http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/
Gostava de falar de outra coisa que não fosse a actualidade da nossa equipa de futebol. Por exemplo, do nosso novo site oficial (finalmente!), que em termos estéticos é sem dúvida um grande passo em frente, mas que ainda não tive tempo de explorar com atenção. Ou das modalidades, como sempre a honrar o símbolo que levam ao peito, apesar de todas as dificuldades. Mas não consigo tirar da cabeça a situação que vivemos no futebol, sentimento que acredito partilhar com todos, ou quase todos, os Portistas.
É difícil pensar em soluções concretas, quando tantas coisas parecem contribuir para o momento que atravessamos. No aspecto técnico, falhas atrás de falhas comprometem jogadas e jogos de forma inadmissível e quase infantil. No aspecto táctico, eu, que pouco percebo disso, vejo uma equipa partida, que não sabe construir jogo, e leio e ouço quem sabe do assunto apontar essas e muitas outras falhas. A atitude é miserável, aquela raça tripeira de deixar tudo em campo e antes quebrar que torcer só aparece, e de levezinho, nos últimos minutos dos jogos, já com o caldo entornado. O discurso é pobre, antes dos jogos não motiva nem entusiasma e depois deles insiste em disfarçar o que todos vêem e desculpar o que há muito se tornou indesculpável. E o pior de tudo é que não se detecta qualquer tipo de evolução. Se em alguma altura fazemos um bom jogo ou, pelo menos, um bom período num jogo, logo tratamos de regressar ao ponto zero no jogo seguinte, sem se verificar qualquer progresso consistente, por pequeno e lento que seja.
Sim, (ainda) vamos em primeiro, mas 1 ponto de vantagem nesta altura do campeonato, ainda por cima quando há apenas duas jornadas não era 1 ponto mas 5, significa coisa nenhuma. Tal como as estatísticas, caro Paulo Fonseca, significam coisa nenhuma. Jogar bem, ganhar quase todos os jogos, evoluir, solidificar a equipa - só isso nos poderá dar confiança no futuro. E desde o início da época que temos estado bem longe dessa bitola.
Desde o primeiro mau resultado do Porto de Paulo Fonseca que se ouve dizer, em tom de brincadeira, "volta Vítor Pereira, estás perdoado". Com o passar do tempo e o acumular de maus resultados e piores exibições, a frequência a que se ouve a frase aumenta e o tom de brincadeira diminui. Não que a maioria dos adeptos queira de facto o regresso de Vítor Pereira das Arábias nesta altura, mas é já sem ironia que muitos de nós admitimos ter saudades do espinhense. Com ele, o nosso futebol não era bonito, os jogos não eram uma alegria, mas os resultados, salvo alguns desaires que ainda nos custa engolir, foram aparecendo. E via-se um esquema de jogo, uma identidade do treinador, que se foi cimentando. Valores individuais destacavam-se ou despontavam, o que não acontece no cenário actual, onde, pelo contrário, corremos o risco de desaproveitar o enorme potencial de alguns atletas.
É inevitável apontar o dedo ao Paulo Fonseca: em última análise, a prestação de uma equipa de futebol é sempre reflexo do seu treinador. Se os jogadores não jogam bem, se falham golos, erram passes e dão borlas na defesa, a culpa é do treinador, pois é ele quem os treina. Se os jogadores não dão o litro, a culpa é do treinador, pois é ele quem tem o dever de manter a equipa motivada. Se os jogadores são fracos, a culpa é do treinador, pois é ele quem os escolhe. Não há por onde fugir: o treinador é responsável, mesmo que não seja o único responsável. E é também o bode expiatório mais frequente, por ser a saída imediata mais fácil: troca-se uma única peça, e tudo muda. Muitas vezes, trocar de treinador é até uma forma de, independentemente da competência e da culpa efectiva do treinador que sai, a direcção de um clube que vem tendo maus resultados dar um murro na mesa, mostrar que não está conformada e renovar a esperança e a motivação dos adeptos.
