Cumprida que está meia época, é tempo de fazer um balanço sintético do desempenho desportivo do FC Porto até esta altura.
O primeiro objetivo da época foi conseguido com distinção e surpresa, enorme surpresa diga-se. Antes do sorteio do playoff de acesso à Champions League, do lote de equipas que nos poderia calhar havia uma bem superior a todas as outras, ou seja, a “fava” a evitar a todo o custo. Seguindo a lógica da “lei de Murphy” que tem assolado o FC Porto com mais frequência do que o habitual nos últimos anos, pior adversário que a Roma (que atualmente está a 1 ponto da Juventus, a discutir o “scudetto”) não nos poderia efetivamente calhar.
Numa fase inicial da época, com imensas lacunas por preencher (muitas dessas lacunas infelizmente não foram devidamente colmatadas e ainda permanecem por resolver!), uma equipa em construção, com novo treinador, novos métodos, tudo a partir da estaca zero, como aliás, tem sido habitual nos últimos anos, vencer a Roma afigurava-se como um cenário quase utópico. Pois bem, como dizia o outro foi “limpinho, limpinho, limpinho”, empate a 1 no Dragão e vitória estrondosa em Roma, deixando estupefactos os italianos. É verdade que os últimos 3 anos de FC Porto não têm sido bons, mas mesmo nesses 3 anos por vezes o grande FC Porto europeu das últimas décadas vem ao de cima, nomeadamente, em Nápoles numa eliminatória da Liga Europa ou frente ao Bayern Munique no Dragão para os quartos-final da Champions. De facto, a estaleca europeia do FC Porto é algo que 3 anos maus não destruíram por completo.
Como uma espécie de compensação divina, a verdade é que o sorteio da fase de grupos foi bastante simpático. A passagem aos oitavos-final foi para o FC Porto, ao contrário do que acontece com as duas equipas lisboetas, algo normal e até obrigatório tendo em conta o riquíssimo palmarés europeu do clube. Objetivo cumprido, mas longe de deslumbrar. Nos oitavos-final calhou-nos a Juventus, teoricamente, a 2ª equipa mais difícil que nos poderia calhar, logo a seguir ao Barcelona. Temos pouco a perder e muito a ganhar, eles são super-favoritos, mas nós, fazendo um bom resultado no Dragão, que passará necessariamente por não sofrer golos e marcar algum, poderemos colocar dúvidas na eliminatória, e mesmo as grandes equipas europeias não convivem bem com dúvidas...
O primeiro objetivo perdido veio em meados de novembro, numa deslocação a Chaves, em que as coisas só se resolveram nos penalties. O problema é que antes de chegar aos penalties, existiram vários lances duvidosos sempre decididos contra o FC Porto e um CLARO, EVIDENTE e ESCANDALOSO lance, perto do fim do tempo regulamentar, em que um defesa do Chaves perante um remate de um jogador do FC Porto coloca as mãos no ar fazendo uma belíssima defesa dentro da sua própria grande área. É verdade que poderíamos não ter marcado aquele penaltie, mas um jogo tem regras e naquele as mesmas não foram cumpridas em prejuízo de quem? Do FC Porto, pois claro! No resto, a falta de eficácia que um pouco por toda a época se tem sentido.
Sobre o segundo objetivo perdido, a Taça da Liga, há pouco a dizer. Ficar dois anos consecutivos em ultimo lugar na fase de grupos com equipas de II Liga e “marrecos” que lutam para não descer, extravasa o campo desportivo e tem seguramente a ver com algo superior que me escapa. Provavelmente, uma atitude displicente que o clube sempre teve perante esta competição e que se mantém. Acho é que não fica bem a um dos clubes com melhor palmarés europeu dos últimos 30 anos (provavelmente só superado pelos grandes tubarões Barça, Real, Bayern e Manchester) continuar a ficar em ultimo lugar de uma competição que é a menos relevante do panorama nacional, é certo, mas que não deixa de ser uma competição oficial.
