28 julho, 2014

PÓLVORA SECA ATÉ CAIR NA REAL.

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FC Porto-Saint-Étienne, 0-0

Jogo preparação
Domingo, 27 Julho 2014 - 19:00
Estádio: Dragão, Porto
Assistência: 46.211


Árbitro: Artur Soares Dias (Porto).
Assistentes: Rui Licínio e Bruno Rodrigues.
4º Árbitro: Rui Folha Oliveira.

FC PORTO: Fabiano, Danilo, Maicon, Reyes, Alex Sandro, Rúben Neves, Óliver Torres, Herrera, Quaresma, Sami, Ricardo.
Suplentes: Ricardo Nunes, Kadú, Casemiro (46' Rúben Neves), Brahimi (46' Herrera), Quintero (46' Quaresma), Tello (46' Ricardo), Evandro, Adrián López (46' Sami), Carlos Eduardo (62' Óliver Torres), Kelvin (72' Reyes), Lichnovsky, Kayembe.
Treinador: Julen Lopetegui.

GENK: Moulin, Clerc, Baysse, Sall, Tabanou, Clement, Cohade, Corgnet, Hamouma, Mevlut, Mollo.
Suplentes: Valette, Chapuis, Gradel (61' Mollo), Bamba (71' Hamouma), Lemoine (61' Corgnet), Florentin Pogba (71' Sall), Brison (71' Tabanou), Monnet (71' Mevlut), Nyemeck (61' Clerc), Diomande (71' Cohade).
Treinador: Christophe Galtier.

Ao intervalo: 0-0.
Marcadores: -.
Disciplina: -.

O plantel bem gostaria de ter presenteado a casa quase cheia no Dragão com um ou mais golos, mas o jogo de apresentação do FC Porto para a época 2014/15 terminou mesmo com um nulo. Os franceses do Saint-Étienne revelaram-se um adversário duro de roer e o apoio incondicional do público - tratou-se mesmo da maior assistência de sempre no estádio em jogos de preparação - não foi suficiente. Fica a nota: juntar quase 100.000 pessoas em três dias no Dragão (o jogo de homenagem a Deco foi na sexta-feira) é obra, ainda para mais nos tempos economicamente conturbados que vivemos, e diz bem da fé dos adeptos azuis e brancos.

Como não há uma segunda hipótese para deixar uma boa primeira impressão, a equipa azul e branca arregaçou as mangas desde o primeiro minuto, mas o momento ainda não é o ideal (as cargas de trabalho não permitem que o ritmo seja muito elevado) e o adversário muito menos. O Saint-Étienne (quarta classificado da última Liga francesa, que arranca já a 8 de Agosto) levou o encontro bem a sério, encarando-o como o grande teste de pré-temporada (não foram feitas sequer substituições ao intervalo) e demonstrando organização, capacidade de pressão e dureza q.b.

Sem o recém-chegado Martins Indi na equipa, e com os mexicanos Reyes e Herrera (que têm menos de duas semanas de trabalho), Sami (como ponta de lança) e o jovem Rúben Neves no "onze", o FC Porto demonstrou já algumas das ideias-base para a nova temporada. Procurando encurtar o campo quando o adversário tem a bola e alargá-lo ao máximo em situação contrária, os Dragões criaram algumas situações de perigo, com destaque para um remate de Herrera e recarga por cima de Quaresma, aos 22 minutos, e para um pontapé à entrada da área de Rúben Neves ao lado, aos 37. Esse lance surgiu na sequência de uma das mais prolongadas posses de bola em ataque dos portistas e deixou em relevo o papel do médio de apenas 17 anos.

Rúben Neves mostrou uma enorme personalidade, tentando passes longos e curtos, pedindo a bola e distribuindo jogo. Também Óliver Torres deu nas vistas ao marcar os tempos de posse de bola e demonstrar toda a sua qualidade técnica. Nem tudo foi perfeito, pois claro, e o Saint-Étienne também criou perigo, nomeadamente numa jogada em que Hamouma passou por Maicon e rematou para uma boa defesa de Fabiano.

Ao intervalo, verificaram-se as substituições típicas neste tipo de encontros, com Óliver Torres a ser o único elemento do FC Porto, do meio-campo para a frente, que se manteve em campo. Quintero posicionou-se à direita do ataque, Tello na esquerda e Adrián López no meio, enquanto Casemiro e Brahimi (que iniciaram os treinos na segunda-feira) renovaram o meio-campo. Foi precisamente Quintero a causar a ilusão de golo, com um remate ás malhas laterais, aos 52 minutos, e a isolar Adrián López sete minutos depois, mas o espanhol rematou à figura de Moulin.

