Desportivamente falando, a época está feita. O campeão do regime está encontrado, o desígnio nacional vai ser alcançado. Ninguém vai colocar em causa os méritos do vencedor, ninguém vai achar que existiu “mão divina” na atribuição do título, tudo será calmo e tranquilo, só faltando saber em quantas detenções e feridos se vai saldar o festejo sempre (pouco) pacífico no Marquês.
No que ao FC Porto diz respeito, a época foi absolutamente atípica... esta sim atípica, muito mais do que qualquer uma das três anteriores, mas que culminaram igualmente sem títulos. E tal assim aconteceu porque, ao contrário das anteriores, na época ainda em curso, tivemos alterações estruturais relevantes, com entradas e saídas no futebol, na formação, no scouting, na assessoria jurídica, etc. A questão é que todas essas alterações ocorreram “on job”, com a época preparada e planeada, pelo que todos aqueles que entraram foram apanhando o “comboio em andamento”.
Ao longo das últimas semanas, fui aqui alertando que, independentemente do desfecho da época, existiram coisas que foram recuperadas e que não mais podem ser perdidas.
A recuperação da relação com os adeptos, a existência de um discurso mais agressivo e mais fiel à nossa história, uma comunicação mais atenta a denunciar e combater os nossos inimigos, são ganhos que não podem ser ignorados. Não podemos seguir a política da “terra queimada” e de que nada há a aproveitar. Face à um ano atrás, estamos diferentes, com muito mais sinais de vida, sem aquele ar moribundo que nos denunciava.
Mas, queremos mais, muito mais!!!
Sabemos que, num campeonato normal, teríamos sido campeões. Os prejuízos foram mais do que muitos, os erros sucederam-se, os roubos de catedral uma constante. Também na área da disciplina, fomos perseguidos e prejudicados, com comportamentos díspares e desproporcionais consoante a cor das camisolas. Mas essa denúncia e esse combate, são parte dos ganhos dessa época e que temos que manter, não recuar um milímetro, não ceder um palmo de terreno, não oscilar em nada.
Mas se esse trabalho “de fora” tem de continuar, este é também o período de olhar para dentro e não “assobiarmos para o lado” fazendo de conta que está tudo bem.
Conforme já referi, existiram muitas mudanças com a época em curso. Essa limpeza interna não pode parar e tem que ganhar nova vida no próximo mês e meio. Há gente que continua a levar salário para casa e que tem que estar a receber do Estado. Não podemos manter aqueles que não são fieis aos nossos ideais, à nossa cultura, e que apenas se servem do clube para se projetarem e fazerem disto um bom emprego. A limpeza exige-se e não pode parar a muitos níveis. Tem a palavra quem lidera e quem tem obrigatoriamente que tomar estas decisões!
Especificamente no futebol, acredito que uma nova era está em crescimento, mas isto não vai lá só de crença... estou como S. Tomé, “é ver para crer”!
O treinador que temos é fraco e muito responsável por esta época, e, das duas uma: ou é substituído por alguém com credenciais, ou tem que definitivamente perceber que é funcionário de uma SAD!
Por um lado, é fundamental que quem lidere a equipa no próxima época, tenha “moral”, estatuto, estaleca e personalidade para corporizar e aguentar a pressão de quem não ganha há quatro anos e tem muita sede de vitórias. Tenho muitas dúvidas que NES tenha este perfil. O seu comportamento manso e bonacheirão, já não me inspiram confiança!
Mas, por outro lado, mudar por mudar, mudar para escolher um outro qualquer para ver no que dá, também não sou a favor. Para isso, prefiro que se mantenha o atual e que realmente seja reestruturada a linha de apoio e acompanhamento ao treinador. O mesmo tem que estar englobado e integrado a 100% no projeto, não podendo assumir comportamentos individuais e desviantes dos instituídos por quem manda. Não sei explicar o que falhou, mas sei que não podemos ter o funcionário do clube que mais vezes fala à comunicação social (pelo menos, três vezes por semana) a ter um discurso diferente da narrativa oficial do clube. Um discurso politicamente correto, sem ofender ou atacar ninguém, em que o momento de maior efetividade é tido na luz a dizer “é penalti” no lance entre Felipe e Jonas. Lamentável!
