13 junho, 2006

José Manuel Ribeiro n'OJOGO

Mal-eventurados os humildes
É preciso resistir à vontade de escrever que continua a faltar futebol à selecção. Pode ser engano. Angola talvez seja a equipa mais forte que Portugal encontrou em fases finais, se excluirmos todas as outras. A sério: mantém-se aquela muralha psicológica que costuma levar os internacionais portugueses a crescer e mingar na razão directa do tamanho do adversários, ao estilo da gravidez por simpatia com que alguns homens têm a delicadeza de acompanhar a gestação dos filhos. No caso de selecções como Angola, até o trabalho de parto fica, geralmente, a nosso cargo. Portugal é o marido que se sujeita à cesariana enquanto a mulher (as Angolas) aguarda na sala de espera que a enfermeira lhe diga se é escândalo ou escândala. Dos enjoos matinais costumam encarregar-se os concidadãos no dia seguinte. Mas desta vez não houve, embora se tenha jogado mal e por razões tudo menos óbvias. Os angolanos deram tanta luta como espaço. Ninguém aprendeu a defender por os ter visto. Se Portugal não soube usar a fraca densidade demográfica de que beneficiou, podemos especular, como já li, que o pessoal do ataque não se entende, que a equipa não parece trabalhada, etc., ou contemporizar e culpar Deco, por ser tão importante que a sua falta obriga a mudar metade do onze. Haverá tempo para esclarecer o assunto. Por agora, interessa que Portugal ultrapassou a selecção "mais humilde do Mundial", para citar o próprio seleccionador angolano, que cometeu claramente um erro em tê-lo dito só agora. Se tivesse descrito Angola dessa maneira uns dias antes do jogo, o coração benévolo dos portugueses teria entrado, de imediato, em arritmia: a selecção mais humilde do Mundial seria o nosso mais terrível adversário, se ao menos tivesse dito quem era com a devida antecedência. Incógnita, evitou que Portugal maximizasse a auto-flagelação, mas a vitória não deixa de ter significado, até porque o problema deve ficar por aqui. Não estou a ver o Irão a apresentar-se como a segunda selecção mais humilde do campeonato do Mundo.
Figo, um extremo-direito a menos
Figo está a jogar bem. Melhor do que no Euro'2004 e infinitamente melhor do que no Mundial'2002. A diferença é que nessas fases finais foi extremo-direito e anteontem jogou numa posição que já julgávamos bem preenchida. Caso se confirme o desvio de Deco para outra vaga qualquer no meio-campo, de forma a permitir que Figo dê o melhor uso à suas limitações físicas actuais, fica uma pergunta em suspenso: nesta lista de convocados, há um número dez a mais ou um extremo-direito a menos?
in "O JOGO", 2006.06.13

2 comentários:

  1. ha um numero 10 a ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ pois esse numero so tem um dono ............

    aquele abraço

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  2. oi my friends ya ygado de punta cana


    quantos sao para amanhar
    hhheeeheeeheehe

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