http://bibo-porto-carago.blogspot.com/
Sei muito pouco de economia, mas gosto de acompanhar as discussões dos colegas que percebem mais do assunto sobre a situação financeira do nosso clube e da nossa SAD, que apresentou hoje resultados negativos de 35 milhões de euros. Saber que esse valor não tem em conta as vendas do Hulk e do Álvaro Pereira já permite olhar para os números com mais tranquilidade, mas vejo muitos colegas expressarem preocupação. O nosso orçamento é bastante elevado para o pobre contexto do futebol nacional, e como não dispomos das facilidades de financiamento de origem duvidosa (ou não tão duvidosa quanto isso) do nosso principal adversário, temos que ter sempre muita cautela nestas coisas. Isto de depender sempre da venda de jogadores para equilibrar as contas tem funcionado graças à competência dos nossos gestores, mas deixa-nos expostos a sérios riscos se por acaso uma ou duas épocas correrem mal.
O modelo tem tido sucesso desportivo e financeiro, e por isso não me atrevo a criticá-lo, mas é certo que uma maior/melhor aposta na formação permitiria poupar nas compras sul-americanas, além de todas as outras vantagens de um plantel com muitos jogadores da cantera. E nem só de vendas de jogadores se fazem os proveitos dos grandes clubes; é muito importante potenciar as muitas outras possíveis fontes de receita de que um clube e uma instituição como o FC Porto dispõe nos dias de hoje.
Nas notícias sobre os resultados já gostei de ouvir falar na intenção de apostar na internacionalização da marca e nos novos media: são áreas complicadas em que não há fórmulas mágicas, mas se se conseguir marcar passo por esses caminhos abrem-se novas e interessantíssimas perspectivas. Um clube de futebol é uma marca de sonho: tem um público-alvo vastíssimo, recebe exposição mediática diária e gratuita e estabelece uma relação incrivelmente forte com os seus “consumidores”, que se mantêm sempre leais e ainda funcionam como promotores afiliados da marca todos os dias, no mundo virtual e no mundo real. Um clube da dimensão do FC Porto, que atingiu uma avassaladora dominação das preferências a nível regional, está a crescer a nível nacional e tem construído uma imagem sólida de clube lutador e vencedor a nível internacional, o David da periferia que bate os Golias dos campeonatos ricos, tem tudo a ganhar com uma maior aposta em si próprio. Temos a oportunidade única de capitalizar o respeito e o prestígio que o nosso desempenho desportivo recente nos granjeou na Europa. Não é fácil, mas é possível e fundamental.
O modelo tem tido sucesso desportivo e financeiro, e por isso não me atrevo a criticá-lo, mas é certo que uma maior/melhor aposta na formação permitiria poupar nas compras sul-americanas, além de todas as outras vantagens de um plantel com muitos jogadores da cantera. E nem só de vendas de jogadores se fazem os proveitos dos grandes clubes; é muito importante potenciar as muitas outras possíveis fontes de receita de que um clube e uma instituição como o FC Porto dispõe nos dias de hoje.
Nas notícias sobre os resultados já gostei de ouvir falar na intenção de apostar na internacionalização da marca e nos novos media: são áreas complicadas em que não há fórmulas mágicas, mas se se conseguir marcar passo por esses caminhos abrem-se novas e interessantíssimas perspectivas. Um clube de futebol é uma marca de sonho: tem um público-alvo vastíssimo, recebe exposição mediática diária e gratuita e estabelece uma relação incrivelmente forte com os seus “consumidores”, que se mantêm sempre leais e ainda funcionam como promotores afiliados da marca todos os dias, no mundo virtual e no mundo real. Um clube da dimensão do FC Porto, que atingiu uma avassaladora dominação das preferências a nível regional, está a crescer a nível nacional e tem construído uma imagem sólida de clube lutador e vencedor a nível internacional, o David da periferia que bate os Golias dos campeonatos ricos, tem tudo a ganhar com uma maior aposta em si próprio. Temos a oportunidade única de capitalizar o respeito e o prestígio que o nosso desempenho desportivo recente nos granjeou na Europa. Não é fácil, mas é possível e fundamental.
Numa perspectiva Macroeconómica esta situação dá a conhecer a realidade negocial e argumentativa com que a SAD se vai deparar este Inverno. Partimos em desvantagem quando formos negociar a venda de um jogador. Um clube que queira comprar, tomando conhecimento desta situação financeira menos favorável da FCPorto SAD, sabe até que ponto pode deflacionar um activo do Clube. As clausulas de rescisão são um bom argumento mas as portas a novas fontes de receita é um caso que merece muita consideração.
