http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/
Sou um apoiante da existência da equipa “B”.
Não a existência pela existência, não para se fazerem favores a empresários, não como aeroporto de jogadores, ou como mero conjunto de jogos frente a adversários de 2.ª.
Sou a favor de um projecto de equipa secundária com fortíssima ligação e cooperação com a equipa principal e equipa de juniores, onde os planteis são curtos e a permuta entre equipas é uma constante.
Numa fase de inequívoca redução de custos, tamanha é a crise a que o futebol também não escapa, é cada vez mais difícil garantir investimentos rentáveis, sendo que é preciso fazer apostas mais cedo, fazendo desta equipa uma espécie de incubadora, onde os jogadores são preparados, integrados, crescem, ganham ritmo e rotinas associadas á mística e cultura do clube.
Para sermos fieis ao princípio da redução de custos, não podemos ter dois planteis completos, com 25 jogadores cada, totalizando 50 jogadores. Se tal acontecer, ao invés de pouparmos, passamos a gastar mais em ordenados, a utilização de atletas em ambas as equipas passa a ser menos provável e o investimento em jovens passa a ter menor probabilidade de sucesso.
Tenho como ideal de equipa secundária o Barcelona.
Se repararmos, o plantel dos catalães é curto em termos de atletas principais (20 jogadores), jogam quase sempre os mesmos, sendo que as alternativas passam essencialmente pelos jovens da cantera, muitas vezes recrutados noutros países ainda com tenra idade (Messi é o melhor exemplo disso). O que é facto é que desta forma vão surgindo nomes atrás de nomes, vão surgindo aos poucos novas alternativas, o que propicia que o Barça faça apenas 2 ou 3 aquisições por época.
No nosso caso, e após um início de época onde me pareceu que as duas equipas não estavam correctamente sincronizadas, existindo pouca ligação na conjugação de recursos e existindo 2 planteis praticamente completos, os passos recentes que foram dados apontam no sentido de um projecto mais amadurecido, mais pensado, e onde quem está na equipa B sabe que pode subir à equipa A, e quem está na equipa A percebe que jogar na B não é um desprestígio mas sim uma forma de estar em forma para ser chamado.
A recente redução do número de jogadores no plantel principal (são actualmente 21, já após a saída de Kleber), acompanhada igualmente por 21 jogadores da equipa B, é em meu entender um bom sinal disso mesmo. Ainda assim, no meu ideal de plantel, aponta para 38 jogadores (20+18). E isto porque considero que, tal como referenciei no princípio, mesmo os melhores jogadores dos juniores devem igualmente ir jogando no “escalão superior” fazendo face ás oscilações de disponíveis no conjunto das duas equipas. Desta forma aceleram o seu crescimento (é bom não nos esquecermos que há muitos valores que se perdem nesta fase de transição por não se adaptarem aos seniores) e podem ainda aplicar essas melhorias no seu próprio campeonato de juniores. Mas ok, compreendo que para primeira ano de projecto, seria pedir já demais e seria até arriscado. Quero pensar que se estão a dar passos sólidos nesse sentido para num futuro próximo chegarmos a esse ponto.
Ao mesmo tempo, a maior frequência com que vejo os jogadores da equipa principal a jogarem os jogos da 2.ª liga agrada-me. Sou defensor de que todos os não utilizados e não convocados da A devem jogar na B. Sempre! Dessa forma ganham mais ritmo, podem recuperar activamente de lesões, além de estarem mais prontos e disponíveis física e mentalmente para a competição. Bom sinal o dado no passado fim de semana, onde dos 4 não utilizados em Guimarães, 3 evoluíram no domingo em Pedroso, juntando-se Kelvin a estes.
Simultaneamente a abertura de espírito com com os atletas encaram este percurso, é sem dúvida outro sinal positivo. Fantástico exemplo o dado por Maicon! Sem tiques de vedetismo ou nariz empinado, “desceu” à equipa B, foi capitão, ajudou à vitória, deu tudo o que tinha em campo e no fim ainda agradeceu a oportunidade, dizendo que vestir a camisola do clube é um orgulho, seja em que equipa for. Fantástico!
