Ao frio, à chuva, nós lá estávamos…

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A 14ª jornada da Liga ZON Sagres, a última antes da paragem para as comemorações do Natal e do Ano Novo, reservou-nos mais uma deslocação para apoiar o nosso FC Porto, desta vez até Paços de Ferreira. Mais um jogo em que marcamos forte presença, num estádio sem as mínimas condições para receber adeptos visitantes. Tirando isso, ainda tivemos que contar com um clima tipicamente invernoso, mas isso nunca será motivo para trocarmos a bancada pelo sofá e o bem-estar, muito pelo contrário.

Na sequência da minha crónica da semana passada, mais uma vez os do costume marcaram presença, contra qualquer adversidade, ajudando a equipa a conquistar mais três preciosos pontos rumo ao título nacional. Num jogo tradicionalmente complicado para os nossos lados e num campo de reduzidas dimensões, a equipa precisava de nós e nós não a defraudámos. A capital do móvel pintou-se de azul e branco e por certo os Dragões sentiram-se em casa, no que ao apoio diz respeito.

Logo no início da minha participação neste grande espaço de tertúlia - já vai para um ano e meio – aquando da deslocação a Paços de Ferreira no ano passado, logo na jornada inaugural do campeonato, critiquei aqui o exorbitante preço de bilhete com que somos brindados cada vez que lá pomos os pés. E alertei que era assim todos os anos, naquela terra. Vinte euros certinhos, ano após ano. Porém, e ao contrário do que já estava preparado para desembolsar, esta temporada o bilhete desceu para metade, dez euros. Nem bom nem mau, perfeitamente razoável tendo em conta as condições da Mata Real. Durante a semana houve bastante procura de ingressos e previa-se mais uma forte rumaria portista.

Já depois de no Sábado à tarde termos estado presentes no Padrão da Légua, onde o nosso andebol massacrou a Académica de São Mamede e à noite no jantar de Natal do BiBó-PoRtO, carago!!, Domingo é dia de futebol. Saí do Porto por volta das 17h, mas muita gente aproveitou para ir almoçar à capital do móvel e passar lá a tarde até à hora de rumar ao estádio. Duas horas antes do jogo começar a movimentação à volta do estádio já era grande, e eram muitos mais os cachecóis azuis e brancos do que os amarelos. Junto às roulotes comia-se, bebia-se e aqueciam-se as vozes. E até deu para ver a chegada dos autocarros das equipas. Antes de nos dirigirmos à entrada que nos é destinada, tempo ainda para uma conversa de largos minutos com alguns elementos da claque de apoio ao Paços de Ferreira, “Yellow Boys”, que paravam por aquelas bandas. Trocámos algumas impressões uns com os outros, principalmente acerca do “nosso mundo”. Um momento agradável, de registar.

Encontrámo-nos com os nossos companheiros que já lá estavam há mais tempo e rumámos para a entrada do estádio, no momento em que começa a chover. E a chover bem. Juntando ao frio que se fazia sentir e com o aproximar da hora do apito inicial, só nos queríamos ver no topo norte. Mas a GNR de Paços de Ferreira prima por uma organização requintada. Primeiro dificulta a circulação, com a colocação de duas grades que atravessavam a rua quase de um ponta à outra, e deixando apenas passar pouca gente de cada vez. Sempre a chover e já à porta do estádio, as revistas eram demoradíssimas e exaustivas. Só com a milionésima reclamação é que aceleraram as entradas, o que possibilitou que, por dois ou três minutos, conseguisse ver o pontapé de saída. Foi já com o jogo a decorrer que o pessoal se dispunha na bancada e montava o material. Um estádio pequeno que contou com uma boa afluência de publico e onde a grande maioria eram portistas.

Os “Yellow Boys” apresentaram uma coreografia à entrada das equipas, que acabei por não ver, pois ainda estava lá fora. O “tiffo” consistia num pano branco com a caricatura de um adepto a segurar num cachecol que dizia “Ultra Paços” e a frase “Vamos a eles”. O grupo da casa contou com o sector bem composto, embora vocalmente não tenham sido muito audíveis.

Do nosso lado, topo norte praticamente cheio e ainda um bocado da bancada central coberta de azul. Muito material presente. Forte entrada do FC Porto no jogo, o que se reflectiu na bancada nos minutos inicias. Bom apoio da nossa massa adepta, que silenciou várias vezes a Mata Real e ajudou a equipa a ganhar este difícil encontro. Numa bancada descoberta, a chuva que se fez sentir em determinados períodos da noite, não impediu que continuássemos a cantar e a sair de lá sem voz. Mais uma demonstração da força dos ultras do FC Porto.

Sorriu-nos a vitória por 0-3 e o acabar do ano invictos e lançados em todas as frentes. Esperemos que a equipa regresse em 2011 como terminou 2010, a vencer. Nós faremos a nossa parte e continuaremos a abdicar de muita coisa para estar presentes, seja quando for, seja onde for.

Antes de terminar, queria deixar aqui os votos sinceros de um santíssimo Natal a todos, ao meu amigo administrador, aos meus amigos colaboradores, aos portistas que aqui comentam, aqueles que somente nos visitam, alastrando a todos os Dragões por esse mundo fora!

Um abraço ultra.