http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/
Ouço piadas, leio comentários no facebook, instagram, twitter, retenho o que ouço nos cafés, nas conversas de escritório, nos almoços, nos jantares: piadas sobre a famosa vitela arouquesa, os bifes da região, as vacas de Arouca, o Rui que já não é Vitória mas Derrota e tudo o mais.
Fico surpreso, atónito, confuso. Como? Será que ouvi bem? Mas espera lá: não empatamos nós de forma tristonha e com hábitos antigos? Com aquele jogo enjoativo, previsível, empastelado e de estilo xanax pré-sono?
Convém alertar os mais incautos que a nossa situação aconselha a tudo menos a gozos e paródias. O FC Porto não é campeão nacional há dois anos consecutivos e isso devia obrigar a reflexão de todos, a saber: Presidente, SAD, Treinador, Jogadores e (desculpem a ofensa…!) Sócios e Adeptos do clube. Devia, digo bem. Porque este novo FC Porto parece passar bem sem títulos de campeão nacional. Os adeptos não se indignam (a SAD, essa, parece indignar-se muito menos desde que o clube continue a facturar como empresa de import-export…), não se chocam, não se “mancam”, continuam com o rei na barriga, inchados e peitudos pelas retumbantes vitórias dos últimos 10 anos. Ou seja: vivem do passado.
O FC Porto a viver do passado? Mas então isso não era património mourisco? Pois, parece que não. Há quem continue a viver de títulos e de glórias passadas. Recentes, é certo. Três anos não é assim tanta coisa, óbvio. Mas convém lembrar que se Kelvin se tem desmarcado ao minuto 93, se calhar seriam 4 years and counting…
Tenho para mim que não há bicho mais perigoso neste mundo que um benfiquista de pés assentes no chão. Um benfiquista assim posto é o equivalente a uma chita com perfil de fundista ou a um queniano com genes para os 100 metros. São perigosíssimos e são de desconfiar. Sempre disse e repito: quanto menos inchados e pimpões, quanto mais recatados com a auto-estima bem lá fundo do poço, mais perigoso e eficaz se torna o benfiquista.
Já um portista de peito feito e de orgulho gingão é uma coisa que me assusta, de tão estranha. Fui habituado a outras modas, a outros vícios. Lembro-me que para a minha família, inteiramente portista há várias gerações, um jogo nunca é fácil. Os meus Avós sempre me incutiram um respeito/receio máximo pelo adversário seguinte: “É preciso ter cuidado, eles não são maus”, “Cuidado, até ao lavar dos cestos é vindima”, “Os jogos só acabam no fim”, “As camisolas não ganham jogos”, “É preciso comer a relva” e coisas assim, típicas de quem acha que para ganhar é preciso suar e honrar a camisola.
Foi esta a cultura em que fui criado e ensinado a perceber o que é o FC Porto. Essa é – ou era – a essência da Mística: nunca subestimar ninguém, encarar todos os jogos como finais, lutar até ao fim, nunca ficar contente com uma vitória ou com um título, querer sempre mais e mais e mais. Essa é a cultura e a genética do FC Porto.
Ora, pois então, um clube que se ri e que goza com um rival que perdeu em campo alheio à segunda jornada como se isso fosse garantia de que esse mesmo rival não tem pernas ou não tem estofo para esta caminhada, é um clube armado ao fino, um clube que perdeu o seu Norte, a sua cultura e que está mais centrado no quintal alheio que no seu.
O empate nos Barreiros, até por ser natural, i.e., mais um desaire na Ilha da Madeira (!), começa infelizmente a fazer lembrar os tempos pré-pedrotianos, os tempos em que o FC Porto, assim que atravessava a Ponte Luís I, já estava a perder 2x0. Isto já para não falar das idas ao Sul do país, onde invariavelmente – salvo a rara excepção que é o Bonfim – os resultados são desastrosos.
Por isso, importa voltar às raízes, colocar o pé no chão e a cabeça no lugar. O que se passa em casa do vizinho, só a ele diz respeito. Nós, por cá, temos muita pedra para partir antes de reerguermos o nosso castelo.
Rodrigo de Almada Martins
Fico surpreso, atónito, confuso. Como? Será que ouvi bem? Mas espera lá: não empatamos nós de forma tristonha e com hábitos antigos? Com aquele jogo enjoativo, previsível, empastelado e de estilo xanax pré-sono?