Também a escolha de jogadores tem definitivamente que obedecer a outros critérios. Partindo do pressuposto que o nome de quem faz o negócio deixou de ser o principal fator de escolha, há matérias que não podem ser ignoradas, em particular a personalidade do atleta. Dando de borla que qualquer jogador contratado tem qualidade, a forma como o mesmo se integra no grupo, a sua resiliência, a sua capacidade de reagir à pressão e de perceber a dinâmica do clube, são dados essenciais nas escolhas. E isto é de tal forma relevante este ponto: os mesmos jogadores que conseguiram uma importante sequência de vitórias no princípio do ano, são os mesmos que na fase decisiva da época empataram 5 jogos em 7, ou seja, não é uma questão de qualidade mas sim claramente de mentalidade!
Outros dois pontos que definitivamente têm que ser reflectidos, trabalhados e alterados são a formação e scouting. É um facto que os seus líderes já foram mudados e portanto, os frutos do seu trabalho terão que começar a surgir, mas é importante refletir internamente sobre isso.
No scouting, a rapidez de procedimento é essencial no negócio e temos que ter máxima confiança em quem analisa jogadores, pois a hesitação ou demora a atuar, pode significar a perda de um jogador. Temos que ter identificados 40/50 jogadores por posição, não podemos estar reféns de um jogador acerca do qual andamos em “novela mexicana” todo o defeso... é possível, muito bem, se não é, o scouting tem que imediatamente fornecer soluções. Mas, sublinho: a competência deste departamento tem que ser extrema, bem como a confiança nas suas indicações... se for caso disso, contratem-se mais elementos novos e dispensem-se aqueles que nada têm acrescentado.
Na formação, e ao contrário da maioria das opiniões que por aí reinam, não estou muito interessado na conquista de títulos. Aliás, sob esse ponto de vista, somos bicampeões de sub19 (o último patamar de formação), pelo que se fossemos a analisar apenas por aí, até podíamos estar satisfeitos ao dizer que a formação está em processo evolutivo e tem terminado com vitórias. Mas, há coisas que têm que mudar!
Não podemos ter escolas dragon force que deveriam preparar melhor os miúdos do que os nossos rivais para o primeiro patamar competitivo (sub15) e depois percebermos que estes estão aquém dos outros... não faz sentido! Nos sub15, com o trabalho que é feito de base no Dragon Force, nós tínhamos que ser muito mais fortes que os outros, e não é isso que temos visto.
Na fase seguinte, conseguiu-se, em parceria com o Padroense, fazer os sub16 para que quem termina os sub15 não passasse um ano sem jogar... ok, acho bem, independentemente de alguma afinação que me parece ser necessária, pois não se pode perder a cultura e a marca FC Porto. Só que, logo depois temos o problema quando sobem a juniores.
Nós não podemos ter os miúdos parados no primeiro ano de júnior. O que definitivamente temos que meter na cabeça é que se queremos que a formação dê cada vez mais jogadores à equipa principal, temos que os fazer crescer melhor... de que forma? Nos sub19 só jogam sub18, ou seja, os do primeiro ano de júnior. No segundo ano de júnior, quem tem valor sobe à equipa B e compete num nível muito mais exigente... quem não tem valor, paciência, perde-se! Na equipa B, não podemos jogar com 3, 4, 5 jogadores formados no clube, não! A base tem que ser sempre os melhores dos sub19, e se já lá jogarem com essa idade, aos 21 anos, os melhores estão mais do que prontos para o salto. Só assim poderemos ter miúdos maduros e preparados a aparecer.
As mudanças já foram muitas e ainda se exigem mais!
A 31-08-2017 cá farei a minha correta avaliação, pois nessa altura, as decisões já terão sido todas tomadas por quem lá está no momento.
Até domingo, no sítio do costume... porque eu AMO O PORTO!
No que ao FC Porto diz respeito, a época foi absolutamente atípica... esta sim atípica, muito mais do que qualquer uma das três anteriores, mas que culminaram igualmente sem títulos. E tal assim aconteceu porque, ao contrário das anteriores, na época ainda em curso, tivemos alterações estruturais relevantes, com entradas e saídas no futebol, na formação, no scouting, na assessoria jurídica, etc. A questão é que todas essas alterações ocorreram “on job”, com a época preparada e planeada, pelo que todos aqueles que entraram foram apanhando o “comboio em andamento”.