ResponderEliminarFCPORTO SEMPRE David Nogueira
Excelente! Tudo bem dito.
ResponderEliminarAbraço.
Bom Dia caros Portistas
ResponderEliminarTudo bem dito sem duvida e as contas apresentadas tendo em conta a nao inclusao nas mesmas dos proventos dos negocios de Hulk e Palito, até ficaria no positivo. No entanto este é um negocio que financeiramente anda no fio da navalha. Apela-se á formação mas cuidado veja-se o caso dos lagartos e ate do poderoso barcelona que com a cantera que tem e com os resultados que tambem tem apresenta um passivo monstruoso.Provavelmente uma das alternativas de financiamento seria a abertura dos capitais da SAD a outros investidores que pudessem entrar para esse capital com proporções diferentes das actuais. Para isso no entanto devia-se separar o FCPORTO clube da FCPORTO SAD. Um é dos socios a outra seria dos investidores interessados. Ou seja provavelmente ter-se-ia de alterar muita coisa na estrutura de um e de outra entidades. Vamos ver atentos serenos e confiantes nos homens que estão á frente quer de uma quer de outra instituições e que de provas dadas estamol falados.
So' e' parcialmente verdade q a SAD tenha equilibrado o barco 'a custa das vendas: e' q apesar dessa contribuicao, o nosso passivo quase q duplicou na ultima meia duzia de anos (de 140 para 220 milhoes).
ResponderEliminarOu seja, temos andado a endividarmo-nos cada vez mais de forma a financiar um defice corrente e a avultada compra de jogadores (hoje em dia gastamos como um clube rico, muito mais do q no passado pouco longinquo).
Para alem desses emprestimos q de uma ou outra forma terao q ser ressarcidos, mais cedo ou mais tarde, temos tb a nefasta consequencia de "deitar pela janela fora" cada vez mais dinheiro em juros. Ja' vai nos 8 milhoes anuais (tanto como as nossas receitas de TV, como termo de comparacao).
Quanto 'a "internacionalizacao da marca", lamento o meu cepticismo mas isso nao passa de soundbytes e quanto muito boas intencoes. E' q na pratica nao vejo como e' q vamos conseguir avultadas receitas extra por esse lado, por mais q de^ a volta 'a coisa. Expliquem-me por favor, mesmo num campo hipotetico.
Obrigada a todos pelos vossos comentários! Quanto à internacionalização da marca, o meu cepticismo coloca-se mais no "se" o conseguiremos fazer, pois é claro que não é fácil, sobretudo para um clube da periferia desportiva e económica da Europa; quanto às vantagens, aí já não tenho qualquer dúvida, até porque há zonas do mundo a crescer muito mais e com muito mais dinheiro para gastar neste momento do que a Europa. Algumas formas de converter a internacionalização em dinheiro:
ResponderEliminar- venda de merchandising no estrangeiro
- venda de direitos televisivos para TVs estrangeiras (aqui não sei até que ponto os contratos já existentes impedem ou dificultam, mas coloco a ideia na mesa)
- a maior exposição da marca levaria a melhores contratos de patrocínio, nomeadamente na camisola
De documentos que li recentemente:
"O Manchester United obtém mais receita de adeptos na Ásia (£16.6) do que no Reino Unido e Irlanda (£11.1). Aproximadamente 90% do negócio de merchandising vem de fora do Reino Unido. Isto demonstra que existe um vasto espaço para branding em outras zonas que não o Reino Unido."
Daqui: Manchester United: What's the value of this world-wide brand? (2006)
"Aquilo que têm em comum os clubes do topo da lista da FutureBrand é a sua capacidade de promover-se no estrangeiro e atrair adeptos do mundo inteiro. A Ásia e a América Latina são os novos mercados para os clubes Europeus. Estas regiões oferecem enormes audiências com grande amor ao futebol e uma paixão inigualável pelos jogadores nacionais, seguindo-os para onde quer que vão - e a maioria deles vai para a Europa."
Daqui: The most valuable football brands in Europe (2004)
Boa noite,
ResponderEliminarJá obtive o relatório mas ainda não o analisei. No entanto de memória registo que no exercicio anterior também se efetuaram transferências volumosas (Falcaoo, Guarin,R Micael).
Já nãp podemos dizer que o FCP não está técnicamente falido, fico triste.
Vou tentar reler o Rel 2011 e ler o 2012.
Tudo muito bem dito e pensado mas todos se esquecem de mencionar que neste relatório estão incluidos os negócios de Falcão, por exemplo, que não tinham entrado no anterior, dai eu estar muito apreensivo relativamente a este tipo de ´´jogadas`` financeiras, estar á espera do ovo é extremamente jogar num campo minado.
ResponderEliminar