ESTORIL-FC PORTO, 1-2
Foi um jogo complicado e difícil para os Dragões que só conseguiram vencer nos últimos 10 minutos de jogo. As opções de Nuno Espírito Santo também não terão sido as melhores ao abdicar de dois extremos e jogando com um meio-campo muito povoado.
NES preferiu André André a titular, deixando no banco Corona e Brahimi, regressado da CAN, ficou também no banco. O onze do FC Porto teve pela frente um Estoril arrojado, determinado a contrariar o jogo do Dragão e a complicar as contas.
Por norma, uma deslocação à Amoreira é sinal de que os azuis e brancos vão ter problemas. Era eu um miúdo e lembro-me que sempre que jogávamos neste campo, perdíamos ou empatávamos. E depois nas Antas, dávamos goleadas de 7 e 8 golos sem resposta.
Não sei porquê e custa-me a perceber, mas há campos em que uma equipa joga, procura a vitória, mas sente imensas dificuldades e noutros em que por norma vence com relativa facilidade. Não muito longe da Amoreira, por exemplo, o FC Porto vence com alguma facilidade: estádio do Bonfim (este ano por acaso empatou com o contributo de um pinheiro qualquer) onde não perde desde 82-83.
O jogo na primeira parte foi muito fraquinho. Jogo muito mastigado, com a bola a andar de pé para pé e sem ideias. Oportunidades de golo não houve nenhuma, apenas uma ou outra ameaça nomeadamente de Danilo e outra de André André.
O Estoril não saía da sua rectaguarda, preocupado em tapar os caminhos para a sua baliza. Só amiúde tentava chegar à baliza de Casillas. Mas sem qualquer registo. Aliás, Kléber quase que nem esteve em campo.
Mas nesta primeira parte, “o apitozinho” fez das suas. Numa clara jogada legal, Diogo Jota foi interrompido pelo árbitro quando seguia isolado para a baliza. Um fora-de-jogo inexistente numa jogada iminente de golo.
Ainda antes do intervalo, NES mexeu na equipa. Fez entrar Brahimi para o lugar de Diogo Jota. Mas o intervalo chegaria sem qualquer efeito prático.
Na segunda parte, os Dragões mostraram raça, vontade, crer e partiram para cima dos estorilistas. Intensificaram-se os assaltos à baliza canarinha. Felipe e André Silva tiveram as suas oportunidades mas o jogo não atava, nem desatava.
Um penalti ficou por marcar logo no início da etapa complementar com um agarrão a André Silva dentro da grande área, mesmo nas barbas do árbitro.
O treinador portista fez dupla substituição. Corona e Rui Pedro entraram para os lugares de Herrera e Óliver e, finalmente, percebeu que não podia superpovoar o meio-campo, abdicando das alas. O jogo teve mais intensidade, mesmo sem ser bem jogado. O Estoril, pelo seu lado, começou a abusar do jogo faltoso.
Mas os cartões começaram a sair. Finalmente!!! A partir daí, o FC Porto pôde acercar-se mais da baliza contrária. Velocidade, intensidade e profundidade é o que se pede a esta equipa mas com as opções certas e jogando com alas. Foram precisos 60 minutos para alguém perceber isto.
Aos 71 minutos, Brahimi isola Rui Pedro mas este fez o golo em fora-de-jogo e alguns minutos mais tarde, o jovem ponta-de-lança rematou com grande perigo por cima da barra.
Dois minutos depois, o árbitro lá marcou grande penalidade, num derrube de Moreira sobre André Silva. O mesmo árbitro que nos apitou em Belém, desta vez fez o que tinha que ser feito. Deve ter tido vergonha.
André Silva não hesitou e abriu o marcador. A 8 minutos do fim, o Dragão respirava de alívio. Logo de seguida, nova grande penalidade sobre Rui Pedro mas o árbitro assinala simulação do jovem dianteiro portista. Incrível!
Não assinalou o árbitro a grande penalidade, decidiu Corona acabar com as dúvidas. Lançado em profundidade, Corona entrou na grande área, sentou um defesa contrário e colocou a bola no fundo das malhas de Moreira. Vitória garantida aos 91 minutos.
Mas ainda antes de terminar e com os canarinhos reduzidos a 10 por expulsão justa de Diakité por ser useiro e vezeiro no jogo faltoso, o Estoril reduziu para 1-2 por Dankler. Estavam decorridos 93 minutos.
O jogo terminaria pouco depois, com os Dragões a colarem-se ao líder, esperando por uma escorregadela na segunda-feira e encontram-se em condições de receber o Sporting no próximo sábado, onde os três pontos poderão definir muito do que resta da competição.
Primeiro porque, vencendo afastam quase irremediavelmente um concorrente e segundo porque ganham um ímpeto para encarar o título, sabendo que, brevemente, o Sporting recebe o Benfica, podendo, posteriormente, decidir muita coisa na Luz, dependendo apenas de si.
DECLARAÇÕES
Nuno: “Satisfeito pelo resultado e orgulhoso pelos três pontos”
Determinação para vencer
“Estou satisfeito pelo resultado e orgulhoso pelos três pontos que conquistámos num campo historicamente difícil para o FC Porto. O Estoril defendeu-se bem, congestionou a zona central do terreno e contrariou o nosso jogo, mas acabámos por ter várias ocasiões e só consentimos três remates. Estou muito satisfeito com o trabalho dos jogadores. Eles quiseram vencer e essa determinação é fundamental para conquistar vitórias.”
Os triunfos que “saltaram” do banco
“São decisões que se tomam, até porque um jogo tem 90 minutos. Temos todos à disposição e isso permite-nos tomar decisões de forma a potenciar os jogadores e a equipa. Todos fizeram um bom trabalho, houve consistência e exigência no trabalho de todos os jogadores, bem como uma forte reação à perda da bola. Isso requer muito trabalho e disponibilidade física e mental. Não permitimos nada ao Estoril. Na segunda parte procurámos mais o golo, porque precisávamos dos três pontos. Estamos mais perto de onde queremos estar, agora é descansar para depois preparar o próximo jogo.”
Missão cumprida
“Fizemos o que nos competia. Queremos continuar a aproximar-nos e colocar pressão em quem vai à frente. Jogar apenas com um ponto de vantagem é sempre diferente, não é a mesma coisa. Vamos ver o que acontece, mas ainda não estamos onde queremos estar.”
Últimos dias do mercado
“Este não é um momento de falar no mercado, mas sim da equipa. De salientar são os três pontos que conquistámos e que são fundamentais para nós.”
Apoio dos adeptos retribuído
“Sentimos o apoio dos nossos adeptos, que fizeram 300 quilómetros para estar aqui, e conseguimos retribuir-lhes com uma vitória, essencial na nossa luta pelo título.”
Arbtiragem
“O golo foi bem anulado e a grande penalidade não deixa dúvidas. Ainda assim, não faz sentido estarmos a insistir nisto. Os árbitros seguramente quererão melhorar o seu desempenho e isso será fundamental para que a competição seja justa.”
O reforço Soares
“O Soares é mais uma opção. Integrou os trabalhos esta semana e não estava disponível para este jogo por razões disciplinares. Temos boas opções.
RESUMO DO JOGO
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