O FOTO-MÍSTICA é um espaço de registo e divulgação da história do FUTEBOL CLUBE DO PORTO. O objectivo é recordar os seus momentos, os seus valores, os seus princípios, a sua cultura, a sua marca, a sua dimensão, as suas gentes. Numa palavra: a sua MÍSTICA. Todos são convidados a participar nesta viagem. Se pretenderem ver divulgada uma fotografia em especial, podem enviar e-mail para rodalma@hotmail.com.
Dos 16 atletas convocados para o jogo, 11 eram portugueses, a maioria deles prata da casa. Entre os 5 estrangeiros presentes, um era portuense por adopção (Aloísio), enquanto que Zahovic, Drulovic e Artur já contavam com vários anos de futebol português nas pernas. Apenas Jardel se apresentava como novidade, a estrela da companhia, o homem vindo directamente do Brasil com um único propósito: fazer golos.
E fez muitos. Neste jogo logo 2. No final da temporada acabaria com 30 golos em 34 jogos, na sua temporada de estreia em Portugal.
Nos anos do Super Mário o FC Porto aperfeiçoou e consolidou o sistema táctico de 4x3x3, que havia de fazer sucesso interno nos anos seguintes. Sérgio Conceição jogava aberto na direita, Drulovic fazia o mesmo na esquerda e os dois tinham instruções directas para ganhar a linha de fundo e cruzar para o matador brasileiro. Zahovic, mais atrás, pautava o jogo ofensivo da equipa, municiando os companheiros e aparecendo também em zonas de finalização. Mas o plantel oferecia outras soluções: Edmilson e Artur, por exemplo, não eram tanto extremos de ir à linha, mas mais de diagonais para o meio, tendo por isso terminado o campeonato com 16 e 10 golos, respectivamente.
Quando as coisas se complicavam, António Oliveira possuía no banco mais três armas secretas de alto gabarito: Rui Barros, Folha e Domingos Paciência entravam amiúde para resolver missões mais complicadas.
Mas o tri-campeonato assentou muito mais na segurança defensiva do que nos artistas lá da frente. Barroso, além do pé-canhão, destacava-se pela sua capacidade de intercepção e recuperação. Paulinho era pau-para-toda-a-obra no meio-campo e terminou a época como o jogador com mais minutos em campo. João Pinto, Jorge Costa, Aloísio e Fernando Mendes (também Rui Jorge) formavam uma defesa experiente e inexpugnável, capaz de proteger uma baliza nem sempre segura: Hilário, Silvino e Wozniak nunca lograram afastar o fantasma de Vítor Baía.
No lado dos vimaranenses, havia históricos da bola lusitana: Neno, José Carlos, Alexandre, Quim Berto, Paneira, Meira e Riva, só para citar alguns. Dois deles haviam de se mudar para o FC Porto, embora com níveis de sucesso muito diferentes: Nuno Capucho e Fredrik Söderstrom.
Contudo, a noite era claramente azul e branca. De ouro sobre azul, melhor dizendo. O FC Porto não podia falhar e não falhou. Zahovic abriu o activo aos 24 minutos, para gáudio da falange azul e branca que se havia deslocado à Cidade-Berço. Aos 61’ Jardel ampliava a contagem e repetia a dose aos 65’. Zahovic fecharia as contas do jogo.
Os últimos minutos já eram de festa para os Dragões. O título estava assegurado e o FC Porto sagrava-se tri-campeão nacional pela primeira vez na sua história. Um feito impensável 10 anos antes, quanto mais nos 20 ou 30 anteriores. Ora, se este sucesso já não pertence à geração de Viena, pode-se dizer que estes rapazes ainda beberam dessa seiva: João Pinto era por assim dizer o elo de ligação entre os dois balneários e essas duas décadas, a de 80 e a de 90.