Sobre o mais importante objetivo, a competição nacional por quem todos os adeptos suspiram há 3 anos, o campeonato, há efetivamente várias coisas por dizer. Em primeiro lugar, que nunca me lembro de ver um consenso tão alargado sobre o facto do FC Porto ser claramente o clube mais prejudicado pelas arbitragens ao longo da época, não uma, duas, nem três, mas várias vezes, em várias competições e com vários protagonistas de apito na boca. A segunda, é que efetivamente o FC Porto também tem responsabilidades próprias nos pontos que já perdeu. A terceira, é que mais responsabilidade que jogadores ou treinador, a SAD é a grande responsável por termos aqui e acolá perdido pontos de forma estúpida. Entra pelos olhos adentro de qualquer pessoa minimamente atenta que era necessário um avançado em condições e que Depoitre não é, nem nunca será esse avançado. Quando falamos de uma posição nuclear como a de ponta-de-lança, penso que está tudo dito. Quanto ao resto, notas positivas também são algumas: para André Silva que tem um belíssimo pecúlio de golos até ao momento, para a produção defensiva da equipa que acaba por ser a melhor defesa da competição, para o futebol praticado em vários momentos, numa quantidade assinalável de jogos a equipa produziu futebol com cabeça, tronco e membros, criou muitas oportunidades de golo e várias vezes foi penalizada por uma ineficácia ofensiva que seguramente seria melhor caso se tivesse ido buscar (alô SAD?!?!?!) um ponta-de-lança com créditos minimamente firmados num campeonato europeu minimamente decente (uma bundesliga, por exemplo...).
A verdade é que apesar de todos os problemas internos, há algo que tem de ser creditado a NES: a equipa produz algum futebol, tem um modelo de jogo e uma ideia clara para atingir os seus objetivos. É um modelo de jogo que tem obviamente defeitos e problemas, mas dá claramente a ideia que os “ovos” têm mais responsabilidade do que propriamente o "cozinheiro" quando a “omeleta” não sai tão bem. E atenção, estou muito longe de ser um fã de NES, procuro é ser honesto nas minhas análises, e tendo em conta os senhores do apito, a qualidade de alguns “ovos” e a falta de outros “ovos” que já se deviam ter comprado, o trabalho de NES afigura-se como hercúleo até ao final da época. A menos que, algo no qual eu não acredito minimamente, seja colmatada a lacuna há muito identificada: um ponta-de-lança para ser o parceiro de André Silva!
O primeiro objetivo da época foi conseguido com distinção e surpresa, enorme surpresa diga-se. Antes do sorteio do playoff de acesso à Champions League, do lote de equipas que nos poderia calhar havia uma bem superior a todas as outras, ou seja, a “fava” a evitar a todo o custo. Seguindo a lógica da “lei de Murphy” que tem assolado o FC Porto com mais frequência do que o habitual nos últimos anos, pior adversário que a Roma (que atualmente está a 1 ponto da Juventus, a discutir o “scudetto”) não nos poderia efetivamente calhar.
Numa fase inicial da época, com imensas lacunas por preencher (muitas dessas lacunas infelizmente não foram devidamente colmatadas e ainda permanecem por resolver!), uma equipa em construção, com novo treinador, novos métodos, tudo a partir da estaca zero, como aliás, tem sido habitual nos últimos anos, vencer a Roma afigurava-se como um cenário quase utópico. Pois bem, como dizia o outro foi “limpinho, limpinho, limpinho”, empate a 1 no Dragão e vitória estrondosa em Roma, deixando estupefactos os italianos. É verdade que os últimos 3 anos de FC Porto não têm sido bons, mas mesmo nesses 3 anos por vezes o grande FC Porto europeu das últimas décadas vem ao de cima, nomeadamente, em Nápoles numa eliminatória da Liga Europa ou frente ao Bayern Munique no Dragão para os quartos-final da Champions. De facto, a estaleca europeia do FC Porto é algo que 3 anos maus não destruíram por completo.
Como uma espécie de compensação divina, a verdade é que o sorteio da fase de grupos foi bastante simpático. A passagem aos oitavos-final foi para o FC Porto, ao contrário do que acontece com as duas equipas lisboetas, algo normal e até obrigatório tendo em conta o riquíssimo palmarés europeu do clube. Objetivo cumprido, mas longe de deslumbrar. Nos oitavos-final calhou-nos a Juventus, teoricamente, a 2ª equipa mais difícil que nos poderia calhar, logo a seguir ao Barcelona. Temos pouco a perder e muito a ganhar, eles são super-favoritos, mas nós, fazendo um bom resultado no Dragão, que passará necessariamente por não sofrer golos e marcar algum, poderemos colocar dúvidas na eliminatória, e mesmo as grandes equipas europeias não convivem bem com dúvidas...
