Por princípio, não sou de criticar os nossos treinadores antes de eles apresentarem credenciais. Aprendi isso com Jesualdo Ferreira, o único treinador que critiquei abertamente antes da sua chegada e do qual sou à data de hoje um seu enorme admirador. Para mim, desde que envergam as nossas cores, são os melhores treinadores do Mundo pela simples razão de que são os únicos que temos.
NES não tinha pela frente um trabalho fácil, com uma equipa descaracterizada e longe da identidade própria do nosso clube, uma pré-eliminatória da Champions pela frente, e três anos sem títulos. Apanhou uma estrutura em confronto claro, mas nunca assumido, uma construção de plantel que muito prometia mas que não confirmou as expectativas, e todo um “sistema” extra futebol com uma adversidade ao nível dos anos 60.
NES foi apelando ao espírito e à coesão, à identidade e à união!
Mas NES foi também dando nota de uma aparente indefinição de estilo e estrutura, tão depressa dizendo na entrevista à revista Dragões que iria jogar em 4-3-3, como a seguir utilizando sistemas alternativos. Qual o melhor? O que ganha!
Factualmente, a leitura que faço de NES é que é forte a preparar os jogos. É capaz de preparar um bom plano de jogo, definir o correto posicionamento dos atletas em campo e perceber as dinâmicas que devem ser impostas no terreno. Consegue perceber as forças e fraquezas do adversário, lê bem o seu perfil, e é capaz de o maniatar em campo.
O problema vem depois! NES parece-me demasiado rígido perante esse mesmo plano de jogo, incapaz de dar ao jogo o que cada um dos momentos pede. Tem de tal forma sistematizadas as decisões no decorrer do mesmo, que fica bloqueado perante uma evolução diferente daquele que perspetivou.
E digo isto porque quando as coisas correm bem, as responsabilidades não podem ser de uns, e quando correm mal já são de outros. O treinador dos primeiros 70min de domingo, é o mesmo dos últimos 20min. Não podemos portanto acusá-lo do mal e não o sublinhar pelo bem!
Aconteceu algo com o Brugge e com o slb que para mim é paradigmático desta rigidez.
Em ambos os casos estávamos perante vantagens mínimas no marcador, o que faz com que o resultado estivesse indefinido. Ora, perante isso, estiveram 3 jogadores a aquecer, e à medida que iam entrando, nunca o nosso treinador mandou aquecer outros jogadores, completando os 3 que podem estar a aquecer simultaneamente. De sublinhar também que nenhum dos atletas que aqueceu (excepção a Corona no jogo com o Bruge) foi opção atacante.
Pergunto: então, e se tivéssemos sofrido um golo aos 80m, era nessa altura que NES colocaria Brahimi ou Depoitre a aquecer? O mesmo Depoitre que em Setúbal nem aqueceu... só consigo interpretar isto com a dita rigidez anteriormente indicada.
NES não é forte a mexer na equipa quando se pede que o treinador possa ter um papel importante.
Estranhei a retirada de Corona no domingo aos 65min e os 90min de Otávio.
Numa altura de claro mas exagerado recuo estratégico, Corona não apresentava qualquer défice físico, e como claramente demonstrou na sua última ação do jogo, seria seguramente uma peça importante a “puxar” a equipa para a frente, ganhar metros de terreno, ganhar faltas e criar desequilíbrios. E quando perto do fim se pretende segurar bola, ganhar tempo e faltas... haveria alguém melhor do que Brahimi???
Estou à vontade para o dizer porque isto não é “fazer o totobola à segunda-feira”... disse-o a quem comigo estava a ver o jogo, e não o sublinho aqui como crítica a NES, mas sim como alerta!
É preciso ser mais interventivo e mais pró-ativo no jogo, ser capaz de tomar decisões mais desequilibrantes e inesperadas, não funcionando como um relógio Suíço que antes de fazer o que quer que seja, já todos sabem o que vai acontecer.
Nuno, és um dos nossos, precisamos e acreditamos em ti! Mas, também é necessário que tu próprio percebas onde estás a falhar, que tu próprio cresças enquanto treinador, compreendendo as tuas lacunas. Mas, essencialmente, que te lembres que a força deste clube não é a força com que cai, mas sim a capacidade com que luta e se levanta.
Um abraço.
