É uma constante ler e ouvir, no mundo do futebol, o seguinte: “O futebol de ataque incarna a aventura, a abertura, a generosidade, os valores progressistas e, inversamente, o futebol de defesa incarna o silêncio, a falta de argumentos, o espírito conservador“.
Poderíamos, assim, lendo e ouvindo o que se diz, partir da tese seguinte: existe um futebol de esquerda e um futebol de direita. O futebol de ataque, sendo progressista, é o futebol de esquerda e, por sua vez, o futebol de defesa, sendo conservador, é o futebol de direita. Mas, contrariarmente ao que muitos pensam, o verdadeiro futebol de esquerda é o futebol defensivo. Veja-se a demonstração.
No futebol, como em muitos outros domínios, quem toma a iniciativa é aquele que tem meios económicos e sociais. Por exemplo, o Manchester United que pode comprar os melhores jogadores do Mundo não tem qualquer dificuldade em poder jogar ao ataque. Num encontro entre o Manchester United e um clube fraco da Liga Inglesa (pobre e sem talentos individuais, podendo apenas resistir e defender) qual destas duas equipas veríamos, imediatamente, à esquerda? Não o clube de Sir Alex Fergurson. É evidente e claro como “a clara dum ovo”!
Por analogia com a noite do 4 de Agosto de 1789 (1), o futebol de esquerda é aquele que se organiza para abolir a injustiça das “origens naturais“. Ou seja, se o meu adversário é privilegiado por nascimento e, logo, mais forte, eu vou me estruturar para poder resistir. Princípio de base de qualquer movimento de resistência. É assim desde Espartacus até ao nascimento da história do sindicalismo.
É perante esta ordem de ideias que aparece o Catenaccio. Este sistema táctico foi criado pelo Francês Robert Accard, em 1920, e, em seguida, foi popularizado pelo Francês de origem Argentina, Helenio Herrera. Com efeito, este último foi iniciado a este sistema no clube da bela cidade des Ardennes, Charleville, onde jogou futebol.
Contrariarmente às ideias pré-concebidas, o Catennacio não é fascista . É libertador do indivíduo. O Catennacio é o único sistema que não sacrifica jogadores. É o único sistema que permite aos defesas, os proletários do futebol moderno, de atacar e de marcar. Isto é, de existirem. O Catennacio assenta, graças à sua organização colectiva, na unidade e entre-ajuda dos jogadores. E este sistema continua a mostrar as suas provas. Salvo erro meu, a ilustração da sua eficácia é, quer se queira ou não, a vitória da Grécia no Europeu de 2004 e, também, o que muitos esquecem, a vitória da França no Mundial de 1998.
O FC Porto, jogando um futebol de direita ou de ataque, não tem capacidades de poder rivalizar, na Liga dos Campeões, com clubes cujos meios financeiros são poderosos. O FC Porto, infelizmente, não faz parte dos privilegiados, dum ponto de vista económico. E, por outro lado, a estrutura da Liga Portuguesa também não permite ao FC Porto estar, regularmente, em contacto com um futebol competitivo.
Assim, porque não apostar num futebol de esquerda?
O FC Porto, quanto a mim, tem jogadores para construir um excelente Catennacio. Para poder jogar um futebol de esquerda. Para continuar a vencer na Liga dos Campões.
Guardando-se sempre cinco defesas, eis uma hipótese entre outras: Helton, Bruno Alves, Fucile, Pedro Emanuel e Rolando, Sapunaru, Meireles, Lucho, Guarin, Candeias e Lisandro.
Deixo o debate em aberto.
E Viva o Porto!
(1) : Abolição dos direitos feodais e dos privilégios. Início da redacção da Declaração dos Direitos do Homem : “Todos os Homens nascem livres e iguais em Direito “.
(2) Fontes consultadas : Wikipédia e memórias de conversas .
Poderíamos, assim, lendo e ouvindo o que se diz, partir da tese seguinte: existe um futebol de esquerda e um futebol de direita. O futebol de ataque, sendo progressista, é o futebol de esquerda e, por sua vez, o futebol de defesa, sendo conservador, é o futebol de direita. Mas, contrariarmente ao que muitos pensam, o verdadeiro futebol de esquerda é o futebol defensivo. Veja-se a demonstração.
