perdendo não só a liderança do campeonato, como tendo também deixado cair a equipa ao 3.º lugar.
• Despedido, como é óbvio, no fim da época 1951-52, treinou depois o Málaga, o Celta de Vigo e o Real Oviedo. Retirou-se do futebol em 1959.
• Pasarín foi o primeiro treinador espanhol do FC Porto. A seguir a ele, só outro: Victor Fernandez, na época 2004-05 (dados de Fev.2012).
Carreira no FC Porto
Jan. a Jun. 1952
Hóquei em Campo, Campeão!
A equipa do FC Porto de Hóquei em Campo que conquistou o primeiro Campeonato Nacional da 1.ª Divisão (1951-52) do seu palmarés.
Da esquerda, em cima: Belmiro Medeiros (Chefe de Secção), José Luís, Manuel Pires, Júlio Silvano, José Pinto, Eugénio Soares, Artur Pereira, Carlos Pinto e Francisco Gonçalves (massagista);
Em baixo: Manuel Verde, José Guedes, Fernando Moura, Wenceslau Teixeira, Lino Ferreira e Mário Capitão.
Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
F. C. do Porto
Capítulo 6: 1951 a 1960 – Contestação a Lisboa; a “dobradinha” (Parte III)
Época 1951-52 (continuação)
• Inauguração do palco dos sonhos
28 de Maio de 1952 – Dia apoteótico na cidade e no clube. O Estádio das Antas, desenhado e construído pelos Arquitectos Oldemiro Carneiro e Aires de Sá e pelo Engenheiro Miguel Resende, inaugurado com pompa e circunstância. Fossem vivos Nicolau de Almeida e José Monteiro da Costa e a comoção revolveria a alma dos génios criadores das obras magníficas – os tais patrimónios afectivos. José Bacelar (Sócio n.º 1), Camilo Moniz (n.º 2) e Carlos Megre (n.º 3) hastearam as bandeiras nacional, da cidade e do clube que Simplício, num lampejo de inspiração, tão bem soube idear num emblema sublime.
Multidão nas bancadas (50.000), muita cor, muita emoção e a presença do "mais alto Magistrado da Nação".
Momento histórico na vida do FC Porto. Além do Presidente da República, reconhecem-se o Presidente do FC Porto, Dr. Urgel Horta, e o Ministro da Educação Nacional. O porta-bandeira é o antigo internacional olímpico Waldemar Mota que inclina o estandarte em saudação respeitosa. Ladeavam-no os ex-atletas portistas João Lopes Martins e Mota Freitas.
Condecoração – No momento mais solene da inauguração, o Presidente da República, general Craveiro Lopes, colocou na bandeira do clube a Medalha de Mérito Desportivo, que não tinha, até então, sido concedida a nenhum outro clube português.
O jogo inaugural – Na inauguração das Antas (assim como, mais tarde, na inauguração da Luz), jogaram FC Porto e Benfica, então unidos por relações de amizade profunda, quase parecendo irmãos siameses, depois de alguns anos de insultos, agressões, vilanias. Era assim o futebol! É assim?
As duas equipas e o trio de arbitragem – O Benfica, convidado para o jogo inaugural, ganhou surpreendentemente por 8-2. Até o Douro chorou! Por escasso tempo. Muita água passaria por debaixo das pontes. E as Antas, estádio, estaria ali para as mais arrebatadoras vitórias do FC Porto.
No seu primeiro jogo nas Antas, o FC Porto alinhou com:
Barrigana (Graça), Virgílio, Alfredo Pais, Ângelo Carvalho, Pinto Vieira, Romão, Hernâni, António Araújo (Vital), Monteiro da Costa, José Maria e Carlos Vieira.
Arsénio apontou o primeiro golo no novo Estádio e o primeiro portista a fazer o gosto ao pé, nas Antas, foi Vital, o alcantarense que trocara o Atlético pelo FC Porto.