O Capitão retirar-se-ia no início da temporada seguinte, no jogo de apresentação do plantel, numa cerimónia carregada de simbolismo que culminou com o depósito da camisola do FC Porto e por assim dizer da mística portista nos braços de Jorge Costa. Esse foi um momento-chave do portismo para as épocas seguintes, um transmissor de legado, sublinhado pelas lágrimas do Presidente Jorge Nuno Pinto da Costa e do próprio João Pinto. Quem lá esteve certamente se lembra da emoção e solenidade do momento. O tempo havia de dar razão e explicar aquela passagem de testemunho: Jorge Costa, depois de João Pinto, foi o segundo português a erguer a mítica Taça dos Campeões Europeus.
A mística transitava pois de geração em geração, de balneário para balneário, de homem para homem. No campo, muito mais que a qualidade, sobressaía a raça, a alma e a ambição. O FC Porto podia não ter os melhores talentos, mas comia a relva, como se orgulhavam de dizer os portistas de então.
Quando se dá o apito final, os jogadores não resistem e correm para celebrar junto da bancada azul-e-branca. A fotografia simboliza o gesto que muitos portistas haviam de imortalizar nos dias seguintes: três dedos orgulhosamente levantados para o ar. Três dedos que simbolizavam fundamentalmente três coisas: orgulho, paixão e superação. O Tri, com um discípulo de Pedroto ao leme, significava bem mais do que 3 campeonatos consecutivos: era o afirmar pleno e o cimentar da posição do FC Porto no panorama futebolístico nacional, numa altura em que Jorge Schnitzer, David Borges, Nuno Santos e Nuno Luz, a partir dos estúdios da SIC e do programa Donos da Bola, orquestravam uma campanha baixa e reles contra as hostes nortenhas.
O Tri consolidou o domínio interno portista no futebol português, afastou fantasmas das Antas e projectou o clube para novos voos. Na terra que viu nascer Portugal, celebrava o clube da cidade que deu nome a Portugal.
Rodrigo de Almada Martins
FONTES UTILIZADAS, A QUEM AGRADECEMOS:
Época: 1996/1997.Às portas do Tri-Campeonato era um FC Porto muito diferente do de hoje aquele que se apresentava no antigo D. Afonso Henriques para alcançar um feito inédito: a conquista do ceptro do terceiro campeonato consecutivo.
Local: Estádio D. Afonso Henriques.
Data: 17.05.1997.
Resultado: Vitória de Guimarães 0x4 FC Porto.
Aparecem na fotografia: Artur, Drulovic, Rui Barros, Zahovic, Silvino, Domingos, Jardel e Paulinho Santos.
Dos 16 atletas convocados para o jogo, 11 eram portugueses, a maioria deles prata da casa. Entre os 5 estrangeiros presentes, um era portuense por adopção (Aloísio), enquanto que Zahovic, Drulovic e Artur já contavam com vários anos de futebol português nas pernas. Apenas Jardel se apresentava como novidade, a estrela da companhia, o homem vindo directamente do Brasil com um único propósito: fazer golos.
E fez muitos. Neste jogo logo 2. No final da temporada acabaria com 30 golos em 34 jogos, na sua temporada de estreia em Portugal.
Nos anos do Super Mário o FC Porto aperfeiçoou e consolidou o sistema táctico de 4x3x3, que havia de fazer sucesso interno nos anos seguintes. Sérgio Conceição jogava aberto na direita, Drulovic fazia o mesmo na esquerda e os dois tinham instruções directas para ganhar a linha de fundo e cruzar para o matador brasileiro. Zahovic, mais atrás, pautava o jogo ofensivo da equipa, municiando os companheiros e aparecendo também em zonas de finalização. Mas o plantel oferecia outras soluções: Edmilson e Artur, por exemplo, não eram tanto extremos de ir à linha, mas mais de diagonais para o meio, tendo por isso terminado o campeonato com 16 e 10 golos, respectivamente.
Quando as coisas se complicavam, António Oliveira possuía no banco mais três armas secretas de alto gabarito: Rui Barros, Folha e Domingos Paciência entravam amiúde para resolver missões mais complicadas.
