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Realizou-se na passada 5ª feira, a Assembleia Geral para aprovação do Relatório e Contas do Futebol Clube do Porto (note-se, Clube e não SAD) relativo ao período compreendido entre 1 de Julho de 2011 e 30 de Junho de 2012. Tendo estado presente nos últimos 20 anos em todas as AG´s do Clube, nunca tinha assistido a uma AG com tão pouco número de associados: excluindo os membros dos órgãos sociais e funcionários do Clube, não estariam mais de 30 sócios presentes. Seguramente, será possível identificar as razões para tal situação (certamente com culpas quer para o Clube, quer para os sócios), no entanto, não é agora o momento certo para abordar tal assunto.
O que se trata agora é de olhar para as contas do Clube e salientar o que de mais relevante se me afigura dizer.
PRIMEIRO: o resultado líquido apresentado – prejuízo de 10.099.395 € - deriva não tanto da actividade desenvolvida, com os gastos e rendimentos gerados, mas sobretudo dos resultados das empresas suas participadas, em função da percentagem detida, tal como exige o novo normativo contabilístico. Ou seja, o resultado líquido negativo de 10.099.395 € foi fortemente influenciado pelos resultados das participadas em 11.667.318 €, o que significa que, se não fosse considerado o desempenho das participadas, o resultado obtido seria positivo em 1.567.923 €.
Então, quais as participadas e em que montantes contribuíram negativamente para o resultado? Eis a relação:
SEGUNDO: quanto às modalidades, como habitualmente os seus resultados foram negativos, sendo discriminados assim:
TERCEIRO: de positivo, há que referir que o número de sócios entre 30/06/2011 e 30/06/2012 aumentou de 104.328 para 108.347, sendo acompanhado pelo aumento das receitas associativas (quotas) de 4.961.473 € para 5.065.349 €. Neste ponto, é importante salientar que foi no decorrer do exercício implementada uma medida no sentido da redistribuição interna das receitas de quotização dos associados entre o Clube e a FCP Futebol SAD, passando o Clube a reter 75%, ficando 25% para a SAD, sendo que anteriormente a relação era exatamente a inversa.
QUARTO: quanto à situação patrimonial, destaca-se a robustez do capital próprio (isto é, o excedente do ativo em relação ao passivo), atingindo o montante de 63.607.211 €. Este capital próprio tem vindo a ser bastante penalizado pelos ajustamentos nas participações financeiras, tal como referido no primeiro ponto. A sua evolução nos últimos anos tem sido a seguinte:
nota: a quebra brusca de 2009 para 2010, deve-se à aplicação pela 1ª vez do normativo contabilístico sobre participações financeiras.
QUINTO: o passivo total é de 38.638.391 €, devendo notar-se que neste total está incluído o montante de 12.625.595 € referente à dívida do Clube à SAD, tratando-se portanto de um passivo interno. Quanto ao passivo bancário, vence juros a taxas indexadas à Euribor com baixos spreads (entre 1,25% e 3,5%) e refere-se ao Pavilhão Dragão Caixa (cerca de 8 milhões de euros em dívida à CGD), ao Vitalis Park (cerca de 900.000 € em dívida ao BCP) e às instalações da antiga sede (cerca de 850.000 € em dívida ao BES).
Eis, pois, de modo muito sucinto, aquilo que de mais interesse me parece poderá suscitar naqueles Portistas que não puderam estar presentes na AG e que gostam de estar atualizados nestes assuntos das contas.
nota: o blog BPc agradece ao JCHS a elaboração deste artigo.
O que se trata agora é de olhar para as contas do Clube e salientar o que de mais relevante se me afigura dizer.
PRIMEIRO: o resultado líquido apresentado – prejuízo de 10.099.395 € - deriva não tanto da actividade desenvolvida, com os gastos e rendimentos gerados, mas sobretudo dos resultados das empresas suas participadas, em função da percentagem detida, tal como exige o novo normativo contabilístico. Ou seja, o resultado líquido negativo de 10.099.395 € foi fortemente influenciado pelos resultados das participadas em 11.667.318 €, o que significa que, se não fosse considerado o desempenho das participadas, o resultado obtido seria positivo em 1.567.923 €.
Então, quais as participadas e em que montantes contribuíram negativamente para o resultado? Eis a relação:
SEGUNDO: quanto às modalidades, como habitualmente os seus resultados foram negativos, sendo discriminados assim:
TERCEIRO: de positivo, há que referir que o número de sócios entre 30/06/2011 e 30/06/2012 aumentou de 104.328 para 108.347, sendo acompanhado pelo aumento das receitas associativas (quotas) de 4.961.473 € para 5.065.349 €. Neste ponto, é importante salientar que foi no decorrer do exercício implementada uma medida no sentido da redistribuição interna das receitas de quotização dos associados entre o Clube e a FCP Futebol SAD, passando o Clube a reter 75%, ficando 25% para a SAD, sendo que anteriormente a relação era exatamente a inversa.
