18 novembro, 2016

O CAPELA E O MANSO.


CHAVES-FC PORTO, 0-0 (3-2 após GP)

Hoje não pretendo falar muito do jogo jogado dentro das quatro linhas. Apesar deste tópico servir para escrever o que vejo em cada jogo, hoje tenho que escrever muito para lá do que se passa dentro do rectângulo do jogo.

Estive “in loco” a acompanhar este jogo, no meio dos nossos que é o lugar onde devemos ver e acompanhar a equipa. Seja em que modalidade for. Há coisas que me ficaram na retina e que, aos poucos, vão contribuindo para mudar a minha maneira de pensar, de ver e de viver o clube.

O título escolhido para esta crónica incidirá em dois personagens que acabam por estar interligados. Não é à toa que as coisas acontecem. Não é por acaso que o actual FC Porto está como está. Não é por graça do Espírito Santo que o clube anda à deriva. Tudo tem uma explicação. A solução é saber encontrá-la.

Fui habituado, desde que me lembro, a ver no meu clube uma postura dinâmica, interventiva e com uma voz activa sempre nos superiores interesses do clube. Nada nem ninguém nos fazia o caldo na cabeça porque a voz do líder e a sua postura mantinham em sentido quem de direito. Mas hoje de há uns anos a esta parte isso não se verifica.


Voltamos aos idos anos 50, 60 e 70 onde éramos bons rapazes e comidos de todas as formas e feitios. Nesses anos e nos que se seguiram, o presidente em exercício era o maior crítico, a par do Mestre José Maria Pedroto, das posturas dos MANSOS. Tão crítico e tão feroz nos ataques e agora faz o mesmo que outrora outro dirigentes faziam?!

Somos e temos sido constantemente prejudicados escandalosamente pelas arbitragens e ninguém do clube intervém e nada se faz para mudar o cenário. Continua tudo muito tranquilo, na paz do senhor e do Espírito Santo. Limitámo-nos a uns comunicados por imagens no facebook e a uns “gritinhos de donzela” no Dragões Diário. Aqui está descrito O MANSO.

Depois têm que ser os MST´s, os Guedes, os Serrões, os Angelinos e outros adeptos com alguma voz na comunicação social a denunciar as situações na praça pública. Mas quando estes senhores falam e criticam situações internas do clube, é O MANSO que surge tão depressa a atacar quem quer o bem do clube e não tem qualquer interesse para além da paixão e do amor que nutre pelo mesmo. Mas O MANSO já não ataca os órgãos de comunicação social, as arbitragens e os que nos atacam e nos prejudicam. Além disso pretende passar a mensagem de que os nossos inimigos estão dentro de portas.

Não sou muito de ir ao futebol. Não sou muito de acompanhar a equipa para todo o lado por questões pessoais. Bem gostaria de o poder fazer. Mas ontem pude estar perto daqueles que acompanham religiosamente a equipa. Semana após semana, jogo após jogo, eles estão lá, eles nunca abandonam o clube, fazem milhares de quilómetros para poderem apoiar a equipa, muitos deles com grandes sacrifícios pessoais e financeiros. E, confesso, que me entristece e causa-me pena ver que não há respeito por estes fiéis adeptos.


Ontem senti-me assim. Ontem senti um pouco do que esses adeptos sentem semana após semana. E não é fácil. Não é nada fácil chegar ao fim do jogo, ver mais uma das muitas capeladas e assistir a um silêncio sepulcral da parte de quem manda e dirige o clube. Não concebo uma postura destas. Não venham com comunicados do DD ou imagens na página oficial do facebook. Isso é atirar areia para os olhos dos adeptos.

No lugar dos fiéis adeptos, sentir-me-ia desrespeitado e gozado porque o FC Porto merece ter nos seus quadros alguém que o defenda como teve quem o defendesse durante 30 anos. Sei que não irá ter, no futuro, alguém com a mesma competência, com a mesma sabedoria, com a mesma sagacidade como teve nestas últimas décadas. Mas c´os diabos! Todos sabemos dar uns berros. Todos sabemo-nos revoltar quando somos prejudicados ou injustiçados. Estamos à espera de quê?!