Cartaz da inauguração do Estádio do FC Porto
Lenço alusivo à inauguração do Estádio das Antas, oferecido com a compra do bilhete de ingresso
• A vida de um estádio
O Estádio das Antas
Inaugurado em 28 de Maio de 1952, o Estádio das Antas foi durante mais de meio século um monumento de referência da cidade e da região. Sonho persistente e acarinhado ao longo dos anos pelos adeptos azuis-e-brancos, cresceu com o tempo e implantou-se em definitivo na zona que lhe ofereceu o epíteto, já que a sua designação oficial era Estádio do Futebol Clube do Porto. Com o passar do tempo, mudou de aparência várias vezes, ganhando a pista de cinza para o atletismo e a pista de ciclismo, ganhando lugares e uma arquibancada, tal como o relvado rebaixado. E a zona envolvente dotou-se de campos de treino, pavilhões gimnodesportivos, piscina coberta, uma Sala de Bingo e, posteriormente, de uma renovada e ampliada área administrativa que se instalou na emblemática Torre das Antas. Dos incontáveis momentos de glória portista vividos ao longo dos anos, sobressaem vitórias internacionais, celebrações de conquistas (algumas inéditas no futebol português), ciclos triunfais e instantes de apoteose que atribuíram ao recinto uma aura mítica, que resiste na memória de todos quantos testemunharam o processo que conduziu o Dragão ao mais elevado estatuto desportivo europeu e mundial.
[In sítio do FC Porto (adaptação): http://www.fcporto.pt/Clube/HistoriaEstadios/historiaestadios.asp]
O complexo das Antas
Quando se fala no Estádio das Antas, nem sempre se fala apenas no estádio em si; a expressão pode designar também todo o complexo desportivo que, ao longo das cinco décadas de existência do estádio, foi sendo construído à sua volta. Esse complexo incluía, entre outras instalações:
• O Pavilhão Afonso Pinto de Magalhães;
• O Pavilhão Américo de Sá (com capacidade para 7.000 pessoas), onde actuavam as equipas de andebol, basquetebol e hóquei em patins do FC Porto (a de basquetebol passaria a jogar no Pavilhão dos Desportos – "Palácio de Cristal" – em meados dos anos noventa);
• Uma piscina coberta (usada pelas escolas e equipas de natação do FC Porto e por utilizadores diversos);
• Três campos de treino relvados;
• A primeira "Loja Azul";
• A Sala-museu do FC Porto;
• O Bingo do FC Porto;
• A Torre das Antas, onde foi instalada a sede do clube.
Nesta foto são visíveis os 4 campos relvados do complexo das Antas (o FC Porto foi o primeiro dos três grandes a ter 3 relvados junto ao campo principal), a Torre das Antas (onde foi instalada a sede) e a longa Av. Fernão de Magalhães.
Apesar da demolição do Estádio só se ter iniciado em Março de 2004, o complexo das Antas começou a ser desmantelado em 2001. Actualmente, esta zona da cidade é ocupada por um empreendimento imobiliário (que inclui um centro comercial) e pela Alameda do Dragão (ex-Alameda das Antas).
O lado sul do Estádio
O Pavilhão Américo de Sá
52 anos como palco de inesquecíveis êxitos
O Estádio das Antas foi a casa do FC Porto durante 52 anos e o palco de muitos êxitos do clube. Eis como ele era nos últimos anos duma existência recheada das mais douradas e duradouras emoções.
O “tribunal”
Na bancada do topo sul do Estádio das Antas se constitui o designado e famoso “tribunal das Antas”. Os adeptos mais exigentes, os mais implacáveis, concentravam-se aqui. Promoviam e glorificavam jogadores e treinadores, sentenciavam e condenavam quem não lhes caísse no goto por falta de qualidades ou empenho. Ninguém escapava à aprovação ou reprovação. Jogadores foram dispensados e treinadores despedidos porque o “tribunal” o exigiu. E o “tribunal” quase sempre tinha razão.
11 Mai.1952 – Pesada derrota imposta pelo FC Porto ao Braga (10-1), em jogo da 2.ª mão da Taça de Portugal de futebol, depois de 1-1 na cidade minhota. Os portistas seguiam para os quartos-de-final.
25 Mai. – O FC Porto apurar-se-ia também para as meias-finais ao eliminar o Salgueiros (2-0 e 3-1).
1 Jun. – 1.ª mão das meias-finais, primeiro jogo oficial no Estádio das Antas e brilhante vitória sobre o Sporting por 2-0. O FC Porto alinhou com:
Barrigana; Virgílio e Ângelo Carvalho; Vieira, Bibelino e Pinto Vieira; João Correia, Hernâni e José Maria; Monteiro da Costa e Diamantino.
