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FCPorto – Dragões de Azul Forte
Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
FC Porto
Capítulo 4: 1931 a 1940 – À conquista do futuro; Bicampeão! (Parte II)
Final (Campeonato de Portugal 1930-31)
FC Porto impunha o seu futebol cada vez mais atraente, cada vez mais ao gosto de Szabo. A equipa, qual constelação de mágicos, insuflava confiança a rodos nos adeptos portistas que acreditavam na reconquista do mais importante título. O FC Porto não tinha sofrido uma única derrota nessa época. Do Porto partiram para Coimbra os fiéis seguidores, na esperança de vitória sobre o Benfica, o outro finalista. As bandeiras azuis, tremulando ao vento, invadiram a cidade do Mondego empunhados por fervorosos e entusiásticos adeptos. Para eles chegaria a hora, mas não, não chegou…
Inutilizar Hall para ganhar
O Benfica ganhou o Campeonato de Portugal de 1930-31 ao FC Porto. Aníbal José, jogador do Benfica, haveria algum tempo depois de confidenciar em entrevista à "Stadium":
"Deixei o Benfica quase por imposição de Vítor Silva – a pretexto de ser indisciplinado, incorrecto... Eu era acusado de incorrecto e de não querer obedecer-lhe, mas, aquando do desafio entre o Benfica e o FC Porto, em Coimbra, na final do Campeonato de Portugal, era o Norman Hall o melhor jogador portista, podendo estorvar o Benfica. Vítor Silva, o capitão de equipa, veio ter comigo e disse-me: Ó Aníbal, dá uma grande pancada no Hall, inutiliza-o, quando não estamos perdidos! Eu imediatamente fui ao encontro do Norman Hall e desanquei-o de tal maneira que os rapazes no campo disseram: Lá mataram o Hall! O certo é que logo a seguir o Benfica fez dois golos, de nada valendo vir o desgraçado do Hall para ponta esquerda, visto que nada podia fazer... E na outra parte metemos outro golo, ficando o resultado em 3-0."
Pois, já havia caceteiros arregimentados!
... Apesar da jogada subterrânea de Aníbal José, os benfiquistas enviaram, após a vitória, uma "comovente" mensagem ao FC Porto, felicitando o clube pelo seu desportivismo — e salientando a beleza das cordiais relações que entre ambos existiam, numa altura em que Sporting, Belenenses, Carcavelinhos e demais clubes de Lisboa tinham decidido cortar todas as relações com o Benfica e o Casa Pia, coibindo-se até de defrontá-los em iniciativas com carácter de solidariedade.
Pois, já usavam falinhas mansas; cedo souberam dourar a pílula!...
BENFICA - FC PORTO, 3-0
28-6-1931, Coimbra (Campo do Arnado)
Árbitro: António Palhinhas (Lisboa)
Marcadores:
1-0 Vítor Silva (37’)
2-0 Dinis (44’)
3-0 Vítor Silva (65’)
Benfica – Treinador: Artur John
Artur Dyson; Ralph Bailão e Luís Costa; João Correia, Aníbal José e Pedro Ferreira; Augusto Dinis, Emiliano Sampaio, Vítor Silva, João Oliveira e Manuel Oliveira.
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Pedro Temudo e Avelino Martins; Felipe Santos, Álvaro Pereira e Euclides Anaura; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, Norman Hall (cap.), Acácio Mesquita e Francisco Castro.
António Soares (n. 2 Fev.1909 – m.??), avançado, jogou no FC Porto no princípio da década de 30 (séc. XX).
Internacional por uma ocasião, tinha 22 anos quando disputou o jogo ante a Itália, no Porto, em 12 Abr.1931. A Selecção Portuguesa perdeu por 0-2.
Não era titular indiscutível e não há informações sobre o tempo de permanência no FC Porto.
1 Jul.1931 – Festa de despedida de Norman Hall
Norman Hall, o primeiro grande “Capitão” do FC Porto, o atleta que dignificou a imagem do Clube que amava, teve a justa homenagem no fim da sua brilhante carreira. A festa de despedida, em 1 de Julho de 1931, foi um tributo do povo da cidade e das gentes portistas (que o idolatravam) ao homem e ao atleta. Hall ficou no coração dos (des)portistas.