Mas apesar desse efeito psicológico de curto prazo, mudar de treinador não é a solução mágica com que muitas vezes sonhamos, e trazer alguém novo a meio da época implica sempre um período de transição e de adaptação que pode não só não melhorar, mas ainda agravar a situação. No nosso clube, as últimas chicotadas psicológicas não foram capazes de salvar a época, embora tenhamos sempre sido campeões na época seguinte. Por outro lado, insistir num erro até final da temporada também não traz consequências melhores - veja-se as duas últimas épocas de Fernando Santos. No entanto, também tivemos treinadores que alguns adeptos teriam despedido a meio da época mas que acabaram por triunfar (como Jesualdo em 2009 ou mesmo Vítor Pereira), conquistando títulos que talvez não tivéssemos conquistado se tivéssemos mudado de treinador.
É inegável que a nossa situação actual exige uma mudança, e trocar de treinador é a mudança mais óbvia, pelo que, emocionalmente, é difícil resistir à tentação de a desejar. Racionalmente, porém, quero acreditar que, em conjunto, equipa técnica e estrutura serão capazes de identificar e corrigir os problemas que nos trouxeram até aqui, sem que seja necessário recorrer a medidas extremas.
Antes de mais, Paulo Fonseca, pára de tentar enganar-nos nas conferências de imprensa. Nós também vemos os jogos. É que, se este é o teu conceito de "jogar bem", tens mentalidade de treinador de equipa pequena e estás a mais no nosso clube. Espero que não seja o caso, mas é preciso demonstrá-lo. É preciso que estes empates ridículos com equipas sem argumentos tenham sido o nosso bater no fundo, e que a partir daqui seja sempre a subir. Não exigimos passar a jogar futebol de sonho da noite para o dia, mas temos mesmo de começar a apresentar algum progresso e caminhar na direcção daquilo que os adeptos esperam desta equipa. E de ti. Não nos desiludas.
É difícil pensar em soluções concretas, quando tantas coisas parecem contribuir para o momento que atravessamos. No aspecto técnico, falhas atrás de falhas comprometem jogadas e jogos de forma inadmissível e quase infantil. No aspecto táctico, eu, que pouco percebo disso, vejo uma equipa partida, que não sabe construir jogo, e leio e ouço quem sabe do assunto apontar essas e muitas outras falhas. A atitude é miserável, aquela raça tripeira de deixar tudo em campo e antes quebrar que torcer só aparece, e de levezinho, nos últimos minutos dos jogos, já com o caldo entornado. O discurso é pobre, antes dos jogos não motiva nem entusiasma e depois deles insiste em disfarçar o que todos vêem e desculpar o que há muito se tornou indesculpável. E o pior de tudo é que não se detecta qualquer tipo de evolução. Se em alguma altura fazemos um bom jogo ou, pelo menos, um bom período num jogo, logo tratamos de regressar ao ponto zero no jogo seguinte, sem se verificar qualquer progresso consistente, por pequeno e lento que seja.
Sim, (ainda) vamos em primeiro, mas 1 ponto de vantagem nesta altura do campeonato, ainda por cima quando há apenas duas jornadas não era 1 ponto mas 5, significa coisa nenhuma. Tal como as estatísticas, caro Paulo Fonseca, significam coisa nenhuma. Jogar bem, ganhar quase todos os jogos, evoluir, solidificar a equipa - só isso nos poderá dar confiança no futuro. E desde o início da época que temos estado bem longe dessa bitola.
Desde o primeiro mau resultado do Porto de Paulo Fonseca que se ouve dizer, em tom de brincadeira, "volta Vítor Pereira, estás perdoado". Com o passar do tempo e o acumular de maus resultados e piores exibições, a frequência a que se ouve a frase aumenta e o tom de brincadeira diminui. Não que a maioria dos adeptos queira de facto o regresso de Vítor Pereira das Arábias nesta altura, mas é já sem ironia que muitos de nós admitimos ter saudades do espinhense. Com ele, o nosso futebol não era bonito, os jogos não eram uma alegria, mas os resultados, salvo alguns desaires que ainda nos custa engolir, foram aparecendo. E via-se um esquema de jogo, uma identidade do treinador, que se foi cimentando. Valores individuais destacavam-se ou despontavam, o que não acontece no cenário actual, onde, pelo contrário, corremos o risco de desaproveitar o enorme potencial de alguns atletas.
