15 fevereiro, 2017

MAIS UM TENTÁCULO DO POLVO.


Sábado passado, 19h00, entrada do estádio D. Afonso Henriques.
A noite já tinha caído e o dia havia decorrido serenamente.
Viagem de comboio até Guimarães sem qualquer tipo de ocorrência, cortejo azul e branco desde a estação até ao estádio apenas com um atrito na fase final onde um nosso elemento foi agredido do exterior com uma pedra.
Chegados à porta do estádio, há quem se deixe ficar mais para trás para evitar apertos, e eis senão quando se dá o seguinte diálogo entre adeptos de futebol que ordeiramente aguardam o seu momento de aceder ás bancadas e agentes da PSP destacados para a (in)segurança no estádio:

"Sr. Agente, qual o melhor caminho para quem está a vir de Barcelos?" - pergunta um adepto.
"Não sei, sou de Lisboa." - responde o agente.
"De Lisboa?" - fica surpreendido o adepto.
"Sim, vocês andam a portar-se mal... viemos aqui para vos arrebentar!" - responde o animal.
Aquilo que aparentemente não seria mais do que uma conversa igual a tantas outras que vão ocorrendo jogo após jogo entre adeptos e alguns agentes de suposta autoridade, merece aqui uma reflexão mais profunda sobre tudo isto.

Antes de mais, dizer que, felizmente, nem todos os polícias têm comportamentos destes. Felizmente que também há aqueles que são educados e não vão para um estádio como um doberman a babar-se. Em particular, os “Spotters” fazem um trabalho de proximidade e relação, obviamente muito mais eficaz na prevenção de eventuais problemas do que na criação dos mesmos, conforme relato anterior.

Mas, este caso em particular, leva-me a colocar diversas questões e/ou reflexões:
  1. Qual a necessidade de destacar agentes do corpo de intervenção de Lisboa para um jogo a 350 kms de casa??
  2. Em algum momento, para um Setúbal-slb, foram destacados agentes do corpo de intervenção do Porto?
  3. Porque razão se apresentam em Guimarães com o intuito declarado de “arrebentar” os adeptos do FC Porto?
  4. Porque razão se apresentam em Guimarães sem a devida identificação ao peito, inviabilizando que sejam identificados?
  5. Perante todas estas dúvidas, quais as verdadeiras motivações para tudo isto?
Meus amigos, não sejamos ingénuos e não tenhamos medo de dizer a verdade. O que se pretendia era que os adeptos do nosso clube tivessem comportamentos menos adequados por forma a que estes “animais” (desculpem-me os bichinhos que não têm culpa alguma de ser comparados a homens que querem arrebentar outros homens) pudessem carregar indiscriminadamente com o argumento de reposição da ordem pública, e com isso, fosse efetuada mais uma participação de mau comportamento do adeptos afetos ao FC Porto e com isso, mais uma “acha para a fogueira” no “caldinho” que alguns querem montar com vista à interdição do nosso estádio. Isto é tão óbvio, tão descarado, tão notório, que só um cego não vê.
Querem à força toda prejudicar o nosso clube, multá-lo, penalizá-lo e criminalizá-lo. Como o vão fazer, isso pouco interessa, porque todos os meios servem para tal.

Lamento é que, enquanto tudo isto se passa e se monta, os adeptos estão sozinhos nesta luta e na sua defesa. Ninguém do clube os defende, ninguém do clube toma a dianteira na defesa dos seus interesses e direitos. As pessoas parece terem memória curta e não traçam termos comparativos. Se o mesmo fosse na luz, já teríamos espetáculos televisivos com pedidos de esclarecimento à senhora Ministra da Administração Interna, a qual está em silêncio, pois também ninguém lhe pede responsabilidades. Para defender as claques não legalizadas do slb, os recadeiros, avençados e afins, fazem de tudo para os defender. Nós, numa altura de guerra como esta, onde se percebe que aquilo que se pretende é atacar tudo e todos os que nos rodeiam, fazemos silêncio sobre uma matéria onde estamos a anos luz dos comportamentos alheios. Enquanto todos não percebermos que temos de estar juntos, a uma só voz, a ter que nos defender mutuamente, esqueçam...

Até sexta-feira, no sítio do costume.

4 comentários:

  1. Norte, também acho que aqueles gajos de Lisboa subliminarmente gostariam de atuar aqui como os chineses no Tibete. Mas estou a pensar se esse episódio não poderia ser uma conversa de "a brincar digo o que penso" dalgum agente originário de Lisboa e destacado para estas bandas?

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  2. Infelizmente, esse tipo de atitude é comum entre esses supostos agentes da autoridade. Presenciei e senti na pele em lisboa, braga, etc. E o nosso clube nada diz! E tanta cagança e no fim entram com os objectos como no Estoril.
    Também eu penso que estão a preparar um caldinho para nos tentar tramar e, até por isso, é preciso toda a gente de olhos bem abertos e desconfiar de alguma coisa que venha do dos infiéis.
    E, depois do episódio desta manhã entre PC e a jornalixo do CM, para quando não os deixar entrar nas nossas instalações?

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  3. é precisamente estas coisas tristes que tem ocorrido nos vários anos da nossa história, a todos os portistas e que realmente o são e que ocupam cadeiras públicas nos programas televisivos, nos gabinetes de sei lá eu o quê, que deitem as garras de fora contra a comunicação vermelha, porque só assim teremos alguém que nos defenda publicamente, além daquilo que fazemos dentro de campo, a todos esses portistas que berrem bem alto nas televisões contra eles e desta forma consigamos equilibrar a balança que há muito pende para o lado vermelho.

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  4. vale a pena ver https://aventar.eu/2017/02/15/jornalista-ao-poste-jornalismo-ao-lado/

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