Época 1931-1932
28.º aniversário do SL Benfica
Amoreiras, 25 Mar.1932: FC Porto 1 – FC Barcelona 2.
Era o aniversário do Benfica que convidou o FC Porto e o FC Barcelona. A equipa da Catalunha já havia ganho às "águias" por 5-2.
Apurados para o Campeonato de Portugal:
Apurados do Campeonato da época anterior
Futebol Clube do Porto (PORTO)
Sport Comércio e Salgueiros (PORTO)
Boavista Futebol Clube (PORTO)
Leça Futebol Clube (PORTO)
Sporting Clube de Espinho (AVEIRO)
Sport Club Conimbricense (COIMBRA)
Atlético Club Marinhense (LEIRIA)
Sport Lisboa e Benfica (LISBOA)
Casa Pia Atlético Clube (LISBOA)
Vitória Futebol Clube (SETÚBAL)
Sport Grupo União Operária (SANTARÉM)
Lusitano Ginásio Clube (ÉVORA)
Sporting Club Olhanense (ALGARVE)
Lusitano Futebol Clube VRSA (ALGARVE)
Apurados da Competição de Classificação (independente dos campeonatos distritais)
Sport Club Vianense (Viana do Castelo)
Sport Clube de Vila Real (VILA REAL)
Académico Futebol Clube (PORTO)
Assoc. Académica de Coimbra (COIMBRA)
Gimnásio Sportivo do Liz (Leiria)
Clube Futebol Os Belenenses (LISBOA)
Sporting Clube de Portugal (LISBOA)
Futebol Clube Barreirense (LISBOA) – estava inscrito na Associação de Lisboa
Carcavelinhos Football Club (LISBOA)
União Football de Lisboa (LISBOA)
Luso Futebol Clube do Barreiro (LISBOA) – estava inscrito na Associação de Lisboa
Sport Clube Estrela (PORTALEGRE)
Juventude Sport Clube (ÉVORA)
Sporting Glória ou Morte Portimonense (ALGARVE)
Club Sport Marítimo (FUNCHAL)
Partir para a conquista de outro Campeonato
Tal como fez TezIer, Szabo incutira no FC Porto uma cultura de confiança que empolgava, que estimulava sonhos, quase fazendo com que os futebolistas partissem para a liça como super-homens na ilusão de que era possível até… a conquista da Lua.
1.ª Eliminatória
FC PORTO - GINÁSIO DO LIS, 18-0
3-4-1932, Porto (Campo do Bessa)
Árbitro: José Araújo (V. Castelo)
(7-0 ao intervalo)
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Trindade; Avelino Martins e Jerónimo Faria; Álvaro Sequeira, Álvaro Pereira, Gomes Sousa e Lopes Carneiro; Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Artur Sousa “Pinga” e Francisco Castro.
Ginásio do Lis –
Joaquim Santos; João Alves e Manuel Ribeiro; Oliveira Meca, A. Carlos Morgado, Ernesto Fontana e Luís Viveiros; Luís Caseiro, José Pascoal, Pedro Nogueira, Frederico Pinheiro.
Oitavos-de-final
FC PORTO - SALGUEIROS, 2-0 (1.ª mão)
15-5-1932, Porto (Campo da Constituição)
Árbitro: Mário Costa (Lisboa)
Marcadores:
Francisco Castro
Waldemar Mota
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
FC Porto
Capítulo 4: 1931 a 1940 – À conquista do futuro; Bicampeão! (Parte II)
Final (Campeonato de Portugal 1930-31)
FC Porto impunha o seu futebol cada vez mais atraente, cada vez mais ao gosto de Szabo. A equipa, qual constelação de mágicos, insuflava confiança a rodos nos adeptos portistas que acreditavam na reconquista do mais importante título. O FC Porto não tinha sofrido uma única derrota nessa época. Do Porto partiram para Coimbra os fiéis seguidores, na esperança de vitória sobre o Benfica, o outro finalista. As bandeiras azuis, tremulando ao vento, invadiram a cidade do Mondego empunhados por fervorosos e entusiásticos adeptos. Para eles chegaria a hora, mas não, não chegou…
Inutilizar Hall para ganhar
O Benfica ganhou o Campeonato de Portugal de 1930-31 ao FC Porto. Aníbal José, jogador do Benfica, haveria algum tempo depois de confidenciar em entrevista à "Stadium":
"Deixei o Benfica quase por imposição de Vítor Silva – a pretexto de ser indisciplinado, incorrecto... Eu era acusado de incorrecto e de não querer obedecer-lhe, mas, aquando do desafio entre o Benfica e o FC Porto, em Coimbra, na final do Campeonato de Portugal, era o Norman Hall o melhor jogador portista, podendo estorvar o Benfica. Vítor Silva, o capitão de equipa, veio ter comigo e disse-me: Ó Aníbal, dá uma grande pancada no Hall, inutiliza-o, quando não estamos perdidos! Eu imediatamente fui ao encontro do Norman Hall e desanquei-o de tal maneira que os rapazes no campo disseram: Lá mataram o Hall! O certo é que logo a seguir o Benfica fez dois golos, de nada valendo vir o desgraçado do Hall para ponta esquerda, visto que nada podia fazer... E na outra parte metemos outro golo, ficando o resultado em 3-0."