É inevitável apontar o dedo ao Paulo Fonseca: em última análise, a prestação de uma equipa de futebol é sempre reflexo do seu treinador. Se os jogadores não jogam bem, se falham golos, erram passes e dão borlas na defesa, a culpa é do treinador, pois é ele quem os treina. Se os jogadores não dão o litro, a culpa é do treinador, pois é ele quem tem o dever de manter a equipa motivada. Se os jogadores são fracos, a culpa é do treinador, pois é ele quem os escolhe. Não há por onde fugir: o treinador é responsável, mesmo que não seja o único responsável. E é também o bode expiatório mais frequente, por ser a saída imediata mais fácil: troca-se uma única peça, e tudo muda. Muitas vezes, trocar de treinador é até uma forma de, independentemente da competência e da culpa efectiva do treinador que sai, a direcção de um clube que vem tendo maus resultados dar um murro na mesa, mostrar que não está conformada e renovar a esperança e a motivação dos adeptos.
Mas apesar desse efeito psicológico de curto prazo, mudar de treinador não é a solução mágica com que muitas vezes sonhamos, e trazer alguém novo a meio da época implica sempre um período de transição e de adaptação que pode não só não melhorar, mas ainda agravar a situação. No nosso clube, as últimas chicotadas psicológicas não foram capazes de salvar a época, embora tenhamos sempre sido campeões na época seguinte. Por outro lado, insistir num erro até final da temporada também não traz consequências melhores - veja-se as duas últimas épocas de Fernando Santos. No entanto, também tivemos treinadores que alguns adeptos teriam despedido a meio da época mas que acabaram por triunfar (como Jesualdo em 2009 ou mesmo Vítor Pereira), conquistando títulos que talvez não tivéssemos conquistado se tivéssemos mudado de treinador.
É inegável que a nossa situação actual exige uma mudança, e trocar de treinador é a mudança mais óbvia, pelo que, emocionalmente, é difícil resistir à tentação de a desejar. Racionalmente, porém, quero acreditar que, em conjunto, equipa técnica e estrutura serão capazes de identificar e corrigir os problemas que nos trouxeram até aqui, sem que seja necessário recorrer a medidas extremas.
Antes de mais, Paulo Fonseca, pára de tentar enganar-nos nas conferências de imprensa. Nós também vemos os jogos. É que, se este é o teu conceito de "jogar bem", tens mentalidade de treinador de equipa pequena e estás a mais no nosso clube. Espero que não seja o caso, mas é preciso demonstrá-lo. É preciso que estes empates ridículos com equipas sem argumentos tenham sido o nosso bater no fundo, e que a partir daqui seja sempre a subir. Não exigimos passar a jogar futebol de sonho da noite para o dia, mas temos mesmo de começar a apresentar algum progresso e caminhar na direcção daquilo que os adeptos esperam desta equipa. E de ti. Não nos desiludas.
Sem demagogia, sem álibis, sem escamotear, sem exageros; com coerência, com responsabilidade, com clarividência,
ResponderEliminarDISSESTE TUDO E MUITO BEM! Como é teu hábito.
ENID, BIBÓ PORTO!
"Antes de mais, Paulo Fonseca, pára de tentar enganar-nos nas conferências de imprensa. Nós também vemos os jogos. É que, se este é o teu conceito de "jogar bem", tens mentalidade de treinador de equipa pequena e estás a mais no nosso clube. Espero que não seja o caso, mas é preciso demonstrá-lo. É preciso que estes empates ridículos com equipas sem argumentos tenham sido o nosso bater no fundo, e que a partir daqui seja sempre a subir. Não exigimos passar a jogar futebol de sonho da noite para o dia, mas temos mesmo de começar a apresentar algum progresso e caminhar na direcção daquilo que os adeptos esperam desta equipa. E de ti. Não nos desiludas."
ResponderEliminarISTO! É assim mesmo. É assim que se fala, sem ter nada a temer, e sem receios de criar instabilidade, como nos acusam muitos, que pensam que são mais portistas que os outros. Porque para esses tens que abanar a cabeça e aceitar frases do PF como a de ontem “que quase somos uma equipa perfeita”. Não, chega, há que dizer as verdades. O estádio está vazio, o futebol que se joga é mau, e os resultados começam a faltar. Acorda PF.