Convém alertar os mais incautos que a nossa situação aconselha a tudo menos a gozos e paródias. O FC Porto não é campeão nacional há dois anos consecutivos e isso devia obrigar a reflexão de todos, a saber: Presidente, SAD, Treinador, Jogadores e (desculpem a ofensa…!) Sócios e Adeptos do clube. Devia, digo bem. Porque este novo FC Porto parece passar bem sem títulos de campeão nacional. Os adeptos não se indignam (a SAD, essa, parece indignar-se muito menos desde que o clube continue a facturar como empresa de import-export…), não se chocam, não se “mancam”, continuam com o rei na barriga, inchados e peitudos pelas retumbantes vitórias dos últimos 10 anos. Ou seja: vivem do passado.
O FC Porto a viver do passado? Mas então isso não era património mourisco? Pois, parece que não. Há quem continue a viver de títulos e de glórias passadas. Recentes, é certo. Três anos não é assim tanta coisa, óbvio. Mas convém lembrar que se Kelvin se tem desmarcado ao minuto 93, se calhar seriam 4 years and counting…
Tenho para mim que não há bicho mais perigoso neste mundo que um benfiquista de pés assentes no chão. Um benfiquista assim posto é o equivalente a uma chita com perfil de fundista ou a um queniano com genes para os 100 metros. São perigosíssimos e são de desconfiar. Sempre disse e repito: quanto menos inchados e pimpões, quanto mais recatados com a auto-estima bem lá fundo do poço, mais perigoso e eficaz se torna o benfiquista.
Já um portista de peito feito e de orgulho gingão é uma coisa que me assusta, de tão estranha. Fui habituado a outras modas, a outros vícios. Lembro-me que para a minha família, inteiramente portista há várias gerações, um jogo nunca é fácil. Os meus Avós sempre me incutiram um respeito/receio máximo pelo adversário seguinte: “É preciso ter cuidado, eles não são maus”, “Cuidado, até ao lavar dos cestos é vindima”, “Os jogos só acabam no fim”, “As camisolas não ganham jogos”, “É preciso comer a relva” e coisas assim, típicas de quem acha que para ganhar é preciso suar e honrar a camisola.
Foi esta a cultura em que fui criado e ensinado a perceber o que é o FC Porto. Essa é – ou era – a essência da Mística: nunca subestimar ninguém, encarar todos os jogos como finais, lutar até ao fim, nunca ficar contente com uma vitória ou com um título, querer sempre mais e mais e mais. Essa é a cultura e a genética do FC Porto.
Ora, pois então, um clube que se ri e que goza com um rival que perdeu em campo alheio à segunda jornada como se isso fosse garantia de que esse mesmo rival não tem pernas ou não tem estofo para esta caminhada, é um clube armado ao fino, um clube que perdeu o seu Norte, a sua cultura e que está mais centrado no quintal alheio que no seu.
O empate nos Barreiros, até por ser natural, i.e., mais um desaire na Ilha da Madeira (!), começa infelizmente a fazer lembrar os tempos pré-pedrotianos, os tempos em que o FC Porto, assim que atravessava a Ponte Luís I, já estava a perder 2x0. Isto já para não falar das idas ao Sul do país, onde invariavelmente – salvo a rara excepção que é o Bonfim – os resultados são desastrosos.
Por isso, importa voltar às raízes, colocar o pé no chão e a cabeça no lugar. O que se passa em casa do vizinho, só a ele diz respeito. Nós, por cá, temos muita pedra para partir antes de reerguermos o nosso castelo.
Rodrigo de Almada Martins
Estou totalmente de acordo com tudo o que está escrito, para alguns portistas até parece que já estamos na frente do campeonato com 10 pontos de avanço.
ResponderEliminarViva o FCP
Manuel da Silva Moutinho
"Bibó Porto" - Carago !!!
ResponderEliminarCarago !!! porque é o grito do triunfo, depois da luta.
Sempre a luta !!!
Ao início, durante, no fim e após.
Afeiçoei-me a este Clube do Norte, criei paixão ? Certamente pela instituição, que pelos homens não acredito possível - apaixono-me apenas pelos seres humanos que amo e com quem partilho a minha vida.
Mas, Carago !!