No futebol, como em muitos outros domínios, quem toma a iniciativa é aquele que tem meios económicos e sociais. Por exemplo, o Manchester United que pode comprar os melhores jogadores do Mundo não tem qualquer dificuldade em poder jogar ao ataque. Num encontro entre o Manchester United e um clube fraco da Liga Inglesa (pobre e sem talentos individuais, podendo apenas resistir e defender) qual destas duas equipas veríamos, imediatamente, à esquerda? Não o clube de Sir Alex Fergurson. É evidente e claro como “a clara dum ovo”!
Por analogia com a noite do 4 de Agosto de 1789 (1), o futebol de esquerda é aquele que se organiza para abolir a injustiça das “origens naturais“. Ou seja, se o meu adversário é privilegiado por nascimento e, logo, mais forte, eu vou me estruturar para poder resistir. Princípio de base de qualquer movimento de resistência. É assim desde Espartacus até ao nascimento da história do sindicalismo.
É perante esta ordem de ideias que aparece o Catenaccio. Este sistema táctico foi criado pelo Francês Robert Accard, em 1920, e, em seguida, foi popularizado pelo Francês de origem Argentina, Helenio Herrera. Com efeito, este último foi iniciado a este sistema no clube da bela cidade des Ardennes, Charleville, onde jogou futebol.
Contrariarmente às ideias pré-concebidas, o Catennacio não é fascista . É libertador do indivíduo. O Catennacio é o único sistema que não sacrifica jogadores. É o único sistema que permite aos defesas, os proletários do futebol moderno, de atacar e de marcar. Isto é, de existirem. O Catennacio assenta, graças à sua organização colectiva, na unidade e entre-ajuda dos jogadores. E este sistema continua a mostrar as suas provas. Salvo erro meu, a ilustração da sua eficácia é, quer se queira ou não, a vitória da Grécia no Europeu de 2004 e, também, o que muitos esquecem, a vitória da França no Mundial de 1998.
O FC Porto, jogando um futebol de direita ou de ataque, não tem capacidades de poder rivalizar, na Liga dos Campeões, com clubes cujos meios financeiros são poderosos. O FC Porto, infelizmente, não faz parte dos privilegiados, dum ponto de vista económico. E, por outro lado, a estrutura da Liga Portuguesa também não permite ao FC Porto estar, regularmente, em contacto com um futebol competitivo.
Assim, porque não apostar num futebol de esquerda?
O FC Porto, quanto a mim, tem jogadores para construir um excelente Catennacio. Para poder jogar um futebol de esquerda. Para continuar a vencer na Liga dos Campões.
Guardando-se sempre cinco defesas, eis uma hipótese entre outras: Helton, Bruno Alves, Fucile, Pedro Emanuel e Rolando, Sapunaru, Meireles, Lucho, Guarin, Candeias e Lisandro.
Deixo o debate em aberto.
E Viva o Porto!
(1) : Abolição dos direitos feodais e dos privilégios. Início da redacção da Declaração dos Direitos do Homem : “Todos os Homens nascem livres e iguais em Direito “.
(2) Fontes consultadas : Wikipédia e memórias de conversas .
Gostei desta tua analogia entre a política e o futebol. Sim sou adepto de um futebol de esquerda, de coragem, de ataque, de valores progressistas... mas caro amigo Portomaravilha, o Jesualdo é mt conservador e não sei se estará pelos ajustes.
ResponderEliminarPS-no andebol, caro amigo Portomaravilha vamos ter uma final olimpica entre França e a surpresa Islândia. Quem ganhará? :)
Abraço
Boa analogia, Porto Maravilha, em que até o conservadorismo notório de Jesualdo poderia ser um factor de peso na adopção de um futebol identico ao italiano, no Porto, um catennacio que priveligiasse os aspectos defensivos, um ferrolho de betão, dotando a equipa de uma solidez invejável. Mas...