O primeiro objetivo perdido veio em meados de novembro, numa deslocação a Chaves, em que as coisas só se resolveram nos penalties. O problema é que antes de chegar aos penalties, existiram vários lances duvidosos sempre decididos contra o FC Porto e um CLARO, EVIDENTE e ESCANDALOSO lance, perto do fim do tempo regulamentar, em que um defesa do Chaves perante um remate de um jogador do FC Porto coloca as mãos no ar fazendo uma belíssima defesa dentro da sua própria grande área. É verdade que poderíamos não ter marcado aquele penaltie, mas um jogo tem regras e naquele as mesmas não foram cumpridas em prejuízo de quem? Do FC Porto, pois claro! No resto, a falta de eficácia que um pouco por toda a época se tem sentido.
Sobre o segundo objetivo perdido, a Taça da Liga, há pouco a dizer. Ficar dois anos consecutivos em ultimo lugar na fase de grupos com equipas de II Liga e “marrecos” que lutam para não descer, extravasa o campo desportivo e tem seguramente a ver com algo superior que me escapa. Provavelmente, uma atitude displicente que o clube sempre teve perante esta competição e que se mantém. Acho é que não fica bem a um dos clubes com melhor palmarés europeu dos últimos 30 anos (provavelmente só superado pelos grandes tubarões Barça, Real, Bayern e Manchester) continuar a ficar em ultimo lugar de uma competição que é a menos relevante do panorama nacional, é certo, mas que não deixa de ser uma competição oficial.
Sobre o mais importante objetivo, a competição nacional por quem todos os adeptos suspiram há 3 anos, o campeonato, há efetivamente várias coisas por dizer. Em primeiro lugar, que nunca me lembro de ver um consenso tão alargado sobre o facto do FC Porto ser claramente o clube mais prejudicado pelas arbitragens ao longo da época, não uma, duas, nem três, mas várias vezes, em várias competições e com vários protagonistas de apito na boca. A segunda, é que efetivamente o FC Porto também tem responsabilidades próprias nos pontos que já perdeu. A terceira, é que mais responsabilidade que jogadores ou treinador, a SAD é a grande responsável por termos aqui e acolá perdido pontos de forma estúpida. Entra pelos olhos adentro de qualquer pessoa minimamente atenta que era necessário um avançado em condições e que Depoitre não é, nem nunca será esse avançado. Quando falamos de uma posição nuclear como a de ponta-de-lança, penso que está tudo dito. Quanto ao resto, notas positivas também são algumas: para André Silva que tem um belíssimo pecúlio de golos até ao momento, para a produção defensiva da equipa que acaba por ser a melhor defesa da competição, para o futebol praticado em vários momentos, numa quantidade assinalável de jogos a equipa produziu futebol com cabeça, tronco e membros, criou muitas oportunidades de golo e várias vezes foi penalizada por uma ineficácia ofensiva que seguramente seria melhor caso se tivesse ido buscar (alô SAD?!?!?!) um ponta-de-lança com créditos minimamente firmados num campeonato europeu minimamente decente (uma bundesliga, por exemplo...).
A verdade é que apesar de todos os problemas internos, há algo que tem de ser creditado a NES: a equipa produz algum futebol, tem um modelo de jogo e uma ideia clara para atingir os seus objetivos. É um modelo de jogo que tem obviamente defeitos e problemas, mas dá claramente a ideia que os “ovos” têm mais responsabilidade do que propriamente o "cozinheiro" quando a “omeleta” não sai tão bem. E atenção, estou muito longe de ser um fã de NES, procuro é ser honesto nas minhas análises, e tendo em conta os senhores do apito, a qualidade de alguns “ovos” e a falta de outros “ovos” que já se deviam ter comprado, o trabalho de NES afigura-se como hercúleo até ao final da época. A menos que, algo no qual eu não acredito minimamente, seja colmatada a lacuna há muito identificada: um ponta-de-lança para ser o parceiro de André Silva!
Há algo nesta equipa que me faz acreditar que seremos campeões.
ResponderEliminarSe aqueles jogos onde dominamos e não marcamos forem corrigidos na 2ª volta, então estamos aí para fazer algo bom, muito bom.
Mas lá está é preciso CORRIGIR, e o discurso de NES deixa-me apreensivo se realmente o NES tem voz suficiente para corrigir as coisas.
De resto a SAD já vem com esta "doença" desde o minuto 92.
Quanto aos jogadores, eu pergunto se é demais pedir que dêem mais um pouco em alguns momentos nalguns jogos.
E lá está, que os árbitros ganhem juízo e deixem de ser marionetas do sistema.
Abraços.