Pois, já havia caceteiros arregimentados!
... Apesar da jogada subterrânea de Aníbal José, os benfiquistas enviaram, após a vitória, uma "comovente" mensagem ao FC Porto, felicitando o clube pelo seu desportivismo — e salientando a beleza das cordiais relações que entre ambos existiam, numa altura em que Sporting, Belenenses, Carcavelinhos e demais clubes de Lisboa tinham decidido cortar todas as relações com o Benfica e o Casa Pia, coibindo-se até de defrontá-los em iniciativas com carácter de solidariedade.
Pois, já usavam falinhas mansas; cedo souberam dourar a pílula!...
BENFICA - FC PORTO, 3-0
28-6-1931, Coimbra (Campo do Arnado)
Árbitro: António Palhinhas (Lisboa)
Marcadores:
1-0 Vítor Silva (37’)
2-0 Dinis (44’)
3-0 Vítor Silva (65’)
Benfica – Treinador: Artur John
Artur Dyson; Ralph Bailão e Luís Costa; João Correia, Aníbal José e Pedro Ferreira; Augusto Dinis, Emiliano Sampaio, Vítor Silva, João Oliveira e Manuel Oliveira.
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Pedro Temudo e Avelino Martins; Felipe Santos, Álvaro Pereira e Euclides Anaura; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, Norman Hall (cap.), Acácio Mesquita e Francisco Castro.
António Soares (n. 2 Fev.1909 – m.??), avançado, jogou no FC Porto no princípio da década de 30 (séc. XX).
Internacional por uma ocasião, tinha 22 anos quando disputou o jogo ante a Itália, no Porto, em 12 Abr.1931. A Selecção Portuguesa perdeu por 0-2.
Não era titular indiscutível e não há informações sobre o tempo de permanência no FC Porto.
1 Jul.1931 – Festa de despedida de Norman Hall
Norman Hall, o primeiro grande “Capitão” do FC Porto, o atleta que dignificou a imagem do Clube que amava, teve a justa homenagem no fim da sua brilhante carreira. A festa de despedida, em 1 de Julho de 1931, foi um tributo do povo da cidade e das gentes portistas (que o idolatravam) ao homem e ao atleta. Hall ficou no coração dos (des)portistas.
Época 1931-1932
28.º aniversário do SL Benfica
Amoreiras, 25 Mar.1932: FC Porto 1 – FC Barcelona 2.
Era o aniversário do Benfica que convidou o FC Porto e o FC Barcelona. A equipa da Catalunha já havia ganho às "águias" por 5-2.