Esta época já contabilizei 12 penalties claros a nosso favor sonegados pelas equipas da arbitragem. E ninguém faz nada?! Ninguém acaba com esta vergonha?! Ninguém põe mão nisto?!

Como nada fazemos, como não reagimos e como parece que gostam de ser masoquistas, surge então neste enredo O CAPELA. O pensamento é simples: “eles deixam fazer, nós vamos continuar”.

Até quando vamos assistir ao mesmo?

Para fazer a crónica do jogo jogado, confesso que tive que rever o jogo quando cheguei a casa por volta da 01:00 da madrugada. Isto porque a visibilidade no estádio não era a melhor para analisar o jogo.


O FC Porto, sem fazer um jogo bem conseguido, dominou toda a partida, inclusive o prolongamento. Foi a única equipa que quis vencer. O Chaves pretendeu desde o minuto inicial adiar ao máximo o golo portista. A toada do jogo foi sempre morna mas o FC Porto foi sempre superior no terreno.

O Chaves incomodou apenas uma vez José Sá com William a cabecear ao lado da baliza portista. Depois disso foi sempre do mesmo. O Chaves a jogar com bloco baixo e o FC Porto pacientemente mas sem velocidade a tentar acercar-se da baliza flaviense.

Até que em cima do intervalo, surge a primeira capelada. André Silva recebe uma “mochila cor-de-rosa nas costas” e é impedido de cabecear para a baliza. Capela, “o voucher-man”, fecha os olhos e o nulo mantém-se.

Regressados do intervalo, o FC Porto criou uma situação de golo aos 53 minutos mas André Silva rematou fraco para as mãos do guardião contrário. Dez minutos volvidos surgiu a oportunidade da noite com André André, regressado ao onze, a rematar com estrondo à barra da baliza flaviense.

Em cima dos 90 minutos, outra oportunidade flagrante dos portistas com Danilo a atirar para defesa apertada do guarda-redes contrário e na sequência, Diogo Jota rematou com estrondo mas um defesa do Chaves de cabeça salva um golo certo.


O prolongamento começa como acabou o primeiro tempo do jogo. Capelada x2. Estavam decorridos 94 minutos de jogo, a bola na grande área é jogada pelo braço de Freire. Já é normal. Siga a banda da capela! No minuto seguinte jogada brilhante de Diogo Jota e Depoitre falha o golo.

Aos 104 minutos, dá-se a capelada – parte 3. Evandro (porque nunca é opção???) remata com violência à entrada da área e Assis faz uma defesa, dentro da área, como se tratasse de um guarda-redes. Volta o árbitro a mandar jogar. Não há falta nenhuma, claro!!!

Segunda metade do prolongamento, o FC Porto continua a carregar para evitar a lotaria dos penalties mas o jogo foi mesmo para as grandes penalidades. Neste capítulo, o FC Porto esteve mal com Layún, Depoitre e André Silva a desperdiçarem as suas grandes penalidades. O Chaves desperdiçou apenas duas e segue para os oitavos-de-final da Taça de Portugal com um resultado de 3-2 no desempate por castigos máximos.

Para terminar, quero dizer que gosto da actual equipa do FC Porto. Da sua atitude, do seu empenho, da sua postura, da sua irreverência e da sua juventude mas merecia ser melhor orientada e merecia ter uma direcção mais capaz. Mais interventiva e mais competente.

Próxima paragem: Copenhaga, Terça-feira, 22 de Novembro. Confirmará o FC Porto a passagem aos oitavos-de-final da Champions league? Vamos esperar para ver.




DECLARAÇÕES

Nuno: “Sentimo-nos muito prejudicados com a arbitragem”

O que falhou no jogo
“Deixámos cair um dos objetivos, claramente, mas já alcançámos outros. Hoje falhou muita coisa. Fazer golos, não deixar o jogo chegar à sorte dos penáltis. Fomos uma equipa que quis, produziu, mas temos de concretizar as nossas oportunidades. Quando queremos atingir os objetivos temos de ser mais contundentes, mais eficazes. Somos uma equipa equilibrada, não nos criam ocasiões, mas há que pensar e retificar esse aspeto.”

