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FC PORTO-ACADÉMICA, 3-1
Primeira Liga, 14ª jornada
dom, 20 Dezembro 2015 • 20:30
Estádio: Dragão, Porto
Assistência: 32.122
Árbitro: Bruno Esteves (Setúbal).
Assistentes: Venâncio Tomé e Rui Teixeira.
4.º Árbitro: Hélder Malheiro.
FC PORTO: Casillas, Maxi, Maicon (c), Martins Indi, Layún, Rúben Neves, Danilo, Herrera, Corona, Aboubakar, Brahimi.
Suplentes: Helton, Marcano, Tello (78' Brahimi), Sérgio Oliveira, Evandro (73' Rúben Neves), André Silva, Bueno (85' Corona).
Treinador: Julen Lopetegui.
ACADÉMICA: Pedro Trigueira, Aderlan Silva, Iago Santos, Ricardo Nascimento, Ofori, Fernando Alexandre, Nuno Piloto, Pedro Nuno, Ivanildo, Rafael Lopes, Nii Plange.
Suplentes: Lee, Marinho, Bouadla, Rabiola (70' Rafael Lopes), João Real, Rui Pedro (65' Pedro Nuno), Hugo Seco (58' Ivanildo).
Treinador: Filipe Gouveia.
Ao intervalo: 1-0.
Marcadores: Danilo (7'), Aboubakar (53'), Herrera (72'), Rui Pedro (84').
Disciplina: cartão amarelo a Rafael Lopes (33'), Fernando Alexandre (53'), Danilo (89').
O FC Porto, depois de muito tempo, volta à liderança isolada na Liga. Desde os primeiros tempos de Paulo Fonseca que o FC Porto não se encontrava nesta posição. Julen Lopetegui estreia-se na liderança depois da derrota do Sporting na ilha da Madeira. Um importante indicador para o que aí vem num futuro próximo. O FC Porto tem agora a oportunidade de mostrar que está disposto a lutar pelo título e o próximo jogo em Alvalade poderá ser a alavanca de que a equipa precisa.
Perante uma Académica bem organizada e sabendo da derrota do Sporting, o FC Porto tinha de entrar com bastante intensidade para chegar ao golo cedo e sossegar as hostes. A vitória era obrigatória e desta vez o FC Porto não vacilou como fez por duas ou três vezes na época passada.
A entrada no jogo foi realmente de Dragão e o golo chegou bastante cedo. Estavam decorridos 7 minutos de jogo quando na conversão de um pontapé de canto por Layún, Danilo Pereira surgiu ao primeiro poste de rompante e cabeceou para a baliza da Académica. A bola ainda bateu no guarda-redes Pedro Trigueira mas a potência do remate não permitiu a defesa completa.
O FC Porto manteve a toada atacante e os níveis bem elevados e surgiram algumas jogadas de algum perigo que não resultaram em golo por algum desacerto no último passe. Danilo Pereira rubricou talvez a melhor exibição desde que está no FC Porto e, quiçá, pela zona que ocupou em campo. Fez dupla com R. Neves mas jogou um pouco mais adiantado nas transições ofensivas.
Numa das investidas à área coimbrã, Danilo Pereira tirou tinta ao poste com um remate fortíssimo com o pé esquerdo a rasar o poste da baliza de Pedro Trigueira. A Académica defendia como podia e não conseguia passar o seu meio-campo. Apenas perto da meia hora é que conseguiu um remate para defesa de Iker Casillas para canto.
Apesar da atitude e postura da equipa do FC Porto, as oportunidades não foram iminentes mas os Dragões mostraram que estavam ali para arrecadar os três pontos e alcançarem a liderança isolada que lhes foge há dois anos.
Na segunda parte, os portistas vieram novamente com a intenção de entrar forte, sem sequer deixarem a Académica respirar ou pensar o jogo. Aos 52 minutos de jogo, novo golo. Novamente Layún, na jogada, cobrou um livre tenso para a área e Aboubakar, de cabeça, rematou para a baliza sem hipóteses para o guarda-redes academista.
Layún é cada vez mais uma referência nesta equipa do FC Porto. Li e ouvi por aí que dar 7 milhões por este jogador é dinheiro mal investido para a idade que o jogador tem e que o investimento não terá retorno. Ai sim? E Maxi Pereira tem? 3 milhões por época? E Casillas tem? Mais uns quantos milhões por época?