ResponderEliminarSe compreendo que o facto de o POrto não ter uma capacidade económica similar aos grandes tubarões europeus o obriga a improvisar no mercado, não deixa de ser verdade que nos habituamos a ver o clube jogar, de forma destemida, generosa, não abdicando de valores fulcrais na sua concepção de jogo...
Mais do que vencer, a todo o custo, importa preservar o que conquistamos, com modelos de jogo atractivos, esteticamente agradáveis, umbilicalmente ligados ao futebol de ataque...
E, sempre me habituei a ver os grandes potentados económicos, no futebol, como gigantes preguiçosos, incapazes de fazerem o trabalho de casa na prospecção do mercado. Se é verdade que eles têm dinheiro para comprarem quem querem, não deixa de corresponder à realidade que o Porto descobre talentos, a preços baixos, extraindo deles as capacidades desportivas que nos dão títulos, e depois vendendo-os a preços quase obscenos. Por isso, o fosso entre ricos e nós, no futebol, poderia ser enorme, quase impossível de atravessar, mas mercê desse factor tem permitido ao Porto continuar na ribalta europeia, ano após ano, com equipas competitivas...
clube fraco da Liga Inglesa. Pobre ???
ResponderEliminarBom, vejamos:
Clubes promovidos à Premier League recebem 75 milhões de euros
Segundo os analistas do Sports Business Group da Deloitte & Touche, os clubes promovidos do Championship (2ª Liga Inglesa) para a Premier League, têm o maior incentivo económico que algum clube de futebol pode receber a nível mundial. As equipas Ingleses que subirem à Premier League recebem 38,3 milhões de Euros em direitos televisivos, mais 6,3 milhões de Euros de patrocínios extra e negócios de merchandising por época. Mesmo os clubes que descem de divisão recebem 30,6 milhões de Euros durante os 2 anos seguintes. Desta forma cada clube recebe um total de 75,2 milhões de Euros, mais 35 milhões de Euros que um clube pode ganhar na Champions League. Cada clube do Championship pode esperar também um acréscimo de 30% nas restantes receitas. Os analistas da Deloitte dizem também que este é um dos factores mais importantes para o interesse dos grandes investidores nos clubes Ingleses, uma vez que a perspectiva de gerar receitas e a exposição da competição, tornam os clubes em alvos apetecíveis.
Fonte: Deloitte & Touch
Aumento nos bilhetes da Premier League
Na última semana várias equipas da Premier League aumentaram o preço dos seus ingressos para os jogos do campeonato. Em média o valor das entradas aumentou 7,2%, subindo o preço médio de cada bilhete anual para os 742 Euros. Dos clubes de topo Ingleses, apenas o Chelsea não aumentou os seus ingressos, mas equipas do fim e meio da tabela já anunciaram o aumento. O Arsenal é o clube que pratica os preços mais altos, com um bilhete de época em média a custar 1.164 Euros e justificou o seu aumento de 4,5%, como o primeiro aumento nos últimos 4 anos. O Aston Villa é o clube com os preços mais baixos com um bilhete por jogo a custar 49 Euros e um bilhete anual a custar 641 Euros (uma média de 33,8 Euros por jogo). Equipas como o Sunderland e o Portsmouth aumentaram os seus ingressos em 6% e 5% respectivamente, justificando o aumento com a necessidade de aumentar as suas receitas.
Fonte: Futebol Finance
Conclusão: Pobres somos nós.
Viva !
ResponderEliminarEstou a pensar unicamente e unicamente na Liga dos Campeões. Deixo de lado o campeonato Português que, como já escrevi, não favorece, nos seus moldes actuais, a competitividade do Porto. Mas talvez esteja enganado.
Pensando pois na Liga dos Campeões :
Lucho : E se, actualmente, o futebol progessista fosse o futebol conservador ? Aquele que defende as regalias conquistadas, ou seja, aquele que permite às pequenas equipas poderem ainda (por quanto tempo ?) partilhar o espaço dos "tubarões" ?
Paulo Pereira : Empregaste a palavra betão. E com razão, já que foi assim que R. Accard baptizou o seu sistema.
