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Ao vivo, Rui Reininho quase sempre adapta a letra cantando “a bússola eu sei que existe e aponta sempre para o Norte”. Não é o caso do vídeo, mas é algo que acontece com muita frequência.
Na verdade, Rui Reininho está muito acertado. Há um determinado tipo de declarações e comportamentos provenientes da capital do império que nós, os da aldeia, não conseguimos compreender e que têm como foco, como alvo o Norte do país. Confesso que, hoje, escrever sobre este tema é uma tarefa complicada, essencialmente depois dos brilhantes textos do MM e da Enid, que, uma vez mais, me fazem pensar que a minha melhor crónica seria copiar e partilhar aqui os seus pensamentos.
É impossível perceber o que vai na cabeça de alguém para achar que sermos regionalistas, que sermos um clube regional, na medida em que levamos com orgulho a bandeira da nossa cidade e da nossa região a todo o lado, nos pode afectar minimamente. Talvez por isso eu agradeça que todos os adversários batam palmas quando dizem que “quem não bate palmas é tripeiro”. Claro que quero que batam palmas, pois não são capazes de perceber a nossa essência e não merecem a honra de ser Tripeiro. Como me dizia um amigo esta semana, farto de me ouvir chamar-lhe mouro por agora estar a viver lá em baixo, em Portus Cale, que mais tarde deu origem ao Condado Portucalense e, consequentemente, a Portugal, a ocupação árabe na nossa cidade foi muito curta, pelo que a influência dessa mesma ocupação não se faz sentir nos nossos genes. Ao contrário do que se sucedeu aqui na Invicta (e convém perceber e saber o porquê de ter este título), a aculturação moura na posteriormente designada capital do império foi muito mais prolongada, tendo durado mais algumas centenas de anos, pelo que é natural que as diferenças civilizacionais sejam mesmo reais. Talvez seja por isso que nós, os aldeões, não consigamos compreender muita coisas que se passam lá por baixo e, por arrasto, no nosso país, uma vez que o poder está instalado nessa região.
O presidente do sétimo classificado da temporada passada, como qualquer pessoa com o mínimo de conhecimento do nosso país, sabe que, para cair nas boas graças de meio mundo tem que atacar o Futebol Clube do Porto e o seu Presidente. Foi isso que fez desde o início da sua presidência, foi isso que fez com especial relevo nas semanas que antecederam o jogo da última jornada. Não obstante ter pedido uma recepção hostil, veio, no final do jogo, fazer um comunicado queixinhas que, entre alguns erros ortográficos, lá chorou ao bom velho estilo de Dias da Cunha, ao bom e verdadeiro estilo calimero, que tão bem define o seu clube. Além disso, conseguiu ainda mentir, como comprovam as imagens televisivas no que diz respeito aos incidentes que ocorreram fora do estádio, mas também em relação a afirmações sobre o que se passo nas bancadas, onde imagens captadas por telemóveis o desmentem de forma categórica. Só alguém com a típica arrogância alfacinha não é capaz de perceber que toda aquela gasolina que nos foram dando nas semanas que antecederam o jogo, não só nos ia acordar como também nos ia unir, à semelhança do que aconteceu em todos os períodos da história do nosso clube, que se confunde ainda com a história da nossa cidade, desde os primórdios da civilização actual.
Pergunto:
1. Quantos polícias estavam desde o início da Alameda até ao local dos desacatos?
2. Quanto dinheiro foi gasto com a treta do helicóptero que, como se provou e como eu ia falando com amigos antes do jogo, não serve para rigorosamente nada?
Assim termino este texto, não sem antes vos desejar um bom fim-de-semana e enviar um abraço a todos os Portistas, desde a cidade que deu nome a Portugal.
Antiga, mui nobre, sempre leal e invicta cidade do Porto.
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