Apurados para o Campeonato de Portugal:
Apurados do Campeonato da época anterior
Futebol Clube do Porto (PORTO)
Sport Comércio e Salgueiros (PORTO)
Boavista Futebol Clube (PORTO)
Leça Futebol Clube (PORTO)
Sporting Clube de Espinho (AVEIRO)
Sport Club Conimbricense (COIMBRA)
Atlético Club Marinhense (LEIRIA)
Sport Lisboa e Benfica (LISBOA)
Casa Pia Atlético Clube (LISBOA)
Vitória Futebol Clube (SETÚBAL)
Sport Grupo União Operária (SANTARÉM)
Lusitano Ginásio Clube (ÉVORA)
Sporting Club Olhanense (ALGARVE)
Lusitano Futebol Clube VRSA (ALGARVE)
Apurados da Competição de Classificação (independente dos campeonatos distritais)
Sport Club Vianense (Viana do Castelo)
Sport Clube de Vila Real (VILA REAL)
Académico Futebol Clube (PORTO)
Assoc. Académica de Coimbra (COIMBRA)
Gimnásio Sportivo do Liz (Leiria)
Clube Futebol Os Belenenses (LISBOA)
Sporting Clube de Portugal (LISBOA)
Futebol Clube Barreirense (LISBOA) – estava inscrito na Associação de Lisboa
Carcavelinhos Football Club (LISBOA)
União Football de Lisboa (LISBOA)
Luso Futebol Clube do Barreiro (LISBOA) – estava inscrito na Associação de Lisboa
Sport Clube Estrela (PORTALEGRE)
Juventude Sport Clube (ÉVORA)
Sporting Glória ou Morte Portimonense (ALGARVE)
Club Sport Marítimo (FUNCHAL)
Partir para a conquista de outro Campeonato
Tal como fez TezIer, Szabo incutira no FC Porto uma cultura de confiança que empolgava, que estimulava sonhos, quase fazendo com que os futebolistas partissem para a liça como super-homens na ilusão de que era possível até… a conquista da Lua.
1.ª Eliminatória
FC PORTO - GINÁSIO DO LIS, 18-0
3-4-1932, Porto (Campo do Bessa)
Árbitro: José Araújo (V. Castelo)
(7-0 ao intervalo)
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Trindade; Avelino Martins e Jerónimo Faria; Álvaro Sequeira, Álvaro Pereira, Gomes Sousa e Lopes Carneiro; Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Artur Sousa “Pinga” e Francisco Castro.
Ginásio do Lis –
Joaquim Santos; João Alves e Manuel Ribeiro; Oliveira Meca, A. Carlos Morgado, Ernesto Fontana e Luís Viveiros; Luís Caseiro, José Pascoal, Pedro Nogueira, Frederico Pinheiro.
Oitavos-de-final
FC PORTO - SALGUEIROS, 2-0 (1.ª mão)
15-5-1932, Porto (Campo da Constituição)
Árbitro: Mário Costa (Lisboa)
Marcadores:
Francisco Castro
Waldemar Mota
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
SALGUEIROS - FC PORTO, 1-4 (2.ª mão)
22-5-1932, Porto (Estádio do Lima)
Árbitro: Silvestre Rosmaninho
Marcadores:
0-1 Pinga (25’)
1-1 Alípio (27’ gp)
1-2 Acácio Mesquita (30’)
1-3 Acácio Mesquita (55’)
1-4 Francisco Castro (61’)
Salgueiros –
Oliveira, Evaristo e Jorge Teixeira; António Miranda, Ventura e Faria; Alípio, Carvalho, Pepe, Alfredo Mansilha e Américo Marques Teixeira.
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Avelino Martins e Jerónimo; Álvaro Sequeira, Joseph Szabo e Gomes Sousa; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Artur Sousa “Pinga” e Francisco Castro.
Quartos-de-Final
MARÍTIMO - FC PORTO, 0-0 (1.ª mão)
29-5-1932, Lisboa
Árbitro: Carlos Canuto (Lisboa)
Marítimo –
João Viveiros; António Teixeira “Camarão” e José Camacho; Eurico Alves, Carlos Pereira e Raul Fernandes; Manuel Silva, Leonel Alves, Manuel Melim, Manuel Ramos e José da Silva “Canhota”
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Avelino Martins e Jerónimo Faria; Álvaro Sequeira, Gomes Sousa e Francisco Castro; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Carlos Mesquita e A. Costa.
FC PORTO - MARÍTIMO, 3-2 (2.ª mão)
12-6-1932, Porto (Campo da Constituição)
Árbitro: Carlos Canuto (Lisboa)
Marcadores:
1-0 Lopes Carneiro
2-0 Waldemar Mota
3-0 Acácio Mesquita
3-1 José “Canhota”
3-2 João Correia
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Avelino Martins e Jerónimo Martins; Gomes Sousa, Álvaro Pereira, Álvaro Sequeira e Lopes Carneiro; Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Artur Sousa “Pinga” e Francisco Castro.