Não deixa de ter piada que o seleccionador Francês A. Jacquet foi, na altura, em 1998, imensamente criticado pelo diário l'equipe que o acusava de ser conservador. Houve zangas e até quem deixou de comprar o l'equipe.
Mas ele foi campeão do Mundo com uma defesa mega "betonada". O que levou o selecionador Italiano a declarar, ironicamente, após a derrota da Italia contra a França, nos quartos de final, "Parimos um monstro", aludindo ao jogo Francês que mais não era que a cópia do velho sistema italiano do Catenaccio.
É verdade que tinha um génio que permitia criar a surpresa e a variação necessária para abrir e chegar ao golo ( Zidane).
Mas eu penso que o Porto também tem um pequeno génio: Lucho. Em forma, este é capaz de criar a velocidade, a supresa e as alterações e variações pedidas para criar espaços. Tanto mais que Lisandro e Candeias (pelo que vi) tem um grande poder de arranque e de deslocação.
Jogar com três defesa poderia dar maior estabilidade a Fucile e a Sapunaru ( este cruza bem pelo que vi) nos ataques pelas alas.
Existe um ditado Francês da Normandie que diz que não se pode ter, ao mesmo tempo, a manteiga, o dinheiro da menteiga e a leiteira. Ou seja, ou jogamos para a plateia ou jogamos para ganhar. Creio que esta temática já aqui foi discutida.Ver o Porto, com o plantel actual, a jogar um futebol de ataque , na Liga dos Campões, parece-me suicidário. Oxalá me engane.
Por outro lado, o "betão" parece-me também interessante porque obriga o colectivo a jogar para o colectivo. Pede a união de todos os jogadores, o que pode dar estabilidade a um balneário.
Lucho : Vamos ver quem ganha a final de andebol. Não aposto :-) !O que é certo é que a França, quer em mulheres quer em homens, está com uma excelente formação. É um desporto que está a crescer muito. Investimento nos jovens. E um desporto fantástico porque o resultado pode mudar em segundos.
Podemos também pensar que, pouco a pouco, o andebol, tal como o rugby, vão ocupando o lugar do futebol. Simples exemplo : A partir desta época a televisão pública já não transmite jogos de futebol. A reacção não se fez esperar : Ouço cada vez mais : "Para mim o futebol acabou".
Com efeito, pagar imposto para possuir tv em casa, pagar a entrada no estádio e pagar para ver resumos ( sem contar outros jogos) é demais !
De qualquer modo, parece que a Federação Francesa anda arrasca. Acaba de lançar uma grande campanha publicitária ( de milhares )para incitar as pessoas a irem ao estadio. É que o Stade Français, em rugby, com transmissão televisiva num canal publico, consegue encher o Stade de France ( 80 mil ). Também é verdade que joga à tarde (sábado em geral).
Mas este já seria outro debate.
E Viva o Porto !
Boa iniciativa a sua, caro PortoMaravilha, de lançar aqui este "topic". Permita-me no entanto que discorde do seu ponto de vista e que o faça apenas para poder lançar alguma discussão...Porque a leitura das coisas não é linear, pode sofrer mudanças de acordo com o rumo das nossas ideias e as nossas ideias são feitas de Mudança constante, são Dialécticas...Pegando nos seus argumentos de chamar de "esquerda" ao futebol de "contenção", eu diria que a "esquerda" não tem nada a ver com "contenção" ou então -a sê-lo- será uma "esquerda moribunda"...Todos os movimentos de conquista de igualdade e mudança são feitos em contra-poder, logo exigem coragem e mesmo alguma loucura...Quem não tem nada a perder pode perfeitamente considerar a hipótese de perder tudo, isto é, perder nada!...As regras defendem quem Tem, em detrimento de quem Quer...Quem Quer tem que se fazer à vida, senão nada Terá!...Quem Tem deve amansar quem Quer, para não perder o que é Seu, pois este Seu poderá vir a ser dos Outros, já que Tudo é de Todos, pois vem do Mundo que é Comum, logo quem Possui, possui sempre algo que não é apenas Seu...Até mais logo: TriAbraços...
