FC PORTO-RIO AVE, 2-1
O FC Porto está, neste momento, com urgência máxima para parar, descansar, recarregar baterias e, com isto não pode, de forma alguma, sujeitar-se a deitar por terra os principais objectivos da época. A equipa está num grande momento, em termos de resultados desportivos, mas está perigosamente à beira de perder alguns dos seus principais protagonistas devido ao grande desgaste a que se sujeitou ao longo dos últimos dois ciclos de jogos nos últimos três meses.
Em quinze jogos, os Dragões obtiveram outras tantas vitórias, com jogos exigentes em todas as competições em que estão envolvidos. Artur Jorge foi, finalmente, igualado em vitórias consecutivas após mais de 33 anos volvidos.
Os resultados obtidos pela equipa de Sérgio Conceição traduziram-se numa quase imaculada passagem aos oitavos-de-final da Champions League, com a conquista do primeiro lugar do seu grupo, na liderança destacada na Liga NOS com quatro pontos sobre o segundo classificado e no apuramento para os quartos-de-final da Taça de Portugal.
Não, não me estou a esquecer da Taça da Liga. Já lá vamos. Para terminar o ano civil, o FC Porto tem ainda para cumprir um jogo referente a esta prova. Um jogo que vai ser realizado daqui por uma semana, no meio da quadra natalícia e em que é preciso estar em alerta máximo. Temos que pensar se valerá a pena arriscar toda uma época por um jogo que pode (ou não) colocar o FC Porto na Final Four da Taça Allianz.
Com toda a sinceridade, caso eu fosse responsável máximo desta equipa, jamais colocaria jogadores fundamentais a cumprir o jogo com o Belenenses, no Jamor para o apuramento da Final Four da Taça da Liga. Lembramo-nos, com certeza, e estamos todos cientes de que não época passada, perdemos alguns jogadores em fases cruciais da época que quase nos custaram o título de campeão nacional. Falo obviamente da lesão de Danilo, mas também das contrariedades físicas de Marega e Soares.
Por isso, no próximo dia 30 jogaria com jogadores menos utilizados diante do Belenenses sem pestanejar, porque estamos na iminência de ser obrigados a jogar com essas opções menos utilizadas em jogos mais importantes. E, caso consigamos vencer o Belenenses com um onze alternativo, muito bem, caso não consigamos, paciência.
Pois, eu sei que o Sérgio Conceição quer vencer as quatro provas nacionais! Mas para se fazer omeletes, é preciso ter ovos e, neste momento, há claras lacunas na equipa que passam por encontrar verdadeiras alternativas em certas posições. O FC Porto comporta jogadores no seu plantel que não têm sido verdadeiras opções. Não sei se é porque Sérgio Conceição não tem plena confiança neles ou se ainda não chegou a hora de se mostrarem como alternativas efectivas. Se calhar, se essas alternativas jogarem com o Belenenses, poderá ser uma forma do técnico portista passar um atestado de confiança a todos. A ver vamos!
Apesar de tudo, o FC Porto entrou muito bem no jogo com o Rio Ave. Sérgio Conceição apostou no 4x4x2, perante um Rio Ave disposto em campo num 4x5x1. Aos 3 minutos, os Dragões criaram uma oportunidade de golo flagrante. Marega escapou pela direita, cruzou na grande área, mas um defesa contrário cortou a bola quando Soares já se preparava para empurrar para as malhas. Depois, o Rio Ave equilibrou as forças e apostou na zona do miolo. Em clara superioridade no meio-campo, os vilacondenses circulavam a bola com muita qualidade.
Aos 12 minutos, Corona errou um passe na zona central do relvado e em três toques, o Rio Ave chegou à baliza portista. Vinícius, o ponta-de-lança da equipa verde-e-branca, abriu o marcador no Estádio do Dragão. Quero, apenas, fazer um parêntesis para salientar a grande qualidade deste avançado brasileiro. Possante, rápido e com um grande sentido de baliza, Vinícius é um jogador para chegar a um clube grande. À atenção do FC Porto!
O golo do Rio Ave acordou e abanou as hostes portistas. Arrepiar caminho passou a ser a palavra de ordem. Quatro minutos depois, Brahimi, numa iniciativa individual, passou por três adversários, soltou a bola em Corona na direita. O mexicano cruzou para a área onde Soares assistiu, de cabeça, Brahimi. O argelino começou e terminou uma bela jogada com um final feliz. Estava restabelecida a igualdade.
Dez minutos depois, Maxi picou a bola na direita, desmarcando Marega. O maliano protegeu a bola com o corpo e ganhou terreno dentro da grande área, rematando por entre o poste e o Guarda-redes Léo Jardim.
Depois do 2-1 só deu Rio Ave em campo. A equipa orientada por Augusto Gama controlou o jogo todo, mas sem criar, praticamente, qualquer situação de apuro para a equipa portista. A terminar o primeiro tempo, Corona desperdiçou flagrantemente o 3-1 com um remate a bater no poste esquerdo da baliza contrária.
A etapa complementar pedia mais um homem no meio-campo portista. Danilo e Herrera eram muito curtos para o trio do meio-campo vila-condense, auxiliado pelos médios-ala. Mas Sérgio Conceição manteve o mesmo onze. Só aos 72 minutos é que Óliver entrou no jogo para o lugar do desgastado e queixoso Corona. Com a entrada do médio espanhol, de quem sou um grande apreciador, o FC Porto pôde finalmente respirar um pouco e controlar o jogo.