Análise à arbitragem
“Hoje só houve uma equipa que procurou o jogo e foi a nossa. Estamos magoados e revoltados pelo que aconteceu. Não creio que haja alguma coisa premeditada, mas hoje o árbitro claramente não viu o que devia ter visto, um penálti claro. Não é justificação, mas são incidências do jogo que nos deixam revoltados. Hoje os erros foram evidentes, claros e sentimo-nos muito prejudicados com a arbitragem de hoje. Se o árbitro tivesse visto o que todos viram não seria necessário ter chegado aos penaltis.”

O jogo de terça-feira frente ao Copenhaga
“Agora temos de nos levantar muito rápido, pois na terça-feira temos já um jogo muito importante. É um momento importante para nós, como era este também. Esta eliminação foi um passo atrás no nosso objetivo, que era ganhar tudo. Esta Taça já não a podemos ganhar, mas seguimos confiantes para os próximos objetivos, a começar já por terça-feira.”



RESUMO DO JOGO

12 comentários:

  1. O Nuno vai ter que aturar o MST, por causa do Varela.

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    1. Treinador demasiado "soft" para o meu gôsto. O futebol não é para intelectuais, há que saber dar um murro na mesa quando é necessário, e ser grosso quando é preciso. Está-se a voltar ao tempo em que só por atravessar a ponte já estávamos derrotados.´São precisas muitas mudanças na nova estrutura do FCP.

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  2. Treinador anedótico

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  3. 11/05/2013 - dia da morte do nosso Porto.
    Vou destruir o cartão de sócio e deixar de pagar cotas.
    É uma vergonha o estado atual do nosso clube.

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    1. Rasga, por favor! Se é que o tens... - adeptos apenas das vitórias já há demais!

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  4. Árbitro gatuno. O presidente não vem falar??? Treinador do pior que há. Jogadores sem classe. Equipa de terceira categoria. Mais um ano de seca. Rua com esta Sad caduca. Os super dragões não fazem barulho? ?? Estão comprados por um prato de lentilhas.

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  5. Felizes aqueles que se tornaram sócios do clube na decada de 60. Não se ganhava nada e sempre com as quotas em dias, ate hoje. Adoram o clube nas boas e más horas. Aqueles que deixam de pagar quotas pelos resultados menos bons não são portistas. Vejam a concorrência aumentaram o nº de sócios mesmo em tempo de crise. Agora não podemos escamotear que a nossa equipa não é muito competente e então com Varelas e cª a coisa ainda fica muito pior.

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  6. Nao foi só incompetência, o FDP Capella da Luz bem nos lixou

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  7. O Varela foi dos melhores em campo! O passe açucarado para o André Silva merecia melhor...

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  8. Os SD estão demasiado ocupados com...o canelas!

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  9. O problema é o Varela? Ou o NES? Mas o que é isto?

    O problema, e como o 4lusos bem referiu, é a existência de um sr. do apito que vinha com ela fisgada para nos eliminar.

    Como querem vencer, num país onde uma equipa que luta pelos mesmos objectivos do que nós, tem regras diferentes de nós. Para uns vale, para outros não. Arrepia-me ver portistas com o cérebro engomado pela comunicação social lisboeta. Não tardará muito a aceitarem naturalmente que aquela equipa vermelha é a melhor do universo e arredores (mesmo que festejem 1 pontinho contra nós como se tivessem ganho a Champions), e nós só não ganhamos porque a culpa é NES, Varelas ou Herreras

    Continuem assim...

    4lusos, desta vez... e finalmente (aleluia!), Pinto da Costa lá mandou um bitaite sobre a arbitragem. Já é alguma coisa. Mas claramente não chega para a ROUBALHEIRA que tem sido esta época.

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