A táctica da incapacidade...

assistência: --- espectadores.

árbitros: Pedro Proença (Lisboa), Tiago Trigo e Ricardo Santos; Pedro Henriques.

SP. BRAGA: Eduardo; João Pereira, Moisés, Leone e Evaldo; Vandinho «cap.», Alan, Hugo Viana e Mossoró; Meyong e Paulo César.
Substituições: Paulo César por Matheus (80m), Mossoró por Madrid (82m) e Meyong por Diogo Valente (84m).
Não utilizados: Kieszek, Yazalde, Filipe Oliveira e Ney Santos.
Treinador: Domingos Paciência.

FC PORTO: Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves «cap.» e Álvaro Pereira; Fernando, Guarín e Raul Meireles; Varela, Falcao e Hulk.
Substituições: Falcao por Rodriguez (63m) e Raul Meireles por Farías (63m) .
Não utilizados: Beto, Belluschi, Mariano, Maicon e Sapunaru.
Treinador: Jesualdo Ferreira.

disciplina: Cartão amarelo a Falcao (25m), Hulk (27m), João Pereira (36m), Mossoró (44m) e Matheus (81m).

golos: Alan (69m).

No regresso para a liga Sagres, e com a possibilidade de assumir a liderança, saíram contas completamente furadas, somando o FC Porto a primeira derrota na competição, a segunda consecutiva se contadas todas as competições oficiais, e infelizmente direi, mostrando mais uma vez, como noutras (poucas, felizmente!), uma tal incapacidade de reacção à desvantagem, que já começa a merecer figurar nos livros como um case-study de cada vez mais difícil compreensão.

Guarin voltou a merecer a confiança do Prof. Jesualdo Ferreira para entrar de início nesta partida, quase com toda a certeza, em face da excelente exibição da última 3ª feira em Stamford Bridge. Não questiono nomes, mas posso questionar as opções e essas, fazem-me muita e variada confusão quando olho em volta e verifico que proscritos passam a titulares… e outros seguem o caminho inverso, não sendo sequer utilizados no jogo, quando se perde e quando se chega ao final do jogo com duas únicas substituições. Vide casos de Guarin, de Belluschi e até mesmo de Mariano. A sério que não entendo, mas isso são outras histórias.

Esta coisa de mudar a meio do percurso, e moldar o meu onze em função do outro onze, aumenta de maneira exponencial o risco, com as consequências à vista de todos, achando ainda que nesta coisa do futebol, nem sempre procurar “dividir para manter toda a gente contente”, será o melhor caminho a seguir… mas isso, sou eu que não percebo nada disto.

Portanto, passando ao jogo propriamente dito, ambas as equipas entraram em campo com disposições tácticas muito idênticas, e muito naturalmente, acabaram a encaixar-se, razão pela quase total inexistência de perigo nas zonas defensivas, e das poucas que foram surgindo, Helton e Eduardo resolveram sem grandes problemas.

Ainda que o FC Porto tenha sido a equipa que mais tentava provocar um controle do jogo, procurando permanentemente sair em transições rápidas por intermédio de Hulk e Varela, sempre com o apoio muito por perto de Falcao, não deixa também de ser verdade que os da casa, com algumas das suas unidades de ataque, manteve sempre a defensiva azul-e-branca em sentido.

Como resultado de tudo isto, o intervalo chegou com um nulo no marcador, mais que justificado, face aos equilíbrios de força que até ali se tinham visto.

E porque parece que os 15m de descanso nos fazem mal (mais uma vez!), foram os da casa a entrar mais dominadores. Hulk, desapareceu, Falcão idem aspas e até Varela dava sinais de ter regressado com o complicómetro ligado. Lentamente, os da casa foram crescendo, crescendo, até que a 20 min do final da partida, num cruzamento de Alan que parecia inofensivo, vê a bola bater no corpo de Varela e trair Helton, que apanhado de surpresa, poucas hipóteses teria de modificar a trajectória da bola.

Fruto desta desvantagem, Farias e Rodriguez recebem ordem de entrada no jogo, ocupando os lugares de Meireles e Falcão, que surtiram pouco ou nenhum resultado. Com o aproximar do final da partida, e já numa altura em que o coração já mandava mais que a cabeça, o nervosismo era por demais evidente, com consecutivas percas de bola de forma infantil e insistência irritante qb de se querer jogar e fazer tudo sozinho.

Apenas e já no período de descontos, se assistiu a dois momentos de frisson na baliza à guarda de Eduardo, que mais na primeira, que na segunda, brilhou a bom brilhar, negando o golo do empate, que na minha opinião, traria natural justiça ao jogo. Assim não veio a acontecer.

Muito sinceramente, e ainda que profundamente desiludido por assistir a nova derrota dos meus heróis num espaço de apenas 5 dias (ainda bem que é coisa rara, para não dizer, muito rara!), desta vez, mais que o resultado, que vale o que vale neste ainda inicio da «maratona» que terá o seu término só lá para Maio do próximo ano, preocupa-me mais a permanente incapacidade de reacção que o FC Porto denota, sempre que sofre um golo e se vê em desvantagem. Para quando uma mudança radical?!

Finalizo apenas dizendo que, até porque se avizinha a chegada dos agoirentos do costume, lembrando que apesar de tudo, o Prof. Jesualdo Ferreira conseguiu ganhar 3 títulos seguidos e prestações prestigiantes na Liga dos Campeões... além de que foi construindo sempre novos jogadores, ano após ano. Vale o que vale, cabendo a cada qual, dar-lhe a importância que bem entender.