É com o teu Portismo genuíno e desinteressado que me identifico.
Já dizia o grande Mestre que o meio campo é onde se ganham e perdem jogos e este sr que se senta no banco tinha obrigacao de saber que mexer numa coisa que vinha funcionando bem ha muito tempo( solidez defensiva)só podía dar nisto.Os resultados estao aí até nós que nao sabemos nada de táticas sabemos porque é que o Otamendi falha porque é que o mangala falha porque é que o Danilo falha e porque o Sandro falha.O prestigio que este clube atingiu devia estar a salvo de experiencias ridículas como a escolha deste treinador e nao digo mais nada.
ResponderEliminarCara ENID
ResponderEliminarComo sabe já venho da velha guarda, quando não ganhávamos nada. Dos anos 80 para cá, estamos habituados a vencer tudo. Confesso que não compreendo o que se está a passar esta temporada, até porque os jogos da pré-época pareciam adivinhar um campeonato sem sobressaltos. A sua análise está correctíssima e, por maior simpatia que Paulo Fonseca nos possa suscitar, penso que qualquer coisa tem que mudar e, a data limite para substituir o treinador, deveria ser mesmo no período de paragem do Natal.
Contudo, e pelo que nos tem habituado, não acredito que o nosso presidente vá tomar essa decisão por enquanto. Sempre jogou com o factor estabilidade e não se costuma precipitar. Temos que deitar para trás das costas a miserável campanha que os pasquins da capital estão a fazer (o clube da treta tem menos 3 pontos do que na época passada), esquecer as nomeações provocatórias, e esperar que os dois circos da segunda circular se digladiem entre si.
Um beijinho para si e obrigado por mais um excelente artigo.
Boa noite amigos Portistas.
ResponderEliminarNão me vou alongar porque os que colegas que falaram anteriormente, disseram muito e disseram sobretudo bem, quero apenas vincar e louvar 2 pontos de vistas, certamente de 2 ferrenhos dragões como somos todos nós, que ama mos o FC Porto. Primeiro, o Enid ""Antes de mais, Paulo Fonseca, pára de tentar enganar-nos nas conferências de imprensa. Nós também vemos os jogos. É que, se este é o teu conceito de "jogar bem", tens mentalidade de treinador de equipa pequena e estás a mais no nosso clube. Espero que não seja o caso, mas é preciso demonstrá-lo. É preciso que estes empates ridículos com equipas sem argumentos tenham sido o nosso bater no fundo, e que a partir daqui seja sempre a subir. Não exigimos passar a jogar futebol de sonho da noite para o dia, mas temos mesmo de começar a apresentar algum progresso e caminhar na direcção daquilo que os adeptos esperam desta equipa. E de ti. Não nos desiludas.", acrescentando que subscrevo a 99%, tirando a parte de PF não nos desiludir, na minha opinião já desiludiu e de forma definitiva, tal o descrédito que caiu , não só pela falta de qualidade de jogo da equipa, como pelo chico espertismo de querer fazer a massa associativa de estupida, com as barbaridades e mentiras que diz nas conferencias de imprensa. Em seguido cito o Lucho "Não, chega, há que dizer as verdades. O estádio está vazio, o futebol que se joga é mau, e os resultados começam a faltar", é um facto e é ainda mais preocupante, eu com lugar anual desde sempre no dragão, nunca me senti tão só na minha 2ª casa como senti nos ultimos 2 jogos...Para além , da diminuição drástica nos numeros das assistencias, nesses 2 jogos, a descrença na equipa é brutal, e o ambiente pesadissimo...Para os que dizem , tal como PF , que tudo está bem, eu não me acredito que os portistas estejam a ficar estupidos, ou estejam todos a ver mal as coisas...
Forte abraço, e espero que as coisas mudem, e assim for, muitos de nós teremos de fazer o mea culpa, e dizer que estavamos equivocados, e pela minha parte, farei esse mea culpa com todo o gosto, seria sinal que demos a volta, e estariamos no bom caminho.
Forte abraço, em especial a todos os que vão a Coimbra ajudar a lutar por mais 3 pontos.
Eduardo
Rio Tinto