E o rendimento desportivo do atleta não é levado em conta? A polivalência do jogador que pode jogar em quatro posições também não? Ou preferem investir 7 milhões em Herreras, Reyes ou Oswaldos? Ou então em promessas que nunca passarão disso (Iturbe, Kelvin…)
No Dragão, depois do 2-0, respirou-se ambiente natalício. Começaram os preparativos para a quadra e votos de boas festas lá para baixo. Para Jesus, badochas e companhia. A pedalada no Natal não é para aqueles lados e afinal o ciclismo dava cá um jeitão nesta altura…
O espectáculo no Dragão continuou e perto dos 75 minutos, houve uma jogada fantástica no sempre bem tratado relvado do Dragão. Rúben Neves rodopia sobre um adversário junto à linha lateral perto do meio-campo e desmarca na direita Jesus Corona com um passe de 30 metros. O mexicano faz a recepção, faz gato sapato do lateral da Académica, cruza para o coração da área onde aparece Herrera a fazer um golo de antologia. De calcanhar. Hector tem destas coisas. Pode estar a fazer 20 jogos só a cometer disparates e depois tira um coelho da cartola. É tão capaz de falhar um golo de baliza aberta como depois marca um golo do meio da rua.
O 3-0 estava feito e a vitória alcançada. Altura para Julen Lopetegui operar algumas substituições na partida. Saíram R. Neves e Brahimi para as entradas de Tello e Evandro e nas bancadas pedia-se a estreia do ponta-de-lança da equipa B, André Silva. Foi então que surgiu algo onde tem que se ter duas leituras.
Faltavam cerca de 10 minutos para o fim do jogo quando no Dragão e através da tv se ouviu uma monumental assobiadela. Depois de 3-0 e de uma exibição conseguida que dá a liderança na liga, uma assobiadela? Porquê isto?
Os adeptos viram André Silva aquecer juntamente com outros colegas e começaram a entoar o seu nome. Mas na hora da substituição, Lopetegui optou por Bueno. Perante esta decisão ouviu-se um coro de assobios e uma manifestação contra o treinador. Atitude lamentável e reprovável da massa associativa. Claramente! Li muitos testemunhos em que se disse que a massa associativa está mal habituada, que nunca aconteceu cenas destas e que é uma vergonha. Não é bem assim.
Lembro-me no 1º ano de Ivic em que assisti a monumentais assobiadelas que o croata ouviu por retirar Gomes da equipa ou por não o colocar a jogar, ou por outra situação semelhante. O coro de assobios era de tal forma que tornou a continuidade de Ivic insustentável. Um treinador que venceu tudo numa época, excepto a taça dos campeões em que foi eliminado e mal pelo Real Madrid.
Mas vamos ver para além disto? Vou dizer o que penso. Esta noite foi uma bela oportunidade para Julen Lopetegui ganhar alguma simpatia da parte da massa associativa. Primeiro porque o treinador nunca teve apoio como tiveram outros treinadores. Segundo por causa da recente e precoce eliminação da champions league. Terceiro por ser um treinador sem qualquer currículo.
Ora perante a possibilidade e a realidade de tomada da liderança da Liga, perante a boa exibição e resultado frente à Académica, o bom senso e a inteligência dizem que Lopetegui deveria ter colocado André Silva em jogo. Era merecido para o jogador, iria criar um ambiente ainda mais interessante no Dragão e Lopetegui poderia começar a virar uma página menos boa da sua passagem no Dragão.
Li e ouvi o presidente dizer, no final do jogo, que o treinador estava ali para colocar a equipa a jogar e a ganhar e não para ser simpático. Se quisermos ser rigorosamente pragmáticos e objectivos, plenamente de acordo. Mas não é bem assim. Às vezes uma atitude inteligente e de bom senso muitas vezes ajudam a ganhar jogos e não atitudes demasiadas rígidas, orgulhosas e de posição de força como foi o caso. Temos que ser razoáveis.
Li e ouvi também que o treinador tem que tomar decisões por responsabilidade e não por popularidade. Concordo. Claramente. E quantas decisões foram tomadas de uma forma leviana e totalmente desajustadas em vários jogos? Pergunto eu. Acho que um banho de humildade só lhe ficava bem, principalmente para alguém que até hoje ainda não justificou o motivo pelo qual foi contratado: GANHAR.
Quero muito chegar ao fim da época cheio de vitórias em todas as provas, a levantar taças e no fim estar a meter a viola no saco. Fá-lo-ei com todo prazer mas estou, precisamente em Dezembro, a fazer uma análise do actual momento e o que penso é isto.
