Sempre a cantar por ti... contigo até ao fim... tu és o nosso amor!!

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E eis que em apenas duas jornadas recuperámos os cinco pontos de atraso que tínhamos e já estamos no lugar que é nosso por direito… o primeiro!! Amanhã invasão ao apagão, o jogo mais aguardado por qualquer ultra do Porto ao longo de toda uma época. O dia em que nos fazemos à estrada, rumo à mouraria, sem medo e com o intuito de defender, honrar a apoiar as nossas cores! Não há dia de semana que nos faça parar, tenham cuidado… nós aí vamos! Somos Porto!!

Na crónica desta semana relato as duas últimas deslocações dos ultras do nosso clube. Dois jogos a uma distância considerável da cidade Invicta, um contra o último classificado da Liga ZON Sagres até há bem pouco tempo e outro em casa do novo-rico Manchester City, depois de termos perdido em casa por 1-2 na primeira mão. Escusado será afirmar que nós lá estivemos!!

Estádio do Bonfim, um dos últimos recintos onde me faltava entrar, dos clubes da primeira liga. Nada melhor para o fazer num ano em que supostamente as exibições são tremidas, não estávamos em primeiro lugar, o Porto precisava de nós, portanto ainda me deu mais vontade de ir. E foi preciso lá ir para mudar radicalmente a opinião que tinha em relação a este clube. Um clube com quem eu até simpatizava (talvez por não se darem com os vitorianos do Minho e aparentemente não gostarem de lagartos e lampiões), mas o que vi naquele dia, ao vivo, sinceramente não esperava. Mas já lá vou…

Sábado à noite nada de saídas, Domingo de manhã levantar cedo, preparar tudo e concentração à hora marcada com o resto do pessoal. Partida em direcção ao Sul antes das 13 horas. Estava iniciado mais um “tour” de apoio ao mágico azul e branco, desta vez em terra de infiéis, o que causa sempre maior adrenalina na viagem. Estava expectante com o número de Dragões que rumariam a Setúbal e fiquei agradado com o que presenciei. Nas áreas de serviço, polícia e spotter’s por todo o lado (não acham que já começam a ser demasiados?! Ou só param de aumentar quando for um por cada adepto?!)

Passámos a ponte Vasco da Gama e entrámos em Setúbal a mais de uma hora do início do jogo. O tratamento é o mesmo de sempre. Camioneta guiada pela polícia até ao estádio e estacionada em frente à porta onde vamos entrar, evitando assim que os “animais” que acompanham o clube para todo o lado, possam dar um passo que não seja para a bancada. Centenas de pessoas à nossa espera, nas imediações do estádio, muito vitoriano, mas também imenso portista do Sul. Gostei. O que não gostei foi de ver homenzinhos com ar de rambos a passear com um papel higiénico (leia-se cachecol do 5LB) ao lado da camioneta, enquanto não nos era dada ordem para sair. E foi mais do que um. Só acho engraçado que se admirem depois…

Mais de vinte minutos depois de estacionados à porta do estádio lá veio o Corpo de Intervenção, de bastão em punho, dar a sagrada ordem para que entrássemos no estádio. O que vale é que só aturo estes tipos quando as deslocações são grandes, tal como descrevi em Novembro quando fomos a Olhão, porque na maioria das vezes não vou “em rebanho.” Estou para apoiar o FCP, não estou para ser comandado por calhaus com olhos. À porta do estádio, enquanto uns se descalçavam, outros sopravam ao balão. É com certeza um estádio português! Lá dentro, bancada destinada aos portistas muito bem composta. Super Dragões e Colectivo com muitos elementos. As bandeiras grandes a ocuparem a fila da frente e a darem cor à curva. Durante o jogo, um bom apoio da nossa parte, intervalado por raros momentos em que se ouvia o VIII Exército, do outro lado do estádio. “Hulk! Hulk! Hulk!”, gritavam os portistas cada vez que o incrível tocava na bola. Na segunda parte cânticos ao nosso “amigo” Ricardo, jamais serás esquecido como bem deves ter notado!

Depois do 1-2 mais cachecóis dos lampiões visíveis, desta vez em plena bancada central, sem que os verdadeiros sadinos fizessem alguma coisa. Assistiam impávidos e serenos, enquanto lampiões vinham provocar-nos até às redes que definiam o limite da bancada. Cada pontapé de baliza do Hélton era brindado com um “ohoho fdp” e nos momentos após o 1-3 houve confusão na central, presumimos todos que com portistas que festejaram o golo.