Mas o tri-campeonato assentou muito mais na segurança defensiva do que nos artistas lá da frente. Barroso, além do pé-canhão, destacava-se pela sua capacidade de intercepção e recuperação. Paulinho era pau-para-toda-a-obra no meio-campo e terminou a época como o jogador com mais minutos em campo. João Pinto, Jorge Costa, Aloísio e Fernando Mendes (também Rui Jorge) formavam uma defesa experiente e inexpugnável, capaz de proteger uma baliza nem sempre segura: Hilário, Silvino e Wozniak nunca lograram afastar o fantasma de Vítor Baía.
No lado dos vimaranenses, havia históricos da bola lusitana: Neno, José Carlos, Alexandre, Quim Berto, Paneira, Meira e Riva, só para citar alguns. Dois deles haviam de se mudar para o FC Porto, embora com níveis de sucesso muito diferentes: Nuno Capucho e Fredrik Söderstrom.
Contudo, a noite era claramente azul e branca. De ouro sobre azul, melhor dizendo. O FC Porto não podia falhar e não falhou. Zahovic abriu o activo aos 24 minutos, para gáudio da falange azul e branca que se havia deslocado à Cidade-Berço. Aos 61’ Jardel ampliava a contagem e repetia a dose aos 65’. Zahovic fecharia as contas do jogo.
Os últimos minutos já eram de festa para os Dragões. O título estava assegurado e o FC Porto sagrava-se tri-campeão nacional pela primeira vez na sua história. Um feito impensável 10 anos antes, quanto mais nos 20 ou 30 anteriores. Ora, se este sucesso já não pertence à geração de Viena, pode-se dizer que estes rapazes ainda beberam dessa seiva: João Pinto era por assim dizer o elo de ligação entre os dois balneários e essas duas décadas, a de 80 e a de 90.
O Capitão retirar-se-ia no início da temporada seguinte, no jogo de apresentação do plantel, numa cerimónia carregada de simbolismo que culminou com o depósito da camisola do FC Porto e por assim dizer da mística portista nos braços de Jorge Costa. Esse foi um momento-chave do portismo para as épocas seguintes, um transmissor de legado, sublinhado pelas lágrimas do Presidente Jorge Nuno Pinto da Costa e do próprio João Pinto. Quem lá esteve certamente se lembra da emoção e solenidade do momento. O tempo havia de dar razão e explicar aquela passagem de testemunho: Jorge Costa, depois de João Pinto, foi o segundo português a erguer a mítica Taça dos Campeões Europeus.
A mística transitava pois de geração em geração, de balneário para balneário, de homem para homem. No campo, muito mais que a qualidade, sobressaía a raça, a alma e a ambição. O FC Porto podia não ter os melhores talentos, mas comia a relva, como se orgulhavam de dizer os portistas de então.
Quando se dá o apito final, os jogadores não resistem e correm para celebrar junto da bancada azul-e-branca. A fotografia simboliza o gesto que muitos portistas haviam de imortalizar nos dias seguintes: três dedos orgulhosamente levantados para o ar. Três dedos que simbolizavam fundamentalmente três coisas: orgulho, paixão e superação. O Tri, com um discípulo de Pedroto ao leme, significava bem mais do que 3 campeonatos consecutivos: era o afirmar pleno e o cimentar da posição do FC Porto no panorama futebolístico nacional, numa altura em que Jorge Schnitzer, David Borges, Nuno Santos e Nuno Luz, a partir dos estúdios da SIC e do programa Donos da Bola, orquestravam uma campanha baixa e reles contra as hostes nortenhas.
O Tri consolidou o domínio interno portista no futebol português, afastou fantasmas das Antas e projectou o clube para novos voos. Na terra que viu nascer Portugal, celebrava o clube da cidade que deu nome a Portugal.
PORTO! PORTO! PORTO!
Rodrigo de Almada Martins
FONTES UTILIZADAS, A QUEM AGRADECEMOS:
- Zero Zero
- Fotobiografia do Tri
- FC Porto Notícias
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