ResponderEliminarportomaravilha:
ResponderEliminarEu estou com o Meireles qd ele diz:
«eu diria que a "esquerda" não tem nada a ver com "contenção" ou então -a sê-lo- será uma "esquerda moribunda"...Todos os movimentos de conquista de igualdade e mudança são feitos em contra-poder, logo exigem coragem e mesmo alguma loucura... e é essa loucura (desde q não chegue ao nivel da loucura do adriaanse) q eu gostava q jesualdo tivesse...
Eu estou sempre com o futebol de ataque.
ResponderEliminarQue saudades tenho de um Bobby Robson. Não obstante devo admitir que o grande treinador inglês se assustava nas competições europeias.
O meu onze seria um 4-3-3 com fácil transformação a um 4-2-4.
Helton;
Fucile, Pedro Emanuel, Bruno Alves, Benitez;
Raul Meireles Lucho e Mariano Gonzalez;
Cristian Rodriguez, Lisandro e Hulk;
No entanto, a vida de cada um tem prazo de validade e o sistema Progressista de hoje pode apresentar-se como sistema Conservador amanhã, isto é, eu conquistei o meu espaço, mas depois de o conquistar, o espaço que passou a ser meu será disputado por outros, logo eu não terei interesse nenhum em abandoná-lo...O que fazer com este impasse?...As regras que comandam o Futebol e as suas estratégias estão em constante mutação e quem fôr inteligente -e se souber qual a estratégia do outro, melhor- só tem que dar ao outro o que ele não quer! Se ele quer que eu jogue ao ataque eu jogarei à defesa por que assim trocar-lhe-ei as voltas e baralha-lo-ei!...Quem jogar melhor este jogo de quebra-cabeças ganhará...
ResponderEliminarÉ aqui, neste ponto, que eu entronco a questão de se ser inteligente e sagaz!
Viva !
ResponderEliminarOlimpus :
Concordo consigo. Mas há que considerar a minha frase no seu,contexto. Talvez me tenha mal expresso. Pobre no contexto da Liga Inglesa. O que é diferente. Já aqui escrevi um texto "Ser pobre e gostar de futebol, é pecado? ". Concordo consigo : Somos pobres.Muito Obrigado pelo seu comentário.
MeirelesPortuense, Muito Obrigado também , pelo seu comentário. É sempre um prazer lê-lo. É que travamos armas a propósito do acordo ortográfico. E para o Bem !Falemos,então, de Dialéctica. Aquela que Engels na sua "Dialectica da natureza" definiu. Qualquer aspecto etc, tem sempre em si a sua própia negação. Por sabermos isso, eu posso pensar que o futebol é um jogo onde há onze contra onze e onde o resultado inicial é de 0-0. Como vou poder negar a superioridade do adversário que recorre a meios que, desde o início, me põem em posição de desfavorecido ( financeiros, treinos, etc ? ).
Vou ter que me defender e aí o "Betão" pode ser uma arma revolucionária, desentronizando o mais forte, o poder estabelecido.
Voltando de novo à dialectica e à lei da quantidade/qualidade.Se o Manchester United joga o Betão, aí o Manchester pratica um jogo de direita porque tem posses para jogar um futebol de ataque. Como os antigos senhores feodais podiam divertir-se com a plebe ou o bobo da Corte.
O Porto, infelizmente, não pode fazer isso. Se joga um jogo de ataque fica sem contra poder. Lembre-se do 4-1 contra o Liverpool. Amigo MeirelesPortuense, eu nunca disse que o futebol de esquerda era um jogo de contenção. Mas de resistência, o que não é igual.
As regras são as mesmas para os dois clubes no início da partida. Mas por detrás das regras há um poderio económico para alguns e para outros não.
Totalmente de acordo consigo : "Quem quer tem que se fazer à vida" . Só que há quem se faz à vida de maneira revoltada, dando cabeçadas contra as paredes, ou melhor dizendo, chutando e chutando ao lado da baliza, e há quem se faz à vida de maneira revolucionária. Tenho um obstaculo como vou fazer para eliminá-lo?
Amigo MeirelesPortuense, escreve a um convencido "Quem possui, possui sempre algo que não é apenas seu".