A afeição que ganhei pelos valores que fui lendo, vendo, sentindo, admirado, ao longo de 40 anos, ficaram a fazer parte de mim.
E tanto que eu os distingo dos "outros".
Realmente, ver os "nossos" aproximarem-se perigosamente desses "comportamentos" preocupa-me.
Acredito sempre, que a ALMA está lá.
Os "GENES" não se quebram fácilmente.
Partir sempre do zero, em busca do todo.
Com a bravura e a raça, que é a minha visão do desportista do Futebol Clube do Porto.
Nada tem no início de cada desafio ou etapa.
Tudo quer para o seu Clube no final.
Sabendo que ao princípio nada é garantido como adquirido, só a força de uma Nação (Portista) dá o impulso para lutar.
A grandeza do Futebol Clube do Porto, terá que continuar a ser também de quem o serve.
Mas, em primeiro lugar o Clube.
A história e o passado são um enorme orgulho.
O presente, a caminho do futuro, é nova etapa para continuar essa história.
Bibó PORTO
CARAGO !!!!
Luis (Coimbra)
Ao menos e ao que consta não se vende kg de droga no Dragão. "ALERTA CM"
ResponderEliminaré importante que haja mais blindagem do que no ano passado sobre o contexto.
ResponderEliminare esta soberba dos adeptos ajuda a que tal nao aconteca porque
1) melindra jogadores e equipa técnica ("exigencia" my ass, assobios, falta de foco...)
2) nao coloca a pressao interna em demasiados momentos em quem devia colocar (leia-se comunicar para fora)
os adversários existem e estao lá. os barreiros foram difíceis desde que me lembro e nunca foi bom perder lá, mas ja aconteceu com bicho e baía e joao pinto. nao confundam isso com mistica.
temos muito trabalhinho pela frente e convém respeitar todos! ja tou farto de ler por aí que temos uma champions fácil ("champions" e "fácil" na mesma frase é coisa estúpida á partida) e que temos obrigacao disto e daquilo.
cumprimentos
Não acredito que este FCPorto, tal qual o que conhecemos na ultima década (para não ir mais longe), esteja a adotar uma estratégia diferente, ou com resultados muito díspares, daqueles alcançados até á presente data. E se culpas haverá a sacar, tal qual os méritos, elas não devem figurar na pessoa do seu treinador. Pouca culpa atribuo ao treinador , pois este tem um curriculum muito semelhante (salvo talvez Jesualdo) aos 9 treinadores que o antecederam desde 2001/2002 com os resultados por todos conhecidos. Dirão alguns que é pouco. Que não basta. Que o FCPorto tem de ganhar sempre. Que os adeptos querem mais. Que eles são capazes de mais. __E eu acrescento.__" E nunca ganharam sozinhos".
ResponderEliminarConcordo genericamente com o conteúdo do post.
ResponderEliminarEstamos a 3 dias do fecho do mercado e falta resolver tanta coisa… Jogadores por colocar, alguns deles bem caros…
Novo lateral esquerdo?
Manutenção de Angel no plantel, um jogador que já demonstrou por diversas vezes a sua mediocridade?
Novo médio ofensivo, substituto de Oliver?
Excesso de médios com características semelhantes, ninguém sai?
Efetivamente há demasiadas situações por resolver e algumas com claro impacto no que pode ser a época do clube. Piadolas sobre outros clubes é neste momento o que menos me interessa.
Independentemente disto, não deixei de ficar muito feliz com a vitória do Arouca e não deixo de dizer o seguinte: se no Dragão fosse apanhado um funcionário com kgs de droga e se a policia fosse lá, com Pinto da Costa na presença das buscas no Dragão por essa mesma droga, quantas capas não se fariam??????????
Mas há muitos portistas indignados quando o treinador diz que os adversários são difíceis, quando é preciso respeitar o adversário. Há muitas coisas a melhorar, temos de ter os pés bem assentes na terra e trabalhar o que está mal. Não é num ambiente de discórdia e de casa a arder que as coisas melhoram e infelizmente muito desse fogo posto está a partir de portistas. Cuidado, as cobranças têm o seu momento certo e não é este o momento. Não gosto do tom de muitos artigos e espaços de opinião tanto na bluegosfera como na comunicação social. Crítica construtiva é diferente de "bota-abaixismo"...
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