Sejamos completamente honestos: após um início de janeiro catastrófico em que ficamos fora da taça da Liga e em que um empate frente ao Paços de Ferreira alargou imenso a desvantagem em relação à liderança (6 pontos, é muito ponto num campeonato destes), o cenário ameaçava tornar-se terrível e podíamos voltar a um ponto tão habitual nos últimos anos, ou seja, casa demolida, toca a mudar tudo outra vez a meio da época, treinador para a rua, toca a preparar a próxima época imediatamente.
Por muito que nos custe, seria exatamente isso que aconteceria caso não conseguíssemos 9 pontos nos últimos 3 jogos. O campeonato passaria a mera hipótese estatística – aliás, tenho a perfeita convicção que a partir de agora, mais de 4 pontos de diferença para o 1º classificado significa dizer automaticamente adeus ao título de campeão – caso empatássemos um desses últimos jogos, provavelmente entrar-se-ia numa espiral negativa com consequências possivelmente terríveis para o resto da época.
Sejamos novamente sérios, o FC Porto nos últimos 3 jogos arrecadou 9 pontos, marcou 9 golos, alguns deles de bola parada, mas não realizou exibições de encher o olho, muito longe disso. Utilizando uma metáfora gastronómica, nos últimos jogos comemos um bitoque acompanhado de uma dose de batatas fritas e uma coca-cola... foi apenas um bitoque, deu para encher o estômago, mas não foi lagosta acompanhada de caviar e champanhe caro!
É verdade que NES teima em não querer perceber algo muito simples. Independentemente de jogar em 4x1x3x2 ou em 4x3x3, não faz o menor sentido jogar sem jogadores com características de extremos. André André, Oliver e Herrera nunca poderão render encostados às alas, seja num esquema com 2 alas e um ponta-de-lança, seja num esquema com 2 alas no apoio a dois avançados. Corona é um jogador inconstante, Brahimi tem um enorme problema de mentalidade, Otávio tem apenas 21 anos e Kelvin regressou à poucas semanas mas não há volta a dar, temos de jogar sempre com 2 desses 4 jogadores seja em que esquema for. Entregar aos laterais a profundidade da equipa, utilizando um meio-campo com 3 jogadores idênticos em termos de características não funciona, nunca funcionou e provavelmente nunca funcionará. Porque, ao contrário doutras alturas, em que havia Deco, Maniche ou Alenichev (os tais tempos em que comíamos lagosta regada com champanhe semanalmente!), hoje em dia a matéria-prima é o que é. É o que temos!
Por muito que nos custe, e a mim custa-me IMENSO, o FC Porto vem de 3 épocas más. Aliás, 3 épocas muito más, em duas delas (13/14 e 15/16) praticamente nem contamos para o totobola, em meados de fevereiro já estávamos arredados de praticamente tudo, na outra (14/15) com um bom plantel lutamos até ao fim pelo campeonato, mas uma série de fatores, entre eles erros de arbitragem e erros de comunicação próprios (como deixar o treinador só a defender o clube perante o pântano lamacento que é a comunicação social portuguesa) ditou o destino de mais uma época a zeros.
A pergunta que me coloco a mim próprio é: será razoável pedir lagosta com champanhe até ao final do campeonato em vez de um bom bitoque com batata frita e coca-cola? A focalização até ao final da época deve centrar-se sobretudo em ter um nível de eficácia e competência que nos permita arrecadar o máximo de pontos possível, com maior ou menor fulgor exibicional. Sou Portista, mas tenho olhos na cara, o FC Porto não tem um plantel vasto em termos de qualidade, não tem sequer um onze comparável ao que tinha há apenas 4 ou 5 anos, sinceramente, acho que temos até o pior plantel (em termos teóricos) dos últimos 10 ou 15 anos. Se queremos ganhar alguma coisa, o nível de eficácia tem de ser maximizado, ou seja, há que marcar golos no menor número de oportunidades possível e a verdade é que nos últimos 3 jogos, criaram-se poucas oportunidades mas a % de eficácia aumentou muito face ao que se tinha visto até então. Depois, a juntar a isto, há outro fator que inegavelmente o FC Porto de NES tem, capacidade de sacrifício e união do grupo!
Muitas loas se entoaram em relação ao campeão do ano passado. Mas o campeão do ano passado teve no seu principal fator de sucesso algo muito simples: eficácia atacante, marcar 1 golo em meia oportunidade. Quantos e quantos jogos, o campeão do ano passado fez exibições miseráveis e ao minuto 90 lá apareceu jonas ou mitroglu para selar uma vitoria arrancada a ferros? Em alvalade, no jogo que praticamente decidiu o título, que atitude teve o campeão? Marcou um golo cedo, depois baixou o bloco, entregou o meio-campo ao adversário, defendeu, defendeu, defendeu e esperou pelo apito final acantonado à sua área.
