06 junho, 2013

A CULTURA DO COITADINHO

http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/

Em Portugal, existe muito a tendência para nos vitimizarmos e atribuirmos sempre a fatores externos os nossos insucessos. É uma cultura muito tuga, de que a culpa é sempre dos outros, se não conseguimos é porque não nos deixaram, se não fizemos mais e melhor a culpa não é nossa, e foi porque alguém nos prejudicou intencionalmente.

Nesse marasmo terceiro mundista e medíocre que tipifica este povo, sobressai uma instituição chamada Futebol Clube do Porto, que luta contra tudo e contra todos para alcançar os êxitos. Não se esconde atrás das dificuldades, dá o corpo às balas, e desafia os poderes instituídos neste jardim à beira mar plantado, dominado de novo pelo centralismo típico do Irão ou da Síria. Como o referenciou aqui na semana passada o amiga Farpas, tem uma cultura de exigência, que rima com ambição, querer e vontade.
Mas se essa forma de estar “à Porto” é uma pedrada no charco daquela que é a cultura dominante em Portugal, é óbvio que o expoente máximo dessa mesma cultura tinha que ser o ex líbris do regime, aquele que melhor exprime a cultura do coitadinho, do desgraçado e do prejudicado... os menstruados e cabeçudos do bairro de benfica.
A responsabilidade dos insucessos destes artistas é sempre dos árbitros, do sistema, do nosso presidente, mas também da PSP e de tudo o que rodeie qualquer fenómeno desportivo. Nunca há incapacidade, incompetência, fragilidades ou mérito adversário.

É um facto que nada disto é novidade, mas o ocorrido no último fim de semana na final four da Liga Europeia de hóquei em patins, foi tocar o limite do ridículo, do absurdo, do impensável e inacreditável.
Do alto da sua vasta e aprofundada sapiência, e à distância de 300kms (como ele gosta de estar à distância quando teme que algo possa correr mal) o Dumbo amigo do JJ, lembrou-se que não existiam condições de segurança para adeptos e jogadores dos cabeçudos jogarem a final da competição. Na verdade, o tapete vermelho não estava estendido, o povo não os recebeu com aplausos e flores na rua, e pior do que isso, nos ceús da nossa cidade, não andava o helicóptero (alguma vez o viram quando vamos nós a casa deles??) que sempre os acompanha nas suas visitas ao nosso templo sagrado.
Só que lamentavelmente, até os parolos se cansam de serem tratados como tal, e já vão existindo na estrutura dessa agremiação, bem como na sua massa adepta, alguns seres vivos que estão fartos da tangas, malabarices e palhaçadas lá do Dumbo, e como “já não comem os grupos” do artista, recusaram-se a aceitar a sua decisão.
Como é óbvio, sempre se soube que eles iriam jogar, mas o que é facto é que os objetivos desta manobra de diversão acabaram por ser amplamente alcançados:
1) desestabilizar a nossa equipa, criando a dúvida do joga ou não joga;
2) prevenir a derrota, apontando desde logo os culpados e nunca o nosso mérito;
3) obrigar as autoridades a criarem uma operação (digo eu) nunca vista em torno de um pavilhão, por forma a que os meninos que envergam as suas cores não borrassem a cueca, como é habitual na visita ao Dragão.

O que é facto, é que desta vez, a cultura do coitadinho resultou... mas só resultou porque foi protagonizada por quem foi, porque se fosse ao contrário, tal não aconteceria. Mas claro, teve o alto patrocínio da comunicação social centralista, a qual teve na RTP e SIC o momento histórico de abrir um telejornal de domingo com notícias de hóquei em patins! Parabéns à modalidade pela propaganda e publicidade gratuita que já não existia há muito tempo.
Mas onde estavam as televisões, medidas de segurança e condições para os adeptos poderem assistir ao jogo, quando viajei numa camioneta que foi impedida de entrar em lisboa para ir ao hóquei? E quando nos queimaram o autocarro? E quando quase mataram o Filipe Santos? E quando invadiram o ringue e o Paulo Alves teve que se defender com o stick? E quando Edo Bosch foi cuspido a um metro da cara? E quando este ano os portistas tiveram que saltar dentro do ringue para se protegerem? Ninguém viu, ninguém sabe, está tudo bem.... viva Portugal!

Uma palavra para os nossos atletas, treinadores e dirigentes do hóquei: eles mais do que ninguém mereciam este título, mereciam ficar na história com esta conquista! A dor que os adeptos sentem, é seguramente a duplicar em todos eles. Mas o passado ninguém apaga, e a nossa hegemonia, o nosso domínio e a nossa superioridade não vão ser apagados por um único jogo, que mesmo representando muito, não passou disso mesmo, um único jogo.
O Mundo não acabou, nem sequer a época acabou. Há uma taça de Portugal para vencer, que mesmo não apagando esta enorme dor, seguramente servirá para a atenuar. De campeões como estes, é isso que se espera!

Um grande abraço,

PS – Por curiosidade, alguém sabe qual era o prémio dos nossos jogadores em caso de conquista da Liga Europeia (a competição mais importante da Europa de clubes)?? O dos carneiros eram 2 salários.......

4 comentários:

  1. Muito Obrigado ao Tó Neves e aos jogadores pelos fantásticos momentos que proporcionaram ao longo da temporada e nesta hora menos feliz um forte abraço para todos eles, bem como um grito de incentivo para vencerem a Taça de Portugal. Força FCP!

    Abraço
    Porto Castle

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  2. É isso mesmo e para o ano há mais.
    Somos um clube de resistentes e não de desistentes.

    Abraço

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  3. Viva o Porto, somos diferentes, por isso somos os melhores, vamos à luta sempre, nunca desistimos mesmo nas horas mais difíceis.
    Porto,Porto,Portooooooooooooo
    Abraço
    Manuel moutinho

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  4. Tens razão em quase tudo, falta-te dizer que a cultura do coitadinho também à muito já chegou ao Porto. Exemplos? Vitor Pereira, o ano todo!!! Tó Nevez "Os anúncios à 1 da manhã condicionaram a equipa". Resumindo, coitadinhos...

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