Marítimo –
João Viveiros; António Teixeira “Camarão” e António Teixeira “Canário”; Eurico Alves, Carlos Pereira e Raul Fernandes; Leonel Alves, João Correia, Manuel Melim, Manuel Ramos e José da Silva “Canhota”.
Meia-Final
A vingança serve-se quente...
Nas meias-finais, FC Porto e Benfica reencontraram-se. Os portistas, demonstrando a sua raça, ganharam nas Amoreiras (Lisboa) por 2-1. Oito dias depois, no Amial (Porto), nova vitória, por 3-0. E como “quem com ferros mata com ferros morre”, Vítor Silva teve de se haver com Avelino Martins. Este brioso jogador portista não esquecera o que o capitão benfiquista tramara um ano antes, em Coimbra, para abater Norman Hall que, embora retirado, continuava a exercer o seu fascínio na equipa da Invicta.
Avelino desbaratou e Pinga encantou!
A crónica da “Stadium” verberou o comportamento de Avelino Martins sem, contudo, esquecer o episódio da época anterior que provocou a inutilização de Hall. E pôde ler-se: “Avelino desbaratou sem piedade toda a acção de Vítor. O embate foi sempre duríssimo, chegando Avelino a esbofetear Vítor”.
Mais disse o cronista da “Stadium”, que “o público esteve delirante, desmoralizando constantemente os adversários”. E que “agrada registar, como exemplo e motivo de louvor, a forma de Pinga actuar. É o homem que nunca pára. Que está sempre na defesa e sempre no ataque. Que finta, intercepta e passa... nunca cometendo violências. E, no entanto, não é nada frágil! Pinga representa o jogador completo: à mestria da técnica alia a maneira mais elegante de jogar”.
BENFICA - FC PORTO, 1-2 (1.ª mão)
19-6-1932, Lisboa (Campo das Amoreiras)
Árbitro: Ângelo Santos
Marcadores:
0-1 Acácio Mesquita (37’)
0-2 Waldemar Mota (50’)
1-2 Pedro Silva (59’)
Benfica – Treinador: Ribeiro dos Reis
Pedro Conceição; Germano Campos e Francisco Gatinho; João Correia, Jorge Tavares e Manuel Oliveira; Augusto Dinis, Pedro Silva, Vítor Silva, Guedes Gonçalves e Alberto Cardoso.
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Avelino Martins e Pedro Temudo; Álvaro Sequeira, Álvaro Pereira e Gomes Sousa; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Artur Sousa “Pinga” e Francisco Castro.
Fase do jogo nas Amoreiras, com vitória do FC Porto
FC PORTO - BENFICA, 3-0 (2.ª mão)
26-6-1932, Porto (Campo do Amial)
Árbitro: Joaquim Farinha (Santarém)
Marcadores:
1-0 Waldemar Mota (30’)
2-0 Pinga (44’)
3-0 Acácio Mesquita (60’)
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Pedro Temudo e Avelino Martins; Álvaro Sequeira, Álvaro Pereira e Gomes Sousa; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Artur Sousa “Pinga” e Francisco Castro.
Benfica – Treinador: Ribeiro dos Reis
Pedro da Conceição; Germano Campos e Francisco Gatinho; João Correia, Jorge Tavares e Manuel Oliveira; Augusto Dinis, Emiliano Sampaio, Vítor Silva, Octávio Policarpo e Pedro Silva.
22-5-1932, Porto (Estádio do Lima)
Árbitro: Silvestre Rosmaninho
Marcadores:
0-1 Pinga (25’)
1-1 Alípio (27’ gp)
1-2 Acácio Mesquita (30’)
1-3 Acácio Mesquita (55’)
1-4 Francisco Castro (61’)
Salgueiros –
Oliveira, Evaristo e Jorge Teixeira; António Miranda, Ventura e Faria; Alípio, Carvalho, Pepe, Alfredo Mansilha e Américo Marques Teixeira.
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Avelino Martins e Jerónimo; Álvaro Sequeira, Joseph Szabo e Gomes Sousa; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Artur Sousa “Pinga” e Francisco Castro.