Diamantino marcou os dois golos (32’ e 73’).
8 Jun. – Segundo jogo no Lumiar, Lisboa, e 97 minutos de luta dramática insuficientes para definir um finalista da Taça de Portugal. O Sporting venceu o FC Porto por 4-2, mas não bastou para decidir a eliminatória. “Albano marcou o golo que tudo adiou já bem para além da hora, deixando Barrigana, Pinto Vieira, Bibelino e Monteiro da Costa em “estado de choque”, como que fulminados pelo acontecimento”. Para mais, o FC Porto aos quatro minutos de jogo já vencia por 2-0 (!!!), o que a juntar aos outros dois golos de vantagem que trazia das Antas pareciam dar rumo para a final…
A equipa alinhou com:
Barrigana; Virgílio e Ângelo Carvalho; Vieira, Bibelino e João Correia; Pinto Vieira, Hernâni e José Maria; Monteiro da Costa e Diamantino.
Golos (Sporting): José Travassos, Bibelino (a.g. 23’) e Albano (71’ e 94’);
Golos (FC Porto): Diamantino (2’) e Vieira (4’).
11 Jun. – No jogo de desempate das meias-finais da Taça de Portugal, o Sporting ganhou, em Coimbra, ao FC Porto por 5-2. E, pasme-se, a exemplo do que já acontecera nos outros dois encontros, a equipa portista aos 15 minutos já vencia por 2-0...
Equipa do FC Porto:
Barrigana; Virgílio, Alfredo Pais e Ângelo Carvalho; Vieira, Romão, Pinto Vieira e Monteiro da Costa; Hernâni, Vital e Diamantino.
Romão foi expulso aos 86’. Quem apitou?! Inocêncio Calabote…
Golos (Sporting): Pacheco Nobre (38’), Rola (65’ e 81’), Amaro (70’) e João Martins (85’);
Golos (FC Porto): Diamantino (12’) e Vital (15’).
Carlos Vieira – Carlos dos Santos Vieira (n. 11 Abr.1928), revelou-se no Sport Clube Beira-Mar e chegou ao FC Porto na época 1948-49.
• Era um extremo (esquerdo) velocíssimo e de grande apetência pelo golo. Os seus remates, fortes e vitoriosos, deram muitos triunfos ao FC Porto. Foram dele os 3 golos que derrotaram o Benfica, no Estádio do Lima, em jogo a contar para o Campeonato Nacional 1951-52.
• Mas Carlos Vieira não era só um bom futebolista; foi também um excelente atleta especialista em corridas de curta distância. Em 1952, com a camisola do FC Porto, sagrou-se campeão nacional nos 100 m, 200 m, 4x100 m e 4x200 m.
• Cobiçado, em várias ocasiões, por clubes de futebol de Lisboa, manteve-se fiel ao seu Clube de coração que representou até ao final da época 1954-55. Mais um ano e também teria sido Campeão no futebol!
• Não há notícias de Vieira após deixar o FC Porto. Sabemos é que honrou a camisola que vestiu com garbo e orgulho.
Carreira no FC Porto
1948-49 a 1954-55
Alfredo Pais (n. Manaus, Brasil, 11 Fev.1922 – m.??), defesa-central de nacionalidade portuguesa, jogou com idade de júnior no Paços de Brandão, tendo ingressado no FC Porto na época 1942-43.
• Futebolista empenhado, com grande apego à camisola, foi um esteio da defesa portista e pedra base da equipa.
• Passou pelo FC Porto num momento de agruras e privação de títulos nacionais. Mas, mesmo assim, fez parte de grandes equipas e participou em vitórias históricas. Como aquela, em 6 de Maio de 1948, sobre o Arsenal de Londres (3-2), ao lado de Barrigana, Romão, Araújo, Correia Dias, Gastão e Catolino. Também participou na prestigiante vitória por 4-1 sobre o Real Madrid, em Junho de 1945.
• Nos anos cinquenta, perto do final da sua carreira, jogou com outros excelentes futebolistas como Virgílio, Ângelo Carvalho, Carlos Vieira, Pinto Vieira, Monteiro da Costa, Hernâni, Vital e José Maria. Alguns destes haveriam de ser Campeões Nacionais (1955-56) já sem a ajuda de Alfredo Pais. Como ele merecia, também, esse título!
