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Sobre o relatório de gestão e as contas consolidadas relativas ao exercício de 2011/2012 aprovadas na Assembleia Geral Ordinária de 08/11/2012, três notas, uma positiva, outra negativa e a última de surpresa, sobre assuntos pouco ou nada discutidos aquando da publicação dessas contas.
1– Começando pela nota positiva, vou abordar as remunerações dos administradores executivos, assunto normalmente alvo de polémica entre os portistas, nomeadamente no que toca às remunerações variáveis mais conhecidas por prémios por objetivos, como a conquista de competições. A remuneração dos membros executivos do Conselho de Administração da FCP-SAD (Pinto da Costa, Reinaldo Teles, Adelino Caldeira e Angelino Ferreira) e das suas subsidiárias (PortoComercial, FCPortoMultimédia, PortoEstádio, PortoSeguro e Dragon Tour), nos exercícios findos em 30 de Junho de 2012 e de 2011, têm a seguinte composição:
O órgão competente para realizar a avaliação de desempenho dos administradores executivos para efeito de remuneração é a Comissão de Vencimentos, que segue os critérios que em cada momento entende, com respeito pelas normas legais e estatutárias.
Nos termos das suas competências, a Comissão de Vencimentos decidiu alterar a política de remunerações aprovada em Assembleia Geral, consubstanciando-se tal alteração na revogação da atribuição da remuneração variável relativa à performance desportiva da equipa principal do FC Porto.
Em resumo, o que pretendo destacar, como se deduz do quadro supra, é a poupança de quase dois milhões de euros, o que nos tempos de crise que se vivem é um sinal de bom senso e indício de que os responsáveis estão atentos à conjuntura, podendo inferir-se que o que se passa nesta área se passará igualmente noutros centros de custos.
2- A nota negativa vai para o enorme aumento dos juros suportados, que passaram de €5.154.958 em 30/06/2011, para €7.963.012 em 30/06/2012. Ou seja, um aumento de 54,5%!!! A taxa média anual dos empréstimos bancários à data de 30/06/2012 é de 7,62% (6.78% em 30/06/2011). Com o novo empréstimo obrigacionista de 30 milhões de euros a uma taxa de 8.25%, não será de estranhar que no fim do exercício corrente, em 30/06/2013, os juros suportados estejam em cima dos 10 milhões de euros. Isto é, à volta dos 10% dos proveitos, o que é sempre um mau indicador financeiro. Com a agravante de nestes valores não estarem incluídos os juros suportados pelo FCPorto - Clube, e pela Euroantas (juros relativos ao “Project Finance” do Estádio do Dragão).
Por outras palavras, o total de quotização dos sócios não chega (nem pouco mais ou menos) para pagar aos bancos. Situação em que não se vê luz ao fundo do túnel.
3- A surpresa:
- “A rubrica “Outros valores a pagar”, em 30 de Junho de 2012, considera:…(ii) o montante de 2.750.000 euros recebido do Banco Minas Gerais a título de adiantamento no âmbito da assinatura de um contrato de parceria relativo a publicidade e apoio na construção do Museu do FCP”.
Só estranho que este assunto não tenha uma única alusão no relatório & contas do FC Porto - Clube, e seja a SAD a reportar a matéria. Afinal, o Museu é do Clube ou da SAD?
A todos os colaboradores e visitantes, os melhores Votos de um Feliz Natal e de BOM ANO NOVO!
jchs
nota: o blog BPc agradece ao JCHS a elaboração deste artigo.
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