Quartos-de-Final
MARÍTIMO - FC PORTO, 0-0 (1.ª mão)
29-5-1932, Lisboa
Árbitro: Carlos Canuto (Lisboa)
Marítimo –
João Viveiros; António Teixeira “Camarão” e José Camacho; Eurico Alves, Carlos Pereira e Raul Fernandes; Manuel Silva, Leonel Alves, Manuel Melim, Manuel Ramos e José da Silva “Canhota”
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Avelino Martins e Jerónimo Faria; Álvaro Sequeira, Gomes Sousa e Francisco Castro; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Carlos Mesquita e A. Costa.
FC PORTO - MARÍTIMO, 3-2 (2.ª mão)
12-6-1932, Porto (Campo da Constituição)
Árbitro: Carlos Canuto (Lisboa)
Marcadores:
1-0 Lopes Carneiro
2-0 Waldemar Mota
3-0 Acácio Mesquita
3-1 José “Canhota”
3-2 João Correia
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Avelino Martins e Jerónimo Martins; Gomes Sousa, Álvaro Pereira, Álvaro Sequeira e Lopes Carneiro; Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Artur Sousa “Pinga” e Francisco Castro.
Marítimo –
João Viveiros; António Teixeira “Camarão” e António Teixeira “Canário”; Eurico Alves, Carlos Pereira e Raul Fernandes; Leonel Alves, João Correia, Manuel Melim, Manuel Ramos e José da Silva “Canhota”.
Meia-Final
A vingança serve-se quente...
Nas meias-finais, FC Porto e Benfica reencontraram-se. Os portistas, demonstrando a sua raça, ganharam nas Amoreiras (Lisboa) por 2-1. Oito dias depois, no Amial (Porto), nova vitória, por 3-0. E como “quem com ferros mata com ferros morre”, Vítor Silva teve de se haver com Avelino Martins. Este brioso jogador portista não esquecera o que o capitão benfiquista tramara um ano antes, em Coimbra, para abater Norman Hall que, embora retirado, continuava a exercer o seu fascínio na equipa da Invicta.
Avelino desbaratou e Pinga encantou!
A crónica da “Stadium” verberou o comportamento de Avelino Martins sem, contudo, esquecer o episódio da época anterior que provocou a inutilização de Hall. E pôde ler-se: “Avelino desbaratou sem piedade toda a acção de Vítor. O embate foi sempre duríssimo, chegando Avelino a esbofetear Vítor”.
Mais disse o cronista da “Stadium”, que “o público esteve delirante, desmoralizando constantemente os adversários”. E que “agrada registar, como exemplo e motivo de louvor, a forma de Pinga actuar. É o homem que nunca pára. Que está sempre na defesa e sempre no ataque. Que finta, intercepta e passa... nunca cometendo violências. E, no entanto, não é nada frágil! Pinga representa o jogador completo: à mestria da técnica alia a maneira mais elegante de jogar”.
BENFICA - FC PORTO, 1-2 (1.ª mão)
19-6-1932, Lisboa (Campo das Amoreiras)
Árbitro: Ângelo Santos
Marcadores:
0-1 Acácio Mesquita (37’)
0-2 Waldemar Mota (50’)
1-2 Pedro Silva (59’)
Benfica – Treinador: Ribeiro dos Reis
Pedro Conceição; Germano Campos e Francisco Gatinho; João Correia, Jorge Tavares e Manuel Oliveira; Augusto Dinis, Pedro Silva, Vítor Silva, Guedes Gonçalves e Alberto Cardoso.
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Avelino Martins e Pedro Temudo; Álvaro Sequeira, Álvaro Pereira e Gomes Sousa; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Artur Sousa “Pinga” e Francisco Castro.
Fase do jogo nas Amoreiras, com vitória do FC Porto
FC PORTO - BENFICA, 3-0 (2.ª mão)
26-6-1932, Porto (Campo do Amial)
Árbitro: Joaquim Farinha (Santarém)
Marcadores:
1-0 Waldemar Mota (30’)
2-0 Pinga (44’)
3-0 Acácio Mesquita (60’)
FC Porto – Treinador: Joseph Szabo (húngaro)
Miguel Siska; Pedro Temudo e Avelino Martins; Álvaro Sequeira, Álvaro Pereira e Gomes Sousa; Lopes Carneiro, Waldemar Mota, Acácio Mesquita, Artur Sousa “Pinga” e Francisco Castro.