• Alfredo Pais um atleta que dignificou a camisola azul-e-branca do FC Porto!
Carreira no FC Porto
1942-43 a 1952-53
Palmarés
5 Campeonatos do Porto
Luís Casas Pasarín (n. Pontevedra, 16 Abr.1902 – m. 17 Ago.1986) foi um futebolista e treinador galego. Muito corpulento, jogava a defesa esquerdo e passou pelo Atlético de Pontevedra, Vigo Sporting, Real Clube Celta e Valência CF. Fez 6 jogos pela Selecção Espanhola e em 1935 encerrou a carreira de jogador.
• Após a guerra civil obteve o diploma de treinador. Iniciou-se na função com a selecção, em 1946. De 1946 a 1948 esteve no Valência e até 1951 no Celta de Vigo.
• Em Janeiro de 1952 foi contratado pelo FC Porto para substituir Vaschetto que partira sem dizer “água vai”. Como se falava na cidade, Pasarín “chegou ao Porto de olhos fechados e demorou a abri-los”... De facto, se Eladio Vaschetto havia protagonizado um arranque fabuloso de campeonato, com os “dragões” a chegarem a meio da prova isolados no comando com 3 pontos de vantagem, Luís Pasarín realizou um trabalho desastroso na 2.ª volta, perdendo não só a liderança do campeonato, como tendo também deixado cair a equipa ao 3.º lugar.
• Despedido, como é óbvio, no fim da época 1951-52, treinou depois o Málaga, o Celta de Vigo e o Real Oviedo. Retirou-se do futebol em 1959.
• Pasarín foi o primeiro treinador espanhol do FC Porto. A seguir a ele, só outro: Victor Fernandez, na época 2004-05 (dados de Fev.2012).
Carreira no FC Porto
Jan. a Jun. 1952
Hóquei em Campo, Campeão!
A equipa do FC Porto de Hóquei em Campo que conquistou o primeiro Campeonato Nacional da 1.ª Divisão (1951-52) do seu palmarés.
Da esquerda, em cima: Belmiro Medeiros (Chefe de Secção), José Luís, Manuel Pires, Júlio Silvano, José Pinto, Eugénio Soares, Artur Pereira, Carlos Pinto e Francisco Gonçalves (massagista);
Em baixo: Manuel Verde, José Guedes, Fernando Moura, Wenceslau Teixeira, Lino Ferreira e Mário Capitão.
- No próximo post.: Capítulo 6, 1951 a 1960 – Contestação a Lisboa; a “dobradinha” (Parte IV) – Época 1951-52 (continuação); HISTORIAL DO BASQUETEBOL NO FC PORTO - Os primórdios e… Campeão em 1951-52! Dale Dover, o espectáculo dentro do espectáculo; a profissionalização; biografias de Nuno Marçal e Moncho López; palmarés do FC Porto; História do basquetebol.
Este é daqueles posts que nos deixam com pele de galinha...
ResponderEliminarGosto muito do Dragão, acho-o lindo!, mas tenho saudades das Antas, antes das cadeiras, da paixão que lá se vivia e nos levava a ir para o estádio, às vezes, 2 horas antes do jogo.
Abraço
Páginas cheias de magia...
ResponderEliminar28 de Maio de 1952 – Dia apoteótico na cidade e no clube.
Um estádio que me marcou imenso e que ainda hj qd passo perto do local, às vezes dou por mim a suspirar e a recordar tantas e tantas emoções...
Bolas, que nostalgia!
ResponderEliminarDe ver os treinos no campo por baixa da arquibancada enquanto fazia horas para a piscina que ficava lá colada..e depois ir pedir autografos com um caderninho...
De ir pagar as cotas na mesma arquibancada e passar pelo autocarro lá estacionado..
Da pequenissima Loja Azul na bancada sul...
Gosto muito do Dragão..top mesmo, mas as Antas..que ambiente..
Um Abraço
Etuks!
Faço minhas, também, as ideias do Vila Pouca sobre o conteúdo deste artigo. Sendo a parte correspondente uma parcela da história do F. C. Porto que ficará sempre num lugar especial do nosso ser.
ResponderEliminarPelo que vi, à primeira vista, este post é deveras marcante dessa fase, motivo pelo qual ainda só percorri para trás e para a frente a inteirar-me, indo agora de seguida ler com a devida atenção.