Até aí, o Rio Ave fazia um jogo muito bom, com muita qualidade na circulação de bola e teve uma boa oportunidade de golo aos 60 minutos, mas Alex Telles, atento, sacudiu para canto. Sentia-se alguma tensão e nervosismo no Dragão, tanto no relvado como nas bancadas, mas no fim a vitória foi alcançada e o FC Porto parte para o Natal com a liderança reforçada. No entanto, os sinais de alarme estão bem visíveis.
Destaque final para a grande moldura humana, no Dragão, a comprovar que os jogos às 15:00 são e serão sempre os jogos mais apelativos para todas as famílias. Que saudades de outros tempos!
DECLARAÇÕES
Sérgio Conceição: "Tenho um balneário fantástico"
A reação ao golo sofrido
“Nós entrámos bem no jogo, acho que houve uma atitude correta, que foi pedida, a circular bem a bola, no meio-campo adversário. Depois, surgiu um passe mal feito no meio-campo, o Rio Ave entrou em transição com mérito e fez o golo. Reagimos a esse golo, fizemos os dois golos, mas senti que a dez minutos do final da primeira parte baixámos um bocadinho, o Rio Ave cresceu um pouco, mas não conseguiu criar perigo. Quase a terminar a primeira parte, tivemos uma ocasião de Corona que podia ter feito o 3-1, que seria merecido.”
Resultado justo
“Entrámos na segunda parte da mesma forma, a corrigir uma coisa ou outra que não estávamos a fazer bem nos últimos dez minutos da primeira parte. O Rio Ave conseguiu dar mais uma solução no meio campo depois da substituição forçada do Gélson Dala mas nós conseguimos corrigir isso. Fizemos 20, 25 minutos da segunda parte bons, onde podíamos ter, numa ou outra ocasião, matado o jogo. Depois, na parte final, com dois avançados, o Rio Ave aproveitou as bolas paradas para colocar a bola lá em cima, que podia ter dado um golo, mas mantivemo-nos seguros. Tentámos fazer sempre o terceiro golo, não o fizemos, mas acabámos por ganhar na mesma por 2-1, o que é um resultado justo.”
Substituições a pensar no terceiro
“O Corona já tinha apresentado problemas na primeira parte e entrou o Óliver para o meio-campo, depois entrou o Hernâni, mas foi sempre conforme o jogo pedia, sempre para tentar fazer o terceiro. O Rio Ave surpreendeu-nos um bocadinho com a sua agressividade, que não demonstrou nos outros jogos, foi dos jogos que o Rio Ave fez mais faltas, mas isso vem do respeito pelo nosso jogo, é uma estratégia. De valorizar a vitória contra um bom Rio Ave”
Grupo que trabalha no limite
“Temos um grupo que, se algum jogador não joga, é porque não pode. Quando eu defino quem deve jogar, se há algum problema, eles vão até ao limite. Estão de parabéns, e naquilo que é essa vontade de jogar, tenho um balneário fantástico.”
Resumo do ano
“Foi um bom ano, podíamos ter ganho mais um ou outro título, mas ganhámos o campeonato e a Supertaça, estamos bem no campeonato, apesar de ainda faltar muito, e estamos a lutar por todas as competições.”
Mensagem de Natal
“Não só para o futebol, mas para todas as pessoas. Esta semana tive uma experiência com alguns meninos do IPO do São João, para eles um beijinho, esta vitória é dedicada a eles. A todas as crianças, a todas as pessoas, um Natal cheio de saúde, de paz e de atenção para todos aqueles mais desfavorecidos, mais desprotegidos e para aqueles que necessitam.”
RESUMO DO JOGO
É verdade que Sérgio Conceição apostou em toda a linha, quer ganhar em todas as competições. Este "querer ganhar" é relativo. É mais nas competições nacionais, e mesmo assim com prioridade para o Campeonato e só depois a Liga. A ambição não pode ser censurada. É bom sinal, mas como diz, e bem, também concordo que devia ser dado algum tempo aos jogadores mais usados e influentes para recuperarem do desgaste a que foram submetidos e que já são evidentes.
ResponderEliminarCumprimentos,
verdade , a historia esta se a repetir e SC nao aprendeu. Tem muita dificuldade em integrar novos elementos, jogam sempre os mesmos e claro começam a rasgar. O MAIOR DEFEITO DE SC TALVEZ SEJA A DIFICULDADE QUE TEM EM INTEGRAR NOVOS ELEMENTOS, NINGUEM LHE SERVE PORQUE ELE NAO E FLEXIVEL NA ABORDAGEM AOS JOGOS, nesta altura sao marega e casillas mais 9 como no ano passado. O porto parece muito perto de começar a perder pontos, desgasta se, nao controla os jogos, anda a correr atras do prejuizo, va la que SC percebeu que tem de defender, afinal somos a def menos batida e mesmo com a correria ja nao somos o melhor ataque. UM DEF DIREITO E PRECISO, MILITAO COMEÇA A DAR SINAIS DE FADIGA E MBEMBA CONTINUA NO BANCO, bazoer ja se chateou, a seguir sera mbemba, jorge nem sei onde anda, leite idem aspas, ALGUEM DEVE FAZER PERCEBER A SC QUE TEM DE HAVER MAIS ROTAÇAO NA EQUIPA NAO CHEGAM SO SEMPRE OS MESMOS PARA TODAS AS FRENTES , ISSO NAO ACONTECE EM EQUIPA NENHUMA DO MUNDO.
ResponderEliminarSC tem feito uma boa gestão dos jogadores.Tem de lutar SEMPRE para a vitória em todos os jogos e para isso deve jogar com os que lhe dão mais garantias. Depois, se baixam de rendimento pelo desgaste e se os suplentes lhe derem mais garantias, troca-se. 15 Vitórias seguidas.
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