É importante que NES corrija alguns erros que tem cometido, como jogar sem extremos, mas sinceramente já estou preparado para assistir a concertos de bombo (e não ópera) e a comer bitoque com batata frita até ao final do campeonato. Não se trata de falta de ambição ou exigência, trata-se de realismo. Tenho a perfeita convicção que se o FC Porto for uma equipa minimamente organizada e sobretudo eficaz ofensivamente poderá pelo menos lutar pelo titulo até ao fim. Não quero ver jogos com 20 ou 30 oportunidades e zero golos, mas se vir eficácia ofensiva e consistência a defender já não é mau. Infelizmente, já não sou o Portista que exige lagosta e ópera, apenas espero que a banda não desafine muito e que o estômago não fique vazio.
PS - Mais um jogo em que a generalidade da critica (até quem nos odeia!) admite que ficou mais um penaltie por marcar a favor do FC Porto... e o que foi marcado apenas se deveu à evidencia do lance, tão evidente, que seria descarado demais não ser assinalado. Continuam os erros, quase sempre no mesmo sentido.
Por muito que nos custe, seria exatamente isso que aconteceria caso não conseguíssemos 9 pontos nos últimos 3 jogos. O campeonato passaria a mera hipótese estatística – aliás, tenho a perfeita convicção que a partir de agora, mais de 4 pontos de diferença para o 1º classificado significa dizer automaticamente adeus ao título de campeão – caso empatássemos um desses últimos jogos, provavelmente entrar-se-ia numa espiral negativa com consequências possivelmente terríveis para o resto da época.
Sejamos novamente sérios, o FC Porto nos últimos 3 jogos arrecadou 9 pontos, marcou 9 golos, alguns deles de bola parada, mas não realizou exibições de encher o olho, muito longe disso. Utilizando uma metáfora gastronómica, nos últimos jogos comemos um bitoque acompanhado de uma dose de batatas fritas e uma coca-cola... foi apenas um bitoque, deu para encher o estômago, mas não foi lagosta acompanhada de caviar e champanhe caro!
É verdade que NES teima em não querer perceber algo muito simples. Independentemente de jogar em 4x1x3x2 ou em 4x3x3, não faz o menor sentido jogar sem jogadores com características de extremos. André André, Oliver e Herrera nunca poderão render encostados às alas, seja num esquema com 2 alas e um ponta-de-lança, seja num esquema com 2 alas no apoio a dois avançados. Corona é um jogador inconstante, Brahimi tem um enorme problema de mentalidade, Otávio tem apenas 21 anos e Kelvin regressou à poucas semanas mas não há volta a dar, temos de jogar sempre com 2 desses 4 jogadores seja em que esquema for. Entregar aos laterais a profundidade da equipa, utilizando um meio-campo com 3 jogadores idênticos em termos de características não funciona, nunca funcionou e provavelmente nunca funcionará. Porque, ao contrário doutras alturas, em que havia Deco, Maniche ou Alenichev (os tais tempos em que comíamos lagosta regada com champanhe semanalmente!), hoje em dia a matéria-prima é o que é. É o que temos!
Por muito que nos custe, e a mim custa-me IMENSO, o FC Porto vem de 3 épocas más. Aliás, 3 épocas muito más, em duas delas (13/14 e 15/16) praticamente nem contamos para o totobola, em meados de fevereiro já estávamos arredados de praticamente tudo, na outra (14/15) com um bom plantel lutamos até ao fim pelo campeonato, mas uma série de fatores, entre eles erros de arbitragem e erros de comunicação próprios (como deixar o treinador só a defender o clube perante o pântano lamacento que é a comunicação social portuguesa) ditou o destino de mais uma época a zeros.
A pergunta que me coloco a mim próprio é: será razoável pedir lagosta com champanhe até ao final do campeonato em vez de um bom bitoque com batata frita e coca-cola? A focalização até ao final da época deve centrar-se sobretudo em ter um nível de eficácia e competência que nos permita arrecadar o máximo de pontos possível, com maior ou menor fulgor exibicional. Sou Portista, mas tenho olhos na cara, o FC Porto não tem um plantel vasto em termos de qualidade, não tem sequer um onze comparável ao que tinha há apenas 4 ou 5 anos, sinceramente, acho que temos até o pior plantel (em termos teóricos) dos últimos 10 ou 15 anos. Se queremos ganhar alguma coisa, o nível de eficácia tem de ser maximizado, ou seja, há que marcar golos no menor número de oportunidades possível e a verdade é que nos últimos 3 jogos, criaram-se poucas oportunidades mas a % de eficácia aumentou muito face ao que se tinha visto até então. Depois, a juntar a isto, há outro fator que inegavelmente o FC Porto de NES tem, capacidade de sacrifício e união do grupo!
Muitas loas se entoaram em relação ao campeão do ano passado. Mas o campeão do ano passado teve no seu principal fator de sucesso algo muito simples: eficácia atacante, marcar 1 golo em meia oportunidade. Quantos e quantos jogos, o campeão do ano passado fez exibições miseráveis e ao minuto 90 lá apareceu jonas ou mitroglu para selar uma vitoria arrancada a ferros? Em alvalade, no jogo que praticamente decidiu o título, que atitude teve o campeão? Marcou um golo cedo, depois baixou o bloco, entregou o meio-campo ao adversário, defendeu, defendeu, defendeu e esperou pelo apito final acantonado à sua área.