Lucho : Vês, também estabeleces uma fronteira entre o Adriaanse e o Jesualdo. Amigo Lucho , desde já te digo prefiro mulheres, mas sempro que vejo andebol penso em ti e no jogo Paris-Porto. Amanhã vou fazer tudo para ver a final olimpica.
Saci perere : Tem piada porque tive vontade, antes de escrever este texto, de escrever um sobre o 4-2-4. Eu penso que pode ser muito interessante. Só que depois há o problema do fora de jogo. A defesa em linha .
Com o Helton que sabe jogar com os pés (embora por vezes nos faça calafrios) poderia ser um sistema interessante para o Porto actual. Helton, jogando como espece de "libero".
Desculpem se fui aborrecido.
E Viva o Porto !
...E eu que sempre ouvi dizer que não se deve misturar o futebol com a política !...
ResponderEliminarAbraço
Eu compreendo o seu ponto de vista, o que eu quis, foi, apenas dizer, que nem sempre -no futebol como em muitas outras coisas- quem joga aberto o faz porque é mais poderoso, mas sim, porque muitas vezes não tem possibilidades ou engenho para criar outros cambiantes ou caminhos para atingir a vitória.
ResponderEliminarO Manchester é um clube poderoso e joga num sistema de contra-ataque, assim como o Milan ou o Chelsea...Contratam os melhores jogadores e os melhores treinadores e estes são os que assentam a sua táctica num esquema de contenção muito rigoroso e preciso. As equipas Holandesas jogam sempre ao ataque e normalmente perdem!...
Eu diria que quem sabe das suas capacidades e tem noção do que pode conseguir -se for realmente ambicioso- estuda o adversário e não o tenta apenas amedrontar através da exibição do seu poder. O Porto é -neste momento- mais poderoso que o Sporting mas, ostentado alguma sobranceria, está a dar trunfos ao seu adversário e este, que até não é assim tão peco quanto por vezes se quer fazer crer, aproveita...Cinco em seis oportunidades são deles.
Já agora gostaria de dizer que a minha linha preferida para amanhã seria:
ResponderEliminarVentura; Fucile, Rolando, Bruno Alves e Benitez; Raul Meireles, Tomás Costa e Lucho; Quaresma(Candeias), Lisandro e Rodriguez.
Ventura, porque temos que dar oportunidade de criar um novo Baía. Fucile, porque é mais inventivo e rápido.
Rolando, porque é mais jovem decidido e alto.
Benitez, porque é mais consistente. Tomás Costa, porque é mais combativo e técnico.
Os restantes pelas razões já conhecidas...
Queria também dizer que toda a discussão é benéfica e quanto mais complexa, mais nos enriquecerá...Portanto vamos em frente, em frente com toda a liberdade e sem receio de dizer tudo o que nos vai na alma.
ResponderEliminarJá agora o que é feito das palavras e presenças femininas? Onde param as nossa meninas?...A Dragãozinha, silenciou-se completamente...
Boas,
ResponderEliminarMuito bom texto PortoMaravilha. O raciocínio está excelente e bem explicitado, as analogias feitas são interessantes. No entanto, não concordo que o FC Porto deva adoptar um estilo de jogo mais defensivo na Liga dos Campeões. Naturalmente que nessa competição as cautelas devem ser reforçadas, mas apenas isso. Jogar sempre ao ataque internamente e depois, na Champions, mudar completamente o modelo de jogo para meia dúzia de jogos, não acho que desse grandes resultados. Por exemplo, o FC Porto do Mourinho tinha o mesmo modelo interna e externamente, só que com mais cautelas e tentando ser uma equipa mais cínica. Mas lembro-me bem que chegámos a Madrid, a Marselha, a Manchester (nalguns períodos), a Lyon e à Corunha e dominámos os jogos. Em contraponto, jogámos à defesa, sem arrojo nem ambição, por exemplo, com o Arsenal e o Chelsea, em Londres, e com o Schalke, em Gelsenkirchen, e os resultados não foram nada bons.
Além disso, esse onze faz-me lembrar o FC Porto do Ivic, não acho que nos desse grandes resultados jogar dessa forma, apenas no erro do adversário.