FC PORTO-ROMA, 1-1
O FC Porto cumpriu a 1ª parte da eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões. Perante um opositor poderoso e o adversário mais complicado que lhe poderia calhar, o FC Porto teve duas faces durante esta noite no estádio do Dragão que esteve incansável no apoio à sua equipa.
Durante os primeiros 35 minutos, o FC Porto mal respirou face a uma entrada poderosíssima, e só surpreendente para quem não viu o jogo, da parte da Roma. Neste período, quer por oportunidades desperdiçadas dos italianos, quer por erros clamorosos dos portugueses, o FC Porto poderia ter ficado irremediavelmente afastado da prova. Se tivesse sofrido 3 ou 4 golos, não seria de espantar. Foi um sufoco.
Apesar disso, o FC Porto sofreu um golo e, nestas eliminatórias, sofrer um golo em casa e entrar a perder no jogo torna as coisas muito complicadas para a 2ª mão a jogar em ambiente adverso.
Felipe foi o homem que comprometeu as aspirações portistas de almejar a entrada na fase de grupos com um autogolo. Apesar de ter estado numa noite acertada, o central brasileiro esteve bastante infeliz no lance que deu o golo aos romanos, principalmente na abordagem ao lance.
Depois a mudança na estrutura tática da equipa para o jogo com a Roma, terá prejudicado o próprio desempenho, com os resultados reflectidos na primeira meia hora.
Nuno Espírito Santo fez, autenticamente, uma revolução táctica, lembrando-me o jogo contra o Sporting para a taça de Portugal no Dragão, na era Lopetegui. Jogar em 4x4x2 com duplo pivôt (Danilo e A. André) e Herrera e Otávio nas alas no apoio a Adrián e André Silva, só por acaso não deu em descalabro mas deu em sufoco.
O FC Porto errava muitos passes a meio-campo e não conseguia sair a jogar. Claro que com esta indefinição e com a alteração tática, a Roma jogou a seu bel-prazer.
A partir do minuto 35, o FC Porto soltou-se e começou a jogar mais próximo do que tem vindo a treinar e a ensaiar. Poderia ter chegado ao golo por 2 vezes, só que, neste capítulo, a sorte não esteve com André Silva e Otávio.
Aos 41 minutos, os Dragões ficaram em vantagem numérica com a expulsão do defesa da Roma, Vermaelen a castigar uma falta sobre André Silva que se escapava para a área. Logo a seguir surge um lance polémico com uma grande penalidade não assinalada pelo árbitro, numa mão clara de Emerson na área transalpina.
Após o intervalo, o FC Porto dominou completamente a etapa complementar. Foi um Dragão arrasador, mandão, que sufocou uma equipa italiana, encostada às cordas que tentava sair em contra-ataque mas sem quaisquer efeitos práticos.
O FC Porto teve uma oportunidade de vencer este jogo mas a sorte que teve na 1ª parte ao não sofrer 3 ou 4 golos que teriam sentenciado a eliminatória, não a teve na segunda parte perante o caudal ofensivo produzido.
O árbitro voltou a estar em evidência clara quando, indeciso, lá acabou por invalidar um golo a Adrián Lopez por pretenso fora-de-jogo. Primeiro validou o golo, depois consultou o fiscal de linha e, inconclusivo feedback com o seu árbitro assistente que tem obrigação de decidir se viu ou não fora-de-jogo, foi perguntar ao árbitro de baliza!!! Incrível!
Nem vou contestar o fora-de-jogo, mas o árbitro de baliza afirmar que o jogador estava em fora-de-jogo e o fiscal de linha não conseguir dizer, é hilariante!
O golo do FC Porto chegou aos 60 minutos numa grande penalidade superiormente cobrada por André Silva com um pontapé fulminante ao ângulo superior da baliza da Roma, a castigar uma mão na bola de um defesa contrário.
Com meia hora pela frente, o FC Porto carregou no acelerador, teve oportunidades suficientes para chegar à vitória por 2 golos de diferença no mínimo mas também as soluções no banco não existiam. Sem avançados e com apenas um extremo (Corona)? Não se fazem omoletes, sem ovos.
Faltam soluções e muitas a este FC Porto. Faltam avançados. Um acabou de chegar e não pode jogar porque já foi utilizado na Liga Europa e o outro está impedido, supostamente, pelo clube.
Mas contratar um avançado e depois verificar que não pode ser utilizado é, no mínimo, muito estranho acontecer neste clube. Não é este o FC Porto que eu conheci, que não tinha falhas neste capítulo. E podendo trocar a inscrição desse avançado (Depoitre) a 24 horas do jogo por outro (Aboubakar?), o clube opta por não mexer. E Brahimi? Inscrito mas nem sequer contar? O que dizer?
Há coisas que custam a entender por mais que estejamos de fora, sem ter todos os dados para analisar a situação mas, repito, este FC Porto é completamente diferente daquele FC Porto que me habituei a ver durante 30 anos.
A verdade é que este FC Porto, apesar de mostrar uma equipa solidária, empenhada, unida, com crer, vontade e dedicação, é um FC Porto muito, muito curto para as andanças europeias e curto para as competições internas.
