07 dezembro, 2018

“CHIP” REPARADO AO INTERVALO.


FC PORTO-PORTIMONENSE, 4-1

O FC Porto regressou ao seu estádio para cumprir mais uma jornada da Liga NOS e para dar sequência aos bons resultados na presente temporada. Os Dragões apresentaram-se com um onze bastante ofensivo. Herrera ficou no banco e Soares fez companhia a Marega na frente de ataque. Corona manteve a função de fechar a lateral, relegando Maxi Pereira para o banco e Otávio descaiu na direita do ataque.

O Portimonense, como boa equipa e com bons valores individuais, apresentou-se no Dragão completamente solto e a querer jogar o jogo pelo jogo. Não fez o papel de equipa “caceteira” como outras. Os Dragões criaram a primeira oportunidade por Marega aos 4 minutos, mas o Guarda-redes contrário segurou a bola.


Bem orientados por António Folha, os algarvios entraram muito fortes no jogo, bastantes rápidos nas transições e colocaram-se em vantagem no marcador aos 9 minutos quando Nakajima centrou para a grande área portista e Tormena cabeceou sem hipóteses para Casillas. Quem ficou mal na fotografia foi a defensiva portista que mostrou uma passividade gritante no lance.

O FC Porto tentou reagir, mas, para além de ter acusado o golo madrugador da equipa algarvia, os azuis-e-brancos demoraram a acordar do marasmo que assolou a equipa desde o apito inicial. O meio-campo portista estava a perder nos duelos e disso se aproveitava o Portimonense para jogar rápido, com trocas de bola entre os seus jogadores para chegar à baliza portista.

Aos 17 minutos de jogo, Brahimi empatava a partida num belo remate fora da área, mas o lance foi prontamente anulado pelo árbitro auxiliar porque Soares, em posição de fora-de-jogo, estorvou a acção do Guarda-redes algarvio. O FC Porto começava a subir de rendimento, apesar de não estar a jogar bem e, seis minutos depois, então sim, os Dragões empatavam o jogo na sequência de um pontapé de canto.


Alex Telles cobrou o canto do lado direito e Marega, num desvio subtil de cabeça, encaminhou a bola para a baliza de Ricardo Ferreira. Estava restabelecida a igualdade. O jogo continuava muito repartido e, apesar do FC Porto ter tido algumas oportunidades até ao intervalo, o Portimonense mantinha-se como uma verdadeira ameaça para Iker Casillas. Os algarvios jogavam a seu bel-prazer e chegavam facilmente à baliza portista.

Pelo seu lado, o FC Porto desperdiçava oportunidades soberanas de se adiantar no marcador. Soares, por duas vezes, Otávio e Brahimi perdiam o ensejo de colocar os Dragões em vantagem ao intervalo. Jackson Martínez, num regresso muito aplaudido à invicta, rematava de ângulo apertado para defesa complicada de Casillas, mesmo à beira do intervalo.

Sérgio Conceição não gostava do que via e necessitou de acrescentar músculo ao meio-campo em detrimento de criatividade. Herrera substituía Óliver ainda antes do intervalo para que o FC Porto sustivesse a avalanche da equipa de António Folha.



O certo é que, regressado do intervalo, o FC Porto teria que mudar o “chip” avariado. Apesar disso, não conseguiu virar o jogo de imediato. O Portimonense continuava a espalhar classe e bom futebol no relvado do Dragão.

Só perto dos 60 minutos é que o FC Porto virou o jogo. Aos 58 minutos, Marega, na direita da área contrária, cruzou rasteiro e Soares só teve que encostar para a baliza. No minuto seguinte, numa transição rápida, Danilo passou por um defesa contrário e o FC Porto foi para a baliza algarvia, em superioridade numérica de 4 para 2. O centrocampista dos Dragões desmarcou Brahimi na esquerda e o argelino rematou para o fundo das malhas. Em dois minutos, os Dragões arrumavam a questão e a incerteza do resultado.