PS – Para tantos milhares de comentários, teorias e estratégias sobre o nosso clube, tivemos uma AG na quinta-feira que deixou muito a desejar em termos de número de associados presente. Viva as redes sociais e a opinião sem rosto!
NES não tinha pela frente um trabalho fácil, com uma equipa descaracterizada e longe da identidade própria do nosso clube, uma pré-eliminatória da Champions pela frente, e três anos sem títulos. Apanhou uma estrutura em confronto claro, mas nunca assumido, uma construção de plantel que muito prometia mas que não confirmou as expectativas, e todo um “sistema” extra futebol com uma adversidade ao nível dos anos 60.
NES foi apelando ao espírito e à coesão, à identidade e à união!
Mas NES foi também dando nota de uma aparente indefinição de estilo e estrutura, tão depressa dizendo na entrevista à revista Dragões que iria jogar em 4-3-3, como a seguir utilizando sistemas alternativos. Qual o melhor? O que ganha!
Factualmente, a leitura que faço de NES é que é forte a preparar os jogos. É capaz de preparar um bom plano de jogo, definir o correto posicionamento dos atletas em campo e perceber as dinâmicas que devem ser impostas no terreno. Consegue perceber as forças e fraquezas do adversário, lê bem o seu perfil, e é capaz de o maniatar em campo.
O problema vem depois! NES parece-me demasiado rígido perante esse mesmo plano de jogo, incapaz de dar ao jogo o que cada um dos momentos pede. Tem de tal forma sistematizadas as decisões no decorrer do mesmo, que fica bloqueado perante uma evolução diferente daquele que perspetivou.
E digo isto porque quando as coisas correm bem, as responsabilidades não podem ser de uns, e quando correm mal já são de outros. O treinador dos primeiros 70min de domingo, é o mesmo dos últimos 20min. Não podemos portanto acusá-lo do mal e não o sublinhar pelo bem!
Aconteceu algo com o Brugge e com o slb que para mim é paradigmático desta rigidez.
Em ambos os casos estávamos perante vantagens mínimas no marcador, o que faz com que o resultado estivesse indefinido. Ora, perante isso, estiveram 3 jogadores a aquecer, e à medida que iam entrando, nunca o nosso treinador mandou aquecer outros jogadores, completando os 3 que podem estar a aquecer simultaneamente. De sublinhar também que nenhum dos atletas que aqueceu (excepção a Corona no jogo com o Bruge) foi opção atacante.
Pergunto: então, e se tivéssemos sofrido um golo aos 80m, era nessa altura que NES colocaria Brahimi ou Depoitre a aquecer? O mesmo Depoitre que em Setúbal nem aqueceu... só consigo interpretar isto com a dita rigidez anteriormente indicada.
NES não é forte a mexer na equipa quando se pede que o treinador possa ter um papel importante.
Estranhei a retirada de Corona no domingo aos 65min e os 90min de Otávio.
Numa altura de claro mas exagerado recuo estratégico, Corona não apresentava qualquer défice físico, e como claramente demonstrou na sua última ação do jogo, seria seguramente uma peça importante a “puxar” a equipa para a frente, ganhar metros de terreno, ganhar faltas e criar desequilíbrios. E quando perto do fim se pretende segurar bola, ganhar tempo e faltas... haveria alguém melhor do que Brahimi???
Estou à vontade para o dizer porque isto não é “fazer o totobola à segunda-feira”... disse-o a quem comigo estava a ver o jogo, e não o sublinho aqui como crítica a NES, mas sim como alerta!
É preciso ser mais interventivo e mais pró-ativo no jogo, ser capaz de tomar decisões mais desequilibrantes e inesperadas, não funcionando como um relógio Suíço que antes de fazer o que quer que seja, já todos sabem o que vai acontecer.
Nuno, és um dos nossos, precisamos e acreditamos em ti! Mas, também é necessário que tu próprio percebas onde estás a falhar, que tu próprio cresças enquanto treinador, compreendendo as tuas lacunas. Mas, essencialmente, que te lembres que a força deste clube não é a força com que cai, mas sim a capacidade com que luta e se levanta.
Um abraço.
PS – Para tantos milhares de comentários, teorias e estratégias sobre o nosso clube, tivemos uma AG na quinta-feira que deixou muito a desejar em termos de número de associados presente. Viva as redes sociais e a opinião sem rosto!
0 comentários:
Enviar um comentário