É caso para perguntar, porque não fizeram o mesmo Kleber ou Rolando? Não teriam se calhar consigo assim mais espaço para jogar?
E porque razão Iturbe teve sempre tantas reservas nesta alternativa, ele que agora até a guarda redes está disponível para jogar no River Plate?
Terá sido defeito dos jogadores ou uma questão comunicacional interna? Fica a dúvida...
A acrescentar a isto, há ainda a possibilidade dos mais novos se mostrarem e poderem crescer como homens, jogadores e até se afirmarem no plantel principal.
Sebá é sem dúvida um excelente exemplo.
Defendi neste espaço a contratação de um extremo desequilibrador neste mercado de Inverno.
Tal não se tendo verificado, e numa altura em que Iturbe viajou para outras paragens, Kelvin continua a mostrar o seu futebol inconsequente, e perante as ausências de James e Atsu, Sebá ganhou pontos, apresentou um futebol mais maduro, consequente e evoluído, mostrou qualidade, e afirmou-se justificadamente como mais uma alternativa.
Também Tozé que está a fazer um excelente campeonato, foi já chamado à equipa principal, e mesmo não se tendo ainda estreado, promete que tal aconteça a qualquer momento, e digo eu, com forte probabilidade de sucesso.
Perante tudo isto, começo agora a ver uma equipa B como eu imaginava e como julgo que faz sentido. Se assim acontecer, acredito que este projecto terá pernas para andar, com fortes ganhos financeiros e desportivos.
Um forte abraço,
PS – Um senão, que não é mais do que um alerta: pese embora entender como importante um bom recrutamento no estrangeiro de potenciais valores futuros, devemos ter atenção ao número de portugueses!
Não a existência pela existência, não para se fazerem favores a empresários, não como aeroporto de jogadores, ou como mero conjunto de jogos frente a adversários de 2.ª.
Sou a favor de um projecto de equipa secundária com fortíssima ligação e cooperação com a equipa principal e equipa de juniores, onde os planteis são curtos e a permuta entre equipas é uma constante.
Numa fase de inequívoca redução de custos, tamanha é a crise a que o futebol também não escapa, é cada vez mais difícil garantir investimentos rentáveis, sendo que é preciso fazer apostas mais cedo, fazendo desta equipa uma espécie de incubadora, onde os jogadores são preparados, integrados, crescem, ganham ritmo e rotinas associadas á mística e cultura do clube.
Para sermos fieis ao princípio da redução de custos, não podemos ter dois planteis completos, com 25 jogadores cada, totalizando 50 jogadores. Se tal acontecer, ao invés de pouparmos, passamos a gastar mais em ordenados, a utilização de atletas em ambas as equipas passa a ser menos provável e o investimento em jovens passa a ter menor probabilidade de sucesso.
Tenho como ideal de equipa secundária o Barcelona.
Se repararmos, o plantel dos catalães é curto em termos de atletas principais (20 jogadores), jogam quase sempre os mesmos, sendo que as alternativas passam essencialmente pelos jovens da cantera, muitas vezes recrutados noutros países ainda com tenra idade (Messi é o melhor exemplo disso). O que é facto é que desta forma vão surgindo nomes atrás de nomes, vão surgindo aos poucos novas alternativas, o que propicia que o Barça faça apenas 2 ou 3 aquisições por época.
No nosso caso, e após um início de época onde me pareceu que as duas equipas não estavam correctamente sincronizadas, existindo pouca ligação na conjugação de recursos e existindo 2 planteis praticamente completos, os passos recentes que foram dados apontam no sentido de um projecto mais amadurecido, mais pensado, e onde quem está na equipa B sabe que pode subir à equipa A, e quem está na equipa A percebe que jogar na B não é um desprestígio mas sim uma forma de estar em forma para ser chamado.