No final nota positiva para o plantel que nos veio saudar (raras vezes esta época!), demonstrando agradecimento pela nossa dedicação. Cerca de meia hora depois do final do jogo foi-nos dada ordem de saída… pela porta do outro lado do estádio!!! Demos a volta ao estádio, entre a bancada central e o relvado e lá fora tínhamos logo as camionetas à nossa espera. À saída de Setúbal três tipos perfeitamente identificáveis, à passagem por um bairro social, correm na nossa direcção, tentam alvejar os autocarros com os nossos adeptos e fogem a sete pés. Quando saímos da camioneta já eles deviam estar em casa, entretanto os spotter’s mandaram tudo para dentro e siga a viagem de regresso à Invicta. Sorte que o jogo foi ao final da tarde, a chegada a casa foi à 1h da manhã, e no dia seguinte dia de trabalho.

O Vitória sadino morreu.

Segunda e terça-feira passaram num ápice e quarta-feira às 5h30 tínhamos 22 guardiões da Invicta no aeroporto Francisco Sá Carneiro para embarcar… até Londres! Mobilizamos cada vez mais gente o que é um orgulho, meus amigos. Aeroporto com muito portista, às 6h30 descola o avião rumo a solo britânico. 8h50 aterramos na capital inglesa. Viagem tranquilíssima, segunda deslocação ao estrangeiro esta época, depois do Mónaco, sempre com o espírito ultra e amor ao FC Porto bem presente. Em Londres-Stansted apanhámos comboio para a cidade de Manchester, fazendo algumas trocas de linha e passando pelo centro da cidade.

Os cânticos iam começando a sair aos poucos e as primeiras cervejas compradas foram no bar do comboio. Cruzamento com alguns adeptos (alugados??) do Manchester City, sempre bastante tranquilos com a nossa presença. Algumas trocas de impressões com alguns enquanto não chegávamos ao destino. No percurso, passámos pelo grandioso Wembley e também pelo estádio do Stoke City. Pontualidade britânica, tal como esperávamos, às 14h07 pisámos Manchester. Cerca de três quilómetros distanciavam-nos do estádio e decidimos percorre-los a pés. Fartos de transporte já estávamos nós. A ansiedade aumentava, fazíamo-nos ouvir pela rua fora e erguíamos os cachecóis com o emblema do clube. Junto ao estádio “não se passa nada”, é um local bastante calmo com três ou quatro estabelecimentos para se comer e beber. Entrámos num “Mini-Market” para saciar a fome e matar a sede. Ao contrário de Londres, em Manchester o tempo estava bastante desagradável com frio e muita chuva. Chegámos ao estádio e vimos a chegada das equipas. O City primeiro, com os jogadores a passarem, um a um, à nossa frente e minutos mais tarde o detentor da Liga Europa. Só foi pena que tenham entrado pela garagem, pois assim evitaram o contacto connosco.

Com o tempo que ainda faltava, fomos dar uma volta atá à loja do clube, completamente cheia. Cá fora, um palco com um ecrã gigante anunciava os onzes iniciais, enquanto um jornalista falava com adeptos e pedia-lhes opinião relativamente ao jogo. Entrámos para o estádio cerca de uma hora antes do jogo. Bilhete a 22 euros, bem mais barato que aquilo que estava à espera. Só de pensar que no ano passado dei 50 euros para entrar no Sánchez Pizjuán…

Nas revistas abriram-me a mochila e lembraram-se que uma bandeira que eu tinha não podia entrar! “Why not??”, “Because says ultras!” A repressão um pouco por todo o lado. A minha bandeira viajou então até um local manhoso, ficando acordado com o steward em questão que, no final do jogo a iria buscar. E assim foi.