É importante que NES corrija alguns erros que tem cometido, como jogar sem extremos, mas sinceramente já estou preparado para assistir a concertos de bombo (e não ópera) e a comer bitoque com batata frita até ao final do campeonato. Não se trata de falta de ambição ou exigência, trata-se de realismo. Tenho a perfeita convicção que se o FC Porto for uma equipa minimamente organizada e sobretudo eficaz ofensivamente poderá pelo menos lutar pelo titulo até ao fim. Não quero ver jogos com 20 ou 30 oportunidades e zero golos, mas se vir eficácia ofensiva e consistência a defender já não é mau. Infelizmente, já não sou o Portista que exige lagosta e ópera, apenas espero que a banda não desafine muito e que o estômago não fique vazio.
PS - Mais um jogo em que a generalidade da critica (até quem nos odeia!) admite que ficou mais um penaltie por marcar a favor do FC Porto... e o que foi marcado apenas se deveu à evidencia do lance, tão evidente, que seria descarado demais não ser assinalado. Continuam os erros, quase sempre no mesmo sentido.
Em 3 semanas, o FC Porto recuperou 5 pontos face ao líder, e agora apenas depende de si para ser campeão…
ResponderEliminarOs próximos 2 jogos são de grau elevado de dificuldade, receber o Sporting e ir a Guimarães… Se sairmos deste ciclo incólumes, as coisas podem ficar engraçadas para nós!
Mas atenção, o pior que pode haver agora é euforia de algum tipo, continuamos em 2º lugar e temos 2 jogos complicadíssimos. Mas dependemos de nós próprios e isso é bom, em teoria claro!
Começando pelo PS RCBC, ainda temos que aturar gajos manhosos como o treinador do Estoril, que apesar de estar cá há pouco mais de um par de meses, já sabe do que a casa (media desportivos nacionais) gasta. Foi simplesmente nojento ver esse senhor a atirar o barro da arbitragem à parede, a ver se colava, quando estava farto de saber que a arbitragem até tinha sido muito light para o Estoril, tal a pancada que distribuíram no jogo todo, além de mais um penalty roubado.
ResponderEliminarO RCBC diz que o plantel é dos mais fracos dos últimos 10/15 anos. Eu digo que é um dos piores dos últimos 40 anos. Tirando Casillas, Maxi e talvez Brahimi, os restantes jogadores são ilustres desconhecidos para a maioria dos europeus. NES tem tido o mérito de o espremer muito bem, pois a base é praticamente a mesma da época anterior, com um único verdadeiro reforço (Felipe), algum acrescento de qualidade que Óliver dá ao miolo e muitas jovens promessas (Otávio, Jota, Rui Pedro) que felizmente para nós, têm aproveitado as oportunidades.
Se é verdade que o treinador inventou contra o Estoril, também é verdade que soube ganhar o jogo. Esses três pontos foram fulcrais. Como comparação, contra o slb NES não inventou nada, colocou o melhor 11, a jogar muito bem, e no fim o resultado é o que nos coloca hoje no 2º lugar. Será que ainda não aprenderam que à jornada 34, o campeão é a equipa com mais pontos?
Jogar bonito é, e será sempre, um extra para complementar os pontos.
A malta daqui deve ser muito nova, mas aconselho a verem o Brasil de 82. Provavelmente a melhor equipa que alguma vez interpretou o espetáculo que é o futebol... e perdeu com uma Itália que jogava muito menos do que nós.
Marcano, Alex Teles, Danilo, André Silva, Corona. 5 «ilustres desconhecidos» (mas só para o Hugo Mota)
EliminarCaro Miguel, por momentos fez-me lembrar os adeptos do "maismaior" clube da freguesia de carnide.
ResponderEliminarQue eu saiba, a fama internacional de um jogador vem cumulativamente:
- Jogar nas 4 principais ligas europeias (Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha) de preferência a titular num dos principais clubes. A partir daí, quanto maior os feitos, maior a fama.
- da experiência europeia/internacional nos clubes, e/ou eventuais feitos.
- do acumular de internacionalizações ao serviço das selecções, e/ou eventuais feitos (tipo Éder).
De Portugal, o comum adepto europeu sabe os nomes dos principais clubes e aqui aqui ou acolá talvez veja imagens dos golos de um clássico. Quanto ao resto, o que diz respeito ao nosso campeonato passa-lhes ao lado salvo o vencedor final.
Se utilizarmos como exemplo um adepto vulgar da Juventus, o Alex Telles será uma cara familiar pela época que fez no Inter. Mas se perguntar a um adepto comum do Manchester United, ele não fará a mínima ideia de quem seja.
Desses 5, e também foi uma dúvida minha quando enumerei os 3 exemplos, poderia incluir eventualmente Corona pelos golos de belo efeito que tem marcado pelo México e também nesta época europeia portista. Quanto aos restantes (obviamente Danilo e A. Silva), acredito que vão ser nomes famosos na Europa, mas para já ainda não o são.
Para convencidos e megalómanos já existem "6 milhões" em Portugal.