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Nunca há propriamente um bom momento para as análises que envolvam a crítica mais negativa ou uma reflexão menos positiva do percurso do FC Porto.
Quando uma temporada está a decorrer é sempre considerado um mau momento. A critica gera desunião e, quando estão troféus em jogo, o nosso desígnio deve ser o de remarmos para o mesmo lado, mesmo quando não concordamos com os timoneiros.
Terminada a temporada o exercício continua a ser complicado. Quando se ganha e se aponta os pontos negativos existe sempre aquela sensação de se estar a ir contra a corrente e a ser ingrato com quem nos outorgou a felicidade. Mais ainda e como o sucesso valida (quase) tudo, o exercício torna-se então quase irrelevante e pouco escutado. Por outro lado, quando tudo termina e não atingimos os objectivos, a ideia que passa é que quem aparece para levantar questões é uma espécie de abutre, que arrasta o Clube ainda mais para baixo e dificulta a sua regeneração tendo em vista a recuperação do sucesso.
Outra das premissas passa pelo local ajustado para a critica verdadeiramente consequente. É natural pensar-se que a critica deve ser feita sobretudo entre portas, nos chamados locais próprios, até para ser realmente capaz de gerar algum tipo de acção. Embora ajustada, esta premissa esbarra sobretudo na sua aplicação real. Quem frequenta (ou frequentou) as Assembleias Gerais do FC Porto, sabe que elas até são pontuadas por questões pertinentes (ao contrário do que alguns escrevem), no entanto onde se peca é mesmo nas respostas que lá se obtém, surgindo estas quase a “conta gotas” e muitas vezes mesmo no finalzinho de tudo, não se abordando sequer todas as dúvidas colocadas.
Temos portanto um cenário complicado e difícil de decifrar: qual é o momento e qual o local ideal para discutir o FC Porto, zelando pelos seus interesses, afinal, o mais importante para cada um de nós?
Gostava de ter uma resposta clara e definitiva, mas infelizmente não a tenho. Acho que o problema principal está na própria cultura do novo futebol e que se alastrou ao nosso clube, em que o negócio se tornou a mãe de todas as actividades e onde os valores como o associativismo e pertença que estavam na base de tudo foram gradualmente transformados na ambição de quem lidera em manter uma clientela fidelizada e acrítica. A democracia passou assim a ser encarada como um obstáculo a contornar, de modo a poder ser mantido ao máximo um status quo que importa a quem exerce o poder.
Para (não) ajudar à situação, temos o caso particular de que no nosso FC Porto o líder actual é “só” a maior figura da história do Clube, o responsável nº 1 por termos um percurso sem paralelo na história do futebol nacional e europeu nos últimos 30 anos. Todas as questões, todas as dúvidas, todos os receios e críticas soam assim a uma espécie de ingratidão e falta de respeito, sendo que boa parte da massa associativa ainda considera o Presidente como uma figura intocável e incapaz de lesar o Clube nas suas decisões. Neste cenário é pouco provável que surja alguém contra Pinto da Costa nas urnas e dificilmente alguém irromperá por uma AG com o firme propósito de derrubar a direcção, seja por falta de coragem, seja pela natural falta de convicção de que tal seja possível perante a figura tutelar do Presidente de (quase) todas as alegrias.
Perante este estado de coisas é, portanto, um exercício praticamente estéril (mesmo que profundamente pertinente) escrever ou discutir timings de eleições na SAD, comissões, relações familiares, negócios obscuros com fundos e banca, preços de bilhetes, relação com associados, entre outros, e aguardar respostas ou esclarecimentos capazes de nos acalmarem as dúvidas. O registo é sempre o mesmo, copiado da política: deixar a banda passar, seguir como se nada fosse porque inevitavelmente o ruído sempre acalma, mais ainda num Mundo em que tudo acontece muito rápido. Como todos sabemos, a indignação de hoje não tardará a ser substituída por uma nova, sem deixar sequer rasto da anterior na memória colectiva.
Perante este cenário, pouco há a fazer se não esperar pelo futuro, na certeza de que nada nem ninguém é eterno e que todas as decisões acabam por ter consequências, boas ou más. Todos os que amamos o clube seremos mais cedo ou mais tarde chamados a responder sobre o que queremos para o nosso futuro, portanto o caminho far-se-á com naturalidade, mesmo que esse momento seja temido por alguns que hoje vivem na crista da onda.
Até lá pouco mais nos resta do que desejar o máximo de vitórias e troféus mesmo que as premissas dos nossos sucessos pareçam minadas desde há alguns anos, com os resultados recentes que todos sabemos.
Como amamos o FC Porto e estamos cá para apoiar o clube e sermos felizes, venha é este fim-de-semana quase decisivo no futebol e que os dois tabuleiros nos sejam favoráveis!
Quando uma temporada está a decorrer é sempre considerado um mau momento. A critica gera desunião e, quando estão troféus em jogo, o nosso desígnio deve ser o de remarmos para o mesmo lado, mesmo quando não concordamos com os timoneiros.
Terminada a temporada o exercício continua a ser complicado. Quando se ganha e se aponta os pontos negativos existe sempre aquela sensação de se estar a ir contra a corrente e a ser ingrato com quem nos outorgou a felicidade. Mais ainda e como o sucesso valida (quase) tudo, o exercício torna-se então quase irrelevante e pouco escutado. Por outro lado, quando tudo termina e não atingimos os objectivos, a ideia que passa é que quem aparece para levantar questões é uma espécie de abutre, que arrasta o Clube ainda mais para baixo e dificulta a sua regeneração tendo em vista a recuperação do sucesso.