Com meia hora por cumprir, o FC Porto tinha a vida completamente facilitada. A partir daí, os Dragões deram um festival de futebol e perderam uma série de oportunidades para colocar o marcador em números exagerados. Hernâni e Marega destacam-se neste aspecto. O Portimonense quebrou animicamente e jamais voltou a ser a mesma equipa.


No entanto, antes disso, Dener viu Casillas evitar o 3-2 e, logo a seguir, aos 66 minutos, Marega bisou na partida com um remate à meia volta na pequena área, após assistência de cabeça de Militão.

Este jogo foi um sério aviso à navegação portista. Não é por o FC Porto estar há 10 jogos consecutivos a conhecer apenas o sabor da vitória que a equipa pode relaxar e entrar nos jogos como entrou frente ao Portimonense. Em todos eles, tem que entrar de forma intensa e concentrada.

Com a 11ª vitória consecutiva, o FC Porto vira agora atenções para a última jornada da fase de grupos da Champions League, onde vai cumprir calendário, mas não só. Os azuis-e-brancos, para além do prestígio, têm, em caso de vitória, a possibilidade de amealhar mais 2,7 milhões de euros nos seus cofres. O jogo realiza-se na Turquia, frente ao Galatasaray. A Liga NOS regressa no próximo fim-de-semana com uma deslocação dos Dragões a S. Miguel para defrontar o Santa Clara dos Açores.




DECLARAÇÕES

Sérgio Conceição: "Ganhámos naturalmente"

As dificuldades esperadas
“Sabíamos que ia ser um jogo difícil, frente a uma equipa que se torna mais perigosa quando defronta adversários mais fortes. Sabíamos que o Portimonense ia tentar explorar as transições rápidas e estávamos precavidos para isso. Conhecendo quem trabalha do outro lado, era uma possibilidade preparar o jogo desta forma. Trabalhámos para defrontar uma equipa com essa estrutura. Sabia que ia ser um jogo difícil, pois há muita qualidade individual no Portimonense, uma equipa bem orientada e organizada. Sentimos algumas dificuldades por mérito do Portimonense, mas também por demérito nosso, pois houve muita passividade, sobretudo na primeira parte. Mudámos o que tínhamos a mudar na segunda parte, sobretudo em termos de mentalidade. Aquilo que eu pedi ao intervalo foi essencialmente uma mudança de atitude. Fizemos uma segunda parte perto daquilo que queremos para a equipa e ganhámos naturalmente.”

Óliver por Herrera
“Há uma grande variabilidade de movimentos no nosso ataque, mas não pode ir toda a gente para a frente sem sentido, pois o nosso equilíbrio defensivo é fundamental. Na altura dessa substituição senti que precisávamos de controlar mais o corredor central.”


11 vitórias consecutivas
“Somos um grupo de grandes profissionais e de grandes jogadores, com uma qualidade humana acima da média. Os jogadores sentiram que não entrámos bem no jogo, pois também sentem o que é representar o FC Porto. A 11.ª vitória consecutiva representa pouco para nós, pois pensamos jogo a jogo e damos pouco valor às estatísticas. Foi, isso sim, uma vitória importante, que nos permitiu conquistar três pontos frente a uma equipa difícil. Agora queremos deixar uma boa imagem na Turquia, mesmo já tendo o primeiro lugar do grupo garantido.”

O regresso de Jackson Marínez ao Dragão
“Foi uma ovação e uma homenagem merecida. O Jackson é um grande profissional e uma grandíssima pessoa. Tem passado por momentos difíceis e, em Portugal, é de louvar uma pessoa como o Jackson, que é um grandíssimo jogador. Na altura em que estava a representar o meu clube, aplaudi-o muitas vezes. É um excelente homem e toda a gente reconhece isso.”



RESUMO DO JOGO

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