Assobiar uma decisão e um jogador que vai entrar em jogo é muito mau mas também não abona nada a favor do técnico atitudes como as que teve esta noite. Tem legitimidade para tomar as decisões que tomou? Tem, toda a legitimidade! É razoável, inteligente e de bom senso? Não, de maneira nenhuma.
Entretanto no meio deste episódio, a Académica marcou o seu golo por Rui Pedro, num lance de fora-de-jogo de Rabiola. Faltavam poucos minutos para o fim da partida.
O jogo terminou pouco depois com o resultado final de 3-1. Na próxima jornada, dia 2 de Janeiro, o FC Porto desloca-se a Alvalade para defrontar o Sporting, 2º classificado. Uma vitória pode catapultar a equipa para o título. Mas antes, os Dragões recebem o Marítimo para a taça CTT no estádio do Dragão no próximo dia 29.
Até lá, votos de boas festas e não abusem das rabanadas. Deixem os exageros para os badochas.
DECLARAÇÕES
Lopetegui: “Fizemos um grandíssimo jogo”
Uma boa exibição e uma vitória a condizer. Foi desta forma que Julen Lopetegui resumiu o jogo em que o FC Porto bateu a Académica (3-1) e ascendeu à liderança da Liga NOS, à 14.ª jornada. O treinador espanhol deu os parabéns à equipa pela “atitude, carácter e personalidade” que mostrou ao longo dos 90 minutos, defendendo que a derrota do Sporting não serviu de motivação, porque “a obrigação e a vontade” dos azuis e brancos era a conquista dos três pontos.
“Entrámos fortes como sempre. Não porque era um jogo de liderança, mas porque temos de entrar sempre assim. Mas a verdade é que a equipa esteve muito bem durante todo o encontro, com e sem bola. Fez um grandíssimo jogo em todos os aspetos, tanto técnicos como táticos, teve intensidade do início ao fim e boa circulação, diante de uma equipa organizada, sempre com 11 jogadores atrás da linha da bola, o que nos obrigava a sair com precisão e concentração”, analisou o técnico, que considerou o FC Porto um “justíssimo vencedor” e felicitou os jogadores “pela atitude, carácter e personalidade” que colocaram em campo.
Os portistas entraram em campo poucos minutos depois de o Sporting perder na Madeira, frente ao União, mas Lopetegui frisou que o resultado dos leões não influenciou os jogadores, porque ganhar este jogo “era obrigação e vontade”. A conjugação de resultados permite que os azuis e brancos se isolem na liderança da Liga, mas o técnico lembrou que ainda há “um caminho longo pela frente”. “É sempre agradável estar no primeiro lugar, estamos mais felizes nesta posição do que estávamos quando éramos segundos, mas ainda temos muito trabalho e é isso que vamos continuar a fazer depois desta pausa, que é curta”, reconheceu.
Lopetegui negou ainda que o triunfo tenha tido um sabor especial por ter permitido ao FC Porto ascender ao primeiro lugar isolado do campeonato, algo que nunca tinha acontecido desde que assumiu o comando técnico dos Dragões, em 2014/15. “Para mim o mais importante é a atitude, o caráter, a personalidade dos rapazes, o trabalho diário. Os caminhos são difíceis, o mais importante é que quando precisámos do carinho e apoio do público tivemo-lo”.
Segue-se o Sporting no calendário do campeonato (a visita a Alvalade está marcada para 2 de Janeiro), mas o treinador não quis abordar o clássico, preferindo deixar algumas palavras de alento a André Silva, que não saiu do banco de suplentes, ao contrário do que os adeptos pretendiam: “É normal, um rapaz da casa, que está a crescer e que vai ter a sua oportunidade. Mas temos de tomar as decisões por responsabilidade, e não popularidade, e o Alberto Bueno entrou muito bem”.
ARBITRAGEM
RESUMO DO JOGO
Primeira Liga, 14ª jornada
dom, 20 Dezembro 2015 • 20:30
Estádio: Dragão, Porto
Assistência: 32.122
Árbitro: Bruno Esteves (Setúbal).
Assistentes: Venâncio Tomé e Rui Teixeira.
4.º Árbitro: Hélder Malheiro.
FC PORTO: Casillas, Maxi, Maicon (c), Martins Indi, Layún, Rúben Neves, Danilo, Herrera, Corona, Aboubakar, Brahimi.
Suplentes: Helton, Marcano, Tello (78' Brahimi), Sérgio Oliveira, Evandro (73' Rúben Neves), André Silva, Bueno (85' Corona).
