Não há duas... sem três!

assistência: --- espectadores.

árbitros: Pedro Henriques (AF Lisboa), abínio Evaristo e Hernâni Fernandes; João Capela.

Naval: Peiser; Carlitos, Paulão «cap.», Diego Ângelo e Daniel; Lazaroni, Baradji e Alex; Davide, Bolívia e Marinho.
Substituições: Daniel por Godemeche (59 min), Davide por Michel (77 min).
Não utilizados: Jorge Batista, Lopes, Dudu, Igor e Saulo.
Treinador: Ulisses Morais.

FC Porto: Nuno; Sapunaru, Rolando, Bruno Alves e Benítez; Fernando, Raul Meireles, Tomás Costa e Lucho «cap.»; Rodríguez e Lisandro.
Substituições: Benítez por Hulk (46 min), Rodríguez por Tarik (59 min), Tomás Costa por Pelé (71 min).
Não utilizados: Helton, Pedro Emanuel, Guarin e Mariano.
Treinador: Jesualdo Ferreira.

disciplina: Cartão amarelo a Lazaroni (70 min) e Pelé (90 min).

golos: Daniel (54 min).

Não há mal que sempre dure… mas este, pelos vistos, está ai para lavar e durar. A vontade de escrever é pouca, para não dizer nenhuma, depois de mais uma exibição a roçar o ridículo por parte dos azuis-e-brancos que mais parecem ter desaprendido de jogar futebol… e do bom, aquele que há demasiado tempo anda arredado das nossas memórias mais recentes.

Para quem chegava à Figueira da Foz com duas derrotas consecutivas e ambas caseiras (com o Dínamo de Kiev para a Liga dos Campeões e com o Leixões para a Liga Sagres), o que se viu, foi mais do mesmo, o que para mim, já deixou de ser considerada como uma noite apenas má e de pouca sorte, para passar a ser um caso de extrema preocupação que a cada um de nós que se sinta honrado e orgulhoso das cores do FC Porto, preocupe e de que maneira.

Culpados de tudo isto? Tenho a minha opinião, mas por ora, não vou contribuir para nenhum tipo de linchamento público… mas também digo que nos últimos tempos, com os acontecimentos negativos que se vão somando de um modo preocupante, e pelas noticias que vão sendo debitadas na imprensa escrita, direi apenas que “a quem não quer passar por lobo, que não lhe vista a pele”, e por aqui me fico, que até já falei demais.

Bem, quanto ao jogo, pois, o jogo, mas qual jogo? Futebol, nem vê-lo! Alegria, já era! Fluidez de processos, era bom era!

Na entrada em campo, o onze esperado, com a entrada de Benitez para o lado esquerdo da defensiva, Lisandro e Rodriguez na frente de ataque, com o apoio próximo de Lucho (uma nódoa!) que fruto do reforço a meio-campo com Fernando (que recuperou o lugar em detrimento de Hulk da jornada anterior), Raul Meireles e Tomás Costa, poderia subir no terreno com maior liberdade.

Após o apito inicial, o FC Porto pareceu entrar disposto a inverter os últimos passos em falso dos dois anteriores jogos oficiais, procurando impor o seu jogo, mas com enormes e infelizmente já habituais dificuldades em se aproximar com perigo da baliza adversária.

Rapidamente o FC Porto se viu manietado no centro do terreno com o acerto das marcações defensivas dos figueirenses, não obstante nesse período de jogo, perto da meia hora, através de Lisandro ter desperdiçado uma excelente ocasião para inaugurar o marcador quando este isolado, não consegue desfeitear o guarda-redes adversário, permitindo a defesa.

E foi num ritmo demasiado pachorrento, sonolento e falso de ideias que o intervalo chegou para mal dos pecados dos adeptos que «rapavam» um frio gélido nas bancadas.

Na entrada para o segundo tempo, Hulk entrou para o lugar do inexistente Benitez, procurando talvez imprimir uma maior velocidade ao jogo do FC Porto, mas verdade seja dita, a cada jogo que passa, oxalá me engane, mas posso até dizer que já me fartei dos Quinzinhos, dos Renterias e outros que tais… para ter que levar também com mais este pago a peso de ouro (5,5 milhões de euros por 50% do passe!) que pouco mais tem mostrado do que ser trapalhão qb, teatral qb e que serve apenas para criar frisson nas bancadas e nada mais.

Enquanto isso, a Naval ia jogando na expectativa, vendo em que modas parava o jogo, pouco ou nada também fazendo para alterar o que quer que fosse… eis que Daniel foge à marcação pelo lado direito da nossa defensiva, rompe colado à linha de fundo em direcção à baliza e quando todos esperavam o cruzamento, coloca a bola entre Nuno e o poste, inaugurando o marcador.

Aqui, vou abrir um parêntesis para falar sobre Nuno… em determinada altura e momento que considerei menos bom de Hélton, fui um acérrimo defensor deste para que ocupasse o lugar de principal na baliza do FC Porto. Hoje, depois do falhanço incrível que possibilitou o golo dos moscovitas em casa e deste golo na Figueira da Foz, já não sei que diga, que defenda, que opine… o Prof. Jesualdo Ferreira que resolva o problema que é para isso que ele é pago, isto é, se ainda por cá morar nessa altura.

De imediato, entrou em cena no relvado verde da Figueira da Foz, Tarik Sektioui para se procurar espicaçar um pouco o ritmo de jogo, tendo até sido desperdiçada mais uma boa ocasião para meio golo após uma arrancada de Hulk pelo lado direito do nosso ataque, mas este, foi sol de pouca dura, porque o marasmo de ideias voltou a mesmo do inicio do jogo.

A Naval dispôs até de mais uma boa oportunidade para ampliar a vantagem com um remate que queimou a barra da baliza de Nuno.

Logo de seguida, Pelé estreia-se oficialmente de azul-e-branco, entrando para o lugar de Tomás Costa, tendo estado logo em dois lances que criaram perigo para a baliza contrária, mas sem as consequências que mais se desejavam… o golo.

Com o passar do tempo e os níveis de ansiedade da equipa do FC Porto a aumentarem para um descontrole exibicional que faria corar de vergonha uma qualquer equipa do escalão amador, onde se via uma total e completa inexistência de pressão sobre o adversário para tentar virar o jogo a seu favor, o jogo chegou ao fim com mais uma derrota… a terceira consecutiva!!!

Nada está perdido, o fim do mundo não está ainda ali ao virar da esquina… mas seria bom que os responsáveis por toda esta situação (direcção, equipe técnica e os jogadores) - e não, não venham dizer que a culpa é dos adeptos -, fizessem algo e rapidamente, porque o tempo urge e quando se acordar, já pode ser tarde, muito tarde.

Para o final, deixo só uma nota de rodapé para as últimas declarações do Prof. Jesualdo Ferreira no flash-interview: “Não se pode falar em crise”… das duas, ou o Senhor Jesualdo pensa que somos todos palermas (o que não sou!) ou então anda a brincar com a brincadeira, se é que me faço entender. Bom, bom, era que se deixasse dessa lenga-lenga nos últimos tempos para enganar “tolos com bolos” e mostrasse pulso firme nas suas opções e convicções. Ainda vai a tempo, pode ter a certeza que vai… não sei é se tem mãos firmes suficientes para conduzir este «Ferrari».