Outra das premissas passa pelo local ajustado para a critica verdadeiramente consequente. É natural pensar-se que a critica deve ser feita sobretudo entre portas, nos chamados locais próprios, até para ser realmente capaz de gerar algum tipo de acção. Embora ajustada, esta premissa esbarra sobretudo na sua aplicação real. Quem frequenta (ou frequentou) as Assembleias Gerais do FC Porto, sabe que elas até são pontuadas por questões pertinentes (ao contrário do que alguns escrevem), no entanto onde se peca é mesmo nas respostas que lá se obtém, surgindo estas quase a “conta gotas” e muitas vezes mesmo no finalzinho de tudo, não se abordando sequer todas as dúvidas colocadas.
Temos portanto um cenário complicado e difícil de decifrar: qual é o momento e qual o local ideal para discutir o FC Porto, zelando pelos seus interesses, afinal, o mais importante para cada um de nós?
Gostava de ter uma resposta clara e definitiva, mas infelizmente não a tenho. Acho que o problema principal está na própria cultura do novo futebol e que se alastrou ao nosso clube, em que o negócio se tornou a mãe de todas as actividades e onde os valores como o associativismo e pertença que estavam na base de tudo foram gradualmente transformados na ambição de quem lidera em manter uma clientela fidelizada e acrítica. A democracia passou assim a ser encarada como um obstáculo a contornar, de modo a poder ser mantido ao máximo um status quo que importa a quem exerce o poder.
Para (não) ajudar à situação, temos o caso particular de que no nosso FC Porto o líder actual é “só” a maior figura da história do Clube, o responsável nº 1 por termos um percurso sem paralelo na história do futebol nacional e europeu nos últimos 30 anos. Todas as questões, todas as dúvidas, todos os receios e críticas soam assim a uma espécie de ingratidão e falta de respeito, sendo que boa parte da massa associativa ainda considera o Presidente como uma figura intocável e incapaz de lesar o Clube nas suas decisões. Neste cenário é pouco provável que surja alguém contra Pinto da Costa nas urnas e dificilmente alguém irromperá por uma AG com o firme propósito de derrubar a direcção, seja por falta de coragem, seja pela natural falta de convicção de que tal seja possível perante a figura tutelar do Presidente de (quase) todas as alegrias.
Perante este estado de coisas é, portanto, um exercício praticamente estéril (mesmo que profundamente pertinente) escrever ou discutir timings de eleições na SAD, comissões, relações familiares, negócios obscuros com fundos e banca, preços de bilhetes, relação com associados, entre outros, e aguardar respostas ou esclarecimentos capazes de nos acalmarem as dúvidas. O registo é sempre o mesmo, copiado da política: deixar a banda passar, seguir como se nada fosse porque inevitavelmente o ruído sempre acalma, mais ainda num Mundo em que tudo acontece muito rápido. Como todos sabemos, a indignação de hoje não tardará a ser substituída por uma nova, sem deixar sequer rasto da anterior na memória colectiva.
Perante este cenário, pouco há a fazer se não esperar pelo futuro, na certeza de que nada nem ninguém é eterno e que todas as decisões acabam por ter consequências, boas ou más. Todos os que amamos o clube seremos mais cedo ou mais tarde chamados a responder sobre o que queremos para o nosso futuro, portanto o caminho far-se-á com naturalidade, mesmo que esse momento seja temido por alguns que hoje vivem na crista da onda.
Até lá pouco mais nos resta do que desejar o máximo de vitórias e troféus mesmo que as premissas dos nossos sucessos pareçam minadas desde há alguns anos, com os resultados recentes que todos sabemos.
Como amamos o FC Porto e estamos cá para apoiar o clube e sermos felizes, venha é este fim-de-semana quase decisivo no futebol e que os dois tabuleiros nos sejam favoráveis!
A gratidão é um nobre sentimento se, e enquanto, o destinatário continuar a ser digno de a mercer. Só em circunstâncias muito graves, dramáticas, é que a tolerância justifica a gratidão - digamos assim - "forçada" por um passado de êxitos.
ResponderEliminarPessoalmente, não tenho pesos na consciência. Sei o que Pinto da Costa representou para os portistas em geral, e também para mim, que dentro das minhas parcas possibilidades, o defendi quando todos o atacavam (incluindo portistas).
Sinto-me portanto à vontade para dizer que a gratidão só é eterna, quando, e se, o gratulado continuar a ser digno dessa homenagem.
Lamentavelmente, não é o caso de Pinto da Costa, que está a gerir muito mal o percurso final da sua carreira, rumo à porta pequena. A pior das indignidades, é a desconsideração, o distanciamento que traçou com a grande massa associativa e com todos os adeptos portistas. Como você diz, ele ainda está a viver dos juros dessa gratidão, mas está a ver mal o "filme", porque, a menos que a próxima época seja pautada pelo sucesso, para subir custa muito, mas para cair, a força da gravidade trata de esclarecer os que ainda acreditam nele.
Não é o meu caso. Para mim (lamento dizê-lo), Pinto da Costa acabou.