Treinador: Julen Lopetegui.
ACADÉMICA: Pedro Trigueira, Aderlan Silva, Iago Santos, Ricardo Nascimento, Ofori, Fernando Alexandre, Nuno Piloto, Pedro Nuno, Ivanildo, Rafael Lopes, Nii Plange.
Suplentes: Lee, Marinho, Bouadla, Rabiola (70' Rafael Lopes), João Real, Rui Pedro (65' Pedro Nuno), Hugo Seco (58' Ivanildo).
Treinador: Filipe Gouveia.
Ao intervalo: 1-0.
Marcadores: Danilo (7'), Aboubakar (53'), Herrera (72'), Rui Pedro (84').
Disciplina: cartão amarelo a Rafael Lopes (33'), Fernando Alexandre (53'), Danilo (89').
O FC Porto, depois de muito tempo, volta à liderança isolada na Liga. Desde os primeiros tempos de Paulo Fonseca que o FC Porto não se encontrava nesta posição. Julen Lopetegui estreia-se na liderança depois da derrota do Sporting na ilha da Madeira. Um importante indicador para o que aí vem num futuro próximo. O FC Porto tem agora a oportunidade de mostrar que está disposto a lutar pelo título e o próximo jogo em Alvalade poderá ser a alavanca de que a equipa precisa.
Perante uma Académica bem organizada e sabendo da derrota do Sporting, o FC Porto tinha de entrar com bastante intensidade para chegar ao golo cedo e sossegar as hostes. A vitória era obrigatória e desta vez o FC Porto não vacilou como fez por duas ou três vezes na época passada.
A entrada no jogo foi realmente de Dragão e o golo chegou bastante cedo. Estavam decorridos 7 minutos de jogo quando na conversão de um pontapé de canto por Layún, Danilo Pereira surgiu ao primeiro poste de rompante e cabeceou para a baliza da Académica. A bola ainda bateu no guarda-redes Pedro Trigueira mas a potência do remate não permitiu a defesa completa.
O FC Porto manteve a toada atacante e os níveis bem elevados e surgiram algumas jogadas de algum perigo que não resultaram em golo por algum desacerto no último passe. Danilo Pereira rubricou talvez a melhor exibição desde que está no FC Porto e, quiçá, pela zona que ocupou em campo. Fez dupla com R. Neves mas jogou um pouco mais adiantado nas transições ofensivas.
Numa das investidas à área coimbrã, Danilo Pereira tirou tinta ao poste com um remate fortíssimo com o pé esquerdo a rasar o poste da baliza de Pedro Trigueira. A Académica defendia como podia e não conseguia passar o seu meio-campo. Apenas perto da meia hora é que conseguiu um remate para defesa de Iker Casillas para canto.
Apesar da atitude e postura da equipa do FC Porto, as oportunidades não foram iminentes mas os Dragões mostraram que estavam ali para arrecadar os três pontos e alcançarem a liderança isolada que lhes foge há dois anos.
Na segunda parte, os portistas vieram novamente com a intenção de entrar forte, sem sequer deixarem a Académica respirar ou pensar o jogo. Aos 52 minutos de jogo, novo golo. Novamente Layún, na jogada, cobrou um livre tenso para a área e Aboubakar, de cabeça, rematou para a baliza sem hipóteses para o guarda-redes academista.
Layún é cada vez mais uma referência nesta equipa do FC Porto. Li e ouvi por aí que dar 7 milhões por este jogador é dinheiro mal investido para a idade que o jogador tem e que o investimento não terá retorno. Ai sim? E Maxi Pereira tem? 3 milhões por época? E Casillas tem? Mais uns quantos milhões por época?
E o rendimento desportivo do atleta não é levado em conta? A polivalência do jogador que pode jogar em quatro posições também não? Ou preferem investir 7 milhões em Herreras, Reyes ou Oswaldos? Ou então em promessas que nunca passarão disso (Iturbe, Kelvin…)
No Dragão, depois do 2-0, respirou-se ambiente natalício. Começaram os preparativos para a quadra e votos de boas festas lá para baixo. Para Jesus, badochas e companhia. A pedalada no Natal não é para aqueles lados e afinal o ciclismo dava cá um jeitão nesta altura…
O espectáculo no Dragão continuou e perto dos 75 minutos, houve uma jogada fantástica no sempre bem tratado relvado do Dragão. Rúben Neves rodopia sobre um adversário junto à linha lateral perto do meio-campo e desmarca na direita Jesus Corona com um passe de 30 metros. O mexicano faz a recepção, faz gato sapato do lateral da Académica, cruza para o coração da área onde aparece Herrera a fazer um golo de antologia. De calcanhar. Hector tem destas coisas. Pode estar a fazer 20 jogos só a cometer disparates e depois tira um coelho da cartola. É tão capaz de falhar um golo de baliza aberta como depois marca um golo do meio da rua.