O FC Porto, em pré-época, desde Abril-Maio, chega a meados de Agosto sem definições no plantel, com lacunas claras por preencher e tarda em definir o naipe de jogadores com que vai enfrentar a época. Com isto, torna-se ainda mais difícil para o treinador consolidar processos e criar automatismos numa equipa em construção que enfrentou esta noite uma equipa muito madura e claramente superior.
Se acredito na passagem da eliminatória em Roma? Acredito. Acredito sempre. Se tenho a convicção que vai ser difícil? Claro que sim. Mas muito mais difícil está agora depois de concluída a 1ª mão. Mas vamos ver. Quem nos garante que o FC Porto não tem uma entrada em Roma como os romanos entraram no Dragão e concretize duas ou três oportunidades?
Notas finais para as boas exibições de Otávio, André Silva e Felipe (apesar do auto-golo), com destaque para o 10 portista que será com toda a certeza um dos melhores avançados da Europa a muito curto prazo. Soberbo!
Próximo jogo já no Sábado frente ao Estoril-Praia antes de uma viagem a Roma e uma deslocação a Alvalade. Agosto escaldante para um Dragão com muitas interrogações.
DECLARAÇÕES
Nuno: “A equipa soube unir-se e responder às adversidades”
Nuno Espírito Santo não teve dúvidas em considerar que o FC Porto foi uma equipa superior à Roma no jogo da primeira mão do play-off de acesso à Liga dos Campeões que terminou empatado a um golo. O técnico portista admitiu que os Dragões tiveram uma entrada em campo pouco feliz, mas que após 20 minutos menos conseguidos dominaram por completo a partida que por “infelicidade” não venceram.
União da equipa e reação ao resultado
“É verdade que tivemos 20 minutos discretos e fomos penalizados por isso. Mas também é verdade que a equipa soube sobrepor-se a esse momento adverso e conseguimos começar a ser mais intensos. É isso que queremos que seja este FC Porto no futuro. Numa análise global ficam 20 minutos discretos e 70 minutos muito, muito bons. Não quero destacar exibições individuais, quero apenas felicitá-los a todos. Hoje vimos um jogo e uma equipa que soube unir-se e superar um resultado adverso. A nossa equipa produziu muito mais do que o adversário e os 31 remates à baliza são um número evidente desse nosso domínio.”
A importância da eliminatória e o jogo da segunda mão
“A eliminatória é importante. Todos queremos e desejamos estar na Liga dos Campeões. Estamos conscientes disso. Nós, grupo de trabalho, queremos muito que isso aconteça e todos queremos que o Estádio do Dragão volte a ter grandes noites europeias. No jogo de lá não tenho dúvidas de que vamos entrar fortes, mas agora o importante é sábado, que temos já um jogo do campeonato frente ao Estoril.”
A opção por Adrián López
“A decisão que tomámos foi com critério, responsabilidade e apenas à procura do melhor para equipa. O plano passava pelo Adrián e creio que esteve bem. Conhecíamos o sistema da Roma e por isso sabíamos que com dois jogadores mais perto da área seria mais fácil para nós. Tudo são opções e, provavelmente, para o próximo jogo outras opções vão ser tomadas. Desafios como estes é que nos fazem acreditar que estamos a crescer.”
A reação de Rúben Neves
“No banco tivemos jogadores que queriam participar e os que entraram fizeram-no muito bem. Todos queriam participar. Tínhamos pensado numa substituição e acabámos por mudar. O Rúben sabe disso e sabe também que todos vão ter oportunidades. Já falei com ele. Conheço o Rúben Neves, conheço o seu caráter. Ele entendeu, mas o importante é que todos querem ajudar e participar no jogo e isso deixa-me orgulhoso.
Palavras para os adeptos do Dragão
“Eles têm sido incríveis. Temos que agradecer todo o apoio que eles nos deram, porque de facto foram fantásticos. Espero voltar a ver o estádio com este ambiente no sábado e por isso deixo aqui o meu apelo para todos virem. O Dragão empurra a equipa e é isso que queremos que aconteça no sábado.”
RESUMO DO JOGO
Este Porto de NES é em tudo semelhante ao Porto de Jesualdo, na Europa é cagão, inventando alterações tacticas que quase sempre resultam em descalabro, internamente serve para consumo...ou melhor servia quando Benfica e Sporting estavam como nós estamos agora...À deriva.
ResponderEliminar"Há coisas que custam a entender por mais que estejamos de fora, sem ter todos os dados para analisar a situação mas, repito, este FC Porto é completamente diferente daquele FC Porto que me habituei a ver durante 30 anos."
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Abraço.
É claro que no golo anulado o árbitro vai perguntar ao árbitro de baliza se viu quem foi o último a tocar na bola antes desta chegar ao Adrian. Confirmado por este que foi um jogador nosso -André Silva- o golo foi anulado. Tudo correcto. Só uma nota referente ao André Silva: Nenhum avançado de eleição falha tantos e tão fáceis golos....
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