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No quadro económico actual em que a concorrência e a competitividade entre empresas e países é muito importante e vital para o seu sucesso (e, no limite, no caso das empresas, para a sua sobrevivência), um dos pontos que se costuma discutir relaciona-se com os denominados “custos de contexto”.
O que são então estes custos de contexto?
Os custos de contexto podem definir-se como “acções ou omissões que prejudicam a actividade das empresas e que não são imputáveis ao investidor, ao seu negócio ou à sua organização”. Por exemplo, no caso de Portugal, fala-se na lentidão do sistema judicial, no elevado custo da energia e telecomunicações, na fiscalidade excessiva, na legislação laboral, nas burocracias, etc., como factores perturbadores para a competitividade do país (e, daí, para as suas empresas).
Feita esta pequena introdução, perguntar-se-á o que tem isto a ver com o FCP, concretamente com a sua competitividade (desportiva e financeira)?
Tem, e muito, como se verá, bastando para isso seleccionar três factores: fiscalidade, taxas de juro e estádio de desenvolvimento da economia portuguesa.
Começando pelo sistema fiscal, lembro as declarações de Pinto da Costa (JN, 25/04/2013):
O que se diz do IRS (e TSU), pode também dizer-se do IVA, nomeadamente da recente subida da taxa nos bilhetes de futebol para 23% que o presidente Pinto da Costa não se cansa de comparar aos 6% nos espectáculos pornográficos. Parece que não, mas num bilhete de 20 €, o valor líquido para o clube é de apenas 16,26 € e seria de 18,87 € se a taxa fosse de 6%. Esta diferença multiplicada por muitos milhares é dinheiro!
Estes dois exemplos são bem demonstrativos da distorção provocada pela diferente carga fiscal na concorrência internacional de que são vítimas os clubes nacionais, particularmente os que estão expostos a essa concorrência como é o caso do FCP.
Em segundo lugar, temos as taxas de juro que pesam (e de que maneira!) nas contas do FCP. Para se ficar com uma ideia, números redondos, o FCP suporta actualmente 10 milhões de euros em juros anuais a uma taxa de juro média de 8%. Para clubes que tenham o mesmo nível de endividamento do FCP mas que pertençam a países em que a taxa de juro é metade da portuguesa (como sabemos a brutal subida da taxa de juro nos últimos anos afectou particularmente a economia portuguesa), a poupança anual é de 5 milhões de euros!
Em terceiro lugar, o estádio de desenvolvimento da economia portuguesa (e também da sua demografia) tem um impacto muito grande nas receitas dos clubes. Basta comparar as receitas dos direitos televisivos, as receitas de bilheteira e as receitas de publicidade com as mesmas receitas dos clubes congéneres europeus para se ficar com uma ideia da desigualdade existente.
Ora bem, se até aqui descrevi os custos de contexto transversais (isto é, os que afectam de forma igual todos os clubes portugueses comparativamente aos outros clubes europeus – competitividade internacional), falta apontar os custos de contexto pontuais (isto é, os que afectam de forma desigual os clubes portugueses – competitividade interna).
Neste último caso, estou a referir-me concretamente ao centralismo político em geral e ao centralismo da comunicação social em particular. Acho que não vale muito a pena desenvolver este tema, tal é a discriminação que diariamente todos sentem (todos menos os lisboetas, claro!). No caso do futebol, é gritante a diferença de tratamento entre os clubes da 2º circular e o FCP por parte dos media da capital, em benefício dos mesmos de sempre. E, a nível político, que dizer de um Presidente da República (Jorge Sampaio) que teve a desfaçatez de condecorar uma selecção e um seleccionador derrotados e ignorar o FCP e José Mourinho no ano em que foram campeões europeus?
É, assim, neste espectro bem negro, real e nada ficcionado, que o FCP e a sua administração tem de navegar e gerir em condições bem difíceis. É claro que isto sempre foi assim, umas vezes melhor, outras pior. Mas, lá está, como sabem e dizem os Portistas:
nota: o blog BPc agradece ao JCHS a elaboração deste artigo.
O que são então estes custos de contexto?
Os custos de contexto podem definir-se como “acções ou omissões que prejudicam a actividade das empresas e que não são imputáveis ao investidor, ao seu negócio ou à sua organização”. Por exemplo, no caso de Portugal, fala-se na lentidão do sistema judicial, no elevado custo da energia e telecomunicações, na fiscalidade excessiva, na legislação laboral, nas burocracias, etc., como factores perturbadores para a competitividade do país (e, daí, para as suas empresas).