O 3-0 estava feito e a vitória alcançada. Altura para Julen Lopetegui operar algumas substituições na partida. Saíram R. Neves e Brahimi para as entradas de Tello e Evandro e nas bancadas pedia-se a estreia do ponta-de-lança da equipa B, André Silva. Foi então que surgiu algo onde tem que se ter duas leituras.
Faltavam cerca de 10 minutos para o fim do jogo quando no Dragão e através da tv se ouviu uma monumental assobiadela. Depois de 3-0 e de uma exibição conseguida que dá a liderança na liga, uma assobiadela? Porquê isto?
Os adeptos viram André Silva aquecer juntamente com outros colegas e começaram a entoar o seu nome. Mas na hora da substituição, Lopetegui optou por Bueno. Perante esta decisão ouviu-se um coro de assobios e uma manifestação contra o treinador. Atitude lamentável e reprovável da massa associativa. Claramente! Li muitos testemunhos em que se disse que a massa associativa está mal habituada, que nunca aconteceu cenas destas e que é uma vergonha. Não é bem assim.
Lembro-me no 1º ano de Ivic em que assisti a monumentais assobiadelas que o croata ouviu por retirar Gomes da equipa ou por não o colocar a jogar, ou por outra situação semelhante. O coro de assobios era de tal forma que tornou a continuidade de Ivic insustentável. Um treinador que venceu tudo numa época, excepto a taça dos campeões em que foi eliminado e mal pelo Real Madrid.
Mas vamos ver para além disto? Vou dizer o que penso. Esta noite foi uma bela oportunidade para Julen Lopetegui ganhar alguma simpatia da parte da massa associativa. Primeiro porque o treinador nunca teve apoio como tiveram outros treinadores. Segundo por causa da recente e precoce eliminação da champions league. Terceiro por ser um treinador sem qualquer currículo.
Ora perante a possibilidade e a realidade de tomada da liderança da Liga, perante a boa exibição e resultado frente à Académica, o bom senso e a inteligência dizem que Lopetegui deveria ter colocado André Silva em jogo. Era merecido para o jogador, iria criar um ambiente ainda mais interessante no Dragão e Lopetegui poderia começar a virar uma página menos boa da sua passagem no Dragão.
Li e ouvi o presidente dizer, no final do jogo, que o treinador estava ali para colocar a equipa a jogar e a ganhar e não para ser simpático. Se quisermos ser rigorosamente pragmáticos e objectivos, plenamente de acordo. Mas não é bem assim. Às vezes uma atitude inteligente e de bom senso muitas vezes ajudam a ganhar jogos e não atitudes demasiadas rígidas, orgulhosas e de posição de força como foi o caso. Temos que ser razoáveis.
Li e ouvi também que o treinador tem que tomar decisões por responsabilidade e não por popularidade. Concordo. Claramente. E quantas decisões foram tomadas de uma forma leviana e totalmente desajustadas em vários jogos? Pergunto eu. Acho que um banho de humildade só lhe ficava bem, principalmente para alguém que até hoje ainda não justificou o motivo pelo qual foi contratado: GANHAR.
Quero muito chegar ao fim da época cheio de vitórias em todas as provas, a levantar taças e no fim estar a meter a viola no saco. Fá-lo-ei com todo prazer mas estou, precisamente em Dezembro, a fazer uma análise do actual momento e o que penso é isto.
Assobiar uma decisão e um jogador que vai entrar em jogo é muito mau mas também não abona nada a favor do técnico atitudes como as que teve esta noite. Tem legitimidade para tomar as decisões que tomou? Tem, toda a legitimidade! É razoável, inteligente e de bom senso? Não, de maneira nenhuma.
Entretanto no meio deste episódio, a Académica marcou o seu golo por Rui Pedro, num lance de fora-de-jogo de Rabiola. Faltavam poucos minutos para o fim da partida.
O jogo terminou pouco depois com o resultado final de 3-1. Na próxima jornada, dia 2 de Janeiro, o FC Porto desloca-se a Alvalade para defrontar o Sporting, 2º classificado. Uma vitória pode catapultar a equipa para o título. Mas antes, os Dragões recebem o Marítimo para a taça CTT no estádio do Dragão no próximo dia 29.