Ao longo das últimas semanas, fui aqui alertando que, independentemente do desfecho da época, existiram coisas que foram recuperadas e que não mais podem ser perdidas.
A recuperação da relação com os adeptos, a existência de um discurso mais agressivo e mais fiel à nossa história, uma comunicação mais atenta a denunciar e combater os nossos inimigos, são ganhos que não podem ser ignorados. Não podemos seguir a política da “terra queimada” e de que nada há a aproveitar. Face à um ano atrás, estamos diferentes, com muito mais sinais de vida, sem aquele ar moribundo que nos denunciava.
Mas, queremos mais, muito mais!!!
Sabemos que, num campeonato normal, teríamos sido campeões. Os prejuízos foram mais do que muitos, os erros sucederam-se, os roubos de catedral uma constante. Também na área da disciplina, fomos perseguidos e prejudicados, com comportamentos díspares e desproporcionais consoante a cor das camisolas. Mas essa denúncia e esse combate, são parte dos ganhos dessa época e que temos que manter, não recuar um milímetro, não ceder um palmo de terreno, não oscilar em nada.
Mas se esse trabalho “de fora” tem de continuar, este é também o período de olhar para dentro e não “assobiarmos para o lado” fazendo de conta que está tudo bem.
Conforme já referi, existiram muitas mudanças com a época em curso. Essa limpeza interna não pode parar e tem que ganhar nova vida no próximo mês e meio. Há gente que continua a levar salário para casa e que tem que estar a receber do Estado. Não podemos manter aqueles que não são fieis aos nossos ideais, à nossa cultura, e que apenas se servem do clube para se projetarem e fazerem disto um bom emprego. A limpeza exige-se e não pode parar a muitos níveis. Tem a palavra quem lidera e quem tem obrigatoriamente que tomar estas decisões!
Especificamente no futebol, acredito que uma nova era está em crescimento, mas isto não vai lá só de crença... estou como S. Tomé, “é ver para crer”!
O treinador que temos é fraco e muito responsável por esta época, e, das duas uma: ou é substituído por alguém com credenciais, ou tem que definitivamente perceber que é funcionário de uma SAD!
Por um lado, é fundamental que quem lidere a equipa no próxima época, tenha “moral”, estatuto, estaleca e personalidade para corporizar e aguentar a pressão de quem não ganha há quatro anos e tem muita sede de vitórias. Tenho muitas dúvidas que NES tenha este perfil. O seu comportamento manso e bonacheirão, já não me inspiram confiança!
Mas, por outro lado, mudar por mudar, mudar para escolher um outro qualquer para ver no que dá, também não sou a favor. Para isso, prefiro que se mantenha o atual e que realmente seja reestruturada a linha de apoio e acompanhamento ao treinador. O mesmo tem que estar englobado e integrado a 100% no projeto, não podendo assumir comportamentos individuais e desviantes dos instituídos por quem manda. Não sei explicar o que falhou, mas sei que não podemos ter o funcionário do clube que mais vezes fala à comunicação social (pelo menos, três vezes por semana) a ter um discurso diferente da narrativa oficial do clube. Um discurso politicamente correto, sem ofender ou atacar ninguém, em que o momento de maior efetividade é tido na luz a dizer “é penalti” no lance entre Felipe e Jonas. Lamentável!
Também a escolha de jogadores tem definitivamente que obedecer a outros critérios. Partindo do pressuposto que o nome de quem faz o negócio deixou de ser o principal fator de escolha, há matérias que não podem ser ignoradas, em particular a personalidade do atleta. Dando de borla que qualquer jogador contratado tem qualidade, a forma como o mesmo se integra no grupo, a sua resiliência, a sua capacidade de reagir à pressão e de perceber a dinâmica do clube, são dados essenciais nas escolhas. E isto é de tal forma relevante este ponto: os mesmos jogadores que conseguiram uma importante sequência de vitórias no princípio do ano, são os mesmos que na fase decisiva da época empataram 5 jogos em 7, ou seja, não é uma questão de qualidade mas sim claramente de mentalidade!
Outros dois pontos que definitivamente têm que ser reflectidos, trabalhados e alterados são a formação e scouting. É um facto que os seus líderes já foram mudados e portanto, os frutos do seu trabalho terão que começar a surgir, mas é importante refletir internamente sobre isso.