A recente redução do número de jogadores no plantel principal (são actualmente 21, já após a saída de Kleber), acompanhada igualmente por 21 jogadores da equipa B, é em meu entender um bom sinal disso mesmo. Ainda assim, no meu ideal de plantel, aponta para 38 jogadores (20+18). E isto porque considero que, tal como referenciei no princípio, mesmo os melhores jogadores dos juniores devem igualmente ir jogando no “escalão superior” fazendo face ás oscilações de disponíveis no conjunto das duas equipas. Desta forma aceleram o seu crescimento (é bom não nos esquecermos que há muitos valores que se perdem nesta fase de transição por não se adaptarem aos seniores) e podem ainda aplicar essas melhorias no seu próprio campeonato de juniores. Mas ok, compreendo que para primeira ano de projecto, seria pedir já demais e seria até arriscado. Quero pensar que se estão a dar passos sólidos nesse sentido para num futuro próximo chegarmos a esse ponto.
Ao mesmo tempo, a maior frequência com que vejo os jogadores da equipa principal a jogarem os jogos da 2.ª liga agrada-me. Sou defensor de que todos os não utilizados e não convocados da A devem jogar na B. Sempre! Dessa forma ganham mais ritmo, podem recuperar activamente de lesões, além de estarem mais prontos e disponíveis física e mentalmente para a competição. Bom sinal o dado no passado fim de semana, onde dos 4 não utilizados em Guimarães, 3 evoluíram no domingo em Pedroso, juntando-se Kelvin a estes.
Simultaneamente a abertura de espírito com com os atletas encaram este percurso, é sem dúvida outro sinal positivo. Fantástico exemplo o dado por Maicon! Sem tiques de vedetismo ou nariz empinado, “desceu” à equipa B, foi capitão, ajudou à vitória, deu tudo o que tinha em campo e no fim ainda agradeceu a oportunidade, dizendo que vestir a camisola do clube é um orgulho, seja em que equipa for. Fantástico!
É caso para perguntar, porque não fizeram o mesmo Kleber ou Rolando? Não teriam se calhar consigo assim mais espaço para jogar?
E porque razão Iturbe teve sempre tantas reservas nesta alternativa, ele que agora até a guarda redes está disponível para jogar no River Plate?
Terá sido defeito dos jogadores ou uma questão comunicacional interna? Fica a dúvida...
A acrescentar a isto, há ainda a possibilidade dos mais novos se mostrarem e poderem crescer como homens, jogadores e até se afirmarem no plantel principal.
Sebá é sem dúvida um excelente exemplo.
Defendi neste espaço a contratação de um extremo desequilibrador neste mercado de Inverno.
Tal não se tendo verificado, e numa altura em que Iturbe viajou para outras paragens, Kelvin continua a mostrar o seu futebol inconsequente, e perante as ausências de James e Atsu, Sebá ganhou pontos, apresentou um futebol mais maduro, consequente e evoluído, mostrou qualidade, e afirmou-se justificadamente como mais uma alternativa.
Também Tozé que está a fazer um excelente campeonato, foi já chamado à equipa principal, e mesmo não se tendo ainda estreado, promete que tal aconteça a qualquer momento, e digo eu, com forte probabilidade de sucesso.
Perante tudo isto, começo agora a ver uma equipa B como eu imaginava e como julgo que faz sentido. Se assim acontecer, acredito que este projecto terá pernas para andar, com fortes ganhos financeiros e desportivos.
Um forte abraço,
PS – Um senão, que não é mais do que um alerta: pese embora entender como importante um bom recrutamento no estrangeiro de potenciais valores futuros, devemos ter atenção ao número de portugueses!
Parabéns pelo excelente texto. Apenas não concordo com o exemplo de o Sebá, porque ao contrário do falado Tozé e Pedro Moreira, não houve mais nenhum que se destaca-se, de forma positisiva e, sobretudo, constante.
ResponderEliminarTendo visto os jogos da B, posso dizer que o Sebá só jogou um jogo decente, com o Slm B.
Mas, digo que adorei o texto, mesmo. À excepção do Sebá, não há mais assunto em que discorde. A nossa equipa B, infelizmente tem lacunas que podiam ser preenchidas pelos nossos juniores ou até pelos nossos A que ficam no banco. E, isto espero que mude para o ano, que sobretudo é uma questão de mentalidade. Maicon já o disse, a camisola é a mesma, Porto é Porto, os salários não mudam e eles são todos pagos para servir o Porto.
