18 abril, 2018

MAIS UMA VEZ NOS PENALTIS…


SPORTING-FC PORTO, 1-0 (5-4 GP)

O FC Porto desperdiçou a oportunidade de atingir a 30ª Final da Taça de Portugal e, com isso, a grande probabilidade de vencer a prova pela 17ª vez. Os Dragões entraram em Alvalade com a vantagem de um golo e apostaram num jogo de contenção e de controlo da partida. O certo é que a poucos minutos dos 90, um erro individual e muito pouco habitual, estragou toda a estratégia que até aí tinha resultado. No prolongamento, o FC Porto, já com as substituições esgotadas, não teve soluções e a lotaria das grandes penalidades veio a confirmar novo infortúnio frente aos leões.

O jogo começou com o FC Porto em bom plano. Apesar de algumas poupanças no onze, entre eles, Marega que cumpriu 90 minutos três dias antes vindo de uma lesão prolongada, os Dragões apresentaram um meio-campo capaz de trocar a bola e segurar o jogo como Sérgio Conceição pretendia. Herrera, Óliver e Otávio deram boa conta de si. Maxi e Ricardo ficaram com a ala direita, emprestando à equipa uma maior consistência defensiva. De resto o onze habitual.


A equipa portista não permitiu veleidades ao adversário. Anulou por completo as intenções do Sporting, teve mais posse de bola, controlou o jogo e espreitou o ataque de forma tímida. Apesar disso, Otávio teve um remate fortíssimo que deu a sensação de golo em Alvalade mas a bola saiu a rasar o poste. O Sporting tentava reagir mas mal conseguia ter bola devido à pressão intensa dos Dragões. A excepção foi Gelson perto do intervalo que, numa jogada de inspiração, escapou a Telles e cruzou com perigo mas o lance perdeu-se na linha lateral.

Na etapa complementar, o FC Porto continuou a controlar o jogo e sentia-se que os Dragões tinham a passagem praticamente assegurada. Brahimi ainda teve uma jogada que isolou Soares mas o brasileiro não deu o melhor seguimento ao lance, perdendo muito tempo e controle de bola no momento do remate. O Sporting respondeu com muito perigo mas Bataglia perdeu o controlo de bola na área portista e Casillas fez a mancha.


A partir dos 70 minutos de jogo, o Sporting subiu as linhas e decidiu arriscar mais levando os Dragões a recuar no terreno e a perder a posse de bola. Pensei eu na altura que seria um bom momento para Sérgio Conceição lançar Marega. Com o maliano, o FC Porto exploraria as costas do adversário e poderia tirar dividendos. Com um golo, o FC Porto acabaria com a eliminatória.

Apesar deste pensamento, Sérgio Conceição colocou Aboubakar (que desastre!) no lugar de Soares que estava ligeiramente tocado. Sérgio Conceição colocou também Sérgio Oliveira de seguida a render Otávio e mais tarde Diego Reyes ocupou o lugar de Óliver. O Sporting apostava em jogadores de ataque e esta sequência de substituições de ambos os lados permitiu à equipa da casa jogar mais sobre a área azul-e-branca.


E foi nos últimos minutos de jogo que o balde de água fria chegou. Num pontapé de canto, a bola sobrou para Marcano que, com o seu pior pé, aliviou muito mal, a bola ficou à mercê de Coates que rematou contra o poste, tendo a bola entrado de seguida. O FC Porto reagiu de imeditato e sobre a hora do fecho da partida quase que empatou. Também num pontapé de canto, Marcano teve a oportunidade de se redimir mas a bola bateu estrondosamente na trave. Na recarga, Felipe voltou a enviar a bola à trave e Reyes fez o mesmo com esta a entrar na baliza. Golo anulado pois no momento em que Marcano rematou, Felipe já se encontrava adiantado em relação ao último defesa contrário.

O jogo seguiu para penosos 30 minutos desnecessários por cumprir. Os Dragões durante o prolongamento não conseguiram mostrar jogo ofensivo e o Sporting teve duas oportunidades. Uma por Gelson e outra por B. Fernandes. A acabar este período, no último lance da partida, Brahimi, em zona frontal, rematou fortíssimo com a bola a rasar a trave.


Chegaram as amaldiçoadas grandes penalidades. Depois de ter perdido na Taça da Liga desta forma, os portistas não voltaram a ser felizes. O Sporting não falhou nenhum das cinco, mas o FC Porto falhou uma, a primeira por Marcano, e ficou de fora da final de 20 de Maio. 

Marcano teve uma noite infeliz mas agora é hora de unir as tropas porque há quatro jogos para vencer e o FC Porto não pode ter receio de ser feliz e de entrar nos quatro jogos para vencer e convencer. Segunda-feira, os Dragões recebem o V. Setúbal para a Liga NOS, o primeiro de quatro jogos que nos pode conduzir ao título.

Está nas nossas mãos! Vamos a isso!




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Queremos ganhar os quatro jogos que faltam"

Análise ao jogo
“Durante os noventa minutos, tivemos um jogo equilibrado, onde houve poucas oportunidades de golo. Na primeira parte penso que há uma situação do Gelson na frente do Casillas, nós tivemos muitas situações ali no último terço que podíamos ter resolvido de outra forma. Esta era a segunda parte de uma eliminatória e era importante sermos inteligentes. Na segunda parte do jogo, entrámos bem, não me lembro de uma situação do golo do Sporting sem ser, obviamente, o lance do Coates. Depois vieram as substituições. Conheço já os comentadores e as pessoas, que vão dizer que fiz substituições conservadoras. Não vou meter um ponta-de-lança a seis minutos do final quando tenho um médio com limitações físicas. É normal o Jorge Jesus a dez minutos do final ter colocado toda a carne no assador, como se costuma dizer, e é normal eu mudar um médio por outro médio mais defensivo. Depois sofremos um golo de forma completamente imerecida, num lance inofensivo, mas que acontece. E aconteceu com um grande capitão, o Marcano, que para além de um excelente jogador é um excelente profissional.”


FC Porto merecia mais
“Queríamos muito ganhar a Taça de Portugal, estarmos presentes na final para podermos ganhar. Penso que pelos dois jogos, acho que merecíamos estar no Jamor. Penso que merecíamos estar no Jamor, por todo o nosso trajeto na Taça. Fizemos jogos contra o Moreirense, o Vitória de Guimarães, o Portimonense, em que marcámos um golo mesmo no fim. O Sporting fez muitos jogos mas houve pelo meio Famalicão, Oleiros, Cova da Piedade….Também jogos na Liga Europa contra adversários que não são o Liverpool…esse desgaste de que se fala é para todas as equipas, porque estamos numa fase de decisões.”

Foco na Liga
“Temos de olhar para a frente e para o nosso principal objetivo. Temos pouco mais de três semanas para sermos campeões. É esse o grande objetivo da época, foi esse o principal objetivo pedido à equipa, para além de irmos aos oitavos de final da Liga dos Campeões. Penso que fomos uns dignos vencidos, embora não goste dessa expressão, na Taça da Liga e na Taça de Portugal, com o tal fator sorte que faz parte da vida e do futebol. Trabalhámos os pontapés de penálti. Hoje marcámos quatro, um bateu no poste e saiu. Lembro-me que o do Brahimi também bateu no poste e saiu. Mas vai bater no poste e entrar, não tenho dúvidas, naquele que é o nosso objetivo mais importante. Estamos com muita pedalada, como vocês viram aqui. Podemos ganhar três jogos e empatar um mas queremos ganhar os quatro jogos que faltam.”



RESUMO DO JOGO

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