Apesar destas duas situações de perigo, o segundo tempo foi mais incaracterístico do que o primeiro e os franceses, com mais rotinas de jogo, aproveitaram algumas perdas de bola do FC Porto para criar perigo em situações de contra-ataque. Brilhou então Fabiano, com uma defesa com a ponta dos dedos após cabeceamento de Baysse (70 minutos) e a "fechar" a baliza perante um isolado Monnet (77). Lopetegui tirou ainda um defesa (Reyes) para lançar mais um avançado (Kelvin) e testar situações em que é preciso "meter a carne toda no assador". O Saint-Étienne nunca se desconjuntou e o resultado final espelha o momento actual: ainda há muito trabalho pela frente e os adeptos reconhecerem-no ao despedir-se da equipa com uma salva de palmas.



DECLARAÇÕES

JULEN LOPETEGUI: “Ainda temos muito pela frente”

​A expectativa dos adeptos é alta desde o início, mas Julen Lopetegui fez questão de frisar que há muito trabalho pela frente para a equipa chegar a um nível competitivo elevado. Na conferência de imprensa que se seguiu ao empate (0-0) frente ao Saint-Étienne, na apresentação da equipa 2014/15, o treinador admitiu que viu muitos aspectos positivos e negativos na exibição dos Dragões.

“A festa foi fantástica, nunca tinha visto algo assim, foi muito bonita e tradicional, muito bem organizada, e por isso veio muita gente. Tratou-se de um jogo de pré-época, com muitas experiências, muitos jogadores com apenas três ou quatro treinos e a forma mais rápida de evoluirmos é expondo-nos: vi coisas positivas e outras em que precisamos de trabalhar e melhorar muito. O adversário tem muito mais ritmo e na segunda parte notou-se”, afirmou Lopetegui. O Saint-Étienne inicia a Liga francesa já a 9 de Agosto.

O técnico aproveitou mesmo este teste para colocar a equipa, nos últimos minutos, a jogar com apenas três defesas, mas tratou-se de algo “circunstancial”. “Queríamos ver mais um jogador e testar uma situação limite, embora com risco e exigência física maiores. Para essa maneira de jogar tínhamos um défice físico importante, mas acredito que foi uma boa maneira de ganhar minutos, arriscar e continuar a melhorar”. Lopetegui acrescentou que a “exigência máxima” dos adeptos deve “empurrar e dar energia” a um plantel com “menos de um mês” de trabalho em conjunto.

Com o fecho do mercado ainda longe, o treinador admitiu que poderão existir “novas contratações” e que pretende “dois jogadores por posto com possibilidades reais de titularidade”. Sobre casos em concreto, Lopetegui revelou que Varela disse que “queria sair e a partir daí há pouco mais a dizer” e que Bruno Martins Indi é um central com “boa saída de bola e pé esquerdo”, algo de que o plantel necessita.

Houve ainda tempo para um elogio a Fabiano: “Tem toda a nossa confiança. Estamos num clube em que temos exigência e competitividade em todas as posições. Fez um jogo muito bom e estou satisfeito com a sua exibição e o seu trabalho nos treinos”.

JOGADORES:

Tello, um dos reforços portistas para a nova temporada, disse estar surpreendido pela festa e pela recepção dos adeptos: “Foi uma apresentação muito bonita, não esperava um ambiente tão intenso e deu para ver que temos adeptos muito bons. É bom estar nesta equipa para esta temporada e acredito que podemos fazer grandes coisas. Estamos a começar e creio que pouco a pouco vamos chegar lá. Acredito que, a pouco e pouco, vamos subir o ritmo e vamos continuar a aprender coisas novas com o treinador para podermos chegar a bom nível o mais depressa possível”.

O lateral Danilo mostrou-se satisfeito pela apresentação da equipa aos adeptos: “Os adeptos fazem sempre uma festa bonita. Temos a esperança de que podemos fazer um ano muito bom e os adeptos vão fazer a diferença durante a temporada”. O empate, segundo o brasileiro, foi o único momento menos bom da tarde: “Entrámos para vencer, e como todos sabemos, no FC Porto é sempre para vencer. Faltou um pouquinho de concentração e “capricho” para conseguirmos marcar e vamos trabalhar nesse sentido. É o começo do trabalho e sabemos que temos de melhorar em muitos aspectos”.

Em declarações logo no final da partida, Óliver Torres disse ter gostado da “festa bonita” no Dragão e desvalorizou o empate: “A equipa está a trabalhar bem e está cansada de todos os treinos da pré-época. Os adeptos receberam-nos bem e queremos jogar bem num estádio tão bonito e em frente a uns adeptos tão bons”. Segundo o jovem espanhol, as instruções de Lopetegui são claras: “O importante é ter a bola e criar oportunidades. Não conseguimos fazê-lo e este tipo de jogos serve para continuar a crescer e a preparar as coisas para, no jogo seguinte, fazermos melhor”. O criativo vincou que só com o apoio dos adeptos é que a equipa vai conquistar títulos: “Os futebolistas vivem da confiança e peço aos adeptos que nos aplaudam para, junto com eles, chegarmos a bom porto”.



RESUMO DO JOGO

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