Feita esta pequena introdução, perguntar-se-á o que tem isto a ver com o FCP, concretamente com a sua competitividade (desportiva e financeira)?
Tem, e muito, como se verá, bastando para isso seleccionar três factores: fiscalidade, taxas de juro e estádio de desenvolvimento da economia portuguesa.
Começando pelo sistema fiscal, lembro as declarações de Pinto da Costa (JN, 25/04/2013):
- “Em 2012, o FCP pagou 21 milhões de euros em impostos. Não foram 2,1 milhões! A carga fiscal é cada vez maior e não antevejo melhoras”.
O que se diz do IRS (e TSU), pode também dizer-se do IVA, nomeadamente da recente subida da taxa nos bilhetes de futebol para 23% que o presidente Pinto da Costa não se cansa de comparar aos 6% nos espectáculos pornográficos. Parece que não, mas num bilhete de 20 €, o valor líquido para o clube é de apenas 16,26 € e seria de 18,87 € se a taxa fosse de 6%. Esta diferença multiplicada por muitos milhares é dinheiro!
Estes dois exemplos são bem demonstrativos da distorção provocada pela diferente carga fiscal na concorrência internacional de que são vítimas os clubes nacionais, particularmente os que estão expostos a essa concorrência como é o caso do FCP.
Em segundo lugar, temos as taxas de juro que pesam (e de que maneira!) nas contas do FCP. Para se ficar com uma ideia, números redondos, o FCP suporta actualmente 10 milhões de euros em juros anuais a uma taxa de juro média de 8%. Para clubes que tenham o mesmo nível de endividamento do FCP mas que pertençam a países em que a taxa de juro é metade da portuguesa (como sabemos a brutal subida da taxa de juro nos últimos anos afectou particularmente a economia portuguesa), a poupança anual é de 5 milhões de euros!
Em terceiro lugar, o estádio de desenvolvimento da economia portuguesa (e também da sua demografia) tem um impacto muito grande nas receitas dos clubes. Basta comparar as receitas dos direitos televisivos, as receitas de bilheteira e as receitas de publicidade com as mesmas receitas dos clubes congéneres europeus para se ficar com uma ideia da desigualdade existente.
Ora bem, se até aqui descrevi os custos de contexto transversais (isto é, os que afectam de forma igual todos os clubes portugueses comparativamente aos outros clubes europeus – competitividade internacional), falta apontar os custos de contexto pontuais (isto é, os que afectam de forma desigual os clubes portugueses – competitividade interna).
Neste último caso, estou a referir-me concretamente ao centralismo político em geral e ao centralismo da comunicação social em particular. Acho que não vale muito a pena desenvolver este tema, tal é a discriminação que diariamente todos sentem (todos menos os lisboetas, claro!). No caso do futebol, é gritante a diferença de tratamento entre os clubes da 2º circular e o FCP por parte dos media da capital, em benefício dos mesmos de sempre. E, a nível político, que dizer de um Presidente da República (Jorge Sampaio) que teve a desfaçatez de condecorar uma selecção e um seleccionador derrotados e ignorar o FCP e José Mourinho no ano em que foram campeões europeus?
É, assim, neste espectro bem negro, real e nada ficcionado, que o FCP e a sua administração tem de navegar e gerir em condições bem difíceis. É claro que isto sempre foi assim, umas vezes melhor, outras pior. Mas, lá está, como sabem e dizem os Portistas:
- “Não nos basta sermos melhores, temos de ser muito melhores!!!”.
nota: o blog BPc agradece ao JCHS a elaboração deste artigo.
ResponderEliminarnão, não.
o nosso FC Porto não (con)vence também por causa dos custos de contexto.
o nosso FC Porto vence graças à fruta, aos rebuçados, ao primo do tripulha, às escutas e ao raio que os parta a todos*
(obviamente que estou a ser irónico)
(* i.e., aos lampiões que não se mentalizam que há muito mérito em vencer em condições bastante adversas, sem «poços de petróleo» e filhas de presidentes angolanos)
somos Porto!, car@go!
«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!
saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todas(os) vós! ;)
Miguel | Tomo II
Porquê o F.C.PORTO não muda a sua sede fiscal para a Holanda como fez a Jerónimo Martins? talvez eles assim começem a entender...
ResponderEliminarPinto da Costa na Afurada, goza com o Benfica https://www.youtube.com/watch?v=aBsafFycO6U
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