Logo hoje que passam 53 anos sobre o caso Calabote, a mais célebre história ocorrida no desporto português, como relembro no meu espaçozito.
Abraço.
Antas, um lugar mágico em que só estive a primeira e… última vez: 4-1 à Lázio e a minha primeira grande VITÓRIA ao vivo! Jamais esquecerei essa noite.
ResponderEliminarO Dragão é o “meu” estádio, mas parte de mim ficou no grande Estádio das Antas. Onde tu, eu sei, viste o primeiro jogo do nosso FC Porto às costas de teu Pai e meu saudoso Avô. Onde sofreste e rejubilaste (como, por exemplo, naquele FCP 4 – Braga 0 que deu o título após 19 anos de espera). Onde assististe, “embriagado” pelo amor de Dragão, às chegadas da Volta a Portugal e aplaudiste os mesmos nomes do FC Porto que vias passar, em cima de uma bicicleta, à porta de casa em Mirandela. Onde aplaudiste os heróis de Viena depois de uma jornada épica de calcanhar para a história. De onde me contaste outras estórias da história do nosso amado Clube. Em suma, sei o que significa para ti o Estádio das Antas; sei o que significou para ti fazer este post; sei da enorme nostalgia que sentes.
Obrigado Pai, obrigado grande Dragão.
Beijinhos.
BIBÓ PORTO!
Faltava eu para vir aqui dar os meus Parabéns ao amigo Moreira pela prenda que me deu. :)
ResponderEliminarMoreira grande Post, sobre o estádio das Antas, o meu estádio, aquele onde aprendi a ver a bola e onde tenho as recordações mais bonitas como Portistas, embora muitos confundam recordações bonitas com conquistas eu a esses digo o seguinte Abençoado FC Porto que teve oportunidade de jogar naquele vulcão, que viveu noites Europeias do outro mundo e mostrou aos inimigos que ali é para ter respeitinho e não abusar da sorte porque quando começava a chover deus me livre "chovia para todos"...
Tal como com o Vila Pouca é com pele de galinha que li este post.
Moreira aquele abraço.
Amigo Antas, antecipaste-te; eu queria vir aqui dizer que este post te é dedicado, caro Fred. Por várias razões, entre as quais teres sido aniversariante no dia anterior à publicação do post. Sei, por mim, o que significa para a tua pessoa as ANTAS. Sei o que significa as ANTAS para os amigos que aqui comentaram e a quem agradeço as emotivas palavras; sei o que significa para todos os Portistas as ANTAS. Antas, Antas, que saudades!
ResponderEliminarAbraço.
BIBó POOOORTO!
Ps: Obrigado também à minha filhota. Como tu gostaste das Antas! E como de lá saíste, rejubilante, feliz, orgulhosa de ser Dragão! Jamais esquecerei essa jornada épica, também por tua causa. A primeira vez que lá fui, foi com o meu Pai e teu “saudoso Avô”; a última vez que lá fui, foi contigo, minha Filha.
As pessoas que amamos, tal e qual como locais e acontecimentos marcantes, nunca vão morrer, porque é impossível apagarmos da nossa memória todas as alegrias vividas, com aqueles que amamos em lugares mágicos como a casa do nosso amado clube.
ResponderEliminarDesde muito pequenina me habituei a ir às Antas com os meus pais, as minhas irmãs e os meu avós. Mais tarde com o meu namorado, depois marido, o meu filho e sobrinhos. Uma tradção que se mantem até hoje. Tenho orgulho em dizer que na minha familia não existe nenhuma ovelha tresmalhada, é tudo do F.C. do Porto.
Cada dia tenho mais orgulho em dizer que sou portista de alma e coraçao.
Viva O F.C.Porto!!!!!!!!!!
Obrigado, Gi. As tuas palavras são enternecedoras. Espero que venhas mais vezes a este cantinho do nosso querido FCP.
ResponderEliminarBeijinho. BIbÓ PORTO!
Confesso, gosto muito do Dragão, mas as Antas são a minha eterna "Paixão". As Antas sempre me fizeram tremer, arrepiar, chorar de emoção. Corri o Estádio todo, até finalmente passar época e meia nos cativos, no tempo do Mourinho. Não tenho palavras. Antas, local de culto.
ResponderEliminarAbraço