Até lá, votos de boas festas e não abusem das rabanadas. Deixem os exageros para os badochas.
DECLARAÇÕES
Lopetegui: “Fizemos um grandíssimo jogo”
Uma boa exibição e uma vitória a condizer. Foi desta forma que Julen Lopetegui resumiu o jogo em que o FC Porto bateu a Académica (3-1) e ascendeu à liderança da Liga NOS, à 14.ª jornada. O treinador espanhol deu os parabéns à equipa pela “atitude, carácter e personalidade” que mostrou ao longo dos 90 minutos, defendendo que a derrota do Sporting não serviu de motivação, porque “a obrigação e a vontade” dos azuis e brancos era a conquista dos três pontos.
“Entrámos fortes como sempre. Não porque era um jogo de liderança, mas porque temos de entrar sempre assim. Mas a verdade é que a equipa esteve muito bem durante todo o encontro, com e sem bola. Fez um grandíssimo jogo em todos os aspetos, tanto técnicos como táticos, teve intensidade do início ao fim e boa circulação, diante de uma equipa organizada, sempre com 11 jogadores atrás da linha da bola, o que nos obrigava a sair com precisão e concentração”, analisou o técnico, que considerou o FC Porto um “justíssimo vencedor” e felicitou os jogadores “pela atitude, carácter e personalidade” que colocaram em campo.
Os portistas entraram em campo poucos minutos depois de o Sporting perder na Madeira, frente ao União, mas Lopetegui frisou que o resultado dos leões não influenciou os jogadores, porque ganhar este jogo “era obrigação e vontade”. A conjugação de resultados permite que os azuis e brancos se isolem na liderança da Liga, mas o técnico lembrou que ainda há “um caminho longo pela frente”. “É sempre agradável estar no primeiro lugar, estamos mais felizes nesta posição do que estávamos quando éramos segundos, mas ainda temos muito trabalho e é isso que vamos continuar a fazer depois desta pausa, que é curta”, reconheceu.
Lopetegui negou ainda que o triunfo tenha tido um sabor especial por ter permitido ao FC Porto ascender ao primeiro lugar isolado do campeonato, algo que nunca tinha acontecido desde que assumiu o comando técnico dos Dragões, em 2014/15. “Para mim o mais importante é a atitude, o caráter, a personalidade dos rapazes, o trabalho diário. Os caminhos são difíceis, o mais importante é que quando precisámos do carinho e apoio do público tivemo-lo”.
Segue-se o Sporting no calendário do campeonato (a visita a Alvalade está marcada para 2 de Janeiro), mas o treinador não quis abordar o clássico, preferindo deixar algumas palavras de alento a André Silva, que não saiu do banco de suplentes, ao contrário do que os adeptos pretendiam: “É normal, um rapaz da casa, que está a crescer e que vai ter a sua oportunidade. Mas temos de tomar as decisões por responsabilidade, e não popularidade, e o Alberto Bueno entrou muito bem”.
ARBITRAGEM
RESUMO DO JOGO
Desta vez não houve bloqueio mental para atacar a liderança no campeonato.
ResponderEliminarEstamos nestas últimas semanas a notar algo de positivo que não se via há muito tempo, 1 reviravolta no resultado num jogo, 2 jogos ganhos na Madeira e agora um jogo responsável para ter o 1º lugar na mão.
Este jogo já se viu aspectos de uma equipa lutadora que luta com dentes os lances, mas que ainda falta introduzir muita dinâmica no jogo.
Terá que melhora e muito e em tempo record, já que daqui a |quase| 2 semanas temos um dos jogos mais importantes da época.
Que as férias sirvam para aliviar a mente, e que venham mais frescos e mais sedentos de futebol.
1º lugar, agarra-lo com tudo e melhorar.
Bom Natal!
Abraços.
Ontem notou-se sobretudo uma vontade forte de recuperar a bola o mais alto possivel e o mais rapidamente possivel. E pareceu de repente outra equipa. Durou 30 minutos, por isso pede-se mais consistencia ao longo do jogo, e com certeza que conseguiremos os objetivos. Mas parece-me que falta um desequlibrador e um orientador de jogo no meio campo. Falta um moutinho a distribuir o jogo e sobretudo a dar o ritmo do jogo. Continuo a achar que somos demasiados previsiveis, o que se nota mais frente a equipas mais elaboradas.....
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