No scouting, a rapidez de procedimento é essencial no negócio e temos que ter máxima confiança em quem analisa jogadores, pois a hesitação ou demora a atuar, pode significar a perda de um jogador. Temos que ter identificados 40/50 jogadores por posição, não podemos estar reféns de um jogador acerca do qual andamos em “novela mexicana” todo o defeso... é possível, muito bem, se não é, o scouting tem que imediatamente fornecer soluções. Mas, sublinho: a competência deste departamento tem que ser extrema, bem como a confiança nas suas indicações... se for caso disso, contratem-se mais elementos novos e dispensem-se aqueles que nada têm acrescentado.
Na formação, e ao contrário da maioria das opiniões que por aí reinam, não estou muito interessado na conquista de títulos. Aliás, sob esse ponto de vista, somos bicampeões de sub19 (o último patamar de formação), pelo que se fossemos a analisar apenas por aí, até podíamos estar satisfeitos ao dizer que a formação está em processo evolutivo e tem terminado com vitórias. Mas, há coisas que têm que mudar!
Não podemos ter escolas dragon force que deveriam preparar melhor os miúdos do que os nossos rivais para o primeiro patamar competitivo (sub15) e depois percebermos que estes estão aquém dos outros... não faz sentido! Nos sub15, com o trabalho que é feito de base no Dragon Force, nós tínhamos que ser muito mais fortes que os outros, e não é isso que temos visto.
Na fase seguinte, conseguiu-se, em parceria com o Padroense, fazer os sub16 para que quem termina os sub15 não passasse um ano sem jogar... ok, acho bem, independentemente de alguma afinação que me parece ser necessária, pois não se pode perder a cultura e a marca FC Porto. Só que, logo depois temos o problema quando sobem a juniores.
Nós não podemos ter os miúdos parados no primeiro ano de júnior. O que definitivamente temos que meter na cabeça é que se queremos que a formação dê cada vez mais jogadores à equipa principal, temos que os fazer crescer melhor... de que forma? Nos sub19 só jogam sub18, ou seja, os do primeiro ano de júnior. No segundo ano de júnior, quem tem valor sobe à equipa B e compete num nível muito mais exigente... quem não tem valor, paciência, perde-se! Na equipa B, não podemos jogar com 3, 4, 5 jogadores formados no clube, não! A base tem que ser sempre os melhores dos sub19, e se já lá jogarem com essa idade, aos 21 anos, os melhores estão mais do que prontos para o salto. Só assim poderemos ter miúdos maduros e preparados a aparecer.
As mudanças já foram muitas e ainda se exigem mais!
A 31-08-2017 cá farei a minha correta avaliação, pois nessa altura, as decisões já terão sido todas tomadas por quem lá está no momento.
Até domingo, no sítio do costume... porque eu AMO O PORTO!
Subscrevo na integra este parágrafo:
ResponderEliminarPor um lado, é fundamental que quem lidere a equipa no próxima época, tenha “moral”, estatuto, estaleca e personalidade para corporizar e aguentar a pressão de quem não ganha há quatro anos e tem muita sede de vitórias. Tenho muitas dúvidas que NES tenha este perfil. O seu comportamento manso e bonacheirão, já não me inspiram confiança!
Mas... Desconfio que no FC Porto nem tudo é transparente e conveniente, ou seja, há influências e interesses pessoais em deterimento dos interesses do Clube... É complicado ... Por vezes vem-me ao pensamento que se calhar Pinto da Costa já devia ter dado o lugar a outro presidente mais novo, mais acutilante e incisivo... Em suma, os dirigentes actuais não me inspiram confiança...etc...etc
Sócio do FC Porto nr:2770
Armando Monteiro
Que Pinto da Costa lhe leia isto.
ResponderEliminarMas espero que Pinto da Costa esteja virado para fazer mudanças radicais para eliminar de vez este estado moribundo.
O monstro FC Porto está adormecido, mas tem que acordar outra vês.
Abraços.
Assino por baixo.
ResponderEliminarUm texto que merece atenção e reflexão de todos os senhores associados. Um texto que lança o repto que o trabalho e o rumo actual, sejam para continuarem, para que a qualidade, a força, a união, o critério aumentem. Mas também a solidez mental, Emocional, a capacidade de dar luta em bloco, de resistir, de insistir, de nunca desarmar, jogo a jogo, minuto por minuto, jogada por jogada. O trabalho já devia ter começado. Também concordo.
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