Obrigado pelo texto!
Muito bom post e bem explicado o que de facto deve ser a equipa B, concordo absolutamente. Uma nota o Sebá não me parece mau jogador e está em fase de evolução agora não vale os 5 milhões de opção, com 5 milhões vai-se ao Brasil e trás-se 10 Sebás em que 4 pelo menos são tão bons ou melhores que o Sebá.
ResponderEliminar«Se repararmos, o plantel dos catalães é curto em termos de atletas principais (20 jogadores), jogam quase sempre os mesmos, sendo que as alternativas passam essencialmente pelos jovens da cantera, muitas vezes recrutados noutros países ainda com tenra idade (Messi é o melhor exemplo disso). O que é facto é que desta forma vão surgindo nomes atrás de nomes, vão surgindo aos poucos novas alternativas, o que propicia que o Barça faça apenas 2 ou 3 aquisições por época.»
ResponderEliminarTambém acho que é por aí, mas Roma e Pavia não se fizeram num dia. O projecto do Barça está consolidado, tem muitos anos. O do F.C.Porto ainda está a dar os primeiros passos. Mas e como dizes, já se notam sinais de melhoria. Quanto aos jovens estrangeiros, não me choca, longe vai o tempo dos plantéis maioritariamente portugueses. E depois, quero é bons profissionais, que gostem de cá estar, de vestir a nossa camisola e aí, não distingo Uum Lucho, por exemplo, de um qualquer jogador formado nas nossas escolas.
Abraço
Aos ANÓNIMOS, agradecendo os elogios, gostaria de esclarecer que relativamente ao Sebá, não o considerando nesta fase um fora de série, acho que o seu futebol é mais consistente do que o de Kelvin, e não tendo sido contratado um extremo, temos que jogar com as opções disponíveis...nesse particular, agrada-me vê-lo promovido definitivamente ao plantel principal, sendo certo que julgo que o FCP tentará o prolongamento do pedido de empréstimo por mais um ano, pois concordo que 5 milhões é de facto um valor que a sua performance ainda não justifica. Esperemos que até final do ano ele demonstre valor para isso.
ResponderEliminarAo VILA POUCA sem dúvida que Roma e Pavia não se fizeram num dia, daí eu ter dito que compreendo que para primeiro ano de projecto, seria arriscado pedir mais. Quanto aos estrangeiros, não me choca minimamente ser campeão com 11 chineses, e até considero importante um bom recrutamento dessas jovens promessas. Mas ás vezes parece que não ser português é um selo de qualidade adicional, quando vão saindo todos os anos várias fornadas de juniores, muitas vezes campeões nacionais e presenças nas selecções. São esses que eu espero que evoluam na equipa B, mesmo durante o processo juvenil.
Nos 1ºs tempos irritava-me imenso ao ver a inoperância da nossa B.
ResponderEliminarTêm melhorado muito, assim saiba o clube aproveitar a mais valia que um projecto destes pode trazer...
excelente! perspectiva da nossa equipa B.
ResponderEliminarconcordo com tudo, sobretudo com este parágrafo: «sou a favor de um projecto de equipa secundária com fortíssima ligação e cooperação com a equipa principal e equipa de juniores, onde os plantéis são curtos e a permuta entre equipas é uma constante» - apesar de reconhecer que, para já, tal não se afigura fácil de concretizar.
é como já foi referido: para primeiro ano está bom.
é certo que, numa análise resultadista, a performance da equipa B deixa(va) algo a desejar. mas penso que há uma atenuante para a sofrível primeira volta (e opções técnico-tácticas à parte): os jogadores não tinham 'aquela' tarimba da Segunda Liga. em muitosjogos foram verdadeiros anjinhos, caindo demasiadas vezes na ronha das equipas com futebol mais do que sofrível que encontravam pelo caminho e que só luta(va)m pelo pontinho.
penso que actualmente já estão mais experimentados - o que não significa que "já a sabem toda", pois o seu processo de aprendizagem ainda mal começou. mas já começa a dar frutos.
somos Porto!, car@go!
«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!
saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todas(os) vós! ;)
Miguel | Tomo II