Benfica – Treinador: Ribeiro dos Reis
Pedro da Conceição; Germano Campos e Francisco Gatinho; João Correia, Jorge Tavares e Manuel Oliveira; Augusto Dinis, Emiliano Sampaio, Vítor Silva, Octávio Policarpo e Pedro Silva.
- No próximo post.: Capítulo 4, 1931 a 1940 – À conquista do futuro; Bicampeão! (Parte III) – Final do Campeonato de Portugal 1931-32; FC Porto, 3.ª vez Campeão de Portugal! Biografias de Pedro Themudo, de Álvaro Pereira, de Avelino Martins e de Francisco Castro.
Como é bom beber a história do nosso clube!
ResponderEliminarObrigado por nos conceder esta possibilidade
Bravo, valente Avelino! Vingaste o Norman Hall. Foste sempre um lutador e defendeste a sagrada camisola do FC Porto até à última gota de suor. Com muito mérito, repousas entre grandes nomes do teu clube de sempre.
ResponderEliminarPinga, o nosso genial ídolo, o maior de todos os tempos, imortal!
Paizão, continua a mostrar-nos os grandes nomes do nosso querido Clube. Obrigado.
Um beijo.
As velhas técnicas obscuras do clube do Regime já existiam nos anos 30...
ResponderEliminarHoje, outras técnicas mas obscuras na mesma, tuneis, incentivos, e outras coisas que o Pinto da Costa quer que se pergunte, mas ninguém pergunta...
Grande abraço
Norman Hall, grande capitão, o nosso Porto tem tido a sorte de ter vários grandes homens a usarem essa braçadeira...
Mais um grande momento editorial, na continuidade e reforço do grande trabalho historiador. Esta obra vai ficar como um marco da Historiografia Portista e vai ser um local, não só de referência, mas de consulta permanente, tal a vastidão de dados informativos que comporta.
ResponderEliminarMuitos parabéns, mais uma vez, e quaisquer mais palavras que apetece escrever só pecariam por defeito, faltando termos para classificar devidamente tão belo estudo. É para continuar, grande amigo, que o Porto nos contempla!
Abraço
http://longara.blogspot.com/2011/03/algumas-particularidades-memoraveis-dos.html
Três notas em mais um post de excelência:
ResponderEliminar«...constelação de mágicos...»
Já naquela altura tinhamos mágicos.
«Eu imediatamente fui ao encontro do Norman Hall e desanquei-o de tal maneira que os rapazes no campo disseram: Lá mataram o Hall!»
O clube do regime já naquela altura tinha os caceteiros que arrumavam os melhores jogadores portistas.
«os benfiquistas enviaram, após a vitória, uma "comovente" mensagem ao FC Porto, felicitando o clube pelo seu desportivismo — e salientando a beleza das cordiais relações que entre ambos existiam, numa altura em que Sporting, Belenenses, Carcavelinhos e demais clubes de Lisboa tinham decidido cortar todas as relações com o Benfica e o Casa Pia, coibindo-se até de defrontá-los em iniciativas com carácter de solidariedade.»
Já naquela altura só eramos uns gajos porreiros quando perdiamos...
Um abraço
À conquista de um Futuro já com um curto passado tão brilhante.
ResponderEliminarRelato impressionante da táctica para inutilizar o Norman Hall e depois ficamos admirados com os Katsouranis e afins.
Onde há esquemas, batotice e trafulhice lá estão os bermelhos ao barulho.
Bonita foto da nossa equipa que já na altura só em classe dava 30-0 ao barcelona.
AzulForte um grande abraço.
Boa Noite
ResponderEliminarObrigado pelas peças maravilhosas da nossa história.
Aprende-se muito sobre o nosso FCP mas também se constata que a trafulhice sempre fez parte da agremiação vermelha.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarObrigado, Dragão Azul Forte por mais um capítulo da nossa bela história!;)
ResponderEliminarEsses porcos vermelhos, mesmo á oitenta anos atrás eram uns bons sacanas, infelizmente continua tudo mais o menos na mesma...
BIBÓ PORTO
Serviço público PORTISTA... gratuito!!!
ResponderEliminarHonra ao «nosso» Fernando Moreira!!!
De notar já naqueles tempos, as manobras rasteiras da jagunçada habitual... PQosP!!!