Lá dentro, estádio arquitetonicamente semelhante ao nosso. Inclusive cor e capacidade. Com algumas diferenças, como é óbvio. Ficámos instalados atrás da baliza defendida por Hélton, na primeira parte. Muito portista viajou desde Portugal, mas arriscar-me-ia a dizer que 75% da nossa bancada eram emigrantes. Nunca tinha presenciado um jogo com essa diferença (clara maioria dos emigrantes em relação aos ultras portistas) mas é interessante de ver e viver aqueles minutos. Notei uma grande empatia entre todos. Os emigrantes demoravam alguns minutos a ouvir os cânticos mas depois alinhavam connosco. Foi um grande ambiente! Em relação ao apoio concretamente, não tenho palavras para descrever o que senti! Demos um festival em Manchester, na bancada posso dizer que goleámos largamente. Já revi o jogo na TV e arrepio-me a ouvir. Até as câmaras nos filmaram algumas vezes no decorrer do encontro…

Repito o que disse depois do jogo no Dragão, os ingleses quando cantam em uníssono são inalcançáveis, mas o problema é que só o fazem três ou quatro vezes por jogo. A alegria deles foi inimaginável, pudera, um clube sem qualquer história, que nunca ganhou nada na vida! O FC Porto impôs-lhes respeito em campo, e os seus adeptos também o fizeram na bancada. Como é sabido em Inglaterra não entram os tubos das bandeiras, sendo elas estendidas junto ao relvado, onde estava faixa gigante dos SD.

O incrível apoio principiou quando Hélton sobre ao relvado para o aquecimento e mais não parou. Obrigado a todos os que lá foram, será mais uma que não esquecerei. E mais uma vez os jogadores vieram agradecer, desta vez até bem junto da bancada onde estávamos. Registo para o facto de connosco terem estado alguns fanáticos do Ajax, que jogariam em Old Trafford no dia seguinte, e também do Liverpool, a apoiar o nosso Porto.

Derrota pesada mas falsa, um bom futebol da nossa equipa atraiçoado por uns últimos quinze minutos fatídicos, já a jogar com dez. Saímos do estádio e fomos jantar. Na estação de comboios em Manchester adeptos do City a convidarem-nos para ir beber uns copos. A noite foi longa e bastante dura, embora nada que não estejamos habituados. Primeiro, regresso até Londres. Comprar comida para durante as horas vazias que se seguiriam, à espera da manhã seguinte. A passear pelo centro de Londres, entrámos num restaurante para petiscar. Ainda deu para avistar o estádio do Arsenal, dentro de um autocarro que nos guiou até Tottenham Hale, muito perto do estádio do Tottenham, onde acampámos durante três horas ao frio e à chuva, a “dormir” em bancos de metal e cadeiras desconfortáveis. Três horas que seriam duas, se o empregado lá do sítio não tivesse o descaramento de gozar connosco, e propositadamente adiar a abertura da estação, que indicava na porta 4h30. Quase uma hora depois já tinham sido também cancelados dois metros que nos levariam até ao aeroporto. A noite estava a ser pior do que alguém tinha imaginado.

Lá nos desenrascámos e chegámos a Stansted. Ainda deu para arranjar um cantinho para descansar algum tempo, antes de às 8h30 nos juntarmos na porta de embarque. Depois de uma noite daquelas, num estado que devem imaginar, estávamos de volta à Invicta pelas 11h30 de quinta-feira. Pouco mais de 24 horas durou esta aventura europeia, obrigatoriamente a última esta época, esperemos pela próxima!

Centrar então atenções no campeonato nacional, depois dos deslizes do clube do regime, já estamos de volta ao primeiro lugar! No Domingo vitória por 2-0 ao Feirense, com 34 229 nas bancadas. Uma boa casa contra uma equipa promovida esta temporada. Uma vitória sofrida mas que sabe muito bem, três pontos importantíssimos. Apoio muito bom vindo de ambas as claques. Tanto uma como outra com sectores praticamente lotados.

Já na segunda parte e em vantagem, surgiram as provocações ao eterno rival, que nos irá receber amanhã! Foi dado o aviso. Destaco negativamente os assobios que mais uma vez foram audíveis e mais uma vez também um “sururu” na Superior Sul, com o jogo a decorrer. Lembrem-se com que intuito estão lá, se não sabem, não apareçam!

De Santa Maria da Feira marcaram presença alguns adeptos, se bem que não se fizeram ouvir.



Como comecei por dizer, amanhã é dia de ida ao salão de festas, vamos lá provar que a pronuncia do Norte, é o povo mais forte!! “Pinto o meu rosto de azul, parto sem medo para o sul…”

AQUI VAI, INVASÃO, DOS ULTRAS DO CAMPEÃO!!

Um abraço ultra.