QUARTO: quanto à situação patrimonial, destaca-se a robustez do capital próprio (isto é, o excedente do ativo em relação ao passivo), atingindo o montante de 63.607.211 €. Este capital próprio tem vindo a ser bastante penalizado pelos ajustamentos nas participações financeiras, tal como referido no primeiro ponto. A sua evolução nos últimos anos tem sido a seguinte:
nota: a quebra brusca de 2009 para 2010, deve-se à aplicação pela 1ª vez do normativo contabilístico sobre participações financeiras.
QUINTO: o passivo total é de 38.638.391 €, devendo notar-se que neste total está incluído o montante de 12.625.595 € referente à dívida do Clube à SAD, tratando-se portanto de um passivo interno. Quanto ao passivo bancário, vence juros a taxas indexadas à Euribor com baixos spreads (entre 1,25% e 3,5%) e refere-se ao Pavilhão Dragão Caixa (cerca de 8 milhões de euros em dívida à CGD), ao Vitalis Park (cerca de 900.000 € em dívida ao BCP) e às instalações da antiga sede (cerca de 850.000 € em dívida ao BES).
Eis, pois, de modo muito sucinto, aquilo que de mais interesse me parece poderá suscitar naqueles Portistas que não puderam estar presentes na AG e que gostam de estar atualizados nestes assuntos das contas.
nota: o blog BPc agradece ao JCHS a elaboração deste artigo.
Boa tarde,
ResponderEliminarAgradecia o esclarecimento, dado que o estádio do Dragão não está incluído nas contas da SAD, deduzo que esse ativo esteja incluído nas contas do clube, se assim for onde está refletido essas contas e quais são os seu valores, isto é qual o valor da divida e quais são os seus encargos.
Agradeço o esclarecimento
Cumprimentos
A sus dedução está correta, o estádio do Dragão é detido a 100% pelo Clube, através da participada EUROANTAS, S.A.,sendo as contas desta sociedade autónomas,a informação financeira a ela referente é mínima no R&C do Clube, e assim sendo não posso satisfazer o seu pedido de um maior detalhe dessas contas.
ResponderEliminarCaro jchs
ResponderEliminarNo ponto TERCEIRO onde refere: redistribuição interna das receitas de quotização dos associados entre o Clube e a FCP Futebol SAD, passando o Clube a reter 75%, ficando 25% para a SAD, sendo que anteriormente a relação era exactamente a inversa” agradeço a confirmação desse facto.
Abraço
Confirmadíssimo.
ResponderEliminarDesculpe, mas não tenho por hábito dar informações erradas.
Obrigado por ter feito este post, a informar-nos sobre as contas do nosso clube, infelizmente também não estive presente, considero este post um bom serviço aos sócios.
ResponderEliminarAbraço
manuel moutinho
Caro JCHS
ResponderEliminarObrigado pelo esclarecimento. Tive conhecimento que houve alterações em algumas rubricas afectas à SAD que agora passam para o Clube, mas desconhecia que 75% das quotizações também fazem parte desse plano.
Abraço
De regresso a casa, e agora com o R&C à minha frente, posso complementar a resposta ao SILVA PEREIRA. O ativo total da EUROANTAS é de 123 221 940€ (isto é, grosso modo, o valor do Estádio), e o passivo total é de 46 200 108 € (ou seja, o que está por pagar, embora sob reserva uma vez que aqui poderá estar incluido outro tipo de passivo).
ResponderEliminarCaro JOSÉ LIMA
ResponderEliminarÉ verdade que houve um acordo recente entre o Clube e a Futebol,SAD no sentido de estabelecer um plano de pagamentos do capital e juros relativamente à dívida de cerca de 12 milhões de euros do Clube à SAD. É precisamente no âmbito desse acordo que se dá a redistribuição das quotas entre Clube e SAD, ficando deste modo o Clube dotado dos meios financeiros para honrar esse acordo.
Abraço
Excelente post. Obrigadíssimo pelas informações.
ResponderEliminarAlgum comentário à antecipação de receitas das transmissões televisivas, por parte da SAD?
ResponderEliminar"Por seu
turno, o saldo registado na rubrica “Outros passivos correntes e não correntes” em 30 de
Junho de 2012 corresponde, essencialmente, ao adiantamento recebido pela Sociedade da
referida entidade relativamente aos direitos acima referidos aplicáveis à época 2012/13 e
2013/14, assim como a facturação antecipada à mesma entidade relativa a direitos de
transmissões televisivas para as épocas 2014/15 a 2017/18 (Nota 21)"
O que o anónimo refere-antecipação de receitas televisivas- é verdade, consta do R&C da SAD. Como deve ter notado o artigo refere-se às contas do Clube e não da SAD.No entanto, como pede um comentário dir-lhe-ei que são sinais, a par de outros,de enormes dificuldades de liquidez(tesouraria). Nada que não seja já do conhecimento de quem vem seguindo as contas da SAD.
ResponderEliminarBoa tarde,
ResponderEliminarAgradeço os esclarecimentos prestados jchs
Bem aja